David Cloud
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É algo popular hoje em dia, mesmo nos círculos “evangélicos”, negar a
historicidade de Gênesis 1-11. Charles E. Hummel, por exemplo, diretor da
faculdade de ministros pela InterVarsity Christian Fellowship, diz:
“O relato de Gênesis 1 sobre a criação não
tinha a intenção de ensinar como ou quando Deus criou o universo” (A Conexão Galileu: Resolvendo Conflitos Entre a
Ciência e a Bíblia, InterVarsity
Press, 1986).
Howard J. Van Till, professor de Física e Astronomia no Calvin College, em Grand
Rapids, Michigan, diz: “[Os primeiros capítulos de
Gênesis] nunca tiveram a intenção de responder a perguntas sobre o que
precisamente aconteceu ....A cronologia dos sete dias que encontramos em
Gênesis 1 não tem nenhuma ligação com a cronologia real da ação dinâmica
contínua do Criador no cosmos. A semana da criação é figurativa, um dispositivo
literário ... [contendo] ilustrações criativas da maneira como Deus e a Criação
estão relacionados” (Van Till, O Quarto
Dia: O Que a os Céus e a Bíblia Estão Nos Dizendo Sobre a Criação, Eerdmans, 1986, pp 83-85 ) .
O Novo Comentário Bíblico, publicado pela InterVarsity
Press, toma a mesma posição. (Os consultores da edição incluem D. A.
Carson, que é influente nos círculos fundamentalistas através de seu livro O Debate Sobre a Versão Rei Tiago:
Um apelo Ao Realismo. Eu já vi esse livro à venda na livraria da
Universidade Bob Jones, bem como em muitas outras livrarias fundamentalistas).
A quarta edição (1994) do Novo Comentário Bíblico diz: "A maioria dessas histórias [em Gênesis 1-11] lidam com longos
períodos antes mesmo da invenção da escrita, então eles não podem ser
“história” no sentido estrito do termo ou serem verificados por evidências
externas à Bíblia ....T. Jacobsen cunhou o termo “mito-histórico” ao descrever
tal literatura ...”mito” tem conotações negativas, então “proto-história” é
provavelmente a melhor maneira de descrevermos Gênesis 1-11. No estado atual do
conhecimento, é difícil sabermos relacionar estes capítulos com as descobertas
científicas modernas .... E já que aqueles foram dias de atividades de Deus e
não de obras humanas, é improvável que eles pudessem ser dias de vinte e quatro
horas literais”.
É impossível combinar essas declarações com o próprio testemunho da Bíblia, e a
principal razão para se negar o caráter histórico de Gênesis é a capitulação à
evolução.
A seguir, são listadas nove razões pelas quais podemos estar certos de que os
primeiros capítulos do Gênesis são históricos. Este é um excerto do novo
Curso Bíblico Avançado O
Livro de Gênesis, do The
Way of Life.
1. Os seis dias da criação foram dias com manhã, tarde e noite, referindo-se,
assim, a dias normais de 24 horas (Gn 1:5, 8, 13, 19, 23, 31).
2. Quando a palavra “dia” é prefaciada na Bíblia com um adjetivo numérico,
sempre se refere a um dia normal – “primeiro dia” (Gn 1:5), “segundo dia”
(Gênesis 1:8) “terceiro dia” (Gn 1:13, “quarto dia” (Gn 1:19), “quinto dia” (Gn
1:23), “sexto dia” (Gn 1:31), “sétimo dia” (Gn 2:3) . “Embora a palavra hebraica para “dia” ( yom ) seja usada cerca
de duas mil vezes no Antigo Testamento, somente em casos raros ela pode se
referir a um período mais longo que vinte e quatro horas, e só então se o
contexto assim o exige (como por exemplo em “dia do Senhor”). Entretanto,
quando um adjetivo numérico está ligado à palavra “dia” (200 casos conhecidos
no VT), seu significado é sempre restrito a 24 horas” (John Whitcomb, A
Terra Primitiva, p . 28).
3. Os “dias” da criação estão ligados a “anos” em Gênesis 1:14 “E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para
haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos
determinados e para dias e anos.” (Gn 1:14 ACF)
. “Uma vez
que a palavra ‘dia’ em Gênesis 1:14 está relacionada com a palavra ‘anos’, é
bastante óbvio que nossas unidades conhecidas do tempo estão sendo referidas,
suas durações sendo determinadas não por circunstâncias culturais ou
subjetivas, mas pelos movimentos fixos da terra em relação ao sol. Caso
contrário, o termo ‘ano’ seria sem sentido”
(Whitcomb).
4. Os seis dias da criação são dias do mesmo tipo que o dia de sabath (Êxodo 20:8-11).
5. Os cinco primeiros capítulos da Bíblia estão escritos como sendo história,
não há nada neste registro que indique que ele não deve ser interpretado
literalmente, como uma poesia ou como simbolismo. Quando a Bíblia faz uso de
simbolismo, claramente o distingue como tal e concede a chave para
interpretação destes símbolos. Vemos isso, por exemplo, em Apocalipse. No
capítulo 17, quando João descreve uma mulher sentada sobre uma besta, ele
claramente nos diz que este é um mistério e nos dá a interpretação da linguagem
simbólica utilizada nesta passagem (vv. 7-18). No entanto, Gênesis 1-5 está
escrito como descrição da história. A passagem de Gênesis 5:5 afirma que Adão
viveu 930 anos e depois morreu. Se Adão apenas simbolizava a humanidade em
geral, o que aconteceu com a humanidade depois de Adão morreu?
6. Adão e Eva são descritos em todo o resto da Bíblia como sendo pessoas reais.
Adão e Eva são mencionados 34 vezes na Bíblia. Eles são mencionados em pelo
menos quatro livros do Antigo Testamento (Gn 2-5; Dt 32:8; 1 Cr 1:1; e Jó
31:33), e em oito livros do Novo Testamento (Mt. 19:4-6; Mc 10:6-8; Lc
3:38, Rm 5:12, 14; 1 Cor 15:22, 45; 2 Cor 11:03; 1 Tim 2:13-14 e Judas 14) .
Ninguém que acredita que a Bíblia é a infalível Palavra de Deus pode duvidar da
historicidade do relato a respeito de Adão e Eva.
7. A serpente de Gênesis 3 é mencionada no Novo Testamento como sendo o diabo
(Ap 12:9 , 20:2). A Bíblia sempre trata o diabo como um personagem histórico
real.
8. Se Adão e Eva não foram figuras históricas, a Queda é um mito e a Redenção
através da cruz de Cristo é um disparate. Veja Rom. 5:12-19.
9. Negar a historicidade de Adão é negar ao próprio Senhor Jesus Cristo. Ele se
referiu a Adão e Eva como personagens históricos (Mc 10:6-8). Sua genealogia é
traçada a partir de Adão (Lc 3:23-38). Além disso, o Novo Testamento faz
comparações diretas entre Cristo e Adão (Rm 5:17; 1 Cor. 15:22-45).
Tradução do texto publicado pelo The Way of
Life Literature, em 08.10.2013. Pr. Miguel Ângelo Maciel
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