Dr. Arnold G. Fruchtenbaum
(judeu convertido, tornou-se missionário para os judeus)
Ariel Ministries, www.ariel.org/
Título original: The Three Messianic Miracles, livreto. Copiado de http://www.arunrajesh.com/BibleStudy/mbs035m.pdf
Um tempo antes da vinda de Yeshua (Jesus), os antigos rabis
dividiam os milagres em duas categorias: a) aqueles que qualquer homem podia
realizar se fosse por Deus autorizado a realizá-los; b) e aqueles reservados
apenas ao Messias. Como Yeshua realizou ambos os tipos de milagres durante a
Sua Primeira Vinda, as reacções e resultados de tais feitos assumiram tremendo
significado. Ainda hoje continuam evidências cruciais da nossa fé – como vemos
neste estudo de Arnold Fruchtenbaum.
“Qual
é mais fácil? dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados; ou
dizer-lhe: Levanta-te, e toma o teu leito, e anda?” (Mc 2:9 ACF)
O primeiro milagre
messiânico foi a cura de um leproso. Sob a Lei Mosaica, uma pessoa só podia ser
contaminada por um corpo humano vivo ao tocar um leproso. Geralmente,
sob a Lei Mosaica, uma pessoa podia tornar-se cerimonialmente imunda ou
contaminada, ao tocar um cadáver (corpo morto) humano, um cadáver (corpo morto)
animal, ou um corpo de animal imundo vivo, como o porco. Porém o único tipo de
humano vivo capaz de causar contaminação era o leproso.
Desde o tempo intermédio entre a completação da lei Mosaica e a Primeira Vinda
de Yeshua, não houve qualquer registo de algum Judeu que tivesse sido curado da
lepra. A cura da lepra de Miriam ocorreu antes da completação da Lei. Naamã foi
curado da lepra, mas era um Gentio Sírio e não Judeu.
A lepra era uma doença que tinha sido deixada fora das curas rabínicas; não
havia qualquer cura para a lepra. Apesar disso as Escrituras – Levítico 13-14 –
davam ao sacerdócio Levítico instruções detalhadas quanto ao que deveriam fazer
se um leproso fosse curado. No dia em que o leproso se aproximasse do
sacerdócio e dissesse, “Eu era leproso mas fui curado”, o sacerdócio deveria
apresentar uma oferta inicial de duas aves. Durante os sete dias seguintes,
deveriam investigar intensivamente a situação para se determinar três coisas.
Primeiro, se a pessoa seria realmente leprosa. Segundo, se, de facto, tendo
sido um verdadeiro leproso, fora realmente curada da sua lepra. Terceiro, se
tendo sido verdadeiramente curada da sua lepra, quais tinham sido as
circunstâncias da cura. Se após sete dias de investigação, eles ficassem
firmemente convencidos de que a pessoa tinha sido leprosa, tinha sido curada da
lepra, e as circunstâncias eram adequadas, então, ao oitavo dia, seguir-se-ia
uma longa série de ofertas. Primeiro, havia uma oferta pela transgressão;
segundo, uma oferta pelo pecado; terceiro, um holocausto; e quarto, uma oferta
de manjares. Depois, havia também a aplicação do sangue da oferta pela
transgressão sobre o leproso curado, seguida da aplicação do sangue da oferta
pelo pecado sobre o leproso curado. A cerimônia chegava então ao fim com a
unção de azeite sobre o leproso curado. Embora o sacerdócio tivesse todas estas
instruções detalhadas quanto a como eles deviam responder ao caso de um leproso
curado, nunca tiveram oportunidade de colocar em prática estas instruções:
desde o tempo da dádiva da Lei de Moisés, nunca nenhum Judeu foi curado da
lepra. Como resultado, era ensinado pelos rabis que apenas o Messias poderia
curar um Judeu leproso. A cura do leproso foi, de facto, classificada como o
primeiro dos três milagres messiânicos.
Os registos dos três Evangelhos que nos relatam a cura de um leproso são: Mateus 8:2-4, Marcos 1:40-45 e Lucas 5:12-16. Mateus e Marcos declaram meramente que o homem era leproso; mas Lucas, que era profissionalmente médico, apresentou mais detalhes. Segundo Lucas 5:12, o paciente estava cheio de lepra. Isso significa que a lepra estava no auge, e que não demoraria muito tempo para ela tirar a vida a este homem. Este homem muito doente, cheio de lepra, veio a Yeshua e disse, Senhor, se quiseres, bem podes limpar-me. O leproso reconheceu claramente a autoridade de Yeshua como o Messias que tinha o poder para curar um leproso. A única questão da parte do leproso era a voluntariedade de Yeshua para o fazer. Nesta situação, lemos que Yeshua tocou o leproso e logo a lepra desapareceu dele (Lucas 5:13). Mas devemos notar cuidadosamente o que Yeshua disse ao leproso para fazer, segundo Lucas 5:14:
E ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. Mas vai, disse, mostra-te ao
sacerdote, e oferece, pela tua purificação, o que Moisés determinou, para que
lhes sirva de testemunho.
O "lhes"
refere-se especificamente à liderança de Israel. Yeshua enviou este homem
directamente ao sacerdócio em Jerusalém a fim de forçá-los a prosseguirem com
os mandamentos de Moisés em Levítico 13-14. Quando este homem apareceu diante
do sacerdócio de Israel e se declarou um leproso purificado, nesse mesmo dia o
sacerdócio ofereceu duas aves como sacrifício. Nos sete dias seguintes, eles
investigaram intensivamente a situação e descobriram três coisas: Em primeiro
lugar, descobriram que este homem tinha sido realmente leproso. Em segundo
lugar descobriram que o homem fora perfeitamente curado da lepra. Em terceiro
lugar, também descobriram que fora Yeshua de Nazaré que curara o homem da
lepra. Porque estes mesmos sacerdotes ensinavam que a cura de um leproso era um
milagre messiânico, seguir-se-ia daí que se alguém curasse um leproso, poderia,
por esse próprio acto, reclamar ser o Messias. Yeshua enviou deliberadamente
este leproso purificado ao sacerdócio para levar os líderes a começarem a
investigar os Seus clamores messiânicos, a fim de chegarem a uma decisão a
respeito de tais clamores. Ele queria forçar os líderes Judaicos a tomarem uma
decisão a respeito: da Sua Pessoa – que Ele era o Messias; e da Sua mensagem –
que Ele estava a oferecer a Israel o Reino predito pelos profetas Judaicos. Ao
ter enviado o leproso curado à liderança de Israel, Yeshua retirou-se para
os desertos, e ali orava (Lucas 5:16). Yeshua foi para o deserto onde, numa
ocasião anterior, tinha jejuado e sido tentado por Satanás. Desta vez foi para
o deserto com o propósito de orar. Sobre que assunto estaria Ele a orar?
Estaria a orar sobre o que aconteceria a seguir e como a liderança de Israel
reagiria ao milagre messiânico.
O que ocorreu a
seguir vê-se em três dos Evangelhos: Mateus 9:1-8, Marcos 2:1-12 e Lucas
5:17-26. Marcos salienta que este incidente ocorreu em Cafarnaum, na Galileia,
a muitos quilómetros de Jerusalém. E Lucas 5:17 declara:
E aconteceu que, num daqueles dias, estava ensinando, e estavam ali assentados
fariseus e doutores da lei, que tinham vindo de todas as aldeias da Galileia, e
da Judéia, e de Jerusalém. E a virtude do Senhor estava com ele para curar.
O que nós temos aqui, escutando o ensino de Yeshua, não
são meramente alguns líderes Judaicos da cidade de Cafarnaum. O registo de
Lucas declara muito claramente que estavam ali reunidos todos os líderes
Judaicos oriundos de todo o país (cercanias da Galileia, Judeia, e Jerusalém).
Porque é que todos estes líderes Judaicos de repente têm uma convenção em
Cafarnaum? Esta foi a reacção deles ao primeiro milagre messiânico. Eles sabiam
que Yeshua tinha curado um leproso. De acordo com os seus próprios
ensinos, apenas o Messias podia curar um leproso. Se Yeshua tinha curado o
leproso, isso podia significar muito bem que Ele era o Messias. É nestas
circunstâncias que todos se juntaram para investigar Yeshua.
Segundo a lei do Sinédrio, se houvesse qualquer
espécie de movimento messiânico, o Sinédrio deveria investigar a situação em
duas fases. A primeira fase era chamada a “fase da observação”. Era
formada uma delegação para investigar apenas por via da observação. Esta
delegação deveria observar o que estava a ser dito, o que estava a ser feito, e
o que estava a ser ensinado. Não lhes era permitido colocar qualquer questão ou
levantar qualquer objecção. Após um período de observação, deviam voltar então
para Jerusalém, reportar ao Sinédrio e dar um veredicto: o movimento era
significativo ou não? Se fosse decretado que o movimento era insignificante, a
questão terminaria ali. Mas se o movimento fosse determinado significativo,
então haveria uma Segunda fase de investigação chamada a “fase da inquirição”.
Nesta fase, eles interrogariam o indivíduo ou membros do movimento. Desta vez,
colocariam questões e levantariam objecções para descobrirem se os clamores
deveriam ser aceitos ou rejeitados. O incidente em Lucas regista a primeira
fase, a fase da observação, em que eles observavam o que Yeshua dizia e fazia.
Neste ponto não lhes era permitido levantar objecções ou colocar questões.
Porque um milagre messiânico tinha sido realizado, todos os líderes do país
inteiro tinham vindo a Cafarnaum para participarem na fase da observação –
observarem o que Yeshua dizia, fazia e ensinava. Quando o Messias estava a
ensinar, um paralítico foi trazido por quatro amigos a Yeshua a fim de ser
curado. Mas porque os muitos líderes Judaicos bloqueavam a entrada, os cinco
não conseguiam entrar. Eles subiram, então, ao telhado, fizeram nele um buraco
e fizeram descer o paralítico aos pés de Yeshua. Quando isto sucedeu, Yeshua
desviou-se do Seu procedimento normal. Não fez como fizera noutras ocasiões
anteriores, avançando simplesmente com a cura do homem que Lhe fora trazido. Em
vez disso, ficamos a saber por Marcos 2:5 –
E, vendo Ele a fé deles, disse-lhe: Homem, os teus pecados te são perdoados.
Em vez de curar o homem, Yeshua fez um anúncio dramático - os teus pecados
te são perdoados. Ele sabia muito bem que uma tal declaração diante de toda
a liderança teria, com toda a certeza, uma reacção negativa. De facto, foi
exactamente isso que aconteceu. Em Marcos 2:6, lemos:
E estavam ali assentados alguns dos escribas, que arrazoavam em seus
corações.
Lembremo-nos que esta era a fase da observação. Os que estavam ali a julgar só
podiam observar; não lhes era permitido levantar questões ou objecções. Eles
arrazoavam nos seus corações:
Por que diz este assim blasfémias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus?
(Marcos 2:7)
A teologia deles estava absolutamente correcta.
Ninguém podia perdoar pecados a não ser Deus. Uma vez que Yeshua declarou a
prerrogativa de perdoar pecados, isso significava uma de duas coisas:
Primeiro, isso poderia significar que Ele era um blasfemo. Segundo, Ele podia
ser quem reclamava ser – a Pessoa Messiânica, o Messias. Foi neste ponto que
Yeshua dirigiu à liderança de Israel a seguinte questão:
Qual é mais fácil? dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados; ou
dizer-lhe: Levanta-te, e toma o teu leito, e anda? (Marcos 2:9)
A questão era, o que é mais fácil de se dizer? Será mais fácil dizer a alguém,
“estão perdoados os teus pecados”, ou dizer a um paralítico, “Levanta-te, e
toma o teu leito, e anda?” O que é mais fácil e difícil de dizer? Decerto que o
mais fácil seria, “estão perdoados os teus pecados”, porque isso não requeria
evidência tangível, externa, eterna e observável. Porém a declaração de que um
paralítico seria curado era de longe bem mais difícil de dizer, pois uma tal
proclamação requeria evidência externa e observável.
Yeshua prosseguiu dizendo que iria provar que podia proferir a declaração mais
fácil - “estão perdoados os teus pecados” -, ao realizar o mais difícil das
duas coisas, isto é, curando o paralítico. E avançou com a cura do paralítico.
Houve evidência instantânea, observável, porque o homem podia
erguer-se e andar, a ponto de até mesmo poder transportar o seu leito. Isto
provava que Yeshua também podia dizer (fazer) o mais fácil, ou seja, que os
pecados deste homem eram perdoados. Se Yeshua podia perdoar pecados, então isso
significava que Ele era exactamente Quem reclamava ser – a Pessoa Messiânica, o
Messias.
Como resposta ao primeiro milagre messiânico com a cura de um leproso, começou
a investigação exaustiva dos Seus clamores messiânicos. Os líderes observaram
Yeshua reclamar o direito a perdoar pecados. Por conseguinte, ou Ele era um
blasfemo, ou o Messias. Uma coisa é evidente: A liderança de Israel regressaria
a Jerusalém e decretaria o movimento de Yeshua como significativo. Após este
evento, Yeshua ficou sujeito à segunda fase da investigação do Sinédrio, a fase
da inquirição. Entre a realização do primeiro e o segundo milagre messiânicos,
por onde quer que Yeshua fosse, um Fariseu decerto que O seguiria e eles não
ficariam mais em silêncio. Por toda a parte que Jesus fosse, os Fariseus
estariam sempre presentes a colocando questões e a fazendo objecções, numa
tentativa de verificar ou rejeitar os Seus clamores messiânicos.
Autor: Arnold Fruchtenbaum
Tradutor: Carlos Oliveira, Portugal, 2004.
(parte de The Three Messianic Miracles)
Dr. Arnold G. Fruchtenbaum
Entre
o primeiro milagre messiânico de Jesus (a cura de um leproso) e o segundo
milagre messiânico, Jesus foi investigado pela liderança de Israel. Ele era
interrogado e questionado em toda parte onde ia. A liderança aprendeu várias
coisas. A coisa crucial que eles observaram foi que Jesus simplesmente não estava
agindo conforme o judaísmo farisaico. Ele não estava aceitando a autoridade
farisaica. Ele estava ensinando coisas que contradiziam a interpretação
farisaica da Lei de Moisés. No Sermão do Monte, Ele havia repudiado o
farisaísmo em dois pontos: Primeiro, como uma interpretação apropriada
da justiça que a Lei de Moisés exigia; e segundo, como o tipo de justiça
necessário para a entrada no Reino.
As
circunstâncias do segundo milagre messiânico estão registradas em dois
Evangelhos: Mateus 12:22-37 e Marcos 3:19-30. Marcos 3:21 declara:“E, quando os seus ouviram isto, saíram para o prender;
porque diziam: Está fora de si”.
Nesta altura, nas narrativas do Evangelho
da vida e ministério de Jesus, parece haver um reconhecimento de que um alto
ponto estava preste a ser alcançado. Até os Seus amigos consideravam o fato de
que Jesus precisava se proteger dEle mesmo, por sentirem que o Seu zelo estava
beirando a insanidade.
Então, Marcos 3:22 lê: “E os escribas, que tinham descido de Jerusalém,
diziam: Tem Belzebu, e pelo príncipe dos demônios expulsa os demônios”.
Embora este incidente aconteça na
Galileia, ele foi investigado por uma delegação oficial de Jerusalém. A decisão
foi alcançada, finalmente, pelo Sinédrio, a respeito das Suas afirmações
messiânicas.
O evento que deslanchou a afirmação do
Sinédrio está registrado em Mateus 12:22: “Trouxeram-lhe, então, um endemoninhado cego e mudo; e,
de tal modo o curou, que o cego e mudo falava e via”.
No verso 22, Jesus expulsa um demônio que
fez a pessoa controlada ficar cega e sem fala ou muda, significando que ela não
podia falar.
O ato de expulsar demônios não era completamente fora do comum no mundo
judaico daquele tempo. Até os rabinos fariseus e os seus seguidores tinham a capacidade de expulsar demônios. Mas,
expulsar demônios dentro do modelo do farisaísmo judaico exigia que se usasse
um ritual específico, o qual incluía três estágios:
Primeiro, o exorcista precisava estabelecer comunicação com o demônio,
pois, quando o demônio fala, ele usa as cordas vocais da pessoa em que ele
habita. Segundo, após estabelecer comunicação com o demônio, o exorcista
teria de descobrir o seu nome. Terceiro, após descobrir o nome do
demônio, ele podia, pelo uso daquele nome, expulsar o demônio.
Há três ocasiões em que Jesus usou a metodologia judaica, como em Marcos 5, quando
Ele, ao ser confrontado com um demônio, fez a pergunta: “Qual é o teu nome?” A resposta naquela ocasião foi: “Legião
é o meu nome porque somos muitos”.
Contudo, havia uma espécie de demônio contra a qual a metodologia judaica era
impotente, e este era o tipo de demônio que fazia a pessoa ficar sem fala e
muda. E por não poder falar, não havia meio de estabelecer comunicação com esse
tipo de demônio; nem, de maneira nenhuma, descobrir o seu nome. Então, dentro
do modelo do Judaísmo, era impossível expulsar um demônio mudo. Contudo, os
rabinos haviam ensinado que quando viesse o Messias, Ele seria capaz de
expulsar este tipo de demônio. Este foi o segundo dos três milagres
messiânicos: a expulsão de um demônio sem fala ou mudo. No verso 22,
esse era exatamente o tipo de demônio que Jesus expulsou. No verso 12:23, de
Mateus, isso levantou a exata pergunta entre as massas judaicas, que o milagre
pretendia levantar: “E
toda a multidão se admirava e dizia: Não é este o Filho de Davi?”
Não seria este o Messias judeu? Afinal,
Ele estava realizando exatamente as coisas que lhes foram ensinadas, desde a
infância, as quais somente o Messias poderia fazer. Eles nunca fizeram esta
pergunta, quando Jesus expulsou outros tipos de demônios. Mas, quando Ele expulsou
um demônio mudo, os judeus levantaram a
questão, porque reconheceram, pelos ensinos dos rabinos, que este era um
milagre messiânico.
Contudo, as massas judaicas tinham
sempre a tendência de agir conforme o chamado “complexo de liderança”. Qualquer
que fosse o caminho que os líderes seguissem, com certeza as massas os
seguiriam. Consequentemente, através do Antigo Testamento, quando o rei fazia
aquilo que era correto aos olhos do Senhor, o povo concordava. Mas quando o rei
fazia o que era mau à vista do Senhor, o povo também o seguia. Mesmo neste
tempo, quando os crentes judeus testemunham aos seus contatos judeus, eles
sempre escutam a mesma objeção: "Se Jesus é realmente o Messias, então
por que os nossos rabinos não acreditam nEle?” Nos tempos do Novo
Testamento, por causa do controle que o Judaísmo farisaico exercia sobre as
massas, este complexo de liderança era extremamente forte. Desse modo,
conquanto as massas judaicas estivessem levantando a questão: “Não é este o
Messias judeu?” elas não estavam desejando assumir sozinhas a decisão.
À luz do segundo milagre messiânico e do
questionamento das massas, os líderes judeus viram que era preciso fazer uma
declaração pública sobre a sua decisão final a respeito das afirmações
messiânicas de Jesus. Eles tinham duas opções: A primeira, declarar que Ele era
o Messias, à luz de toda evidência. Ou, a segunda, que era rejeitar Suas
afirmações messiânicas. Se eles assumissem a segunda opção e rejeitassem as
Suas afirmações messiânicas, também teriam de explicar às massas judaicas o
motivo Dele ser capaz de operar os exatos milagres que eles haviam dito que
somente o Messias poderia operar.
Em Mateus 12:24, os fariseus escolheram a
segunda opção: “Mas os
fariseus, ouvindo isto, diziam: Este não expulsa os demônios senão por Belzebu,
príncipe dos demônios”.
Os fariseus escolheram a segunda
opção e rejeitaram as afirmações messiânicas. Para explicar a Sua capacidade de
operar aqueles milagres tão exclusivos,
eles afirmaram que o próprio Jesus estava
possesso ou demonizado não por algum
demônio comum, mas por “Belzebu, o príncipe dos demônios”. O nome Belzebu é uma
combinação de duas palavras hebraicas, que se juntam para significar “O senhor
das moscas”. Esta se tornou a base da rejeição ao messianismo de Jesus: Ele não
era o Messias, mas apenas alguém possesso do demônio.
Conquanto sua resposta ao primeiro milagre messiânico fosse o início da investigação,
sua resposta ao segundo milagre messiânico foi a rejeição às afirmações
messiânicas. Eles disserem que Ele não era o Messias, mas um possesso do
demônio. Esta ação da liderança de Israel montou o palco para a história
judaica dos 2.000 anos seguintes.
Jesus respondeu de duas maneiras. A
primeira resposta foi a de defender-Se quando citou quatro coisas em Mateus
12:25-29. Ele disse que a acusação deles poderia não ser verdade, pois
significaria a divisão do reino de Satanás. A segunda, que eles mesmos
reconheciam que o exorcismo era um dom do Espírito, e até mesmo os seguidores deles podiam
expulsar demônios, embora não demônios mudos. A terceira, que este milagre
autenticava Suas afirmações e Sua mensagem. A quarta, que isso mostrava que
Jesus era mais forte do que Satanás, ao invés de sujeito a Satanás. A segunda
resposta foi uma condenação, Mateus 12:30-37. Nesta condenação, Jesus disse que
esta geração era culpada de um “pecado imperdoável”, a blasfêmia contra o
Espírito Santo. Uma vez que este pecado era exatamente imperdoável, o
julgamento seria agora estabelecido sobre aquela geração, um julgamento que não
seria aliviado sob circunstância alguma. Ele veio, quarenta aos depois, no ano
70 d.C., com a destruição do templo de Jerusalém.
O que é, exatamente, o pecado
imperdoável, dentro do contexto em que ele se encontra? Ele não é um pecado
individual, mas um pecado nacional; ele foi cometido pela geração dos judeus do
tempo de Jesus e não pode ser aplicado às gerações seguintes dos judeus. O
conteúdo do pecado imperdoável foi: a rejeição nacional de Israel ao Messias
Jesus, enquanto Ele estava presente, com a afirmação de que Ele estava possesso
do demônio.
As pessoas daquele tempo poderiam e conseguiram escapar desse julgamento, como
aconteceu com o Apóstolo Paulo. Também não é um pecado que possa ser cometido hoje.
Neste ponto, a Bíblia é muito clara. Independentemente do tipo de pecado que alguém
cometa hoje, todo pecado é perdoável a todos o indivíduo que for a Deus através
de Jesus. [N.T. - Se alguém não crê em Jesus, comete o pecado
imperdoável, admitindo que o Espírito Santo é mentiroso, por testificar a
divindade de Cristo]. A natureza do pecado é irrelevante. Todo pecado é perdoável
para o indivíduo que vai a Deus através de Jesus, o Messias. Mas, para a nação
como um todo, naquela geração particular, este único pecado tornou-se
imperdoável.
Ao prosseguir este estudo, duas palavras
chaves vão continuar aparecendo: “esta geração”, porque esta geração foi
culpada de um pecado exclusivo. Isto significava duas coisas. Primeira,
que aquela geração do tempo de Jesus estava sob um julgamento, que não poderia
ser aliviado e que resultaria na destruição do templo de Jerusalém, no Ano 70
d.C. Segunda, a oferta do Reino Messiânico fora rescindida; e não seria
estabelecida naquele tempo, mas seria novamente oferecida a uma posterior
geração judaica - a geração do Milênio.
Em Mateus 12:38-45, são encontradas a resposta dos fariseus e a subsequente
resposta de Jesus. No verso 38, os fariseus precisaram retomar a ofensiva: “Então
alguns dos escribas e dos fariseus tomaram a palavra, dizendo: Mestre,
quiséramos ver da tua parte algum sinal”.
Eles foram a Jesus e Lhe pediram outro
sinal, como se Jesus precisasse fazer alguma coisa para autenticar o Seu
Messianismo. Ele havia operado toda sorte de milagres, desde o início do Seu
ministério, incluindo os vários milagres
que eles mesmos haviam rotulado como milagres messiânicos. Mesmo assim, eles
rejeitavam Suas afirmações. Então, Ele disse que, por causa da sua rejeição,
eles haviam cometido o pecado imperdoável e não mais receberiam sinais, exceto
“o sinal do profeta Jonas”, o sinal da ressurreição.
É pura verdade que Jesus continuou a
operar milagres, mesmo após este evento, mas o propósito dos Seus milagres
mudou. Já não era o mesmo propósito que houvera, até aquele tempo: servir de
sinais para levar Israel a uma decisão referente às afirmações do Messias. Em
vez disso, o propósito dos Seus milagres, a partir de então, foi o de treinar
os doze apóstolos para o tipo da obra que eles precisariam realizar, por causa
desta rejeição. Quanto à nação, não haveria mais sinais, exceto um: o sinal de
Jonas, o sinal da ressurreição.
Tendo anunciado esta nova política
referente aos sinais, Jesus prosseguiu com as palavras do julgamento, em Mateus
12:41-42, com ênfase sobre aquela geração: “Os ninivitas ressurgirão no
juízo com esta geração, e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação
de Jonas. E eis que está aqui quem é mais do que Jonas. A rainha do meio-dia se
levantará no dia do juízo com esta geração, e a condenará; porque veio dos
confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que está aqui quem é
maior do que Salomão”.
Jesus deu o exemplo de dois elementos
gentios do Antigo Testamento: os homens de Nínive e a Rainha de Sabá. Estes foram
gentios que tiveram somente uma porção da revelação; mas, corresponderam, com a
luz que tinham. No julgamento do Grande Trono Branco, estes gentios poderão
estar a postos, para condenar aquela especial geração judaica, como culpada do
pecado imperdoável.
As palavras do julgamento terminam
com uma estória sobre demônios, nos versos 43 - 45. Não foi um demônio expulso,
mas um demônio que de sua livre vontade, saiu em busca de um lugar melhor para
viver. Ele o buscou, por algum tempo; mas, quando conseguiu encontrar algumas
vagas, decidiu voltar à pessoa da qual fora antes expelido. Em seu regresso,
ele o encontrou “desocupado, vazio e adornado”. Ele novamente entrou no
homem, mas já não querendo viver sozinho. Então, convidou sete dos seus amigos
para a ele se juntarem e [,quanto ao
homem, ] “o seu estado ficou pior do que o primeiro.” No princípio, ele tinha apenas um demônio nele, mas
porque ficou desocupado, agora havia oito demônios habitando nele. No intervalo
entre a primeira e a segunda habitação do demônio, o homem não foi habitado por
nenhum outro espírito [além daquele
constituinte dele próprio, claro], quer
fosse o Espírito Santo ou um espírito demoníaco.
O que fora verdade para aquele indivíduo,
seria verdade para aquela geração. Aquela geração começou com a pregação de
João Batista, o qual anunciou a próxima vinda do Rei. Embora estivessem sob o
domínio romano, eles mantinham uma identidade nacional com Jerusalém e o templo
continuava de pé. Mas, 40 anos depois que estas palavras foram ditas, as
legiões de Roma invadiram a Judeia, Jerusalém foi destruída e o templo
derrubado, até que não restasse “pedra sobre pedra”. O último estado
desta geração tornou-se pior do que o primeiro.
O ponto chave da estória, no final do
verso 45 é: “Assim acontecerá também a esta geração
má”.
Neste ponto, o ministério de Jesus
mudou, radicalmente, em quatro áreas principais. Estas quatro mudanças podem
ser compreendidas apenas sob a luz do cometimento do pecado imperdoável, em
resposta à rejeição do segundo milagre messiânico.
1. Com respeito ao propósito dos Seus
milagres
A primeira mudança foi em relação ao
propósito dos Seus milagres. Conforme antes declarado, o propósito dos Seus
milagres já não era o de servir como sinais a Israel; para levar Israel a tomar
uma decisão concernente às Suas afirmações messiânicas. A decisão fora tomada.
Em vez disso, o propósito dos Seus milagres passou
a ser o de treinar os doze discípulos
para o tipo da obra que eles deveriam realizar, por causa dessa rejeição. Essas
obras foram realizadas, conforme o Livro de Atos. Mas, para a nação, não
haveria mais sinais, exceto um: o sinal de Jonas, o sinal da ressurreição.
2. Concernente à Base dos Seus Milagres
A segunda mudança foi concernente às
pessoas para quem Ele realizou os milagres. Contudo, até o tempo deste evento,
quando Ele realizava milagres o fazia em benefício das massas, sem delas exigir
que antes tivessem fé. Mas, a partir deste ponto, Ele só realizava milagres em
benefício de indivíduos, em resposta às necessidades individuais. E exigia que,
primeiro, eles tivessem fé. Até o tempo deste evento, sempre que curava uma
pessoa Ele mandava que ela fosse e proclamasse as grandes coisas que Deus havia
feito por ela. Mas, a partir deste ponto, Ele dizia ao indivíduo curado a não
contar sobre o que Deus havia feito por ele.
3. Concernente à Mensagem dEle ser o Messias
[Evitemos a palavra "Messianismo" porque adquiriu um sentido
pejorativo de movimento de políticos latinoamericanos semvergonhas que dizem
ter sido "chamados" para o cumprimento de uma tarefa
"sagrada", como Antônio Conselheiro, Padre Cícero, Fidel Castro,
Peron, Getúlio Vargas, Hugo Chaves, etc.]
A terceira mudança dizia respeito à
mensagem que Ele e os Seus discípulos pregavam. Até este evento, Ele e os Seus discípulos, percorriam toda
Terra de Israel, proclamando o fato dEle
ser o Messias, e Ele até enviou os Seus
discípulos de dois em dois, para fazerem exatamente isso. Mas, a partir deste
ponto, Ele iria proibir os Seus discípulos de proclamar que Ele era o Messias. Quando Pedro fez a grande confissão, em Mateus 16:16, “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”, Jesus o instruiu a não dizer a pessoa alguma que ele
era o Messias.
4. Concernente ao Método
do Seu Ensino
A quarta mudança referiu-se ao Seu método
de ensino. Até este evento, quando ensinava às massas, Ele o fazia clara e
distintamente, em termos que ela pudesse entender. Um exemplo disto foi o
Sermão do Monte, em Mateus 5-7. Mateus mostra que o povo entendia o que Ele
estava dizendo; mostra porém, mais
significativamente, quando Ele discordava
dos escribas e fariseus. Contudo, a partir deste ponto, sempre que ensinava às
massas, Ele só o fazia em parábolas. Em Mateus 13:10-14, quando ele iniciou o
Seu método de ensino através de parábolas, os discípulos Lhe perguntaram: “Por que lhes falas por parábolas?” Jesus respondeu que o método parabólico de ensino foi
usado com o propósito de esconder a verdade das massas.
Observem a declaração muito gráfica em Mateus
13:34: “Tudo isto disse Jesus, por parábolas à multidão, e nada
lhes falava sem parábolas”.
Às massas, Ele falava somente por
parábolas. Isto não aconteceu, antes da rejeição, em Mateus 12. A verdade é que
tal aconteceu somente após a rejeição. É literalmente impossível entender por
que o ministério de Jesus mudou nestas quarto áreas principais, a não ser que
entendamos quão crucial foi o pecado imperdoável da rejeição do fato dEle ser o
Messias, sob a acusação de possessão demoníaca, a qual foi uma resposta direta
ao segundo milagre messiânico. Já lhes fora dada luz suficiente. Eles
rejeitaram a luz que tinham, portanto mais nenhuma luz lhes seria dada.
Mateus 17:14-20, Marcos 9:14-29 e Lucas
9:37-43 registram um incidente relativo ao tempo em que Jesus e três discípulos
desceram do monte, onde Ele foi transfigurado. Quando eles voltaram para os
outros nove discípulos, que haviam sido deixados para trás, encontraram um
problema; um homem trouxe aos Seus
discípulos um seu filho possesso de um demônio, e os discípulos foram incapazes
de expulsar aquele demônio. Também é
interessante notar que o incidente fora instigado [e inflamado, e estava sendo explorado] pelos escribas e fariseus.
Conforme Marcos 9:14: “E, quando se
aproximou dos discípulos, viu ao redor deles grande multidão, e alguns escribas
que disputavam com eles”.
Os escribas ali estavam para instigar [e inflamar] esta
situação em particular. Um jovem possuído por um demônio específico fora
trazido àqueles discípulos, os quais tentaram, porém não conseguiram expulsar o
demônio. Isto de algum modo veio a
refletir [a todos] que Jesus era o Messias.
Quando confrontado com o endemoninhado, Ele pôde expulsar o demônio. O que era
especial neste problema? Os discípulos haviam conseguido expulsar demônios,
antes. Porque, então, não conseguiram expulsar este demônio?
Marcos 9:17 revela qual era o tipo
daquele demônio: “E um da multidão, respondendo, disse: Mestre, trouxe-te
o meu filho, que tem um espírito mudo”... Este era um demônio mudo e a expulsão de um demônio mudo foi o segundo
milagre messiânico. Quando os discípulos não puderam expulsar aquele demônio
mudo, eles refletiram sobre a afirmação de que Jesus era o Messias. Mas, em
seguida, Ele veio e expulsou o demônio, tendo, assim, operado o segundo [tipo
de] milagre messiânico.
Em seguida, Marcos 9:28-29 registra
por que os discípulos não puderam fazê-lo: “E, quando entrou em casa,
os seus discípulos lhe perguntaram à parte: Por que o não pudemos nós expulsar?
E disse-lhes: Esta casta não pode sair com coisa alguma, a não ser com oração e
jejum.”
Observem o que Jesus disse aqui: “Esta casta
não pode sair com coisa alguma, a não ser com oração e jejum.” Significando um demônio mudo, nesta declaração,
Ele autenticou a observação farisaica de que demônios mudos eram diferentes e
não podiam ser expulsos da maneira comum.
Ele disse aos discípulos que a razão pela qual eles não haviam conseguido expulsar
o demônio mudo foi porque estavam usando o método errado. Conquanto outros
demônios pudessem ser expulsos em o nome de Jesus, no caso do demônio mudo, ele
só poderia ser forçado a sair, por meio da oração. O que os discípulos deveriam
ter feito, além de usar a metodologia normal, que funcionava com outros tipos
de demônios, era simplesmente confiar em Deus Pai para que Ele o fizesse por
eles. Assim Jesus autenticou a observação farisaica de que os demônios mudos
eram diferentes.
Autor: Arnold Fruchtenbaum
Tradutora: Mary Schultze, 06/12/2013.
III - O Terceiro Milagre Messiânico: A cura de um HOMEM QUE NASCEU CEGO.
(parte de The Three
Messianic Miracles)
Dr. Arnold G. Fruchtenbaum
O terceiro milagre messiânico foi curar alguém que nasceu cego. Ele não
simplesmente curou alguém que ficou cego, porém curou alguém que nasceu cego, e
este foi um milagre messiânico[CS1] . Vários detalhes desse
terceiro milagre messiânico são dados em João 9: 1-41. Este longo capítulo pode
ser dividido em cinco segmentos específicos.
B. A Cura Física de um Homem que Nasceu Cego
A primeira parte dos versos de 1-12, registram a cura física. Em João 9:1-5 nós
lemos: E passando
Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram,
dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus
respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem
nele as obras de Deus. Convém que eu faça as obras daquele que me enviou,
enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no
mundo, sou a luz do mundo.
Este incidente ocorreu em um dia de Sábado com eles andando nas ruas de
Jerusalém e vindo um homem que havia nascido cego. Não era somente um Sábado,
mas era também um período da Festa dos Tabernáculos, fazendo com que aquele
Sábado fosse ainda muito mais sagrado ou “um Sábado especial”.
O questionamento dos apóstolos parece ser muito estranho, “quem pecou, este ou seus
pais, para que nascesse cego?”. Quem cometeu tão terrível pecado
para que este homem nascesse cego? A estranheza nessa questão não era se os
pais haviam pecado causando o seu nascimento cego. Este era um princípio da Lei
Mosaica no Êxodo 34:6-7 onde Deus visita os pecados dos pais “nos filhos e nos filhos
dos filhos, até a terceira e quarta gerações”. É concebível que
os pais tenham cometido algum pecado específico e Deus tenha visitado esse
pecado em seus filhos, causando a cegueira nos filhos. O defeito da cegueira ao
nascimento pode ter sido um resultado de um pecado específico cometido por seus
pais.
Portanto, não é estranha essa parte do questionamento. Porém a questão não é
meramente, “Os
pais dele pecaram e ele nasceu cego?” porém eles também
perguntaram “Ou
foi esse homem que pecou e nasceu cego?”. Esta é a parte estranha
do questionamento. Como pode ele ter pecado primeiro antes de nascer cego? O
Judaísmo nunca ensinou a doutrina da reencarnação. Na luz dos fatos, como ele
poderia pecar antes de ter nascido?
O questionamento feito pelos discípulos refletia a [má] condição do Judaísmo
Farisaico nos dias em que eles cresceram. De acordo com o Judaísmo Farisaico,
um nascimento defeituoso, tal como nascer cego, era devido a um específico
pecado, tanto cometido pelos pais ou cometido pelo indivíduo. Porém de novo,
como poderia um indivíduo ter pecado antes e então ter nascido cego? De acordo
com o Judaísmo Farisaico, na concepção, o feto tinha duas inclinações. Em
Hebreu, ele era chamado yetzer hara, que
significa “a
inclinação para o mal”, e yetzer hatov, “a inclinação para o bem”.
Essas duas inclinações estavam sempre presentes dentro de um novo ser humano
que foi concebido em um útero. Durante os nove meses de desenvolvimento dentro
do útero da mãe, existe um esforço pelo controle entre as duas inclinações. Era
possível que a inclinação para o mal levou a melhor sobre feto; e, em um estado
de animosidade ou raiva para com sua mãe, ele a chutou no útero. Por causa
deste ato de pecado, por causa deste ato de animosidade, ele nasceu cego. O
questionamento dos discípulos reflete a [má] condição do Judaísmo Farisaico no
qual eles nasceram. Eles poderiam perguntar também “Este homem pecou
enquanto estava ainda no útero, ou o pecado de seus pais causou o seu
nascimento cego?”.
Os discípulos foram culpados de duas crenças erradas[CS2] . A primeira foi aceitar o
ensinamento farisaico de que a criança poderia pecar no útero de sua mãe e,
portanto nascer cega. A segunda era que um defeito de nascimento, tal como
nascer cego, pode ser devido a algum específico e terrível pecado.
No verso três, Jesus dissipa o Farisaísmo rapidamente: … Nem ele pecou nem seus
pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.
Em outras palavras, ele não nasceu cego por causa de algum específico pecado
cometido por seus pais ou por ele.
Sem dúvida, todos os problemas físicos eram devido à queda de Adão e eram
resultados de um problema geral do pecado e queda da humanidade. O homem morre
devido ao pecado em geral da humanidade, devido a serem descendentes de Adão.
Contudo, dizer que um defeito específico de nascimento, enfermidade, doença ou
injúria é sempre devido a um pecado em particular ou um demônio em particular é
ensinamento falacioso. Yeshua claramente dissipa estes ensinamentos dizendo que
este homem não pecou, nem seus pais pecaram. Pelo contrário, Deus providenciou
para que este homem nascesse cego para que Deus pudesse demonstrar Sua glória
realizando uma grande obra.
Tendo dispersado e corrigido a falsa teologia de Seus discípulos, Ele então
procedeu a cura. Ele escolheu curar o homem de uma forma nunca vista antes,
até aquele momento, o homem nunca havia chegado a vê-LO[CS3] . Jesus cuspiu no solo,
misturou o cuspe com a terra; Ele formou uma pasta de barro e então a esfregou
nos olhos do homem. Ele mandou o homem ir ao Tanque de Siloé e lavar a pasta de
barro de seus olhos, e então ele poderia ver.
É muito significante que, de todos os locais que Yeshua poderia enviar o homem
para lavar seus olhos, Ele enviou-o para um tanque dentre os muitos de
Jerusalém – o tanque de Siloé. Este tanque não era fácil de ir do centro de
Jerusalém devido a um monte com uma íngreme descida. Esta era a semana da Festa
dos Tabernáculos e, durante esta festa, existia um ritual especial chamado “o derramamento de água[CS4] ”. Neste ritual, o sacerdote marchavam
descendo do Templo do Monte para o Tanque de Siloé, enchiam jarros com água do
Tanque de Siloé, marchavam de volta para o Templo do Monte, e a água era
colocada dentro do Lavador dentro do Complexo do Templo. Isto era seguido por
um grande regozijo. Durante a Festa dos Tabernáculos, o tanque principal, que
era o centro a atenção Judia, era o Tanque de Siloé, era o único tanque que
tinha um grande número de Judeus presentes que poderiam observar esse terceiro
milagre messiânico.
O homem voltou para o Tanque de Siloé, lavou seus olhos, e quando ele os abriu,
pela primeira vez em toda sua vida, ele estava apto a ver! Todos que conheciam
aquele homem e sabiam que ele havia nascido cego, criaram uma tremenda agitação[CS5] . João 9:8-9 registra: Então os vizinhos, e aqueles
que dantes tinham visto que era cego, diziam: Não é este aquele que estava
assentado e mendigava? Uns diziam: É este. E outros: Parece-se com ele. Ele
dizia: Sou eu. Ocorreu muita confusão devido a muitas pessoas
reconhecerem-no, porém outros demoraram um pouco de tempo para acreditar que o
homem que havia nascido cego estava curado. Eles responderam dizendo, “Não é ele, somente
parece com ele”. Finalmente o homem disse, “Sou eu”. Quando eles
finalmente fizeram a pergunta crucial, “Como se te abriram os olhos?”
Afinal das contas, isto é um milagre messiânico.
Sua resposta, no verso onze foi: Ele respondeu, e disse: O homem chamado Jesus, fez
lodo, e untou-me os olhos, e disse-me: Vai ao Tanque de Siloé, lava-te. Então
fui, e lavei-me, e vi.
Quando perguntaram a ele, “Onde Ele está?" Ele respondeu: "Eu não sei”.
Lembrem-se, quando Yeshua enviou-o ao Tanque de Siloé, o homem estava ainda em
estado de cegueira; ele nunca havia visto Jesus. Agora que podia ver, o homem
ainda não conhecia quem Yeshua era ou como Ele era.
O Primeiro Interrogatório do Homem
Na segunda parte, João 9:13-17, o homem é interrogado a primeira vez. Devido ao
fato de que este foi um milagre messiânico, o homem foi levado aos Fariseus
para investigação e explanações. Uma vez que Jesus tinha escolhido curar o
homem no Sábado, um alvoroço foi criado por parte das massas. Os Fariseus
sabiam muito bem que de alguma maneira eles deveriam intervir nisto. Como os
Fariseus iniciaram o interrogatório para descobrir as circunstâncias da cura desta
cegueira de nascença, uma divisão surgiu entre eles.
De acordo com o verso 16a: Então alguns Fariseus diziam: Este homem não é de
Deus, pois não guarda o Sábado.
Devido ao pensamento de que uma cura em um Sábado era uma violação do Sábado[CS6] , eles não acreditavam que Jesus poderia ser um homem
de Deus, muito menos O Homem de Deus, o próprio Messias.
Até
mesmo entre os Fariseus, faziam a pergunta do verso 16b: Diziam outros: Como
pode um homem pecador fazer tais sinais?
Note a ênfase, não somente sinais, pois falsos profetas podem também realizar
sinais, porém estes particulares sinais, estes especiais milagres messiânicos.
Quando
eles perguntaram ao homem que nasceu cego e que agora estava curado de sua
cegueira qual sua opinião sobre Yeshua, o homem simplesmente concluiu que
aquele homem pelo menos deveria ser um profeta (v. 17). Contudo, de acordo com
o ensinamento Farisaico, embora um profeta estivesse apto a realizar milagres,
como Elias e Elizeu certamente fariam, fazer um milagre messiânico não era
prerrogativa de um profeta, porém era prerrogativa somente do Messias.
De
qualquer forma o primeiro interrogatório do homem não levou a nenhuma conclusão
específica.
O Interrogatório dos Pais [do cego]
Na terceira parte da passagem, João 9:18-22, os pais [do cego] foram
interrogados. Entre os Fariseus, surgiu uma questão, “Suponha que isto tudo
que aconteceu é uma mentira. Somente suponha que o homem nunca nasceu cego e
todas estas coisas são um truque.” [Mas] os pais confirmaram duas
coisas. Primeiro, que este homem é definitivamente o filho deles e que disto
não haja a menor dúvida. Segundo, que eles afirmam que ele nasceu cego. Assim,
não havia nenhuma possibilidade, nem mesmo de longe, de que alguém estivesse
fingindo, tentando aplicar um truque nos Fariseus. Quando os Fariseus
perguntaram aos pais durante o interrogatório se seu filho havia nascido
realmente cego, inapto a ver, os pais decidiram não dizer mais nada e mandaram
eles perguntarem diretamente ao filho deles.
A razão de sua relutância está no verso 22: Seus pais disseram isto, porque temiam os Judeus.
Porquanto já os Judeus tinham resolvido que, se alguém confessasse ser ele o
Cristo, fosse expulso da sinagoga.
Isto já havia sido decretado para qualquer que reconhecesse Jesus
como o próprio Messias, eles poderiam ser excomungados da sinagoga. Era óbvio
que os pais procuravam acreditar Nele [no Cristo], e talvez neste ponto até
mesmo acreditavam, mesmo que secretamente, que Ele era o Messias, pois eles
viram que Ele não só realizou um milagre messiânico, mas também realizou esse
milagre em seu próprio filho.
No Judaísmo Farisaico, havia três níveis de excomunhão. O primeiro nível era
chamado de hezipah,
que é simplesmente uma “repreensão”
que varia de sete a trinta dias e era meramente disciplinar. E não poderia ser
realizada a menos que pronunciada por três rabinos. Este era o menor nível de
excomunhão. Um exemplo de hezipah é encontrado em 1 Timóteo 5:1. O segundo
nível era chamado de niddui,
que significava, “expulsão”.
Ela poderia ser de no mínimo trinta dias e era disciplinar. Uma niddui
deveria ser pronunciada por dez rabinos. Exemplo desse segundo tipo é
encontrado em 2 Tessalonicenses 3:14-15 e Tito 3:10. O terceiro era o pior tipo
de excomunhão e era chamado de cherem, que significava ser “expulso da sinagoga”,
ser “colocado para
fora da sinagoga e ser separado da comunidade Judaica”. O
restante dos Judeus consideravam sob o cherem uma ofensa de morte, e nenhum
tipo de comunhão ou nenhum tipo de relacionamento poderia ser feito com essa
pessoa. Este terceiro tipo é encontrado em 1 Coríntios 5:1-7 e Mateus 18:15-20.
O fato da expressão “colocado
para fora da sinagoga” ser usado, fala-nos do nível de excomunhão
que os Fariseus escolheram para quem reconhecia Yeshua como seu Messias. Esse
era o terceiro e mais severo nível, o cherem – ser expulso da sinagoga, ser
colocado para fora, ser considerado como morto. Portanto, os Fariseus estavam
agora tratando um Judeu crente – não somente como repreensível ou como expulso
temporariamente – porém passível de expulsão permanentemente. Devido a seus
pais saberem deste decreto Farisaico em relação à Jesus, o terceiro nível de
excomunhão, eles escolheram não tecer mais comentários, exceto afirmar estas
duas coisas: que ele era seu filho, e que ele havia nascido cego.
Portanto, a interrogação dos pais, como na primeira interrogação do homem, também
finalizou-se inconclusiva.
O Segundo Interrogatório do Homem [nascido cego]
O quarto segmento deste capítulo, João 9:23-34, registra o segundo
interrogatório do homem que nasceu cego. Durante este interrogatório os
Fariseus iniciam a perda de seu senso de lógica.
Eles chamam o ex-cego uma segunda vez no verso 24 e dizem: ... Dá glória a Deus; nós
sabemos que esse homem é pecador.
Notem quão ilógico é essa afirmação. “Louve ao Senhor!”
eles dizem, “porque
nós sabemos que este homem, Yeshua, é um pecador.” Porém nunca
ninguém sai por ai dizendo, “Louve ao Senhor! Nós sabemos que pessoas deste tipo
são pecadores.” Isto não é algo para louvar à Deus. É algo triste
quando pessoas cometem atos específicos de pecado. Porém os Fariseus estavam
tão fora de si por conta de Jesus que eles não eram capazes de pensar
claramente ou pensar de uma maneira lógica.
Neste ponto, o homem que tinha sido curado era capaz de ter calma e de ainda
exercer algum grau de controle. Ele disse no verso 25: … Se é pecador, não sei;
uma coisa sei, é que, havendo eu sido cego, agora vejo.
A declaração feita pelo homem não foi uma simples declaração de
um fato; foi um desafio para os Fariseus, algo que eles tinham que responder. O
que ele estava dizendo para eles nas entrelinhas era, “Eu era um homem que
nasci cego, e não simplesmente um homem que fui cego. Vocês são pessoas que
disseram-me que somente o Messias poderia realizar a cura de alguém que nasceu
cego. Eu nasci cego. Um homem chamado Yeshua realizou essa tal cura em mim. De
acordo com a teologia, que vocês me falaram, Eu deveria pensar que vocês iriam
proclamar- Lo o Messias de Israel. Em vez disso, vocês O chamam de pecador. Se
Ele é ou não um pecador, eu não sei. Uma coisa eu sei: Eu era cego, agora eu
vejo. Por favor expliquem-me isso.”
Nos versos 26-27, os Fariseus aceitaram o desafio e questionaram, “Que te fez Ele? Como te
abriu os olhos?” (v. 26).
O homem já havia explicado isso aos Fariseus mais de uma vez, porém, no verso
27, ele respondeu aos Fariseus, Já vo-lo disse, “eu já falei a vocês!”
e não ouviste;
“vocês não
escutaram,” para que o quereis tornar a ouvir? Quereis vós porventura fazer-vos
também seus discípulos?
Sem dúvida, isto não era uma coisa muito esperta para se dizer
aos Fariseus, “Quereis
vós porventura tornarem-se também discípulos de Jesus?” Isto era
a última coisa na qual eles estavam interessados. Neste ponto, o homem estava
sendo estratégico.
Eles replicaram desta maneira em João 9:28-29: Então o injuriaram, e disseram:
Discípulo dele sejas tu; nós, porém somos discípulos de Moisés. Nós também
sabemos que Deus falou a Moisés, mas este não sabemos de onde é.
Os Fariseus começaram a verbalmente ofender o homem. Eles o cutucaram
ironicamente. Eles obviamente viram que o homem não estava muito persuadido a
aceitar a alegação deles de que Jesus era um pecador. Eles desistiram do homem deixando-o
para Yeshua e disseram, “Bem,
você pode ir e ser seu discípulo, porém nós somos discípulos de Moisés, porém
nós não sabemos quem é este homem e nem de onde veio.” A
implicação era de que Deus não falava para Jesus, então ser discípulo de Moisés
era superior a ser discípulo de Jesus.
Porém o homem não ficou em silêncio. No verso 30, ele deu sua resposta então: …
Nisto, pois, está
a maravilha, que vós não saibais de onde ele é, e contudo me abrisse os olhos.
“Você é o líder religioso de Israel. Você falou-me que somente o Messias
poderia fazer-me ver. Agora eu vejo, e você não pode explicar isso para mim,
você que é o líder religioso do povo de Israel.”
Ele prosseguiu, relembrando-os de sua própria teologia nos versos 31-32: Ora, nós sabemos que
Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus, e faz a sua
vontade, a esse ouve. Desde o princípio do mundo nunca se ouviu que alguém
abrisse os olhos a um cego de nascença.
Existiam registros de cura de pessoas que tinham ficado cegas
após seus nascimentos, porém nenhum registro de pessoas que eram cegas de
nascença e depois foram curadas. Este era um milagre messiânico, e pela
primeira vez em toda a história humana, este milagre messiânico foi feito. O
homem (ex-cego) simplesmente disse para os Fariseus que eles não tinham base ou
fundamento para rejeitar Jesus como o Messias.
A resposta dos Fariseus está no verso 34: Tu és nascido todo em pecados, e nos
ensinas a nós?
“Tu és nascido todo em pecados.” Por que eles disseram isto? Por
que na teologia Farisaica quando alguém nascia cego, nascia desta maneira por
conta de alguns pecados específicos, tanto cometido pelo indivíduo enquanto no
útero de sua mãe, quanto pelos seus pais. Então eles disseram, “Você nasceu em pecado.
Nós não, por que nós não nascemos cegos.”
Então no verso 34 lê-se: E
expulsaram-no.
O “expulsaram-no”
neste verso é o mesmo “expulsaram-no”
no verso 22, que significa, “ser colocado para fora da sinagoga.” O
homem foi excomungado.
A Cura Espiritual
O quinto e último segmento deste capítulo, João 9:35-41, registra sua cura
espiritual. Yeshua ouviu o que aconteceu, que o homem tinha sido expulso da
sinagoga. No verso 35, Yeshua aproximou-se do homem e falou-lhe: … Crês tu no Filho de
Deus?
No verso 36, o homem responde:
… Quem é ele,
Senhor, para que nele creia?
Lembre-se que o homem não tinha anteriormente visto Jesus [portanto, não podia
reconhecer Seu rosto].
Sua resposta está nos versos 37-38: E Jesus lhe disse: Tu já o tens visto, e é aquele que
fala contigo. Ele disse. Creio Senhor. E o adorou.
O homem viu Jesus e o adorou. Adorar um homem era reconhecer que ele era Deus
também. O homem cego, formalmente, teve sua cura espiritual.
Resumindo: O resultado do primeiro milagre messiânico foi que começou investigação
intensiva da Ministério Messiânica de Jesus. O resultado do segundo milagre
messiânico foi o decreto de que Jesus não era o Messias, e a base do decreto
foi alegação de que era uma possessão demoníaca. A resposta da liderança para o
terceiro milagre messiânico foi que se alguém creditasse à Jesus como seu
Messias seria colocado para fora da sinagoga.
IV. O Testemunho Messiânico Final
Yeshua[CS7] realizou tantos milagres
messiânicos de uma só vez que mandou uma mensagem clara aos líderes de Israel.
Como resultado da rejeição de Sua alegação messiânica após seu segundo milagre
messiânico, Jesus pronunciou um julgamento sobre aquela geração de Israel por ser
culpada do seu pecado imperdoável, a blasfêmia contra o Espírito Santo. Então
Ele disse algo mais. Ele também disse que, por causa de sua rejeição, não
haveria mais sinais para aquela nação exceto um, o sinal do profeta Jonas, que
é o sinal da ressurreição. Em João 11:1-44, aquele sinal foi dado com a
ressurreição de Lázaro. Yeshua levantou Lázaro da morte depois de ele ter
ficado morto por quatro dias.
O fato de Lázaro ter ficado morto por quatro dias é muito significante. De
acordo com os ensinamentos do Judaísmo Farisaico, quando um homem morria o
espírito do homem ficava ao derredor do corpo durante os primeiro três dias.
Durante esses três dias, ainda existia uma possibilidade de que a ressuscitação
[evento natural, embora extremamente raro] ocorresse. A partir do quarto dia o
espírito do homem desceria para o Sheol ou Hades e então a ressuscitação
era impossível, somente um milagre de ressureição poderia realizar isso. O fato
de Jesus esperar até Lázaro estar morto por quatro dias mostrou que eles nunca
poderiam explicar a ressureição de Lázaro alegando que foi uma mera
ressuscitação. Então, quando Yeshua levantou Lázaro da morte após quatro dias,
isto de novo criou um alvoroço.
Em João 11:45-54, o Sinédrio encontrou-se e deliberou. Durante a deliberação,
eles meramente levaram adiante a rejeição sobre o que ocorrera. Como resultado
do segundo milagre messiânico, eles rejeitaram Sua alegação messiânica. Agora,
sua resposta para o milagre da ressureição de Lázaro foi a sentença de morte
para Jesus. Foi Caifás, o sumo sacerdote, que levou o Sinédrio à rejeição de
Jesus sentenciando-O à morte.
O que aconteceu em seguida está registrado em Lucas 17:11-19. Naquele tempo,
não um mas dez leprosos vieram a Jesus pedindo a Ele para curá-los. O que Ele
respondeu está registrado nos verso 14: E Ele, vendo-os, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos
sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos[CS8] .
Yeshua enviou estes dez leprosos diretamente para o sacerdócio que, sob a
liderança de Caifás, tinha decretado a Sua sentença de morte. Isto significava
que, em vez de um milagre messiânico, tinham dez milagres messiânicos
realizados: o primeiro milagre messiânico foi realizado dez vezes mais. Dez
vezes mais Caifás e os demais sacerdotes gastaram sete dias investigando a
situação. Dez vezes mais, eles tiveram que decretar que todas aqueles dez
leprosos foram limpos e ficaram curados de sua lepra. Dez vezes mais, eles
tiveram que decretar que Jesus realizou o milagre. Isto realmente mostrou algum
humor Judeu, ao menos, da parte de Yeshua, que escolheu enviar para os líderes
de Israel dez leprosos curados logo após eles terem decretado Sua rejeição
sentenciando-O à morte.
O fato dele ser o Messias foi proclamado, não meramente pela boca de duas ou
três testemunhas, porém pela boca de dez testemunhas. De novo, Ele provou para
os líderes que eles não tinham base, não tinham razão, para rejeitar Sua
alegação de ser o Messias.
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo
link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
(retorne a
http://solascriptura-tt.org/ Cristologia/
retorne a http:// solascriptura-tt.org/
)
[CS1]Não estou muito seguro nesta parte.
[CS2]Falácia.
[CS3]Achei um pouco confusa esta parte. Eu colocaria “Ele escolheu curar o homem de uma forma nunca vista antes”, mas espero sua opinião. PODE COLOCAR COMO VOCÊ DISSE, IRMÃO"
A PROPÓSITO, CITANDO OU TRADIZINDO A BÍBLIA, NUNCA ALTEREMOS NEM SEQUER UMA LETRA. MAS HÁ AUTORES QUE SÃO CONFUSOS ATÉ MESMO NA LÍNGUA ORIGINAL DELES, ESCREVEM COISAS QUE PODEM SER NÃO ENTENDIDAS OU MAL INTERPRETADAS, NESSES CASOS EU NÃO TENHO CERIMÔNIAS E MODIFICO UM POUQUINHO O AUTOR. QUANDO É UMA ACRÉSCIMO DE UMA PALAVRA PARA MELHOR ENTENDIMENTO, COLOCO ENTRE COLCHETES, MAS NEM SEMPRE É FÁCIL ASSIM. QUANDO É NECESSÁRIO, INSIRO UMA CORREÇÃO DA FORMA DE {NOTA DO TRADUTOR: XXXX XXXX XXXX}
[CS4]Não estou bem certo desta expressão. Talvez tenha algum outro nome específico. DEIXE ASSIM MESMO. NÃO SOMOS HISTORIADORES, HEBRAISTAS, NEM JUDEUS. DÁ PARA ENTENDER.
[CS5]A tradução literal seria movimento.
[CS6]Aqui poderíamos substituir esse segundo Sábado por Lei ou Mandamentos só para que não fiquemos um parágrafo redundante, aguardo sua opinião.
[CS7]Como ele citou o nome Jesus abaixo resolvi deixar Yeshua aqui.
[CS8]Tirei direto da minha Bíblia ACF.
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.