O Fruto Ímpio Da Crítica Textual Moderna


1 de outubro de 2007

David Cloud, Way of Life Literature,
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O que se segue foi extraído de Faith vs. Modern Bible Versions: A Course on Bible Texts and Versions and a 10-fold Defense of the King James Bible [A Fé versus as Versões Bíblicas Modernas: Um curso sobre textos e versões e uma defesa em dez pontos, da Bíblia King James [, da LTT e da ACF]].

Rejeitamos ainda mais a crítica textual moderna porque seu fruto tem aumentado a incerteza e o ceticismo, um enfraquecimento da autoridade da Escritura e a promoção do movimento ecumênico.


1. A CRÍTICA TEXTUAL MODERNA RESULTOU EM INCERTEZA EM RELAÇÃO AO TEXTO BÍBLICO.



Enquanto, antes do final do século XIX, a grande maioria dos cristãos que acreditavam na Bíblia estava confiante de que, o Texto Massorético em hebraico, e o Texto Recebido em grego, eram a [absolutamente perfeita] Palavra de Deus preservada; hoje não há certeza real onde quer que a crítica textual tenha sido aceita. O hebraico Massorético foi desafiado pelos Manuscritos do Mar Morto, a Septuaginta e outras fontes, de modo que cerca de vinte a trinta mil mudanças textuais foram sugeridas para o Antigo Testamento. O Texto Grego Recebido foi substituído por um assim chamado texto “eclético” em constante mudança.


Observe as seguintes declarações de críticos textuais proeminentes dos últimos cem anos, testemunhando a incerteza grosseira produzida pela crítica textual moderna


“[O texto do Novo Testamento está mais instável] do que nunca, e talvez, finalmente, instável” (Rendel Harris, Side Lights on New Testament Research, 1908, p.3).

“O texto final, se é que já houve um [perfeito texto de palavras inspiradas por Deus] que merece ser assim chamado, está para sempre irrecuperável” (F.C. Conybeare, History of New Testament Criticism, 1910, página 129).

“Apesar das afirmações de Westcott e Hort e de von Soden, nós não conhecemos a forma original dos evangelhos, e é bem provável que nunca a teremos” (Kirsopp Lake, Family 13, The Ferrar Group, Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1941, p. vii).

“[...] geralmente é reconhecido que o texto original da bíblia não pode ser recuperado” (R.M. Grant, “The Bible of Theophilus of Antioch,” Journal of Biblical Literature, vol. 66, 1947, p. 173).

“A história textual que o texto de Westcott-Hort representa não é mais sustentável à luz das novas descobertas e análise textual mais completa. No esforço para construir uma história congruente, nosso fracasso sugere que perdemos o caminho, que entramos em um beco sem saída, e que apenas uma visão nova e diferente nos permitirá superar isso” (Kenneth Clark, “Today’s Problems,” New Testament Manuscript Studies, editado por Parvis and Wikgren, 1950, p. 161).

“[...] o otimismo dos editores do passado deu lugar a esse ceticismo que os inclina a encarar o ‘texto original’ como miragem inalcançável” (G. Zuntz, The Text of the Epistles, 1953, p.9).

“Em geral, a coisa toda é limitada a julgamentos de probabilidade; o texto original do Novo Testamento, de acordo com sua natureza, deve ser e permanece uma hipótese” (H. Greeven, Der Urtext des Neuen Testaments, 1960, p. 20, citado de Hills, The King James Version Defended, p. 67).

“[...] até agora, o século XX tem sido um período caracterizado por pessimismo geral sobre a possibilidade de recuperar o texto original por critérios objetivos” (H. H. Oliver, 1962, p. 308, citado de Eldon Epp, “Decision Points in New Testament Textual Criticism”, Studies in the Theory and Method of New Testament Textual Criticism, p. 25).

“O principal objetivo do estudo do texto do Novo Testamento continua sendo a recuperação do que escreveram os escritores do Novo Testamento. Nós já temos sugerido que alcançar este objetivo beira o impossível. Portanto, devemos nos contentar com o que Reinhold Neibuhr e outros já chamaram, em outros contextos, uma 'possibilidade impossível’” (R.M. Grant, A Historical Introduction to the New Testament, 1963, p. 51).

“[...] todo crítico textual sabe que essa semelhança de texto indica, entretanto, que temos feito pouco progresso na teoria textual desde Westcott-Hort; que simplesmente não sabemos como fazer uma determinação definitiva sobre qual texto é o melhor; que nós não temos uma imagem clara da transmissão e alteração do texto nos primeiros poucos séculos; e, portanto, que o tipo de texto de Westcott-Hort manteve sua posição dominante em grande parte arbitrariamente” (Eldon J. Epp, “The Twentieth Century Interlude in New Testament Textual Criticism”, Journal of Biblical Literature, Vol. 43, 1974, pp. 390-391).

“[...] nós enfrentamos uma crise sobre metodologia na crítica textual do NT. [...] Von Soden e B.H. Streeter e muitos outros anunciaram e defenderam suas teorias do texto do NT, mas nenhum deles resistiu às provas das críticas ou do tempo. [...] seguindo Westcott-Hort, mas começando particularmente com C.H. Turner (1923). M.-J. Langrange (1935), G.D. Kilpatrick (1943), A.F.J. Klijn (1949) e J.K. Elliott (1972), uma nova crise do critério se tornou prominente e hoje ela está bastante conosco: um duelo entre critérios externos e internos e a difundida incerteza do como, e precisamente que tipo de compromisso trabalhou ou pode ser trabalhado entre eles. O “cessar-fogo” temporário que a maioria – mas certamente não todos – os críticos textuais concordaram é chamado de ‘ecletismo ‘moderado’ ou ‘racional’’ [...] a literatura das duas ou três últimas décadas está repleta de controvérsia sobre o método eclético, ou pelo menos é abundante, com evidências da frustração que acompanha o seu uso [...]”
(Eldon Epp, “Decision Points in New Testament Textual Criticism,” Studies in the Theory and Method of New Testament Textual Criticism, 1993, pp. 39-41).

“[...] cada crítico textual sabe que essa semelhança de texto indica, antes, que fizemos pouco progresso na teoria textual desde Westcott-Hort; que simplesmente não sabemos como fazer uma determinação definitiva sobre o melhor texto; que não temos uma imagem clara da transmissão e alteração do texto nos primeiros séculos; e, portanto, que o tipo de texto de Westcott-Hort manteve sua posição dominante em grande parte arbitrariamente” (Eldon Epp, “The Twentieth-Century Interlude in NT Textual Criticism,” Studies in the Theory and Method of New Testament Textual Criticism, p. 87).

“[...] não pensamos mais no texto ‘Neutro’ de Westcott-Hort como neutro; já não pensamos em seu texto ‘Ocidental’ como ocidental ou como unindo os elementos de texto que eles selecionaram; e, é claro, não pensamos de forma tão simplista ou tão confiável sobre a recuperação do ‘Novo Testamento no grego original’. [...] permanecemos largamente no escuro sobre a forma como podemos reconstruir a história textual que deixou em seu rastro – na forma de MSS e fragmentos – numerosas peças de um quebra-cabeça que parecemos incapazes de juntar. Westcott-Hort, von Soden e outros tiveram teorias arrebatadoras (que rejeitamos em grande parte) para aprofundar seus textos críticos, mas agora não temos essas teorias e nenhum esboço plausível da história inicial do texto amplamente aceito. Qual o progresso, então, que fizemos? Estamos mais avançados do que nossos antecessores quando, depois de mostrar suas teorias como inaceitáveis, não oferecemos teorias desse tipo para reivindicar o texto aceito por nós?”
(Epp, “A Continuing Interlude in NT Textual Criticism,” Studies in the Theory and Method of New Testament Textual Criticism, pp. 114, 115).

“Na medida em que a crítica textual do Novo Testamento se desloca para o século XXI, ela deve expelir tudo o que resta da sua inocência, pois nada é simples. A modernidade pode ter levado muitos a assumirem que um objetivo claro de alcançar um único texto original do Novo Testamento – ou mesmo um texto tão próximo quanto possível desse original – era viável. Agora, no entanto, a realidade e a maturidade exigem que a crítica textual enfrente fatos inquietantes, o principal deles é que o termo ‘original’ implodiu em uma entidade polivalente complexa e altamente incontrolável. Quaisquer limites ordenados que a crítica textual tenha presumido no passado já foram quebrados, e seus parâmetros se movem acentuadamente não apenas para a parte de trás e para a frente, mas também para os lados, à medida que novas dimensões de originalidade emergem por trás das leituras variantes e de outros fenômenos dos manuscritos” (E. Jay Epps, “The Multivalence of the Term ‘Original Text’ In New Testament Textual Criticism,” Harvard Theological Review, 1999, Vol. 92, No. 3, pp. 245-281; this article is based on a paper presented at the New Testament Textual Criticism Section, Society of Biblical Literature Annual Meeting, Orlando, Florida, November 1998).


A situação com a crítica textual moderna é comparável à da evolução darwiniana


É evidente que a situação no campo da crítica textual moderna é semelhante à da evolução darwiniana. Embora muitos dos principais princípios de Darwin e seus primeiros seguidores tenham sido refutados ou seriamente desafiados, como a teoria de que a vida poderia surgir espontaneamente ou que a seleção natural poderia explicar a vida como a conhecemos ou que o homem é descendente de macacos, a superestrutura da evolução darwiniana permanece estranhamente inabalável. Do mesmo modo, a crítica textual moderna no século XXI assenta firmemente na base estabelecida por seus arquitetos do século XIX, e mesmo quando os princípios fundamentais foram refutados (por exemplo, uma Recensão Luciana, a existência de um texto neutro, a confiabilidade de probabilidade intrínseca e transcricional), a superestrutura continua em grande parte e estranhamente inabalável. No caso da evolução darwiniana, a principal coisa que foi rejeitada no início foi a doutrina de um Criador, e, independentemente do quão devastadores os princípios fundamentais da evolução darwiniana são refutados, os adeptos contemporâneos da evolução se recusam a reconsiderar a doutrina de um Criador ou qualquer forma de design inteligente. No caso da crítica textual moderna, o principal que foi rejeitado por Westcott e Hort e outros proponentes iniciais foi o Texto Recebido Grego (e, com ele, qualquer doutrina prática de preservação divina), e independentemente do quão minuciosamente os princípios fundamentais de Westcott e Hort foram refutados por críticos textuais nos últimos 100 anos, os filhos de Westcott e Hort se recusam a olhar novamente para o Texto Recebido. A razão é que os adeptos de ambas as disciplinas se recusam a admitir que devem abordar esses assuntos pela fé em Deus e pela fé somente, que nunca podem conhecer a verdade sobre a criação ou a Bíblia, além da fé na revelação divina. Qualquer outra base é a fundamentada na areia.


2. A CRÍTICA TEXTUAL MODERNA RESULTOU “NA TIRANIA DOS ESPECIALISTAS”.

“O ponto crítico de partida tinha sido feito [com a ascendência do Texto de Westcott-Hort]. Já não era a maioria dos manuscritos gregos, preservados pelas igrejas, a base para reconhecer a leitura original. De agora em diante, os professores instruídos livrariam o mundo cristão de sua ‘cegueira e ignorância’. Por sua experiência acadêmica, eles entregariam às igrejas um texto mais puro do N.T. O Dr. Machen chamou esse tipo de erudição de ‘tirania dos especialistas’. Agora, os ‘especialistas’ governavam as igrejas e decidiam por elas qual a leitura variante que era aceitável. Depois de Westcott e Hort, a caixa de Pandora foi aberta. Como resultado, todos os males do racionalismo alemão começaram a destruir o fundamento da Fé, as Sagradas Escrituras. Esta ‘luta livre’ das Escrituras continuou até hoje em ambas as formas mais altas e baixas de crítica textual. A situação atual envolve quase tantos textos diferentes do NT Grego, como tantos diferentes eruditos. Cada ‘erudito’ decide por si mesmo o que ele aceitará ou não aceitará como a Palavra de Deus. Se trata de duas escolhas. Podemos aceitar o texto transmitido pelas igrejas por quase dois mil anos ou aceitar as descobertas de estudiosos modernos, nenhuma das quais concordam entre si. Se seguirmos os eruditos, não existe um texto que seja aceito por todos eles.
A confusão reina entre os estudiosos. Não há padrão” (Charles Turner, Why the King James Version, p. 9; Turner is the founder of the Baptist Bible Translators Institute of Bowie, Texas).


3. POR CAUSA DA CRÍTICA TEXTUAL MODERNA, A CERTEZA E O DOGMATISMO DE UM TEXTO BÍBLICO ESTABELECIDO FORAM SUBSTITUÍDOS PELA INCERTEZA DE TEXTOS CONFLITANTES.


Isso é verdade para o Novo Testamento. Os princípios de Westcott e Hort que nos deram o texto grego crítico em 1881 sofreram modificações contínuas ao longo do século XX até ao XXI, e o Testamento grego baseado nessas teorias também mudou continuamente, com uma mudança subsequente nas traduções baseadas nele. A 3ª edição do UBS Greek New Testament [Novo Testamento Grego da SBU, Sociedades Bíblicas Unidas], diferiu da 2ª edição [publicada] três anos antes em mais de 500 lugares, e [foram] os mesmos cinco críticos textuais [que] fizeram essas mudanças.

O mesmo vale para o Antigo Testamento. Com a introdução das teorias textuais pelas quais o Texto Massorético Hebraico foi destronado, o Antigo Testamento sofreu uma revisão contínua com base nos Manuscritos do Mar Morto, na Septuaginta Grega, no Pentateuco Samaritano, na Vulgata Latina, na Peshitta Siríaca, nos Targuns, nas traduções Gregas do Antigo Testamento de Símaco e Teodócio do Antigo Testamento, e outras fontes. Estas são as fontes listadas no Prefácio à Nova Versão Internacional de 1978 como base para a tradução do AT da NVI (pp. viii, xi). O Dr. Donald Waite observa: “Os editores da NVI alteraram muito e sinceramente os fundamentos do nosso texto do Antigo Testamento nas quinze diferentes formas acima, sempre que se adequasse à sua fantasia! Você não sabe em que ponto eles usaram um documento para contrariar o Texto Hebraico Massorético, e em que ponto eles usaram outro documento” (Waite, Defending the King James Bible). De acordo com os cálculos do Dr. Waite, o texto hebraico de 1937 de Rudolph Kittel (Bíblia Hebraica) e a edição de Stuttgart de 1977 do Antigo Testamento (Biblia Hebraica Stuttgartensia) contêm notas de rodapé listando cerca de 20.000 a 30.000 mudanças textuais. Mesmo a New King James Bible [e a Almeida Revista e Atualizada], que professa seguir o mesmo fundamento textual que a King James Bible [e a Almeida Corrigida Fiel e a Tradução Literal do Texto Tradicional], no entanto, segue um Antigo Testamento eclético, modificando o Massorético Hebraico com a Septuaginta, a Vulgata Latina, ‘uma variedade de versões antigas’ e os Manuscritos do Mar Morto (New King James Bible, Preface). Como no Novo Testamento, aqueles que estão fazendo a revisão do Antigo Testamento não concordam em seus princípios ou conclusões. Considere uma área da evidência textual do AT, a dos Manuscritos do Mar Morto. O primeiro deles foi descoberto em uma caverna perto do Mar Morto em 1947, com descobertas subsequentes em cavernas próximas. O primeiro achado apoiou o Texto Massorético, mas os achados subsequentes descobriram alguns manuscritos do AT que diferem do Massorético. Os eruditos de texto não concordam em muitos pontos importantes que tocam esses manuscritos, nem mesmo a data deles. G.R. Driver (1965) discordou de Burrows, Albright e Cross, alegando que os Manuscritos do Mar Morto foram escritos nos dois primeiros séculos D.C., em vez de A.C. Isto é trazido no livro Second Thoughts on the Dead Sea Scrolls [Segundos Pensamentos sobre os Manuscritos do Mar Morto] (1956) por F.F. Bruce. O próprio título do livro expõe o fato de que os eruditos de texto discordam e que suas conclusões estão em movimento.


4. A DOUTRINA CONTEMPORÂNEA DO ECLETISMO ELEVOU O ESTUDANTE BÍBLICO COMO MESTRE do TEXTO E RESULTOU EM UM DECLÍNIO MACIÇO NA AUTORIDADE DAS ESCRITURAS NESTA GERAÇÃO.


O conceito de interpretação e pregação dogmática desapareceu muito por causa desse princípio condenável. Em um estudo típico da Bíblia em uma igreja que foi trazida ao ecletismo, cada indivíduo é uma autoridade para si mesmo quanto ao manuscrito grego ou texto grego ou tradução inglesa a seguir em qualquer instância. Não há autoridade dogmática para qualquer afirmação, porque alguém sempre pode apresentar uma leitura alternativa. Este mesmo princípio enfraqueceu muito a autoridade da pregação da Bíblia. Lembro-me de uma visita em agosto de 2003 a Saddleback Church, no sul da Califórnia, onde Rick Warren é pastor sênior da famosa ‘Igreja com Propósitos’. Eu observei no caminho para o auditório que apenas algumas pessoas carregavam Bíblias, e a razão ficou clara quando eu vi a multiplicidade desconcertante de versões usadas na pregação. Um esboço do sermão foi entregue com o boletim, e seis ou sete versões foram citadas, a maioria deles paráfrases ou equivalências dinâmicas como a Living Bible [Bíblia Viva], The New Living Translation [Nova Versão Transformadora], Bíblia a Mensagem, ou Today’s English Version [Nova Tradução na Linguagem de Hoje]. Seria impossível acompanhar a própria Bíblia. O resultado é que as pessoas não trazem suas próprias Bíblias e, portanto, não avaliam cuidadosamente a pregação. Como eles poderiam fazê-lo, uma vez que qualquer declaração bíblica que eles tentariam examinar tem dezenas de variações?


5. A INCERTEZA PRODUZIDA PELA CRÍTICA TEXTUAL MODERNA DEU MUNIÇÃO AOS INIMIGOS DA BÍBLIA.


Eles reconhecem (mesmo que os evangélicos e [pseudo-] fundamentalistas que adotaram a crítica textual não o façam) que uma série de textos e versões conflitantes mina a doutrina da inspiração e da preservação divinas.


6. A CRÍTICA TEXTUAL MODERNA LEVOU MUITOS AO MODERNISMO TEOLÓGICO.


O Dr. Edward Hills, que foi treinado em críticas textuais no nível de doutorado em Harvard, observou esse fenômeno. “[...] a lógica da crítica textual naturalista leva ao completo modernismo, a uma visão naturalista não só do texto bíblico, mas também da Bíblia como um todo, e da fé cristã. Pois se é correto ignorar a preservação providencial das Escrituras no estudo do texto do Novo Testamento, por que não é certo ir mais longe, na mesma direção? Por que não é correto ignorar outros aspectos divinos da Bíblia? Por que não é correto ignorar a inspiração divina das Escrituras ao discutir a autenticidade do Evangelho de João ou o problema sinótico ou a autoria do Pentateuco? [...] Impelido por essa lógica sem remorsos, muitos eruditos bíblicos, antigamente conservadores, se tornaram completamente modernistas em seus pensamentos. Mas ele não reconhece que se afastou da fé cristã. De seu ponto de vista, ele não se afastou. Ele simplesmente avançou no mesmo sentido de quando começou a pisar em primeiro lugar, enquanto estudava a crítica textual naturalista do tipo Westcott e Hort, talvez em algum seminário teológico [pseudo-] conservador. Do seu ponto de vista, seus ex-professores ortodoxos são curiosamente inconsistentes. Eles usam o método naturalista na área da crítica textual do Novo Testamento e, em seguida, deixam-na mais ilogicamente, como uma batata quente demais para segurar, quando eles vêm para outros departamentos de estudo bíblico” (Edward F. Hills, The King James Version Defended).

O perigo teológico inerente à prática da crítica textual foi admitido mais recentemente do lado liberal por E. Jay Epps da Harvard Divinity School: “Nem (para aqueles que optam por trabalhar dentro de um quadro teológico) a crítica textual é uma disciplina ‘segura’” – uma frase que ouvi por quatro décadas – que pode ser praticada sem desafio para [se manter firmes] convicções teológicas ou sem risco para fazer recuos e concessões quanto à fé [doutrina] ou fazer afirmações de verdade. eu duvido que nunca foi ‘seguro’ – pelo menos para qualquer um que pensou através das implicações de nossas milhares de unidades de variação, com as leituras e concepções competitivas inumeráveis, também as motivações teológicas que são evidentes em muitos. Mas se havia uma disciplina ‘segura’, não é mais segura. [...] Qualquer um que abraça-a como uma vocação descobrirá que seus desafios intelectuais foram aumentados cem vezes por seus limites e horizontes ampliados, que se estendem à codicologia e papirologia e também aos campos cristãos, clássicos, literários e sociológicos relacionados anteriormente, todos os quais favorecem a acomodação da riqueza da tradição do manuscrito, com sua multiplicidade de textos e seus originais polivalentes, mais do que a qualidade míope para um texto original único. Tanto o amplo treinamento como o conhecimento, e a capacidade de tolerar a ambiguidade, estarão no topo da lista de qualificações necessárias para seus praticantes” (E. Jay Epps, “The Multivalence of the Term ‘Original Text’ In New Testament Textual Criticism,” Harvard Theological Review, 1999, Vol. 92, No. 3, pp. 245-281; this article is based on a paper presented at the New Testament Textual Criticism Section, Society of Biblical Literature Annual Meeting, Orlando, Florida, November 1998).

Este é um grande aviso para quem tem ouvidos para ouvir. O que Epps não disse é que todos os muitos campos em que o crítico textual moderno é conduzido são dominados hoje pelos teólogos céticos [descrentes, perdidos], e o evangélico ou [pseudo-] fundamentalista que segue este curso está desobedecendo a Bíblia ao não se separar dos hereges e está em perigo de naufrágio espiritual. “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes” (I Coríntios 15:33 – ACF).


7. A CRÍTICA TEXTUAL MODERNA PROMOVEU O MOVIMENTO ECUMÊNICO REUNINDO OS PROTESTANTES, OS BATISTAS E OS CATÓLICOS NO CAMPO DOS TEXTOS BÍBLICOS E DA TRADUÇÃO. ESTA É UMA EXIBIÇÃO PODEROSA DO FRUTO NÃO-BÍBLICO DA CRÍTICA TEXTUAL MODERNA:


Enquanto a Igreja Católica Romana nunca aceitou o texto recebido grego ou as versões protestantes baseadas nele e, de fato, conduziu os tradutores como William Tyndale e John Rogers à morte, Roma aceitou prontamente o texto crítico. Observe a seguinte declaração de um católico: “Os católicos devem trabalhar em conjunto com os protestantes na tarefa fundamental da tradução bíblica [...] [Eles podem] trabalhar muito bem juntos e têm a mesma abordagem e interpretação [...]
[Isto] sinaliza uma nova era na igreja” (Patrick Henry, New Directions in New Testament Study, Philadelphia: The Westminster Press, 1979, pp. 232-234).

A proclamação papal “Divine afflante Spiritu” ["Inspirado Pelo Espírito Divino"] em 1943 clamou por uma Bíblia ecumênica. “[Est]as traduções [devem] ser produzidas em cooperação com irmãos separados” (New American Bible, New York: World Publishing Co., 1970, p.vii).

Na verdade, Roma conformou sua própria Vulgata ao texto crítico moderno. Em 1965, o Papa Paulo VI autorizou a publicação de uma nova Vulgata Latina, com o texto em latim conformado ao texto grego do Novo Testamento da United Bible Societies, UBS (Sociedades Bíblicas Unidas) (Michael de Semlyen, All Roads Lead to Rome, p. 201). Foi publicado em 1979 pela Sociedade Bíblica Alemã.

Em 1966, a Revised Standard Version [bem como a NTLH] foi publicada juntamente com sua “Edição Católica Romana”. Esta versão incluiu os livros apócrifos inseridos entre os livros do Antigo Testamento e incorporou leituras católicas como “cheia de graça” em Lucas 1:28. Como resultado, o editor-chefe da RSV, Luther Weigle, foi laureado com o título de “Cavaleiro da Ordem do Papa São Gregório Magno” em 1966, pelo Papa Paulo VI (Peter Thuesen, In Discordance with the Scriptures: American Protestant Battles over Translating the Bible, 1999, p. 142).

Desde 1967, o cardeal Carlo Martini esteve no comitê editorial das Sociedades Bíblicas Unidas do Novo Testamento grego.

Em outubro de 1969, pela primeira vez em sua história, a Igreja da Inglaterra [ou Igreja Anglicana] autorizou uma Bíblia católica para uso em seus cultos. A Convocação do Sínodo Completo de Cantuária autorizou a Bíblia de Jerusalém, que foi publicada em 1966 com o imprimatur [autorização para ser impressa e lida pelos católicos] do cardeal Heenan.

Em 1973, a edição Ecumênica da Revised Standard Version foi publicada. Também chamada de “Bíblia comum”, uma cópia foi presenteada pessoalmente ao Papa Paulo VI por Bruce Metzger, Herbert May e outros. Metzger descreveu isso da seguinte maneira: “Em uma audiência privada concedida a um pequeno grupo, que incluiu o Arcebispo ortodoxo grego Atenágoras, Lady Priscilla e Sir William Collins, Herbert G. May e o atual escritor, o Papa Paulo aceitou a Bíblia “Comum” da RSV como um passo significativo nas relações ecumênicas adicionais entre as igrejas” (Metzger, “The RSV-Ecumenical Edition”, Theology Today, outubro de 1977).

Os projetos de tradução das Sociedades Bíblicas hoje são “interdenominacionais” [entenda-se "ecumênicos"]. Em 1987, foi feito um acordo formal entre a Igreja Católica Romana e as Sociedades Bíblicas Unidas que o Novo Testamento grego crítico será usado para todas as traduções futuras, tanto católicas como protestantes (Guidelines for International Cooperation in Translating the Bible [Diretrizes para a Cooperação Internacional Cooperação na Tradução da Bíblia], Roma, 1987, p. 5).

(Para mais informações sobre as traduções ecumênicas, veja nosso livro Unholy Hands on God’s Holy Book, disponibilizado por Way of Life Literature.)

Copyright © 2013, Way of Life Literature.

Traduzido por Ícaro Alencar de Oliveira, em 13/10/2017, Primeira Edição em Português.



Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.