George Cutting
Caro leitor, já pensaste nisto? O Senhor Jesus Cristo há de vir outra vez!
Milhares de pessoas por toda a parte estão sendo despertadas
para esse fato solene e bendito, e ainda que os "escarnecedores" dos
últimos tempos estejam perguntando: "Onde está a promessa da Sua
vinda?" (2 Pe 3:4) e o mau servo diga no seu coração: "O meu Senhor
tarde virá" (Mt 24:48), mesmo assim "O que há de vir virá, e não
tardará" (Hb 10:37), " O Filho do homem há de vir à hora em que não
penseis" (Mt 24:44).
No espírito do povo de Deus, por todo o mundo, há uma convicção crescente e
certíssima - convicção baseada nas verdades da Palavra divina - de que a história da Igreja na terra está prestes a findar; e que o
Senhor Jesus está para vir para levar a Sua noiva para a casa do Pai.
Leitor, estás já compenetrado da realidade deste
solene assunto, e do que ele significa? Se não estás ainda, que o Espírito
Santo se sirva destas linhas para despertar a tua preciosa alma: "Para que
o Senhor não venha de improviso e não te ache dormindo" (Mc 13:36).
Há quatro coisas em relação a esse assunto que desejamos apresentar em poucas palavras:
1 - A promessa da Sua vinda;
2 - A Pessoa que está para vir;
3 - O propósito da Sua vinda;
4 - A preparação para a Sua vinda.
Houve um tempo em que a Sua vinda como humilde sofredor era ainda uma profecia
por cumprir. Muitas gerações tinham vindo e desaparecido; impérios se tinham
levantado e caído; Israel e Judá tinham sido "espalhados", levados
para o cativeiro; e um resto do povo tinha sido novamente restaurado à sua
terra; mas o prometido Messias não tinha aparecido. A maior parte dos que
tinham voltado do cativeiro de Babilônia achavam-se, sem dúvida, estabelecidos
com todo o conforto, e quase esquecidos d'Aquele cuja vinda lhes tinha sido
prometida, quando, eis que, uma manhã, houve em Jerusalém um grande movimento.
Chegaram visitantes de fora com a extraordinária notícia de que tinha nascido o
Rei há muito prometido. Desde o palácio de Herodesaté aos sacerdotes do templo,
a notícia espalhou-se rapidamente.
Mas qual foi o resultado desta notícia? Foi porventura que os filhos de Sião
gritaram unânimes louvores a Deus por ter, finalmente, cumprido a Sua palavra e
mandado o Messias? Porventura a alegria brilhou em todos os rostos, foram
consolados os corações? Infelizmente não. Pelo contrário. A tristeza invadiu a
cidade. "O rei Herodes... pertubou-se, e toda a Jerusalém com ele"
(Mt 2:3).
Mas por que razão? Foi porque, se pelas Escrituras eles conheciam um pouco o
assunto, deviam saber que Isaías tinha predito que "Reinará um Rei em
justiça" (Is 32.1).
Ora, apesar de em Jerusalém haver nesse tempo muitos que se glorificavam da sua
própria justiça e religião, havia sem dúvida na consciência da maior parte um
íntimo sentimento de que não estavam preparados para a presença daquele Justo,
e portanto a notícia que devia encher de gratidão e júbilo todos os peitos em
Jerusalém, apenas produziu o efeito contrário.
Mas quer estivessem preparados para O receber, quer
não, Ele tinha vindo; tinha vindo para revelar o Pai, tinha vindo não só como o
Messias de Israel, mas também como o "Salvador do Mundo". A solene
conseqüência é bem sabida por todos. O "Amado de Deus" foi odiado e
rejeitado, e o Seu caminho neste mundo findou no Calvário crucificado e morto
pelas mãos dos injustos (At 2:23).
Deus tinha assim cumprido completamente a promessa feita aos pais de mandar
Jesus; eles cumpriram os escritos proféticos condenando-O (At 13:27,32-33).
Antes da Sua morte, contudo, Aquele que tinha sido prometido tornou-se
em um que prometia.
Tinha reunido à roda de Si os seus amados discípulos. O traidor Judas tinha
acabado de se retirar daquele pequeno grupo. A negra sombra da cruz estava a
poucos passos à frente, e Ele lhes falou, insinuando a esse respeito. Que
momento solene foi aquele!
Pensemos naqueles rostos tristes e transtornados ao escutarem ansiosamente
aquela comunicação de despedida! "Não se turbe o vosso coração", diz Ele,
"credes em Deus, crede também em Mim" (Jo 14:1). Como se tivesse
dito: Vós confiastes em Deus sem O ver, e agora que Eu me vou apartar de vós,
ponde a mesma confiança em Mim. Deus vos fez uma promessa por meio dos
profetas, e cumpriu fielmente esta promessa pela minha vinda. Eu, também, vou
fazer-vos uma promessa, e vós deveis igualmente confiar que Eu hei de
cumpri-la.
Mas qual era esta nova promessa?
Vamos ler João 14:2 e 3 e veremos: "Na casa de meu Pai há muitas moradas:
vou preparar-vos lugar. E se Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e
vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós também."
Não se podia cair em maior erro do que pensar que esta segunda
"vinda" se refere à morte do crente. Vejamos a diferença que há entre
uma coisa e outra. Suponhamos que um pai muito afetuoso leva pela primeira vez
o seu filho para uma escola distante, como interno. Ao apartar-se dele bem vê a
luta que se está travando no coração da pobre criança, que tenta por todos os
modos reprimir as lágrimas. Assim, para o animar, o pai diz: - Então, meu
filho, não estejas triste. Eu agora tenho que te deixar aqui e voltar para
casa, mas, quando começarem as férias, eu mesmo hei de vir para buscar-te e
levar-te comigo para casa.
Ora, ninguém vai se enganar quanto ao sentido que o pai queria fazer perceber
ao seu atribulado filho por estas palavras. E assim também a linguagem do
bendito Jesus para os Seus tristes discípulos, na crítica ocasião já aludida,
não foi menos clara e livre de enganos.
Não disse: "Eu vou para o céu, mas vós haveis de morrer e ir ali ter
comigo", mas sim: "Se Eu for, e vos preparar um lugar, virei outra
vez e vos levarei para Mim mesmo" .
Se os crentes morrem, as Escrituras falam deles como tendo "deixado o
corpo e habitado com o Senhor" (2 Co 5:8). Enquanto que, quando a vinda do
Senhor tiver lugar, em vez de estarem ausentes do corpo, ou, como exprime o
versículo 4, estarem "despidos", os seus corpos
serão conformados ao Seu corpo glorioso (Fp 3:21; 1 Co 15:52). "Num
momento, num abrir e fechar de olhos", os "mortos em Cristo"
ressuscitarão e os vivos serão "transformados". De modo que, em lugar
da vinda do Senhor se referir à morte dos crentes, pelo contrário, desfará tudo
que a morte tem feito nos corpos do povo de Deus durante perto de seis mil
anos. Que dia de vitória tanto para Ele como para aqueles que O conhecem!
Mas consideremos agora a segunda parte do nosso assunto, isto é:
Muitos dos que conhecem alguma coisa da
doutrina da vinda do Senhor, parecem preocupar-se mais com os
"acontecimentos" que julgam terem sido ou estarem sendo cumpridos, do
que com a própria bendita Pessoa que há de vir.
Uma viúva, por exemplo, está no cais duma cidade marítima, olhando fixamente
para o lado do mar. Ouviu dizer que estão para chegar em breve navios de
transporte que trazem as tropas de volta duma guerra no estrangeiro, e ela
espera ardentemente que num deles venha o seu muito amado filho. Estão a fazer-se grandes preparativos para uma grandiosa recepção
após o desembarque dos bravos soldados. Mas tudo isso tem poucos atrativos para
ela. As bandas militares, as bandeiras tremulando e os arcos triunfais podem
agradar a um simples observador; mas é pelo seu querido filho que ela espera.
De dia e de noite desde que ele partiu, ela tem desejado e orado pelo seu
regresso, e, na verdade, o que é que lhe daria alegria igual a vê-lo de volta
são e salvo? Não é que ela não goste de vê-1o honrado
nos festejos; na verdade, ela o considera digno de todas as honras que lhe
possam dar; no entanto, isso ocorrerá depois de seu desembarque. Agora, a maior
preocupação do seu coração é esta: "ele está para vir".
Ora, leitor amigo, podem estar a dar-se certos
acontecimentos, hoje, que pareçam indicar que não pode estar longe o tempo em
que o "Sol da justiça" há de levantar-se, trazendo nas Suas asas a
cura para o restante do povo de Israel que teme o Seu nome, e o julgamento para
os maus. Mas a esperança imediata do cristão é a volta
do próprio Cristo, como sendo a "Resplandecente Estrela da Manhã",
como Ele próprio diz em Apocalipse 22: 16. Usando do Seu próprio precioso nome
pessoal, Ele diz: "Eu, Jesus, enviei o Meu anjo para vos testificar estas
coisas nas igrejas; Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela
da manhã".
Ora, a estrela da manhã aparece no firmamento antes do sol. É entre o tempo em
que Ele vem como "Estrela da manhã", e o tempo em que Ele apareceu
novamente como "Sol de justiça" que o terrível julgamento de que se
fala no Apocalipse há de se desencadear sobre a terra. Então entrará em cena
aquela terrível consumação de maldade e insubordinação, aquele "homem do
pecado", o anticristo.
(2 Ts 2); então também há de vir o "tempo de angústia para Jacó" (Jr
30:7), e "grande aflição" (Mt 24:21-22), mas haverá uma porção do
remanescente fiel daqueles dias que será poupado no meio de tudo isto, tal como
os três filhos hebraicos no forno ardente (Dn 3). A cristandade professa,
aqueles que somente levam o nome de cristãos mas que não receberam "o amor
da verdade para se salvarem", será deixada na terra após o arrebatamento,
e o próprio Deus os abandonará a uma "operação do erro, para que creiam a
mentira; para que sejam condenados todos os que não creram a verdade, antes
tiveram prazer na iniqüidade" (2 Ts 2).
Haverá, então, inúmeros sinais - sinais do mais medonho caráter, muitas
tristezas esmagadoras, espetáculos e sons que hão de fazer tremer os corações
mais fortes - de modo que os homens "desejarão morrer e a morte fugirá
deles" (Ap 9:6). Mas lembremo-nos de que tudo isso se deve esperar depois
da "Estrela da Manhã" ter raiado, e não antes; isso é, depois que a
Igreja, a noiva celestial de Cristo, tenha sido arrebatada da terra para ir ao
Seu encontro nos ares. Oh, não esqueçamos nunca que é Ele próprio que está para
vir brevemente para recolher os Seus remidos!
A preocupação com "acontecimentos", em lugar do
coração estar ocupado com a Sua pessoa, rouba ao coração muito daquele
bem estar e conforto que deve resultar desta esperança celestial. Infelizmente,
o inimigo tem conseguido fazer com que no espírito de muitos
esta linda promessa da vinda do Senhor se pareça com uma ameaça
judicial; enquanto, como vemos em João 14, foi o melhor tônico escolhido pelo
Grande Médico para reanimar os corações desfalecidos e receosos dos Seus amados
discípulos. E quando o inspirado apóstolo, anos mais tarde, escreve a sua
primeira carta aos enlutados e perseguidos jovens convertidos de Tessalônica,
ele conclui as suas observações sobre a vinda do Senhor com esta pequena, mas
significativa frase: "Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas
palavras".
Leiamos agora 1 Tessalonicenses 4: 16 e examinemos
cuidadosamente estas palavras de conforto: "O mesmo Senhor descerá do céu,
com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram
em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos
arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e
assim estaremos sempre com o Senhor".
Notemos que aqui se trata de um verdadeiro Homem, vivo, o "mesmo
Senhor", que ia descer do céu. Era o próprio Senhor que iriam encontrar
nos ares. Quando se converteram, os tessalonicenses aprenderam que o
"mesmo Jesus", que pela Sua morte e ressurreição os tinha livrado da
"ira futura", estava para vir outra vez; e eles "dos ídolos se
converteram a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e para esperar dos
Céus a Seu Filho" (1 Ts 1:9-10). Paulo também diz, quando escreve dos
Filipenses, que: "A nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o
Salvador, o Senhor Jesus Cristo" (3:20); isto é, eles estavam à espera de
uma Pessoa, e essa Pessoa era o conhecido e amado Filho de Deus, em Quem tinham
aprendido a confiar.
Mas, onde esse bendito Salvador não é conhecido, onde não se confia na Sua obra
consumada, nem a Sua autoridade é reconhecida e obedecida, não é para admirar
que as novas da Sua próxima vinda encham as consciências de terror e receio,
como na antiga Jerusalém.
Mas, querido leitor cristão, isso não se deve dar contigo. Devemos, sem dúvida,
velar para que o nosso procedimento seja digno d'Aquele que está para vir; e se
tomarmos a sério em nossos corações a promessa da Sua breve volta, decerto
cuidaremos nisso. "Qualquer que n'Ele tem esta esperança purifica-se a si
mesmo, como também Ele é puro" (1 Jo 3:3).
Nunca devíamos esquecer, além disso, que todos havemos de ser manifestados
perante o Seu tribunal, onde toda a nossa obra será passada em revista, e onde "cada
um receberá o seu galardão, segundo o seu trabalho" (1 Co 3:8). Isso,
contudo, como o "dia da grande revista" do exemplo que apontamos,
será um acontecimento posterior.
E, além disso, assim como, numa revista militar, todos os soldados aparecem com
o seu uniforme de gala, assim nós havemos de aparecer perante o Seu tribunal
com vestidos gloriosos como os d'Ele - pois seremos ressuscitados em glória (1
Co 15:43). Mas primeiro Ele virá nos buscar, como um noivo afetuoso vem buscar
a sua noiva para a levar para casa; e, repetimo-lo mais uma vez: o verdadeiro
crente nada tem a temer com relação a esse tribunal, embora haja muito para
humilhar e exercitar os espíritos até dos mais dedicados entre nós.
Há alguns anos, encontrei na cidade de Manchester um rapazito de uns seis anos
de idade que ia caminhando vagarosamente pela rua. Quando me aproximei, notei
que estava cantando uma canção, evidentemente, de sua composição. Bem pequena,
composta de apenas três palavras: "Às dez horas! Às dez horas! Às dez
horas!" O pequeno parecia tão absorvido com isto, e o repetia tantas
vezes, que tive a curiosidade de perguntar o que queria dizer. Depois de lhe
dirigir algumas palavras carinhosas, a criança começou a falar comigo.
Parece que a mãe tinha estado ausente de casa durante algum tempo, mas que o
pai tinha recebido uma carta em que dizia que haveria de voltar para casa nesse
dia "às dez horas". A pequena canção matutina não carecia de mais
explicações. A notícia do regresso da mãe tinha-o enchido até transbordar. Sem
dúvida ele tinha sentido muito a falta dela, a sua ausência,
e desejava ardentemente que ela voltasse.
Mas agora ela estava para vir - "às dez horas". Admira-nos
que esta notícia o enchesse de alegria?
Ora, porque então não se passa o mesmo conosco, cristãos, quando as
novas da vinda de nosso Senhor chegam aos nossos ouvidos? Não temos nós provado
a doçura do Seu amor? Não sofreu Ele e morreu por nós? Não nos tem Ele sempre
guardado desde que O conhecemos, aliviando-nos de muitos pesos, socorrendo-nos
e compadecendo-Se de nós em muitas tristezas, restaurando-nos depois de muitas
quedas? As palavras não podem exprimir quão queridos
nós Lhe somos. Ah, caro irmão ou irmã, é quando pensamos n'Ele que os nossos
corações ardem com desejos de O ver!
Não faz muito tempo que uma senhora cristã me disse: às vezes, quando penso na
vinda do Senhor, o meu coração pula de alegria dentro de mim."
Outra mocinha, que já conheço há anos - ela tinha onze anos na ocasião - disse
o seguinte, após ter saído na noite escura para passar um recado: "Mamãe, quando eu vinha subindo, as nuvens estavam se movendo
tão depressa no céu... então eu fiquei quieta e olhei para cima, porque pensei
que o Senhor Jesus estava voltando... e então eu seria a primeira a vê-Lo' Ora,
qual era o segredo desta paz e alegria no peito daquela criança, que estava
completamente só naquele caminho de campo, ao crepúsculo, e desejando
ardentemente ver o bendito rosto do Senhor? Era justamente por isto: Ela
conhecia e confiava na Pessoa que estava para vir: "Ao qual, não
havendo visto, amais" (1 Pe 1:8). Ela sabia que, por Ele ter morrido por
ela, todos os seus pecados estavam não só gratuitamente perdoados, mas
eternamente esquecidos.
Mas talvez alguém possa dizer: "Eu não estaria tão sossegado se pensasse
que Ele pode vir imediatamente, embora o meu coração confie no Seu precioso
sangue".
Ah, então é porque se esquece quem é que está para vir! É o "mesmo
Jesus", o qual uma vez "cansado do caminho", pediu de beber à mulher samaritana (Jo 4); o mesmo que parou o cortejo
fúnebre à saída da cidade de Naim e restituiu o único filho à pobre viúva (Lc
7); que permitiu à pecadora em casa de Simão que manifestasse o seu amor por
meio de lágrimas e beijos aos Seus benditos pés (Lc 7); ainda mais: é o mesmo
Jesus que dirigiu as maravilhosas palavras de misericórdia e graça ao ladrão
moribundo no Calvário (Lc 23). É Ele, é Ele próprio que está para vir!
Leitor, você quer uma prova disso? Leia no livro de Atos, capítulo 1, o que
aqueles dois anjos disseram aos discípulos no monte das Oliveiras. O seu Senhor
tinha acabado de deixá-los, foi para o céu, mas não sem primeiro ter um cuidado
especial de lhes demonstrar que não era um Espírito, mas um Homem vivo com
carne e ossos, e que, se duvidassem, podiam eles próprios verificar,
apalpando-O (Lc 24:39). "Varões galileus, porque estais olhando para o
céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim
como para o céu o vistes ir" (At 1: 11).
Perto de dois mil anos na glória não O mudaram, em nada! É a mesma Pessoa que
Marta foi esperar depois da morte de seu irmão, e é por Ele que nós esperamos.
Se, porventura, "adormecermos", isto é, morrermos antes que Ele
volte, então Jesus, "a ressurreição e a vida", Aquele que disse:
"Lázaro, o nosso amigo dorme, mas vou despertá-lo do sono", sim,
quando Ele voltar, há de nos despertar também para que, assim como Lázaro, nós
possamos sentar-nos com todos os Seus santos nos moradas celestes (Jo 11,12 e
14). Por que, então, temeríamos, se um Amigo tão bendito está para vir do céu
para nos encontrar?
"Certamente cedo venho" é a promessa animadora; nossos corações não
deveriam corresponder a um tal amigo, e dizer "Amém; ora vem, Senhor Jesus"?
(Ap 22:20).
O Propósito da Sua Vinda
Notemos agora este ponto, com a máxima atenção. É importante ver que, depois da
nação judaica ter rejeitado o seu Messias, Deus revelou ao apóstolo o que as
Escrituras chamam "o mistério". Este mistério, segundo lemos, esteve
oculto desde os tempos eternos (Rm 16:25), esteve oculto em Deus (Ef 3:9). Isto
é, havia, acima e além de tudo que é revelado no Velho Testamento, um propósito secreto no coração de Deus de ter uma noiva para o
Filho amado, e esta noiva seria formada pela união dos judeus e gentios
salvos em um corpo (a Igreja), e unidos pelo Espírito Santo à cabeça no céu
(Veja-se Cl 1:18; Ef 1:22-23; 3:6 e 5:30,32). O Espírito Santo começou esta
obra no dia de Pentecostes, batizando para este corpo uno os próprios
discípulos aos quais tinha sido feita aquela promessa a que já nos referimos.
Mas para a boa compreensão do assunto é igualmente importante ver que a
rejeição de Cristo pelos judeus deixou ainda por cumprir
muitas das mais importantes promessas do Velho Testamento quanto à
bênção terrestre da nação de Israel. Por exemplo, leiamos o que diz do reinado
do verdadeiro Filho de Jessé em Isaías 11, quando ele tiver ajuntado os
desterrados de Israel e congregados os dispersos de Judá desde os quatro
confins da terra (v. 12). "Morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com
o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho de leão e o animal cevado andarão
juntos, e um menino pequeno os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, seus
filhos juntos se deitarão e o leão comerá palha como o boi. E brincará a
criança de peito sobre a toca de áspide, e o já desmamado meterá a sua mão na cova
do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em nenhuma parte em todo o monte
da Minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como
as águas cobrem o mar". (v. 6-9).
Leiamos também Isaías 65:25, 31:5; Amós 9: 12-15; Miquéias 4:3; Habacuque 2:
14, onde se diz que "o deserto se alegrará, e florescerá como a rosa"
etc., e que se "converterão as suas espadas em enxadas. e as suas lanças
em foices... nem aprenderão mais a guerra".
E também quanto à restauração da nação à sua própria terra, leiam-se os textos,
tais como Isaías 35: 10; Jeremias 23:5 e Ezequiel 34:24; 31: 10.
Por uma cuidadosa leitura desses textos e de outros, veremos que estas bênçãos
prometidas não são o resultado da conversão do mundo, por meio da pregação do
Evangelho; mas, pelo contrário, que elas serão precedidas e introduzidas pelos
mais terríveis julgamentos sobre os maus.
Queremos agora acentuar aqui que há dois grandes assuntos que formam o tema de
testemunho profético no Velho Testamento, e estes são os sofrimentos de Cristo
e o reinado de Cristo; ou, conforme diz Pedra: "Os sofrimentos que a
Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir"(
1 Pe 1:11).
Ora, os judeus dos tempos antigos esbarraram num dos lados deste testemunho,
enquanto que aceitaram plenamente o outro. Não tinham
dificuldade alguma em crer no que os profetas tinham dito a respeito de um
Messias que havia de reinar, mas tinham problemas em considerar que ele haveria
de sofrer. Por outro lado, enquanto que todo o verdadeiro cristão aceita
inteiramente o testemunho profético de que o Messias havia de sofrer, quantos
não rejeitam ou procuram dar um sentido puramente espiritual à verdade do Seu
próximo reinado!
Mas, lembremo-nos de que nem um jota, nem um só til destas Escrituras, deixará
de ser cumprido.
Quando o Senhor voltou ao céu, ele legou duas categorias de promessas a serem
cumpridas - as que dizem respeito à Igreja, e as que se referem a Israel, cada
uma delas particularmente distinta da outra. Quando estas se cumprirem, Ele irá
Se apresentar como fez outrora Isaque, na ocasião em que, segundo Gênesis 24,
saiu ao encontro de Rebeca, não como um reto juiz, ou um rei guerreiro, mas com
a tema dedicação de um noivo afetuoso. Enquanto que,
ao cumprir estas, há de Se apresentar como Davi, o poderoso conquistador; virá
para assumir uma posição de grande poder e reinar. Por outras palavras, Ele é o
Noivo da Igreja; Ele é o Rei de Israel.
Há, portanto, duas fases distintas da segunda vinda do Senhor, mencionadas na
palavra de Deus - duas etapas, por assim dizer, na mesma jornada. Primeiro Ele
descerá aos ares para arrebatar os Seus santos para o céu; depois, em seguida a
um curto período, há de voltar para reinar, e então os Seus santos celestes
desfrutarão com Ele as glórias do Seu reinado.
Exemplifiquemos esta parte do nosso assunto. Suponhamos que, ao caminharmos
pela estrada numa manhã, notamos uma pequena poça de água. Afastando-nos dela, seguimos o nosso caminho e nem mais pensamos nisso. Alguns
dias depois acontece passarmos lá outra vez; mas os vestígios de água que ali
vimos na primeira vez desapareceram. O que aconteceu com todas aquelas gotas de
água? Foi o sol brilhante que, pelo seu poder, as evaporou e atraiu para si.
Ninguém as viu partir, mas elas certamente partiram.
Algumas semanas mais tarde pode-se ver as mesmas gotas
de água. Mas quão mudadas desde a última vez que as vimos e nos afastamos
delas, na poça lamacenta! Agora são lindas, brancos flocos de
neve, e são a admiração de todos!
Assim também acontecerá em breve, caro leitor. O próprio Senhor descerá do céu,
e no "abrir e fechar de um olho" ressuscitará do pó os corpos de
todos os Seus santos adormecidos, e transformará os corpos dos vivos,
arrebatando-os todos juntos para irem ao Seu encontro nos ares.
As Escrituras não nos dão nenhum motivo para supor que os
incrédulos verão este acontecimento. Provavelmente a solene descoberta
da falta de cada um deles em seu lugar costumeiro será o primeiro anúncio
público do que se passou. Enoque "não foi achado, porque Deus o
trasladara" (Hb 11 :5). Ora, tendo sido, com mais ou menos segredo,
arrebatado para a glória, a igreja aparecerá em seguida na mais completa
publicidade com Ele, quando, como está escrito, "todo o olho O verá"
(Ap 1:7).
Mas o próprio bendito Senhor apresenta em um capítulo, em Mateus 25, a mais
clara descrição destas duas fases da Sua vinda. A primeira etapa da vinda é
apresentada na parábola das "dez virgens", a outra na parábola dos
"bodes e ovelhas". Na primeira vêem-se as virgens prudentes entrando
com o esposo para as bodas; na outra vê-se o rei
saindo para julgar. Notemos bem este notável contraste.
Na primeira parábola os salvos são levados para o céu, e os incrédulos são
deixados na terra para o julgamento que há de vir. Na outra, são os maus que
são levados para julgamento, enquanto que os justos são deixados na terra para
partilharem as bênçãos do reino do Messias.
Num dos casos os santos entram, e as portas se fecham; no outro, o céu se abre,
e os santos saem, juntamente com o Filho do Homem.
Ora, no Apocalipse, capítulos 4, 5 e 19, lemos o que realmente tem lugar no céu
depois de a Igreja ter sido arrebatada e ter entrado ali. No capítulo 4,
versículo 4, os santos como anciãos estão sentados sobre os tronos, vestidos de
branco, com coroas de ouro sobre as suas cabeças; e nos versículos 10 e 11 são
vistos adorando, prostrados diante d'Aquele que estava sentado sobre o trono,
lançando as suas coroas aos Seus pés e dizendo: "Digno és, Senhor"
(Veja também o capo 5:9). Então, no capítulo 19: 7, após. um
poderoso coro de "Aleluias", lemos "Regozijemo-nos e
alegremo-nos e demos-Lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a
sua esposa se aprontou". Em seguida vem "a ceia das bodas"
(versículo 9). Vimos, pois, que Mateus 25 nos apresenta o grito aflitivo das
"loucas" do lado de fora, e no Apocalipse vemos a alegria festiva dos
salvos do lado de dentro. Querido leitor, com qual destas companhias acharás o
teu lugar?
Seguido adiante, em Apocalipse 19: 11-16 vemos o Rei dos reis, o Senhor dos
senhores, acompanhado pelos Seus exércitos saindo dos céus para julgar e
pelejar.
Mas vejamos novamente o que se lê em Mateus 25. Há uma idéia comum - mas
totalmente errônea - a respeito da última parte deste capítulo. Considera-se
que esta parte é uma figura do julgamento geral, como é chamado. E desta
aceitação resultam perguntas como "Não estaremos todos
perante Ele para sermos julgados, não receberemos o nosso lugar entre as
ovelhas à Sua mão direita, ou entre os bodes à Sua esquerda? A isso pronto
podemos responder: Não. O que temos aqui é o julgamento daquelas nações
presentes na terra na ocasião em que o verdadeiro Rei vier para reinar.
Ora, de Israel está escrito que "Entre as gentes não será contado"
(Nm 23:9), quanto menos o devem ser os santos que compõem a Igreja (Veja-se
Cl3:11; At 15:14)!
Alguém poderia perguntar: - Se nem Israel nem a Igreja fazem parte das nações
aqui julgadas, qual é a parte que lhes toca nesta cena solene?
Eis aqui a resposta:
1 - A parte dos santos desta dispensação da
graça:
"Quando Cristo, que é a nossa vida, Se manifestar, então
também vós vos manifestareis, com Ele em glória" (Cl3:4).
"Eis que é vindo o Senhor, com milhares de Seus santos, para
fazer juízo" (Jd 14,15).
"Virá o Senhor meu Deus, e todos os santos contigo e o Senhor
será o rei sobre toda a terra" (Zc 14:5,9; veja-se também Ap 3:21).
Haveria alguma indicação mais clara quanto ao lugar onde os co-herdeiros hão de
estar quando Aquele, que tem sido constituído o Herdeiro de todas as coisas,
tomar a herança?
2 - A parte de Israel:
Lembremo-nos em primeiro lugar de que esta nação é da "semente de
Abraão", segundo a carne. Notemos também que, conforme Mateus 1:1, Jesus
Cristo é o filho de Davi, o filho de Abraão. Assim, pois, enquanto que como
Filho de Davi Ele é o Rei deles, como Filho de Abraão Ele pode falar deles como
Seus irmãos; e, em cumprimento da profecia do filho de Abraão (lsaque), Ele
abençoa todos os que favoreceram os filhos de Jacó e amaldiçoa todos os que o
não fizeram. "Malditos sejam os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os
que te abençoarem" (Compare-se Gênesis 27:29 com Mateus 25:34,41).
Vemos, pois, que além dos santos celestiais que, segundo outras Escrituras, hão
de aparecer com Ele em glória, o Senhor menciona aqui, ao fim de Mateus 25,
três companhias distintas, a saber: ovelhas, bodes e irmãos. Já temos visto que
os irmãos de que se fala aqui são os da Sua própria nação, segundo a carne.
Agora surge a pergunta: Quem são então as ovelhas e os
bodes?
Ora, bem, outros textos nos mostram que depois da Igreja ter sido arrebatada
para a glória, há de haver um especial testemunho, apresentado por missionários
judaicos, "em testemunho a todas as gentes", ao qual o próprio Senhor
chama, em Mateus 24: 14, de o "evangelho do reino" e cuja nota
dominante será, sem dúvida, a vinda iminente do verdadeiro Rei. Algumas destas
nações receberão o testemunho e portanto farão tudo que puderem para beneficiar
aqueles que o apresentem, enquanto que outros, pelo contrário, não só
rejeitarão a mensagem, mas também negarão toda a simpatia e socorro aos
mensageiros desprezados e mal tratados.
Notemos aqui com cuidado que é somente neste terreno, isto é,
quanto ao modo pelo que elas têm tratado os Seus irmãos, que as nações serão
separadas pelo Rei quando Ele aparecer em glória, e por fim abençoadas por Ele.
As "ovelhas" representam uma classe; os "bodes", a outra.
A primeira será recompensada sendo-lhe permitido participar das bênçãos do
reinado milenar do Messias sobre a terra, enquanto que a outra será destruída
pelo julgamento. Não há nada nesta parábola sobre a ressurreição dos mortos ou
o fim do mundo, nem mesmo no Apocalipse 19, que fala da mesma cena. A
ressurreição dos salvos já terá ocorrido antes, como vimos em 1 Tessalonicenses 14: 16 e 1 Coríntios 15:51; enquanto que a
ressurreição dos ímpios que jazem na morte só terá lugar depois dos mil anos do
reinado do Messias.
No Apocalipse 20:4-6, depois de falar de várias classes de salvos que hão de
'viver e reinar com Cristo durante mil anos', lemos: "Mas os outros mortos
não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição.
Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição: sobre
este não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e
reinarão com Ele mil anos" .
Não é porventura, claro, que haverá duas ressurreições? A primeira inclui todos
os que reinarão com Ele durante mil anos, e que, portanto, deve necessariamente
ter lugar antes dos mil anos. Os demais mortos não serão ressuscitados até que
os mil anos se acabem, quando o céu e a terra fugirão, e os mortos, pequenos e
grandes, terão que se apresentar para julgamento perante o grande trono branco,
sendo em seguida lançados para sempre no lago de fogo. Após narrar esses fatos,
João, o escritor do Apocalipse, acrescenta: "Vi um novo céu e uma nova
terra... e já não havia mar". Bendito seja Deus por nos revelar tão
maravilhosas realidades e por nos dar também o meio para compreendê-las pelo
Seu Espírito. "Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da
ciência de Deus!" (Rm 11:33).
Consideremos agora rapidamente a última parte do assunto de que estamos
tratando, isto é:
Há dois aspectos segundo os quais podemos dizer que estamos preparados. Estes
estão representados nas seguintes Escrituras:
1) "As que estavam preparadas entraram com Ele para as bodas, e fechou-se
a porta" (Mt 25: 10).
2) A mim já agora me ofereço... "Combati o bom combate, acabei a carreira,
guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o
Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a
todos os que amarem a Sua vinda" (2 Tm 4:6-8).
No primeiro texto todos os que são de Cristo (1 Co 15:23) estão preparados. Creram n'Ele, foram pUrificados dos seus pecados por Ele,
n'Ele foram feitos aceitáveis (Ef 1:6). Seu Santo Espírito habita neles (Rm
8:9), e tudo isto sem haver da parte deles algum merecimento. "Dando
graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na
luz" (Cl1:12).
Mas, no segundo, Paulo estava pronto, não só porque estava salvo - ele sabia
isso há anos - mas também porque o seu serviço e testemunho tinham sido tais,
que ele tinha a certeza de que naquele dia de glória o seu Senhor lhe diria
"bem está, servo bom e fiel".
Simplifiquemos isso por outro exemplo. Suponhamos que alguém envie algum filho
a uma cidade distante para negócio. Dá-lhe todas as
instruções necessárias sobre o lugar onde há de ir e o que tem a fazer,
aconselhando-o, enfim, a empregar toda a diligência para se sair bem do seu
encargo, especialmente porque tem pouco tempo para ali se demorar.
Quando o filho chega à cidade, parece a princípio muito enérgico e
desejoso de bem desempenhar o seu trabalho; mas depois de fazer uma pequena
parte daquilo de que foi encarregado, encontra alguns antigos companheiros,
esquece-se dos bons conselhos do seu pai para ser diligente, anda por um lado e
por outro com os companheiros, até que, por fim, fica espantado quando ouve o relógio
de uma torre que lhe indica que infelizmente não tem mais um minuto a perder se
quiser apanhar o último trem. Corre para a estação e apenas tem tempo de tomar
o seu assento. A porta se fecha, ouve-se o sinal de partida, e logo a seguir
ele está a caminho de sua casa.
Ora, ele estava pronto para esta jornada?
Podem ser dadas duas respostas: Estava e não estava.
Sob o aspecto da empresa que opera a linha do trem, ele estava,
visto que portava o bilhete de passagem (graças, não a ele, mas ao pai que lho
tinha comprado). Nenhum fiscal da linha ousaria contestar o seu direito de
viajar no trem.
Mas, que diremos a respeito do negócio de que ele ia tratar e dos desejos de
seu pai? Ah! Será que ele perdeu o direito ao sorriso de aprovação do seu pai
por isso? Sim. O pai não lhe pôde dizer "bem está, servo fiel" pelo
serviço que lhe foi confiado; mas, ainda assim, nessa mesma noite ocupará lugar
na família, como um filho, à própria mesa do seu pai.
Ora, todo o crente tem, no Salvador que outrora foi crucificado e que agora
está glorificado, à destra de Deus, o que corresponde ao "bilhete",
isso é, uma prova inegável de que foi pago o preço por inteiro.
Mas ainda que "é justificado todo aquele que crê" (At 13:39), e que
"aos que justificou a estes também glorificou" (Rm 8:30), apesar
disso, nem todos os crentes receberão naquele dia a mesma recompensa.
"Cada um receberá o seu galardão, segundo o seu trabalho" (1 Co 3:8).
O Senhor há de considerar tanto a quantidade como a qualidade do nosso trabalho
- o que cada um ganhou negociando (Lc 19: 15) - qual seja a obra de cada um (1
Co 3: 13).
Deus permita, caro leitor cristão, que a nossa sorte não seja apenas termos o
direito de ir "com Ele para as bodas"sentarmo-nos
ali com Ele na Sua casa - mas que possamos ser encontrados vigiando, esperando
e trabalhando para Ele aqui, consultando os Seus desejos e cuidando dos seus
interesses, no poder dominante do Seu inalterável amor, até que Ele venha.
Tenhamos sempre na nossa mente que, se desejarmos tomar a nossa cruz e segui-Lo
com terna dedicação, devemos fazê-lo já!
É um dia difícil - os tempos são perigosos, os homens maus e sedutores se
tornam cada vez piores, enganando e sendo enganados (2 Tm 3: 13). (Que solene
contradição ao engano vulgar de que todo o mundo terá que se converter antes
que Ele venha!) É um dia de muita profissão mas de pouca prática,
um dia caracterizado por um espírito desregrado, dia em que o desleixo
de princípios e falta de lealdade a Cristo abundam na Igreja.
Mas, apesar de tudo isso, havemos de ter "Deus e a Palavra da Sua
graça" até ao fim - a Sua palavra para dirigir os passos ao caminho
direito, e a Sua graça para nos sustentar neste caminho depois que o tenhamos
encontrado. Não nos deixemos enganar por "aparências" neste dia de vanglória,
nem desanimemos se não encontramos no caminho da obediência aquilo que, aos
olhos do mundo, parece bom êxito. "Obedecer é melhor do que
sacrificar". Que a exortação do nosso bendito Mestre entre bem nos nossos
corações: "Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias;
e sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de
voltar das bodas, para que, quando vier e bater, logo possam abrir-lhe. Bemaventurados
aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos
digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa, e, chegando-se, os
servirá" (Lc 12:35-37).
Caro leitor, se ainda não estás salvo, deixa-nos dirigir-te agora uma palavra.
Queremos fazer-te considerar que a Sua vinda será repentina, e da certeza de seres deixado cá quando Ele vier arrebatar os Seus, se
porventura te encontrar sem "azeite na tua lâmpada". Considere, por
um momento, o futuro. Pense na ligeireza com que as asas do tempo te estão
levando para a eternidade! E que será esta eternidade para ti?
Ficarás na terra para descobrir que os salvos (talvez muitos amigos e parentes)
têm sido arrebatados para o céu sem ti? Para te dar conta de que não fizeste
caso do último aviso que o Espírito te deu; que ouviste
em descrença a última pregação do Evangelho e recusaste a última chamada de
misericórdia? Isso, certamente, seria por demais solene e triste. Mas não menos
triste há de ser para o teu corpo ficar debaixo da terra, na tua fria e negra
sepultura, enquanto os mil anos de bênção milenar forem transcorrendo, e depois
dos quais toda a terra será cheia da Sua glória (Sl 72: 19) e o Príncipe da Paz
há de ter "o Seu domínio... de um mar até outro mar e
desde o rio às extremidades da terra (Zc 9:10). Oh, sim, perder tudo isso seria
para ti uma perda atroz! Mas lembrate-te de que depois disso tens que enfrentar
a eternidade! Serás ressuscitado dos mortos pela voz do Filho de Deus (Jo
5:28-29). O solene julgamento perante o grande trono branco seguirá então. De
toda a palavra vã, da história de cada dia, terás de dar conta; e, como Deus é
verdadeiro, a tua sentença será certamente uma eternidade no lago de fogo! Não
penses nisso com leviandade. A porta ainda está aberta. Jesus ainda te convida.
O Seu povo aqui está. Mas solenemente te avisamos do perigo que corres, e
sinceramente te rogamos que fujas para o refúgio enquanto ainda há lugar. O
Senhor Jesus pode vir até mesmo antes de acabares de ler este artigo! Sê, pois,
sincero. Prostra-te aos Seus pés e confessa perante Ele a tua pecaminosa
condição. Ele te receberá, abençoará e salvará agora mesmo. Bendito Salvador!
"Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus
veio ao mundo, para salvar os pecadores" (1 Tm 1:15).
Mas uma vez que o Mestre se tiver levantado e "fechado a
porta", a tua sentença será lavrada para sempre. Graças a Deus "ainda
há lugar".
(publicado por Depósito de Literatura Cristã
http://www.literaturacrista.com.br
)
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
(retorne a http://solascriptura-tt.org/
EclesiologiaEBatistas/
retorne a http://
solascriptura-tt.org/
)
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.