Havendo a necessidade de um claro testemunho, e com isso sem comprometer a
autoridade das Sagradas Escrituras e a sua inspiração, a Sociedade Bíblica
Trinitariana do Brasil tem por alvo prioritário preservar a pureza da Palavra,
no que tange à sua tradução, e também, promover a produção e a
distribuição de traduções dignas de confiança.
Ao dizer dignas de confiança, queremos dizer, "Traduções da Bíblia em
todas as línguas baseadas nas línguas originais da Bíblia, isto é, do Velho
Testamento usando o Texto Massorético, e do Novo Testamento usando o texto
grego conhecido como Textus Receptus. Este texto é conhecido como Texto
Tradicional, por ser o texto tradicionalmente aceito, e é também conhecido
como Texto Majoritário, por estar de acordo com mais de 98% de todos os
manuscritos que existem!
O Texto Massorético já estava em uso comum mesmo no tempo da Jesus, e foi
estandardizado, ou padronizado pelos massoretas (escribas judaicos). Agora foi
entre o quinto e o sexto século que os massoretas introduziram as vogais na
língua. Na antigüidade o texto hebraico foi cuidadosamente guardado pelas
sagradas leis dos escribas, através do Talmude e houve regras acerca do tipo de
peles que poderiam ser usadas, o tamanho das colunas, e somente tintas especiais
poderiam ser usadas, e também os espaços entre letras e palavras foram
especificadas. O escriba não poderia escrever nada de memória. As linhas, e
até as letras, sempre foram contadas. Tudo isto e muito mais foram feitos para
evitar quaisquer tipos de erro. Se um manuscrito apresentasse erros calígrafos,
eles seriam obrigados a destruí-lo.
A descoberta dos rolos do Mar Morto só confirmam a existência e a
confiabilidade do texto hebraico Massorético.
Ao chegar no Novo Testamento e no Textus Receptus, chegamos também na área
mais polêmica, pois além do Textus Receptus, existem também vários outros
textos.
Desde o ministério de Cristo até mais ou menos o ano 100d.C. ,os manuscritos
originais do Novo Testamento foram escritos na língua grega. Chegando ao ano
400d.C. , o Novo Testamento foi compilado. Foi assim que no ano 160d.C. , que
vinte livros do Novo Testamento já haviam sido aceitos entre os cristãos, e
até o ano 400d.C., os 27 livros que compõem o Novo Testamento já eram
reconhecidos como canônicos.
O Espírito Santo guiou homens a escolherem somente livros genuínos e guiou-os
também na seleção de manuscritos puros. Os livros e manuscritos falsos foram
rejeitados.
Com o passar do tempo e com o manuseio destes manuscritos originais, ou seja, o
constante uso para leitura e fazer cópias, fizeram com que estes manuscritos
originais se perdessem. Com toso este uso foram perdidas também as primeiras
gerações de cópias, mas são cópias destas que hoje podemos comparar e saber
que possuímos cópias fiéis dos manuscritos originais.
Durante o período Bizantino nos anos 312-1453 d.C. o Textus Receptus foi usado
pela Igreja Grega. Por isso o texto é também conhecido como o Texto Bizantino.
Podemos ver como o Espírito Santo guiou-os na preservação e no uso deste
texto. Veio deste mesmo texto, a Peshita, a Itálica, a Céltica, a Gaulesa, e a
Bíblia Gótica. Na idade média as versões dos Valdenses, dos Albigenses e
outras versões foram suprimidas por Roma.
No ano de 1516, Desidério Erasmo editou a primeira impressão do Novo
Testamento Grego. Esse texto estava de acordo com o Textus Receptus. No ano de
1522, Martinho Lutero completou a sua tradução do Novo Testamento em alemão.
Quatro anos depois, na Alemanha, o inglês William Tyndale, completou a sua
tradução do Novo Testamento em inglês. Estes dois homens usaram o Textus
Receptus.
Dez anos mais tarde, William Tyndale foi morto, tornando-se um mártir, sendo
colocado numa estaca e queimado vivo. Tudo isto só porque ele havia imprimido a
Bíblia na versão inglesa.
Em 1546, 1549,1550, e 1551, o Novo Testamento grego de Robert Stephens foi
publicado em Paris. A edição de 1551 conhecida como a Editio Regia (Edição
Real), seguiu o texto das edições de 1527 e 1535 de Erasmo.
Teodoro Beza publicou em Genebra quatro edições em fólios do texto grego de
Stephens com algumas pequenas mudanças e com uma tradução dele no latim nos
anos 1565, 1582, 1588, e 1598. Ele publicou várias outras edições, mas é
particularmente a sua edição de 1598 e as duas últimas edições de Stephens,
que foram usadas principalmente na Versão Autorizada de 1611, e para a versão
João Ferreira de Almeida , de 1681,
Foi Boaventura e Abraão Elzevir, sócios de uma publicadora, que publicaram
edições do texto em Leyden em 1624, 1633, e 1641 seguindo a edição de 1565
de Beza. No prefácio da edição de 1633 doi escrito Textum ergo habes, nunc ab
amnibus receptum... . Foi assim que surgiu o nome Textus Receptus a esta forma
de texto. Foi este texto que se tornou a base para a Versão Autorizada e
também a tradução Statemvertaling de 1637 na Holanda, e todas as versões
protestantes do período da Reforma no século XVI.
As edições de Stephens, Beza e os dois Elzevir, estes todos apresentam
substancialmente o mesmo texto, ou seja, o Textus Receptus.
Em 1611 a Versão Autorizada da Bíblia foi traduzida do Textus Receptus no Novo
Testamento e do Texto Massorético hebraico no Velho Testamento. A história da
Versão Autorizada é muito interessante. Em 1604 o Rei James I da Inglaterra
autorizou um comitê de aproximadamente 50 sábios com ótimos conhecimentos nas
duas línguas, a saber, o grego e o hebraico, para preparar uma revisão das
traduções no inglês mais antigo. Foi a beleza e a graça desta tradução que
estabeleceram o King James Version ou Authorized Version como um dos maiores
tesouros de língua inglesa.
Foi neste período que a Bíblia Genebra foi produzida, e também a Bíblia
francesa, por Olivetan. No ano de 1681, João Ferreira de Almeida completou sua
tradução do Novo Testamento na língua portuguesa, também baseada no Textus
Receptus. Em 1691 faleceu sem haver concluído a tradução do Velho Testamento.
Contudo, esta tem sido a mais popular versão já traduzida na língua
portuguesa. Muitas vezes esta tradução tem sido comparada com a Versão
Autorizada em inglês.
O texto de João Ferreira de Almeida foi revisado e reimprimido em 1693 e em
1711. Desde as mudanças ortográficas da língua portuguesa em 1946, saíram
várias novas edições e por isto nós conhecemos as versões Corrigida,
Revista & Corrigida, Revista & Atualizada, e outros.
Recentemente estão saindo novas versões. Estas versões quando comparadas com
as antigas edições (e até certas destas edições), notamos com surpresas que
há muitas mudanças. Elas estão omitindo ou alterando radicalmente passagens
das Escrituras. A razão básica de tais mudanças nas recentes edições da
tradução de João Ferreira de Almeida, e das traduções modernas, é que
novos textos gregos estão sendo usados. Quase todos (senão todos) os
seminários aqui no Brasil estão usando nas suas aulas de língua grega, o
texto Nestlé-Aland, e mais recentemente o texto grego das Sociedades Bíblicas
Unidas. Nossos alunos estão lendo as suas Bíblias com a tradução de João
Ferreira de Almeida baseado no Textus Receptus, mas nas suas aulas eles estão
estudando a língua grega usando outro texto grego!
Se torna necessário perguntar se a nova ou a velha tradução tem mais
atestação nos manuscritos. Agora, com todas as modernas versões, e com todas
as diferenças entre elas, podemos nos tornar confusos.
Chegamos então à hora de perguntar: "O que está errado com o texto que
está por baixo das versões modernas?" Para se ver isto, temos que estudar
a cronologia destes outros textos. Foi assim que, enquanto os verdadeiros livros
do Novo Testamento estavam sendo escritos, certos falsos profetas também
estavam escrevendo evangelhos corruptos e outros livros. Paulo menciona isto em
II. Coríntios 2:17, "Porque nós não somos, como muitos, falsificadores
da Palavra de Deus...".
Sob a direção do Espírito Santo, estes manuscritos falsos ou corrompidos
foram rejeitados e não foram reconhecidos com o Textus Receptus.
Em 331d.C. o Imperador Constantino ordenou que se escrevesse uma Bíblia
"ecumênica", e que a mesma fosse aceita por todo tipo de cristãos
sob sua jurisdição. Então, um certo homem chamado Eusébio foi designado para
dirigir essa obra. Um fato importante é que Eusébio era seguidor de Orígenes,
o qual rejeitava a Deidade de Cristo. Ele alegava que Cristo era meramente um
ser humano, e então, criado.
Os "Testemunhas de Jeová" hoje alegam a mesma heresia. Este erro
chama-se: a heresia de Ariano.
Em 1481 um manuscrito foi descoberto na Biblioteca Vaticana. Tal manuscrito
chama-se Vaticano ou Códice B. Trata-se de um manuscrito corrupto que
repetidamente joga fora a Deidade de Cristo. Reflete então sobre o Arianismo de
Orígenes em que alguns pensam que este pode ser um dos manuscritos que
sobreviveu, e que fora feito por Eusébio designado pelo Imperador Constantino.
Será que é só coincidência que sua data coincida com a data da "Bíblia
Ecumência" de Constantino?
Em 1844, o manuscrito Sinaítico foi descoberto no Mosteiro de Santa Catarina,
no monte Sinai. Este texto tem por nome Códice Sinaítico, e também é
conhecido pela primeira letra do alfabeto hebraico (Álef).
Este texto é conhecido como um manuscrito que concorda com o Vaticano. Este
texto minimaliza a Deidade de Cristo, e a sua natureza é Ariana.
Alguns sugeriram que este texto está ligado à Bíblia que fora feita para o
Imperador Constantino.
Em 1881 o texto grego "Wescott e Hort" foi introduzido. Este texto
aparta-se do Textus Receptus para seguir os corruptos textos, Vaticano e
Sinaítico. É interessante que com 23 anos, Felton John Anthony Hort mostrou
sua determinação em depor o que ele chamava "aquele vil Textus Receptus".
Foi só no ano seguinte que ele e Brooke Foss Wescott começaram então o plano
de revisar o texto grego. Demorou 28 anos, mas seu texto saiu.
Para conseguir este alvo, eles tinham que desacreditar o Textus Receptus. A
maior parte das pessoas estudadas em todos os aspectos da cristandade, sabendo
ou não, tem promovido o texto de Wescott & Hort desde então.
A Bíblia dos "Testemunhas de Jeová" chamada a Tradução do Novo
Mundo das Escrituras Sagradas foi traduzida do texto de Wescott & Hort. Sua
amizade com este texto grego não é surpreendente. Eles também rejeitam a
Deidade de Cristo e ganham força por este texto corrupto. Na página
introdutória diz: "Tradução da versão inglesa de 1961 mediante consulta
constante ao antigo texto hebraico, aramaico e grego". Pela maior parte, se
não por todas, as traduções modernas da Bíblia fazem a mesma coisa, pois
seguem a trilha dos piores manuscritos existentes. O Textus Receptus é
desprezado, e mesmo que não fosse desprezado, as escolas ainda assim, têm
usado algum outro texto grego, e não o Textus Receptus.
Não é necessário falar sobre a Bíblia na Linguagem de Hoje. O nosso irmão
Dr. Leonard Meznar tem escrito muito acerca deste livro perigoso na série de
artigos do jornal O Presbiteriano Bíblico chamado, "A Bíblia na Linguagem
de Hoje: Um Livro Anticristão". Basta observarmos nas Escrituras o
versículo de I Pedro 2:2 na Bíblia Corrigida. Pois declara: "Desejai
afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não
falsificado, para que por ele vades crescendo". O sentido desse versículo
é bem claro. Aqueles que têm sido nascidos de novo (por terem recebido o
Senhor Jesus) devem alimentar-se da Palavra de Deus para então desenvolver-se
na graça de Cristo e na vida cristã. Este crescimento não tem nada a ver com
a salvação inicial. Em primeiro lugar vem a salvação, e em seguida o
crescimento espiritual do crente. Note bem que a Bíblia na Linguagem de Hoje
abre a porta para uma salvação gradual, ou seja, uma salvação através das
obras. "Sejam como criancinhas recém-nascidas, desejando sempre o puro
leite espiritual, para que, bebendo dele, cresçam e sejam salvos".
Concluindo, gostaria de apresentar uma advertência: João Ferreira de Almeida
usou o Textus Receptus para fazer sua tradução, mas pouco a pouco, com as
novas edições, este texto vem sendo corrompido pelas editoras brasileiras,
onde eles estão atacando a Pessoa de Jesus Cristo por omitirem os títulos
referentes ao Senhor Jesus Cristo tais quais: "Cristo",
"Senhor", e "sangue" como é mostrado na passagem de
Colossenses 1:14. Certos versículos estão omitidos, e outros estão colocados
entre colchetes com uma explicação que gera dúvidas acerca de sua
autenticação e autoridade.
Como isto está sendo feito? Eles têm tomado esta tradução baseado no Textus
Receptus e estão usando esses outros textos gregos como textos de maior
autoridade e até dizem que usam textos "melhores" e mais
"antigos".
Dou graças a Deus pela salvação que ele me tem dado, e pela preservação
providencial de Sua Palavra escrita, onde confiadamente podemos fazer uso da
mesma para nosso crescimento espiritual. Podemos agradecer a Deus por termos um
texto completamente fiel que passa de geração a geração.
Texto do discurso do Pr. Robert G. Kilko (da Baptist Mid Missions), no dia 25 de
maio de 1991, na inauguração de escritório da Sociedade Bíblica Trinitariana
da Brasil (SBTB).
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.