Se existe uma doutrina de grande importância no cristianismo, essa é a doutrina
da natureza de Cristo - Sua divindade e humanidade.
É somente nesta axiomática doutrina que está edificada a fé cristã. As
Escrituras cristãs, compostas por 66 livros do Velho e Novo Testamentos,
enfatizam a necessidade de um Redentor para os homens que estão em pecado.
Todos eles estão mortos, perdidos e sob a ira de Deus, à espera do julgamento
final pelos seus pecados, a não ser que o Salvador os resgate. Esse Salvador
não é apenas um bom mestre, um homem sábio, como alguns supõem. O Redentor da
Bíblia cristã é o próprio Deus, que toma na carne a forma humana e morre pelos
pecados do Seu povo. Ele é o único homem-Deus, uma Pessoa com duas naturezas
não misturadas, mas unidas. Não existe religião alguma com a Divindade de um
Redentor e a complexidade das duas naturezas do Messias. Sim, existiram muitas
religiões de mistério na antiguidade, as quais, de um modo ou de outro,
enfatizaram uma divindade ou um semideus, vindo para salvar os homens, ou
ajudá-los de várias maneiras. Porém nenhuma delas enfatizou a divindade suprema
de um Deus Todo-Poderoso, o qual tomou a forma humana, para salvar do horror de
Sua própria ira alguns que estavam mortos em ofensas e pecados. Neste ponto,
Jesus Cristo permanece exclusivo. Maomé, Krishna, Buda e outras figuras religiosas
jamais fizeram as afirmações que Cristo fez. Eles jamais afirmaram ser Deus.
Jesus Cristo foi o único homem que afirmou ser Deus e manteve essa afirmação,
sempre e sempre. Neste estudo veremos que os escritores bíblicos afirmaram
constantemente que o seu Salvador era Deus em carne. Maomé, Krishna, Buda e
outras figuras religiosas, mantiveram todos a afirmação de serem mais
iluminados do que os outros, ou divinamente tocados, mas nunca que eram Deus.
Como poderiam fazê-lo? Como poderiam eles comprovar suas afirmações? Porventura
eles podiam ressuscitar os mortos? Podiam transformar água em vinho? Podiam
andar sobre o mar? Não! Somente Jesus Cristo e unicamente Cristo, afirmou ser
Deus.
O objetivo deste artigo é demonstrar o inegável testemunho bíblico ao fato
histórico de que Jesus Cristo, o único Redentor dos homens, é Deus. Somente Ele
fez essa afirmação e o registro bíblico torna isso constantemente conhecido.
Começo usando algumas profecias do Velho Testamento, a fim de provar que o
Messias vindouro era Divino. Ele não era especial de alguma maneira abstrata,
mas o próprio Deus. O servo sofredor de Isaías 53 não é apenas um homem que
morre na cruz. Esta seria uma morte sem significação alguma, pois muitos outros
homens já haviam morrido crucificados, muito antes de Jesus Cristo vir à Terra.
Em vez disso, as profecias do Velho Testamento confirmam enfaticamente e provam
a divindade do Messias como Deus.
Primeiro, numa nota preliminar, é importante salientar que o finito não pode
conter o infinito. Seres humanos não compartilham dos atributos incomunicáveis
de Deus, em hipótese alguma. Seres humanos não podem ser infinitos, eternos,
imutáveis, etc. Eles são criaturas limitadas e não podem se tornar Deus, nem
tomar os Seus atributos. Com o Messias, isso também é verdade. Contudo, Deus
pode adicionar-se à natureza humana, sem misturar Sua divindade com a
humanidade. Essa ligação é feita sem a mistura das duas naturezas. A natureza
humana continua a ser humana e a natureza divina, sempre divina, embora numa só
pessoa. O Filho de Deus possui duas naturezas. É uma Pessoa com duas naturezas.
A completa união desta natureza é um mistério, mas essencial e necessário,
conforme a Bíblia ensina. As Escrituras atestam este fato numa variedade de
exemplos. Menciono aqui que Deus não pode compartilhar Sua divindade na
natureza da humanidade do homem. Isto é importante, quando se consideram os
versos referentes ao unigênito Filho do Pai e provas idênticas. Deus não pode
criar outro Deus, nem um homem pode se tornar Deus. Dizer isso é deixar de
pensar, penetrando no reino da fantasia. Não estamos falando de Zeus ou Hermes,
figuras fantásticas criadas, os quais são homens com extraordinários poderes
(como os nossos super-heróis de hoje). Em vez disso, estamos falando de um ser.
Deus não pode compartilhar o Seu Ser com criatura alguma. Ele só pode
compartilhar o Seu Ser dentro de Si mesmo. Veremos, então, que Jesus Cristo é
Deus e que o Filho de Deus é o segundo membro na economia Divina, embora tendo
uma natureza humana. O Filho é da mesma substância do Pai e do Espírito, igual
e totalmente Deus. Contudo, o Filho tomou a natureza humana, como o homem Jesus
Cristo. Aqui, Jesus continua dizendo que é Deus, Aquele que é o único e
todo-poderoso. A Bíblia comprova que isto é verdade? Sim, ela o faz e de forma
poderosa.
No Velho Testamento existe uma porção de Escrituras que testificam que o
Messias judeu que haveria de vir é Deus. Para os israelitas, o Messias
profetizado seria o próprio Deus. Temos aqui algumas das mais memoráveis
Escrituras que foram registradas. A primeira é Salmo 2:6-12, no qual acontece
um diálogo entre Deus e o Seu Filho unigênito:
"Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo
monte de Sião. Proclamarei o decreto: o SENHOR me disse: Tu és meu Filho, eu
hoje te gerei. Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da
terra por tua possessão. Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os
despedaçarás como a um vaso de oleiro. Agora, pois, ó reis, sede prudentes;
deixai-vos instruir, juízes da terra. Servi ao SENHOR com temor, e alegrai-vos
com tremor. Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando
em breve se acender a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele confiam."
Vemos aqui que o Senhor gera o Seu Filho. Esta é a eterna geração do Filho pelo
Pai. Então, o Filho deve ser adorado, pois "beijar" significa
"dobrar os joelhos diante". Se o Filho não for adorado, Ele ficará
zangado e levará os homens a perecer em seus caminhos. O Filho fica irado, e o
único meio de escapar é NELE confiar para o livramento. Como poderiam o Filho e
o Senhor ter essas qualidades? A resposta é que o Senhor é o Filho, e o Filho é
o Senhor, pois nenhum mero homem seria profetizado dessa maneira. Somente Deus
pode acender Sua ira por causa da falta de adoração ao Seu Divino Ser.
O Salmo 110:1 também atesta o diálogo entre Deus e Deus. Davi escreve: "Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão
direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés."
Jesus usa isso lindamente contra os fariseus, quando indaga como poderia o
Messias ser o Senhor de Davi e o seu filho ao mesmo tempo? A palavra aqui deve
ser observada. A tradução literal diz: "Yahweh disse ao meu Adonai."
O termo "Yahweh" corresponde ao nome de Deus, literalmente declarando
"Eu Sou". Sempre que a designação Yahweh é usada na Bíblia em todo o
Velho Testamento, ela se refere ao "Grande Eu Sou". O título
"Adonai" é usado para designar a suprema posição de Deus como
"Senhor". Então, Yahweh está falando para Adonai. Vemos aqui Deus
falando para Deus. O escritor de Hebreus usa este Salmo diversas vezes para
designar o ofício do Messias como o Sumo Sacerdote da ordem de Melquisedeque.
Esta promessa, ou pacto, feito por Deus para Deus como o Messias é
terrivelmente destrutiva para os que não crêem na Trindade. Aqui, o Messias é,
pelo pacto, destinado à função Messiânica, como o Sumo Sacerdote de uma melhor
aliança. Aqui, Deus fala com Deus. Vemos o eterno conselho em ação; filho de
Davi e, contudo, o Senhor de Davi.
Daniel 7:13 é também um verso muito importante, e um dos meus favoritos. Nesse
verso encontramos o título "Filho do Homem", não como um título de
humanidade, mas de deidade: "Eu estava olhando
nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho
do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele."
Duas figuras são apresentadas nesta visão, uma do Ancião de Dias e uma do Filho
do Homem, que vinha nas nuvens do céu, ou a glória shekiná do céu. Quem quer
que seja o Filho do Homem, Ele é Divino. De fato, Ele é tão brilhante em Sua
glória, que brilha em Si mesmo como as nuvens do céu. Compactas nuvens de
glória de brilho divino ilustram ante o Ancião de Dias, quando o Filho do Homem
entra na Corte Divina e os livros do julgamento são abertos. Como veremos, a
designação favorita de Jesus a Si Mesmo é este título: Filho do Homem. Ele
certamente sabe que é o divino Filho do Homem, que compartilha a glória de
Deus. De fato, Ele resplandece com o brilho da glória de Deus.
Em Miquéias 5:2 encontramos a profecia do local de nascimento do Messias. Mas
ela não apenas marca o local do nascimento da humanidade de Cristo, como também
marca a dupla natureza de que Aquele que vai nascer é eterno: "E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os
milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são
desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade." Os dias do
Messias são de 'eternidade'. Ao Messias são atribuídos incomunicáveis atributos
divinos - como a eternidade ou a natureza do que é eterno. Somente Deus é
eterno e, contudo, vemos que o Messias é considerado Eterno.
Zacarias 13:7 também designa o Messias com o título divino de Deus
Todo-Poderoso. Quando Cristo estava no jardim com Seus discípulos e foi preso,
cumpriu-se a profecia de que o pastor seria ferido e as ovelhas se
dispersariam: "Ó espada, desperta-te contra o meu
pastor, e contra o homem que é o meu companheiro, diz o SENHOR dos Exércitos.
Fere ao pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas; mas volverei a minha mão sobre os
pequenos." A chave aqui é "volverei a minha mão sobre os
pequenos". O Senhor está falando de Si mesmo. Ele é o pastor que vai
estender Sua mão sobre os pequenos [irmãos judeus] e os juntará para trazê-los
de volta. Ele é o Messias e também o Senhor.
Uma das profecias mais específicas referindo-se ao Messias é Isaías 9:6. Vamos
ler o bem conhecido verso da natividade, referindo-se ao advento do Messias
como um menino nascido e, em seguida, a designação que Lhe é dada: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o
principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso,
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." Aqui,
o Messias é chamado de Maravilhoso! Por quê? Uma resposta pode ser encontrada
em Juízes 13, onde encontramos a narrativa do nascimento de Sansão. Os pais de
sansão, Manoá e sua mulher, encontram-se com o Anjo do Senhor. Após longa
conversa sobre o nascimento de Sansão, Manoá pergunta o nome do anjo. A
resposta se encontra em Juízes 13:18: "E o anjo
do SENHOR lhe disse: Por que perguntas assim pelo meu nome, visto que é
maravilhoso?" O nome do anjo é Maravilhoso! Em geral, os anjos têm
nomes como Gabriel ou Miguel. Contudo, esse anjo tem um nome maravilhoso demais
para mencionar. Após a partida do anjo, Manoá faz uma importante declaração,
conforme Juízes 13:22: "E disse Manoá à sua
mulher: Certamente morreremos, porquanto temos visto a Deus." O
anjo do Senhor, cujo nome é Maravilhoso, é Deus. Isso nos esclarece, quando
consideramos Isaías 9:6. O Messias é Deus e o Seu Nome é Maravilhoso. Contudo,
a profecia de Isaías não pára aqui. O Messias não apenas é chamado Maravilhoso,
como Deus, mas também é chamado Deus Poderoso. Se essa designação não for
bastante explícita, a profecia também O chama de Pai da Eternidade. O Messias
não é apenas o Redentor terreno, mas o Deus Poderoso, Pai da Eternidade. Pai da
Eternidade é a designação que Cristo dá a Deus, nos evangelhos. O Messias é
chamado Deus nesse verso profético de Isaías, por três vezes: uma vez,
sutilmente, como Maravilhoso. Uma vez, explicitamente, como Deus Poderoso e uma
vez como o Pai da Eternidade. Portanto, o Messias é Deus!
Junto com Isaías 9:6, como uma amada profecia referente ao advento, vem a
profecia do Emanuel, de Isaías 7:14: "Portanto o
mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um
filho, e chamará o seu nome Emanuel." Mateus interpreta o nome
Emanuel corretamente, em Mateus 1:23, como sendo 'Deus conosco'. A profecia
referente à narrativa do nascimento de Cristo, conforme designada e
interpretada por Mateus, um meticuloso contabilista e coletor de impostos, diz
que Cristo é Deus. Sim, o Cristo nascido de uma virgem é Deus!
Outra profecia referente a Cristo é Jeremias 23:5-6: "Eis
que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo
rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra. Nos
seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome,
com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA. O descendente levantado a
Davi será um Renovo justo. O Messias virá da linhagem de Davi e será exaltado
como Deus. Ele também será chamado "O Senhor, Justiça Nossa."
Essa designação é dada exclusiva e literalmente a Deus, como "Yahweh
Tsidkenu". O Messias não somente é exaltado como Deus, mas também é
chamado "O Senhor Justiça Nossa". O Messias é Yahweh. O Messias é
Deus!
A última profecia que gostaríamos de examinar rapidamente é Malaquias 3:1: "EIS que eu envio o meu mensageiro, que preparará o
caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós
buscais; e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o
SENHOR dos Exércitos." Vemos aqui que o Messias é identificado como
"O Senhor", o qual virá ao Seu templo. Ele é o Mensageiro da Aliança
e o Servo eleito em quem Deus se compraz. Mas Ele é o próprio Deus. Marcos 1:2
confirma esse verso de Malaquias, quando atesta a vinda de João Batista: "Como está escrito nos profetas: Eis que eu envio o meu
anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti."
O mensageiro vem e, em seguida, vem o Senhor. Lucas também diz isso, em Lucas
1:76: "E tu, ó menino, serás chamado profeta do
Altíssimo, porque hás de ir ante a face do Senhor, a preparar os seus
caminhos." Lucas registra que João Batista será o profeta que
preparará o caminho do Altíssimo, o Senhor que virá ao Seu templo. O Messias é
o Altíssimo Deus.
Estas profecias são apenas uma seção de cruzamento entre aqueles que falam do
Messias como sendo divino. Mas cada um deles credita o Messias como Deus. O
Messias, ou o Cristo, que virá é o Senhor Deus do céu e da terra. As projeções
das Escrituras do Velho Testamento respaldam este assunto. Isso é inegável,
visto como o Novo Testamento confirma as projeções do Velho Testamento como o
fato histórico na vida de Jesus Cristo.
O Novo Testamento não deixa qualquer dúvida sobre Cristo ser o Messias ou que o
Messias é Deus. Jesus falou isso de Si mesmo e os apóstolos falaram sobre
Jesus, mesmo depois que Ele subiu ao céu, e em todas as cartas do Novo
Testamento dirigidas às igrejas. Negar esse fato é reinterpretar a mensagem da
Bíblia, desprezando o próprio texto - algo que a maioria das pessoas que odeia
a Cristo faz. Examinar o texto e tratar honestamente com o mesmo é ver a
divindade de Jesus Cristo como o único verdadeiro Deus.
Vamos começar um breve exame dessas passagens com o texto constantemente
explorado de João 1:1-3: "No princípio era o
Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio
com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito
se fez." O Verbo aqui mencionado é Cristo. João utiliza uma efetiva
designação do Logos Eterno, a fim de que sua audiência gentia/romana ficasse
convencida de que o Verbo Eterno, o Eterno Logos, era Aquele que desceu do céu.
Esta seria, e de fato foi, uma ferramenta efetiva no ensino aos gentios
aristotelianos e platônicos sobre o Único Deus Verdadeiro. Vemos aqui que o
Verbo Eterno é o próprio Deus. O texto grego não permite uma tradução de
"um Deus", mas somente de "Deus". As Testemunhas de Jeová
assassinaram o texto grego aqui e também negaram a sua tradução nos versos
seguintes. Por exemplo, se o texto diz "um Deus", então essa tradução
deveria ser usada no restante do capítulo. A mesma construção usada no verso 1
é também usada mais 13 vezes no capítulo, referindo-se ao próprio Jeová. Ora,
se as Testemunhas de Jeová traduzem o verso 1 como "um deus", então
deveriam traduzir os demais 13 versos sobre Jeová com sendo Ele "um
deus". Contudo elas não o fazem porque isso iria prejudicar a sua falsa
ambição teológica. Elas simplesmente negam que Jesus Cristo é Deus, traduzindo
horrivelmente o verso 1 e depois traduzindo corretamente o restante da
passagem, visto como esta se refere a Jeová. Esta é uma interpretação satânica,
a fim de negar a divindade do Verbo. Em vez disso, o Verbo é Deus, vindo de
Deus e Criador de todas as coisas. Ele é o eterno Verbo de Deus, o exato Logos
do próprio Deus, o qual veio à Terra em forma de homem, a fim de salvar Seu
povo.
Depois, na mesma passagem de João 1, encontramos o verso 14 declarando: "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a
sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de
verdade." Ora, João não apenas afirma que o Verbo é Deus, mas
explica que o Verbo mantém toda a glória do Pai, pois é o unigênito Filho de
Deus. O Verbo desceu do céu, habitou entre os homens, e Sua glória, a glória
somente de Deus, brilhou entre os homens, por algum tempo. Sabemos disso, visto
como esse Verbo eterno era a forma do próprio Deus, conforme Filipenses 2:6-7
explica: "Que, sendo em forma de Deus, não teve
por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de
servo, fazendo-se semelhante aos homens." Paulo está falando de
Jesus Cristo. O Messias é Deus, por isso Ele não achou que era usurpação ser
igual a Deus. Ser igual a Deus é ser Deus. Pensem sobre os atributos de Deus e
na incomunicável natureza dos Seus atributos. Somente Deus pode se igualar a Si
mesmo. Mas Deus tomou a forma de homem e foi feito à semelhança de homens, para
salvar os homens dos seus pecados.
Paulo não confunde as palavras sobre Deus manifestado em carne de homem, quando
diz em 1 Timóteo 3:16: "E, sem dúvida alguma,
grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no
Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima
na glória." Quem foi manifestado em carne? Foi Deus. Não foi um ser
semelhante a Deus, mas o próprio Deus. Deus tomou a forma de servo. Adotou em
Si mesmo uma nova natureza, que antes não havia adotado: uma natureza humana.
Sabemos que Jesus Cristo é o Salvador dos cristãos. Sabemos, por inúmeras
passagens do Novo Testamento, que os apóstolos acreditavam que "Em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do
céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser
salvos." (Atos 4:12). Isto é axiomático para os apóstolos - Jesus é
o Salvador. É o Seu sacrifício que salva os homens. Em Atos 20:28, vemos o
registro de Lucas sobre a obra de Cristo ser atribuída ao próprio Deus: "Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o
Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que
ele resgatou com seu próprio sangue." Esse "Ele" é o
próprio Deus. Ele comprou a igreja com Seu próprio sangue. Deus tem sangue?
Sim, Ele tem sangue pela natureza humana de Jesus Cristo. Ele morre e o seu
sangue é considerado como o sangue de Deus. Eles são sinônimos. Desse modo, os
cristãos são remidos da condenação eterna pelo sangue do próprio Deus. Lucas
descreve a obra de Jesus como aquela que é feita por Deus. Isso é verdade
porque Jesus é Deus e todos os Seus apóstolos o sabiam. De outro modo, teria
sido blasfêmia honrar um simples homem mortal por uma obra que somente Deus
poderia fazer.
No Livro de Hebreus vemos o escritor citando muitas passagens do Velho
Testamento, comprovando a divindade do Messias como Deus. Em Hebreus 1:8-9, diz
o escritor: "Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu
trono subsiste pelos séculos dos séculos; cetro de eqüidade é o cetro do teu
reino. Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te
ungiu Com óleo de alegria mais do que a teus companheiros." Aqui,
ele está citando o Salmo 45:7: "Tu amas a justiça
e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria
mais do que a teus companheiros." Vemos aqui Deus falando com Deus.
O Ungido tem um trono e este é o Trono de Deus. O escritor de Hebreus está
provando que Cristo é maior do que Moisés e maior do que os anjos, o que teria
sido um choque para os neoplatonistas, contra os quais ele está escrevendo. Os
platonistas acreditavam em um supremo, único e perfeito Ser. Esse
"Único" tem emanações que fluem do Seu ser perfeito para os serem
inferiores, isto é, Moisés, os anjos e até mesmo os mestres como Jesus. Mas o
autor de Hebreus prova que o Messias é o Único, o próprio Deus eterno, superior
a Moisés e a todos os anjos.
Uma das últimas provas gerais do Novo Testamento para a divindade de Cristo
encontra-se em Lucas 22:48, em que Judas trai o Filho do Homem. Lembrem-se que
o título "Filho do Homem" é usado 80 vezes por Cristo, somente nos
evangelhos. Esta é a Sua autodesignação favorita. "E
Jesus lhe disse: Judas, com um beijo trais o Filho do homem?" Os
homens têm-se traído uns aos outros com resultados catastróficos... Mas neste
caso, Judas, um homem, trai o Filho do Homem. Nessa colocação histórica, o
maligno e rebelde servo do pecado trai o próprio Deus. Judas cuspiu na face
Daquele que Daniel descreve como vindo sobre as nuvens do próprio céu. Isso
leva a traição de Judas ao infinito grau de malignidade! Teria sido melhor para
Judas que ele não tivesse nascido, para depois trair o Filho do Homem com um
beijo. Ironicamente, o salmista havia dito que devemos beijar o Filho para que
Ele não se zangue e pereçamos no caminho. Judas beijou o Filho de um modo
perverso e por isso está no inferno, pagando esse pecado, agora e por toda a
eternidade.
Existem muitas passagens do Novo Testamento que são interpretadas à luz do
Velho Testamento como ações realizadas por Deus, porém atribuídas a Cristo.
Algumas dessas espero poder explicar em seguida. Acho que elas são de muita
ajuda para comprovar a Divindade do Messias.
A tentação contra o Senhor pelos israelitas no deserto é registrada inúmeras
vezes. Esse registro é tão repetitivo que algumas vezes o leitor fica revoltado
diante do aparente pecado dos israelitas nessa narrativa. Será que o leitor
conhece bem este assunto, ou não? Vamos dar alguns exemplos: Números 14:22: "E que todos os homens que viram a minha glória e os
meus sinais, que fiz no Egito e no deserto, e me tentaram estas dez vezes, e
não obedeceram à minha voz..." Em Números 21:5-6, lemos: "E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos
fizestes subir do Egito para que morrêssemos neste deserto? Pois aqui nem pão
nem água há; e a nossa alma tem fastio deste pão tão vil. Então o SENHOR mandou
entre o povo serpentes ardentes, que picaram o povo; e morreu muita gente em
Israel." Os israelitas desafiaram Deus e as serpentes foram o meio
de o Senhor os castigar. No Novo Testamento, Paulo nos admoesta a não tentarmos
a Cristo. Em seguida, ele liga o evento a Cristo, em 1 Coríntios 10:9: "E não tentemos a Cristo, como alguns deles também
tentaram, e pereceram pelas serpentes." Que não tentemos Cristo
agora, a fim de não seguirmos os israelitas que tentaram a Cristo. Sua frase é
"como alguns deles também tentaram", referindo-se aos patriarcas e
aos israelitas, que tentaram Deus. Para Paulo tentar Deus é como tentar Cristo,
visto como ambos são exatamente o mesmo Deus.
Outra passagem do Novo Testamento à luz das profecias do Velho Testamento
encontra-se em Hebreus 110-11: "E: Tu, Senhor, no
princípio fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos. Eles perecerão,
mas tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão..."
Esta é uma descrição do Messias, Jesus Cristo. É uma citação da obra de Deus
citada no Salmo 102:26: "Eles perecerão, mas tu
permanecerás; todos eles se envelhecerão como um vestido; como roupa os
mudarás; e ficarão mudados." Aqui vemos novamente a obra de Deus
considerada como obra de Cristo, no Novo Testamento.
Em João 12:40-41, diz a Escritura: "Cegou-lhes os
olhos, e endureceu-lhes o coração, a fim de que não vejam com os olhos, e
compreendam no coração, e se convertam, e eu os cure. Isaías disse isto quando
viu a sua glória e falou dele." Isso mesmo Isaías disse, quando
falou Dele e de Sua glória. João está citando Isaías 6:9-10. Essa visão veio a
Isaías no capítulo 6: "Então disse ele: Vai, e
dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não
percebeis. Engorda o coração deste povo, e faze-lhe pesados os ouvidos, e
fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os seus olhos, e não ouça com os
seus ouvidos, nem entenda com o seu coração, nem se converta e seja
sarado." Aquele que é santo, santo, santo e se assenta no trono é
Cristo, conforme João diz em sua inspirada palavra. Esta é a significação da
visão de Isaías. Os anjos aparecem nessa visão dizendo: "Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está
cheia da sua glória." (verso 3). Esse Deus Todo-Poderoso é Jesus
Cristo, conforme João 12:40-41.
Em Isaías 45:23, lemos: "Por mim mesmo tenho
jurado, já saiu da minha boca a palavra de justiça, e não tornará atrás; que
diante de mim se dobrará todo o joelho, e por mim jurará toda a língua."
Isso é copiado pelo apóstolo Paulo, em Romanos 14:11: "Porque
está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, e
toda a língua confessará a Deus." Esse ato do joelho se dobrar será
feito pelos homens diante do Senhor e esse Senhor é Jesus Cristo. Paulo atribui
o dobrar o joelho dos homens a Jesus Cristo, visto que, "como eu
vivo" e "a mim", estão falando da Redenção de Deus em Cristo.
Uma das clássicas ofertas do evangelho encontra-se em Mateus 11:28: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos,
e eu vos aliviarei." Nesta graciosa ordem, Jesus diz que os homens
devem ir a quem? Ele diz: "a mim", isto é, ao próprio Jesus.
Em Isaías 45:22, Jesus toma emprestadas as palavras do profeta: "Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos
da terra; porque eu sou Deus, e não há outro." 'Olhai para mim' em
ambas as passagens são frases paralelas. Jesus afirma sua chamada no evangelho,
como Deus afirma sua chamada em Isaías. Deus é a única fonte de salvação – e
Jesus é Deus!
No texto supra citado, vemos Cristo creditar as palavras de Deus a Si mesmo. Em
Romanos 10:13, Paulo escreve a mesma coisa, referindo-se à Redenção em Cristo: "Porque todo aquele que invocar o nome do SENHOR será
salvo." Em Joel 10:32, o profeta declara: "E
há de ser que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque no
monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como disse o SENHOR, e entre
os sobreviventes, aqueles que o SENHOR chamar." A Jesus é novamente
dado o mesmo e igual peso em Sua obra e palavras, que é dado a Deus. Somente
Deus pode ser glorificado dessa maneira, a fim de que o resultado não seja a
blasfêmia. Paulo assegura que as palavras em Joel são, do mesmo modo, as
palavras de Cristo. Aos olhos de Paulo, Cristo é Deus.
Paulo também afirma isso em Efésios 4:8-9: "Por
isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens.
Ora, isto ele subiu que é, senão que também antes tinha descido às partes mais
baixas da terra?" Ele está citando o Salmo 68:18: "Tu subiste ao alto, levaste cativo o cativeiro,
recebeste dons para os homens, e até para os rebeldes, para que o SENHOR Deus
habitasse entre eles." O salmista está falando das obras de Deus;
literalmente, "Yahweh Elohim". Paulo, em seguida, toma essa
designação e a interpreta como a obra de Cristo em Sua ascensão ao céu. Na obra
redentora de Cristo, Ele dá dons aos homens e leva o cativeiro (os que morreram
no pecado) cativo (agora livres em Cristo). A obra de Deus é novamente
atribuída a Cristo.
Por que será que todos esses versos das profecias e idéias do Novo Testamento
atribuem as obras de Deus a Jesus Cristo? Para quem trata fielmente com o
texto, logo claramente é visto que Jesus Cristo é Deus. Ele realiza a mesma
obra de Deus e faz a mesma chamada feita por Deus à salvação, visto como
somente Deus pode agir dessa maneira. Como isso é possível? Vamos mostrar como
isso é possível, na próxima seção, que comprova que Jesus, em seus vários
nomes, poder e atitudes, é Deus.
Se Jesus Cristo é Deus, então deveria haver amplas provas no Novo Testamente
para respaldar essa afirmação. Não existem apenas amplas provas, mas elas são
tantas que não é possível registrar todas elas aqui. Apanhei alguns versos
selecionados, que demonstram que Jesus Cristo é Deus, ao contrário da opinião
popular.
O nome significa muito na Bíblia. A designação de um nome pode ser essencial na
identificação da pessoa, ou de um evento ou tempo especial. Por exemplo,
"Icabode" foi o nome dado a uma criança nascida no Velho Testamento,
quando Arca da Aliança foi capturada pelos filisteus, quando o sumo sacerdote Eli
morreu. Esse nome significa "Foi-se a glória". Significativo?
Certamente. Desse mesmo modo, o nome de Cristo vai mostrar o Seu caráter e o
Seu Ser.
Em 1 João 5:20, Jesus é chamado o verdadeiro Deus e a vida eterna: "E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu
entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro
estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida
eterna." Isso poderia ser mais explícito? Jesus é o verdadeiro
Deus. Paulo afirma isso em Romanos 9:5, onde ele chama Jesus Cristo de
"Deus bendito eternamente": "Dos quais
são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus
bendito eternamente. Amém." Jesus é o Deus bendito eternamente."
Em Tito 2:13, Paulo chama Jesus de "grande Deus e nosso Salvador".
Ele diz: "Aguardando a bem-aventurada esperança e
o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo."
Em João 20:28, Tomé faz a confissão: "E Tomé
respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!" Jesus não é somente
Senhor; Ele também é Deus!
Em João 8:58-59, encontramos uma acirrada discussão entre os fariseus e Jesus.
Esse debate faz aumentar o ódio contra Cristo por parte dos judeus. Diz o
texto: "Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade
vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou. Então pegaram em pedras para
lhe atirarem; mas Jesus ocultou-se, e saiu do templo, passando pelo meio deles,
e assim se retirou." Por que eles lançaram mão de pedras para
apedrejá-lo? Porque sabiam exatamente o que Jesus estava dizendo. Jesus estava
afirmando ser Aquele que havia libertado os israelitas do Egito. Ele era o
"Eu Sou", que havia falado a Moisés, conforme Êxodo 4, na sarça
ardente. Isso fica mais forte, quando nos lembramos da discussão anterior com
eles, em João 5:17-19, em que Jesus faz algumas declarações que os judeus não
puderam suportar: "E Jesus lhes respondeu: Meu
Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. Por isso, pois, os judeus ainda
mais procuravam matá-lo, porque não só quebrantava o sábado, mas também dizia
que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus. Mas Jesus respondeu, e
disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode
fazer coisa alguma, se o não vir fazer o Pai; porque tudo quanto ele faz, o
Filho o faz igualmente." Jesus faz o mesmo que o Pai faz. Isso
porque Ele é Deus e pode realizar as mesmas obras do Pai. Ele está em pé de
igualdade com o Pai e pode realizar as mesmas ações do Pai. Se Ele não fosse
Deus não poderia dizer isso. Os judeus entenderam perfeitamente e por isso
quiseram matá-lo. Em seguida, vem o incidente em que Jesus declarou
ostensivamente que Ele era o "Eu Sou", ou o próprio Yahweh.
Deus é glorioso. Somente Ele é gloriosíssimo e possui uma glória que somente
Ele conhece. Isso é parte Dele. Ele não a divide com os outros. Em João 17:5,
Jesus diz: "E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto
de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo
existisse." Jesus já possuía a glória divina, antes mesmo que o
mundo existisse. Essa glória só pôde ser atribuída a Cristo porque Ele é
"Deus bendito eternamente".
Em João 1:1-3, Jesus é apresentado como possuindo o atributo da eternidade: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e
o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram
feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez." Ele é o
verbo que estava com Deus desde o princípio. Isto significa que Ele é eterno.
Ele é também o Criador pode criar tudo do nada. Seu poder criador comprova a
Sua Onipotência. Ele tem os mesmo atributos de Deus porque é Deus.
Em Mateus 18:20, a onipresença é atribuída a Jesus: "Porque,
onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio
deles." Isso não significa que a humanidade de Cristo esteja presente
em toda parte, pois assim Ele não seria realmente humano. Sua humanidade seria
predominante em Sua Divindade. Ou então Sua Divindade seria negada, caso fosse
misturada à Sua humanidade. Nos dois casos, atribuir uma mistura de Suas duas
naturezas seria cair numa heresia nada ortodoxa. Em vez disso, sua Divina
Natureza como Deus está presente em toda parte. Ele pode estar no meio do Seu
povo, quando dois ou mais se reúnem em Seu Nome. Como poderia Ele estar no meio
de tantas igrejas em determinados dias, se Ele não fosse Deus?
Cristo não apenas é onipresente, como outra designação teológica lhe é
atribuída - imanência. Em João 3:13, lemos: "Ora,
ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no
céu." Este verso é muito rico. Jesus não é simplesmente Aquele que
veio do céu, mas, em Sua divindade, Ele permanece no céu. A frase "que
está no céu" demonstra a imanência do Ser Divino. Não apenas o Filho
Divino está andando na Terra, em Sua natureza humana, mas, ao mesmo tempo, Ele
continua enchendo o céu como o Deus imanente de todas as eras.
Visto como Jesus Cristo é Deus, Ele deve, necessariamente, ser Todo-Poderoso.
Tanto Apocalipse 1:8,18 como 11:17, mostram que a Jesus são atribuídos
atributos de onipotência:
"Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim,
diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso."
"E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre.
Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno."
"Dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras,
e que hás de vir, que tomaste o teu grande poder, e reinaste."
Jesus tem as chaves da morte e do inferno, o que significa ser Ele o
Todo-Poderoso Senhor sobre a morte. O único que pode ter esse poder é Deus.
Deus é o Senhor Todo-Poderoso que controla o inferno e a morte. Jesus pode se
levantar sozinho de entre os mortos, estando no comando dos que estão mortos e
no inferno, como o Senhor Todo-Poderoso.
Em João 5:17, Jesus é apresentado como tendo os mesmo atributos do Pai: "E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e
eu trabalho também." Ele trabalha do mesmo modo que o Pai.
Novamente, se Ele está realizando as obras do Pai e fazendo a Si mesmo igual
para realizar as mesmas obras do Pai, Ele deve ser Deus para conseguir isso.
Suas obras têm a mesma qualidade das obras do Pai. Os judeus odiavam essas
palavras porque sabiam que Ele estava se fazendo igual a Deus. Por quê? Porque
Jesus é Deus e eles simplesmente odiavam esse fato.
Os evangelhos também registram que Jesus é onisciente. O Filho de Deus
comunicou à natureza humana o conhecimento que a natureza divina possuía, em
alguns casos. Não completamente, mas em variadas porções. Isto só poderia ter
sido possível porque Jesus é Deus. E não é que os escritores achassem que Ele
conhecia algumas coisas, mas todas as coisas, algo que somente Deus poderia
conhecer. Vemos isso em João 1:48: "Disse-lhe
Natanael: De onde me conheces tu? Jesus respondeu, e disse-lhe: Antes que
Filipe te chamasse, te vi eu, estando tu debaixo da figueira."
Pedro Lhe diz em João 21:17: "Tu sabes todas as
coisas." Jesus conhecia detalhes específicos que somente Deus
poderia conhecer. Por exemplo, em Apocalipse 2:3-4 Ele diz: "E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu
nome, e não te cansaste. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro
amor." Como poderia Jesus conhecer todas essas obras sobre a igreja
de Éfeso? Ele teria de ser onisciente, a fim de perscrutar o coração, a fim de
conhecer a sua paciência, trabalho e perseverança - para não mencionar sua
disposição referente ao amor por Ele. Jesus conhece todas as coisas porque é
Deus.
O autor de Hebreus também escreve que Jesus, o Filho, é imutável – Ele nunca
muda. Hebreus 1:11-12 diz: "Eles perecerão, mas
tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão, e como um manto os
enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, e os teus anos não
acabarão." Em Hebreus 13:8 lemos: "Jesus
Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente." Ele é o mesmo e
Seus anos nunca chegarão ao fim. Ele permanece eternamente. Ele pode permanecer
eternamente porque é Deus. Isso não significa que Ele não atingisse a idade nem
crescesse em Sua natureza humana. Em vez disso, significa que Cristo, sendo o
Divino Filho de Deus, em Sua Divindade jamais mudará.
Jesus não somente é Deus, mas Paulo descreve sua imagem exclusiva como o Único
a conter toda plenitude da Divindade corporalmente. Colossenses 2:9 diz: "Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade."
Quem quiser ver Deus, basta olhar para Cristo. Ele é a imagem do Deus vivo e
essa imagem e perfeição são manifestadas somente Nele, porque Ele é Deus.
Nenhum homem poderia jamais afirmar isso - e nenhum, a não ser Jesus Cristo,
fez isso. Por que nenhum homem o fez? Porque simplesmente não poderia respaldar
sua afirmação através do seu ser. Nenhum homem poderia ressuscitar a si mesmo
da morte, nem manter as chaves da morte e do inferno, porque não é
todo-poderoso, nem onisciente, nem onipresente. Mas Cristo afirmou isso,
respaldou suas afirmações e tudo isso Lhe foi atribuído, constantemente, pelos
autores do Novo Testamento.
Sendo Deus, Jesus Cristo respalda cada afirmação e age como Deus - pois é o
Criador. Colossenses 1:16-17 diz: "Porque nele
foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e
invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam
potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as
coisas, e todas as coisas subsistem por ele." Este texto é muito
rico. Ele criou todas as coisas, sem importar o que sejam: até os principados e
potestades (que podem se referir aos seres angélicos) foram criados por Ele e
também para Ele, para darem toda a glória, louvor e honra que seu Nome merece.
Mas Paulo não pára aqui. Ele diz que todas as coisas subsistem pelo Seu poder.
A Terra, os céus, o universo poderiam cair, se Cristo não os sustentasse pelo
poder de Sua vontade onipotente. Todas as coisas subsistem NELE, foram criadas
por Ele e para Ele.
Jesus também é Aquele que elege os homens para a salvação. Em João 13:18, Ele
elege os apóstolos e condena o traidor Judas: "Não
falo de todos vós; eu bem sei os que tenho escolhido; mas para que se cumpra a
Escritura: O que come o pão comigo, levantou contra mim o seu calcanhar."
Judas não foi escolhido e por isso foi apontado como aquele que levantaria o
calcanhar contra o Ungido.
Em 1 Timóteo 6:15-16, Jesus é chamado de Senhor dos senhores: "A qual a seu tempo mostrará o bem-aventurado, e único
poderoso SENHOR, Rei dos reis e Senhor dos senhores; aquele que tem, ele só, a
imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem
pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém." Ele é o
Potentado, significando que é o Todo-Poderoso... Somente Deus pode viver
"na luz inacessível". Isso é atribuído a Cristo. Ele é o Deus eterno
que habita na luz inacessível.
Jesus tem o poder de revelar ou esconder a salvação dos homens. Isso comprova
Sua Divindade porque em todo o Velho Testamento, Deus é o único com poder para
salvar e condenar. Mateus 11:26-27 diz: "Sim, ó
Pai, porque assim te aprouve. Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e
ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e
aquele a quem o Filho o quiser revelar." Quando Cristo quer revelar
a salvação, Ele o faz e se quiser escondê-la de outros homens, Ele o fará. A
razão pela qual Ele pode declarar ou esconder a salvação é porque Ele é Deus.
Ele tem o direito de dar a vida, quando o deseja, conforme João 5:21: "Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos, e os
vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer." Ele não
faz isso com todos. Ele ressuscita apenas os eleitos. Como poderia um mero
homem mortal ressuscitar outro homem? Eu mesmo fico imaginando como isso
poderia ser feito, a não ser que Jesus fosse Deus.
Visto como Cristo é onisciente, Ele pode responder as orações dos santos, o que
somente Deus pode fazer. João 14:13 diz: "E tudo
quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no
Filho." (Confira 2 Coríntios 12:8-9) Como poderia um homem finito
conhecer todas as orações dos discípulos, quando eles oram em toda parte e em
diversas horas? Impossível, a não ser que Jesus seja Deus.
Ele não somente revela a salvação aos homens e responde as orações, mas também
perdoa pecados. Somente Deus pode perdoar pecados. As passagens de Mateus 9:6;
Marcos 2:9-10 e Lucas 5:24 respaldam isso. Ele pode perdoar pecados e somente
Deus pode fazer isso: "Ora, para que saibais que
o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao
paralítico): Levanta-te, toma a tua cama, e vai para tua casa."
Aqui os judeus ficaram admirados de quem seria esse homem que podia perdoar
pecados. Por isso Ele lhes perguntou: "Qual é
mais fácil? dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados; ou dizer-lhe:
Levanta-te, e toma o teu leito, e anda?" (Marcos 2:9) Para
demonstrar Sua Divindade, Ele realizou as duas coisas, ambas impossíveis aos
homens e somente possíveis a Deus.
Em todo o Velho Testamento, Deus ordena que os homens olhem para Ele, a fim de
serem salvos e que depositem sua confiança Nele. Ele estendeu Sua mão a um povo
rebelde, todo o tempo. Houve os que mantiveram sua fé e creram em Deus.
Contudo, no Novo Testamento Jesus é o objeto da fé. Em João 14:1, Ele diz: "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede
também em mim." Ele se coloca igual a Deus. A mesma crença que o
povo tinha em Deus deveria agora ser dada a Ele. Crer em Deus é crer em Cristo,
pois ambos são o mesmo Deus. Seu poder é tão imenso e espantoso que Jesus pode
chamar os homens para fora do túmulo, conforme lemos em João 5:28-29: "Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que
todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem
sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição
da condenação." Jesus tem tal poder sobre a morte que, o som de Sua
voz, pode convocar os cadáveres em decomposição a atenderem Sua voz. E o Seu
poder, no último dia, é registrado como sendo tão grande que esse dia não será
igual a nenhum outro, conforme Mateus 24:20-21: "E
orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado; porque haverá
então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora,
nem tampouco há de haver." Ele vai voltar em poder e glória. O sol,
a lua e as estrelas cairão do firmamento e Sua glória brilhará em todo o seu
esplendor. Sua glória será tão radiante que o brilho do sol vai parecer
insignificante.
Adorar a Deus é tão importante que o Senhor gasta tempo, em toda a Bíblia,
explicando como isso deve ser feito. Em Êxodo 20:1-7, lemos:
"Então falou Deus todas estas palavras, dizendo:
Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura,
nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem
nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque
eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos
filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço
misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.
Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por
inocente o que tomar o seu nome em vão."
Aqui, encontramos o objeto, os meios e a maneira de adorar. Somente Deus deve
ser adorado e nenhum outro deus deve ser tolerado. Adorar outros deuses é
provocar a ira de Deus contra o pecador rebelde. Deus é enfático e explícito ao
dizer que nenhum outro deus deve ser adorado porque Ele é o único Deus vivo e
verdadeiro de todas as eras. Todos os outros deuses não passam de ídolos mudos.
Em Deuteronômio 6:13-16, Moisés diz:
"O SENHOR teu Deus temerás e a ele servirás, e
pelo seu nome jurarás. Não seguireis outros deuses, os deuses dos povos que
houver ao redor de vós; porque o SENHOR teu Deus é um Deus zeloso no meio de
ti, para que a ira do SENHOR teu Deus se não acenda contra ti e te destrua de
sobre a face da terra. Não tentareis o SENHOR vosso Deus, como o tentastes em
Massá."
Deus fica irado quando Seu povo se desvia para adorar os falsos deuses. Sua ira
se acende como um fogo. Juízes 2:12 diz: "E
deixaram ao SENHOR Deus de seus pais, que os tirara da terra do Egito, e
foram-se após outros deuses, dentre os deuses dos povos, que havia ao redor
deles, e adoraram a eles; e provocaram o SENHOR à ira." Quando isso
acontece, o Senhor envia o julgamento sobre o pecado do Seu povo. Em Jeremias
1:16 e 7:18 lemos: "E eu pronunciarei contra eles
os meus juízos, por causa de toda a sua malícia; pois me deixaram, e queimaram
incenso a deuses estranhos, e se encurvaram diante das obras das suas mãos...
Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres preparam a
massa, para fazerem bolos à rainha dos céus, e oferecem libações a outros
deuses, para me provocarem à ira." O povo de Deus deve desprezar os
deuses estranhos dos pagãos, como fizeram os amigos de Daniel, segundo lemos em
Daniel 3:18: "E, se não, fica sabendo ó rei, que
não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que
levantaste." Paulo observa que existe um só Deus verdadeiro, em 1
Coríntios 8:5-6: "Porque, ainda que haja também
alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e
muitos senhores), todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para
quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas,
e nós por ele." Tudo isso é mostrado para que saibamos que somente
Deus deve ser adorado. Adorar qualquer outro que não seja o Deus vivo e
verdadeiro é quebrar a Lei do Senhor e desobedecer-Lhe com o hediondo pecado da
rebelião.
Também é importante lembrar que Deus não divide a Sua Glória com outro deus.
Isaías 42:8 diz: "Eu sou o SENHOR; este é o meu
nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de
escultura." Somente é aceitável adorar o Deus verdadeiro e nenhum
outro. Mesmo assim, Jesus é sempre adorado em todo o Novo Testamento e até
mesmo do Velho Testamento, por meio da profecia. Este fato é notável por duas
razões: 1) Jesus permitiu ser adorado, o que significa que Ele é Deus e sabia
disso; 2) Somente Deus deve ser adorado e centenas de Escrituras sobre este
assunto o comprovam. Ele compartilha da glória divina. Deus só divide Sua
glória com Ele. Se Jesus não é Deus, então exatamente neste ponto toda a fé
cristã desmorona e se transforma em nada.
Jesus diz aos Seus discípulos que eles deveriam crer em Deus como o seu objeto
de fé. Contudo, em João 14:1 Ele diz: "Não se
turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim." Crer
em Deus é um ato de adoração e confiança em Seu Nome. Jesus ordenou que creiamos
Nele como cremos em Deus. O elemento de fé é o mesmo. Nesta confiança, Jesus é
exaltado. A profecia do Velho Testamento referente ao Filho, no Salmo 2:12 pode
ajudar: "Beijai o Filho, para que se não ire, e
pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira; bem-aventurados
todos aqueles que nele confiam." Os que confiam no Filho são
chamados de bem-aventurados. Ele deve ser beijado [isto é, adorado de joelhos]
e Nele devemos confiar porque Jesus é Deus.
Jesus Cristo deve ser honrado da mesma maneira como o Pai, conforme é
demonstrado em João 5:23: "Para que todos honrem
o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o
enviou." Ambos devem ser adorados, o que não seria legítimo, se
Jesus não fosse Deus. Se isso acontecesse estaríamos dando honra a um simples
homem mortal, uma honra que é devida somente a Deus.
Não apenas os homens devem adorar ao Senhor Jesus, mas também os anjos são
ordenados a fazê-lo, conforme Hebreus 1:6: "E
outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de
Deus o adorem." De fato, todos os anjos, homens e criaturas são
comandados a dobrar os joelhos para adorá-Lo, conforme Filipenses 2:9-11: "Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe
deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o
joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua
confesse que Jesus Cristo é o SENHOR, para glória de Deus Pai."
Também lemos em Apocalipse 5:13: "E ouvi toda a
criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e
a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e
ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo
o sempre". O Cordeiro, Jesus Cristo, deve ser adorado para todo o
sempre! Porque Jesus é Deus!
Ele sempre foi adorado: um leproso o adorou, conforme Mateus 8:2: "E, eis que veio um leproso, e o adorou, dizendo:
Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo." Em Mateus 9:18, vemos
que um líder o adorou: "Dizendo-lhes ele estas
coisas, eis que chegou um chefe, e o adorou, dizendo: Minha filha faleceu agora
mesmo; mas vem, impõe-lhe a tua mão, e ela viverá." Em Mateus
28:9,17, após Sua ressurreição, as mulheres O adoraram: "E, indo elas a dar as novas aos seus discípulos, eis que Jesus lhes
sai ao encontro, dizendo: Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os seus
pés, e o adoraram. E, quando o viram, o adoraram e alguns duvidaram."
(A idéia de que alguns duvidaram é inacreditável!). Os demônios O adoraram,
como aconteceu com o possesso gadareno: "E,
quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o." (Marcos 5:6) No
caminho de Emaús, dois discípulos O adoraram, conforme Lucas 24:52: "E, adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para
Jerusalém." Até mesmo o cego de nascença, quando O encontrou, O
adorou: "Ele disse: Creio, Senhor. E o
adorou."
Jesus permitiu que os homens O adorassem e admitiu essa adoração. Essa era uma
razão para um israelita ser apedrejado e por isso os judeus quiseram apedrejar Jesus.
Demônios, anjos, leprosos, gentios, judeus, Seus próprios discípulos e outros O
adoraram. Sempre e sempre vemos que Jesus foi adorado e todos os que O adoraram
agiram corretamente. Ele merecia essa adoração porque Jesus é Deus!
A última área que eu gostaria de acrescentar é mais notável do que tudo o mais,
ou seja, a natureza pré-existente do Filho de Deus. Aqui vemos que Jesus, o
Filho de Deus, sempre existiu. Ele não é um ser criado na natureza de Sua
Divindade como Filho, mas Ele mesmo usou Sua Divindade para criar a carne de
Jesus Cristo. A Bíblia não apóia o arianismo. Jesus não é o primeiro ser
criado, mas o único Ser auto-suficiente, o Deus que sempre existiu,
infinitamente.
Em João 3:13 vemos que o Filho sobe e desce do céu: "Ora,
ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no
céu." Conforme Sua imanência, vemos que Sua origem é "do
céu" e que do céu Ele "desceu". Isso é reiterado em João 6:38: "Porque eu desci do céu, não para fazer a minha
vontade, mas a vontade daquele que me enviou." Se isso não fosse
verdade, Jesus teria dito que nasceu de Maria e José, a fim de fazer a vontade
do Pai que O enviou.
Ele ainda atesta que ninguém viu o Pai, exceto Ele: "Não
que alguém visse ao Pai, a não ser aquele que é de Deus; este tem visto ao
Pai." (João 6:46) Isso mostra que Jesus sabia de Sua natureza
divina, e que Ele estava com o Pai, antes da formação do mundo. Somente Ele viu
o Pai e sua residência com o Pai é atestada em João 6:62. Aqui Jesus sobe ao
céu, de onde veio: "Que seria, pois, se vísseis
subir o Filho do homem para onde primeiro estava?" Ora, se estas
palavras não são bastante claras, o Eterno Logos do Evangelho de João diz aos
judeus: "Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós
sois deste mundo, eu não sou deste mundo." (João 8:23) Se esta
declaração fosse falsa, todo o cristianismo e todos os cristãos, desde o tempo
de Cristo até agora, estariam participando de uma farsa. Eles iriam
apresentar-se como sendo o povo mais estúpido e ignorante de todos os tempos.
Em vez disso, os discípulos jamais se abstiveram dessa declaração porque bem
conheciam a verdade da mesma. Não somente Cristo havia comprovado isso, como
eles também a haviam testemunhado a divindade Dele no Monte da Transfiguração.
Sua afirmação permanece, de ter Ele residido com o Pai, segundo João 8:42: "Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai,
certamente me amaríeis, pois que eu saí, e vim de Deus; não vim de mim mesmo,
mas ele me enviou." Ele tinha uma íntima relação com o Pai, o que
comprova a Sua eterna Divindade... Também em João 16:28, lemos: "Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e
vou para o Pai." Como o Pai é Deus, Jesus saiu do Pai e regressou à
exclusiva relação com Ele, isso comprova, maravilhosamente, a Sua
pré-existência eterna, como o Filho de Deus. Se Jesus Cristo não é Divino,
então o Pai também não o é, pois ambos são UM.
Nesta breve pesquisa, o leitor inteligente não pode duvidar das afirmações das
profecias referentes a Cristo; dos escritores da Bíblia e dos seus testemunhos
sobre Cristo; dos registros daqueles que se opunham a Cristo (os quais queriam
matá-Lo por causa de suas afirmações); dos que O adoraram e das afirmações do
próprio Cristo. A verdade é que as profecias da Bíblia, os discípulos, os
ouvintes, os seguidores, os oponentes e as palavras do próprio Cristo [pelas
quais seremos julgados] apontam para o inegável fato de que todos sabiam que
Jesus Cristo é Deus. Eles O odiavam por causa disso ou então O adoravam. Jesus
sabia que Ele é Deus. Ele confirmou isso através de Suas palavras, ações e
testemunho da verdade. Ninguém pode chamar Cristo de "um bom Mestre".
Essa é a voz de quem não é inteligente. Jesus Cristo não é "um bom
Mestre" nem um "Homem Moral". Isso não está em questão. Você
pode fazer apenas uma escolha: ou Ele é o Senhor do Céu e da Terra, o Justo
Juiz do mundo, ou então Ele não passa de um lunático, um louco, um enganador
pior do que o diabo. Como você vai decidir chamá-Lo?
Fica evidente, no material acima, que muita coisa foi esquecida. Parecia-me que
em certos pontos eu fui repetitivo e monótono. Eu até pensei em retirar alguns
pontos deste artigo, em consideração ao leitor e pela possibilidade de ter
usado idéias cíclicas e recorrentes. Mas foi isso exatamente o que eu tentei
fazer. Os que acham que Jesus foi apenas um bom Mestre ou um exemplo de
moralidade, não estão levando em conta os registros bíblicos. As Escrituras
afirmam continuamente a Divindade de Cristo. Este é um fato inegável no registro
bíblico.
Pense nisto: a palavra escrita confirmando essas coisas não pode ter sido
escrita por demônios ou homens perversos. Os demônios são diabos e os homens
maus não iriam registrar a bondade de Cristo de um modo tão brilhante, nem
iriam apresentá-Lo como o poderoso e Divino Filho do Deus Vivo. Eles não teriam
descrito o homem como um ser tão desprezível e maligno, condenado ao inferno,
perdido e amaldiçoado por toda eternidade, se tivessem escrito estas páginas
para enganá-los. Certamente não teriam escritos coisas ruins sobre eles mesmos
e seus companheiros e escrito coisas tão maravilhosas sobre Jesus Cristo. Isso
não faria qualquer sentido. Nem ainda poderia a Bíblia ter sido escrita por
homens piedosos ou santos anjos, sem o poder do Espírito Santo. Nenhum homem
poderia ter escrito um bom livro sem dizer algumas mentiras, a fim de enganar o
leitor, dizendo: "Assim diz o Senhor", enquanto o que dizem é de sua
pura lavra. [NT: Como os carismáticos andam fazendo agora.] Se o
fizessem não iriam se tornar homens bons, de modo algum, mas demoníacos e
malignos, conforme estamos voltando ao ponto anterior. Em vez disso, a Bíblia é
o registro da própria revelação de Deus aos homens, para que esses homens
perdidos em seus pecados possam possa buscar, esperançosamente, o Redentor dos
homens, o homem-Deus, Jesus Cristo. O testemunho de Jesus Cristo como Deus é o
único meio pelo qual importa que sejamos salvos da futura ira divina (Atos
4:12). A ira do Cordeiro será horrenda contra os que estão perdidos. Eles
correrão para as montanhas, implorando que os montes caiam sobre eles, para se
livrarem da ira do Cordeiro. Contudo, o Senhor colocou ao alcance de todos um
meio para os que desejam escapar da destruição que os aguarda. A resposta se
encontra em Jesus Cristo, o Deus de todas as eras. Que olhem para Ele todos os
quadrantes da Terra, para serem salvos... [Porque Jesus Cristo é Deus!]
Autor: Dr. C. Matthew McMahon
Tradução: Mary Schultze, http://www.cpr.org.br/Mary.htm
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.