Robert
Gromacki
Onde
está a igreja durante os sete anos da Tribulação, conforme os capítulos 4-19 do
Apocalipse? Se o pós-tribulacionismo estivesse correto, a igreja seria
mencionada como permanecendo na Terra, durante esse tempo. Contudo, este não é o quadro visto
nos capítulos 4-19 do Livro do Apocalipse. Este escritor vai demonstrar,
através de uma investigação minuciosa destes capítulos, que a igreja já estará
no Céu com Cristo, tendo sido arrebatada antes do início da Tribulação. Os
leitores ficarão bem informados sobre a visão pré-tribulacionista neste assunto,
lendo o ensaio seguinte.
O
imperador Domiciano baniu o Apóstolo João para a Ilha de Patmos, no Mar Egeu
(Apoc. 1:0) e foi ali que João ouviu o comando de Jesus Cristo: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o
primeiro e o derradeiro; e o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete
igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a
Sardes, e a Filadélfia, e a Laodiceia”.
João
registrou o que viu e, em seguida, enviou cartas às sete igrejas da Ásia,
conforme o Senhor lhe havia ordenado. Estas igrejas eram: as de Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira,
Sardes, Filadélfia, e Laodicéia. (verso
11).
O
conteúdo do Livro do Apocalipse pode ser dividido em três seções embasadas no
comando de Cristo: “Escreve
as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de
acontecer”. (Apoc.
1:19). Estas secções revelam uma sequência de tempo: passado, presente e
futuro.
Mas,
o que João viu exatamente? Ele teve uma visão simbólica de Jesus Cristo de pé, “no meio dos sete castiçais
de ouro” (Versos
12-18,20) os quais representavam as sete igrejas locais. Este conteúdo forma a
seção do passado (“as
coisas que tens visto”). A
seção do presente, “as
que são”, podem
ser vistas nas sete cartas enviadas às sete igrejas (Apoc. 2-3). A seção do
futuro forma a parte mais importante do livro (Apoc. 4-22). A frase
preposicional (“depois
destas coisas” é encontrada no Apoc. 1:19 e no 4:1, duas
vezes). A terceira seção começa com as palavras “Depois destas coisas” (Apoc. 4:1). A seção futura
(Apoc. 4-22) contém uma introdução, revelando o trono de Deus o Pai, nos
capítulos 4-5. O selo, as trombetas e as taças do julgamento são descritos em
seguida (Apoc. 5-16). O julgamento da Babilônia é apresentado nos capítulos 17-
18. A segunda vinda de Cristo à Terra é, finalmente, apresentada no capítulo 19:11-21. O Reino Milenial, o Julgamento do
Grande Trono Branco e o estado eterno enceram a revelação profética, nos
capítulos 20-22.
A
interpretação típica deste livro pelos futuristas argumenta que os capítulos
4-19 descrevem o que vai acontecer nos sete anos que precedem a segunda vinda
de Cristo à Terra (Capítulo 11:19-21). A consistente defesa do pré-milenialismo
mantém esta posição, mesmo que alguns possam ter visões diferentes sobre o
arrebatamento da igreja. Contudo, somente os que abraçam o arrebatamento
pré-trib (antes da 70ª semana de Daniel) argumentam em favor da ausência da
igreja na Terra, durante os sete
anos da Tribulação. Que evidência pode ser encontrada dentro do Apoc. 4-19,
para mostrar que a igreja verdadeira já estará no Céu, quando os eventos
mencionados nestes capítulos estiverem acontecendo? Vejamos algumas indicações:
A menção da igreja - As palavras ”igreja” e
“igrejas” tão importantes nos
capítulos 1-3, não mais aparecem no Livro, até o último capítulo (Apoc. 22:16).
A palavra “igreja”, no singular e no plural, ocorre 19 vezes, nos capítulos 1-3
(1:4,11,20 (duas vezes); 2:1,7,8,11,12,17,18,19; 3:1,6,7,13,14,22).
O
termo “igreja” (ekklesia) significa, literalmente, “um grupo chamado para
fora”. Ele tem dois usos principais no Novo Testamento. Pode ser usado como o
corpo de Cristo, o qual Ele está edificando nesta era (Mateus 16:18; 1
Coríntios 12:13; Efésios 1:22; 4:1-6). Ele é composto de judeus e gentios
crentes, feitos um em Cristo (Efésios 2:15-16). O termo também pode ser usado
para uma congregação local de crentes (Atos 14:27; Gálatas 1:2). Neste sentido, o termo é usado no
Livro do Apocalipse. [Nota
de Hélio: a teoria de uma igreja universal e invisível, difusa, sobre a terra,
abrangendo todas as igrejas locais, não tem nenhuma base bíblica. E, até mesmo
pela etimologia da palavra, toda igreja tem, forçosamente, que ser local. No
agora (no céu), e na eternidade futura, haverá uma só igreja somando todos os
salvos da atual dispensação das igrejas, mas, ainda assim, ela será local. Ver http://solascriptura-tt.org/EclesiologiaEBatistas/IgUniv-TeoriaMito-Montgomery.html]
Contudo,
existe um estranho silêncio do termo, a partir dos capítulos 4-19. Este fato é
digno de nota, principalmente quando se contrasta esta ausência com a sua
constante presença nos capítulos 1-3. Um bom motivo para esta ausência da
verdadeira igreja é que os crentes evangélicos já não se encontrarão na Terra,
nos sete anos que precedem a segunda vinda de Cristo. Eles já terão comparecido
na presença do Senhor, no Céu, antes que estes eventos de sete anos tenham
início. A igreja não é mencionada durante o selo, as trombetas, as taças do
julgamento, pois já estará no Céu, quando houver o derramamento da ira divina.
A admoestação - As
frases recorrentes “às igrejas” estão conspicuamente ausentes, numa admoestação
semelhante (Apoc. 13:9). Todas as sete cartas às igrejas terminam com esta
admoestação. Cada indivíduo em cada igreja local deveria escutar e aplicar a
verdade que Cristo entregou às igrejas locais. Por exemplo, um crente na igreja
de Éfeso deveria tirar proveito espiritual do que o Senhor disse à igreja de
Pérgamo ou à de Filadélfia, etc.
Satanás, a besta e o falso profeta serão os três maiores inimigos de Deus e do
Seu povo, nesse período de sete anos (Apoc. 13:1-18; 19; 20:3) A besta,
simbolizando o ditador político-militar do fim dos tempos, governará durante 42
meses e, na segunda metade do período
de sete anos, mostrará a sua verdadeira natureza diabólica. João registra a
respeito dele: “E
foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder
sobre toda a tribo, e língua, e nação. E adoraram-na todos os que habitam sobre
a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que
foi morto desde a fundação do mundo” (Apoc. 13:7-8). Aqui
João registra a última admoestação. Não há mais qualquer menção do tipo:“escreve
ao anjo da igreja”, a
frase repetida sete vezes, nas sete cartas antes mencionadas. (Apoc. 1-3), que
possa mostrar que a igreja estará enfrentando a ira da besta, pois se tal
acontecesse, a igreja ainda estaria na Terra.
Existe uma menção “aos santos” no contexto do Apoc. 13:7-10. Mas, estes santos
sãos que forem salvos [por fé que necessariamente tem que ser comprovada
por obras apropriadas e por perseverança até o fim], durante os sete anos da
Tribulação, após o arrebatamento da igreja. Todos os salvos foram levados,
antes desse período.
A esposa do Cordeiro - A
igreja como um corpo unido não é mais vista, após os capítulos 1-3, até a
celebração da Ceia das Bodas do
Cordeiro, quando Sua esposa já se
aprontou. À noiva foi dado ataviar-se com linho fino, puro e resplandecente,
porque o linho fino são as justiças dos santos (Apoc. 19:7-8). Agora ela é
chamada a ”esposa de Cristo”. Paulo usou a metáfora do marido e mulher, para
descrever a relação de Jesus Cristo com a igreja
(Efésios 5:22-23). A esposa é vista como uma unidade completa e definitiva no
Céu, até mesmo antes da volta de Cristo, como REI, à Terra. (Apoc. 19:11-16,
conf. 19:7). Não teria sentido, uma parte da esposa estar no Céu e a outra
parte, na Terra.
A
esposa também foi galardoada, antes da segunda vinda de Cristo à Terra. Sua
prestação de contas pode ser vista, no
fato de que ela “já se aprontou” (Apoc. 19:7). Mesmo assim, crente nenhum
merece qualquer recompensa pelo que tiver feito pelo Senhor. Conferir-lhe um
galardão demonstra a graça redentora; por isso o texto diz: “E foi-lhe dado que se
vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos
santos.” (verso
8). Estas justiças são imputadas aos crentes pela justiça de Cristo (Romanos
3:22; 4:22; 5:21). Desse modo, o julgamento no Tribunal de Cristo já terá
acontecido, antes de Sua volta à Terra. “Porque
todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba
segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.” (2 Coríntios 5:10). Isso
comprova que a igreja terá sido arrebatada, antes desse evento.
A atividade de Cristo - O
foco da atividade de Cristo muda dos capítulos 1-3 para os capítulos 4-19. Nos
primeiros três capítulos, o Seu ministério foi dirigido às sete igrejas na
Terra. Ele as galardoa, critica e corrige. Mas, nos capítulos 4-19, toda a Sua
atividade acontece no Céu. Ele trata do rolo selado com sete selos e com os
julgamentos que dele procedem.
Como
a cabeça viva da igreja, que é o Seu corpo, Ele está agora edificando-a (Mateus
16:18). Ele está em nós, nós estamos nEle e Sua atenção está na igreja.
Contudo, esta ênfase desaparece nos capítulos 4-19. Durante os sete anos que
precedem a Sua segunda vinda à Terra, Cristo estará preparando o mundo e Israel
para esta volta. A igreja já estará completa, com Ele, no Céu, através da
ressurreição e do arrebatamento. Esta fase do Seu propósito Criador e Redentor
terá sido concluída.
Os vinte e quatro anciãos - Se
os vinte e quatro anciãos representam a igreja, então ela já estará no Céu,
antes da abertura dos julgamentos dos selos. Os anciãos desempenham um papel
importante nos capítulos 4-19. Eles são mencionados 12 vezes (Apoc. 4:4,10;
5:5,6,8,11,14; 7:11-13; 11:16; 14:3; 19:4). Primeiro, eles são mencionados como
estando presentes no Céu, ao redor do trono de Deus o Pai, conforme Apoc. 4:4: “E ao redor do trono havia
vinte e quatro tronos; e vi assentados sobre os tronos vinte e quatro anciãos
vestidos de vestes brancas; e tinham sobre suas cabeças coroas de ouro”.
Quem
são esses anciãos? Eles representam anjos ou homens? Se são humanos, eles
representam os crentes do Velho Testamento, do Novo Testamento ou de ambos? O
adjetivo numeral “vinte e quatro” é significativo. O rei Davi dividiu o
sacerdócio levítico em 24 ordens (1 Crônicas 24). Cada ordem executava funções
sacerdotais no tabernáculo e no templo, de sábado a sábado. Na distribuição
desse encargo, cada ordem funcionaria por duas semanas, cada ano. Ao fazer isso, cada ordem representava toda a tribo
sacerdotal e a nação de Israel, diante de Deus. Desse modo, o número 24
tornou-se a representação de um grupo maior e mais completo. Então, “os vinte e
quatro anciãos” é uma frase que veio a ser representativa de mais do que apenas
duas dúzias de específicas pessoas. Em vez disso, os anciãos representam um
inteiro grupo de seres individuais, quer sejam anjos ou homens.
Três
características sobre a sua descrição são relevantes. Primeira, eles estão assentados em tronos. Não estão
de pé, voando ou flutuando. Porventura
algum anjo já alguma vez se assentou diante de Deus? Nenhum verso da Escritura
diz que eles já o tenham feito. Mesmo assim, Jesus prometeu a cada crente, na
era da igreja: “Ao
que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu
venci, e me assentei com meu Pai no seu trono”. (Apoc. 3:21). Por
imputação, Deus fez cada crente se “assentar
nos lugares celestiais, em Cristo Jesus ” (Efésios 2:6). Então os
vinte e quatro anciãos devem ser homens e não anjos.
Segunda, os anciãos estavam
“vestidos de vestes brancas”, que são as mesmas palavras antes aplicadas à
igreja (Apoc. 3:5,18).
Terceira, os anciãos usavam coroas
(stephanous) nas cabeças. Eram coroas ganhas pelo desempenho e pela vitória. Aos crentes nas igrejas foram
prometidas coroas, com as mesmas palavras. (Apoc. 2:10; 3:11). Nas epístolas, aos crentes, nesta era
da igreja, são prometidas coroas específicas por realizações específicas: a coroa incorruptível, para os que
vivem uma vida espiritual disciplinada (1 Coríntios 9:21); a coroa da alegria, para os
[evangelistas] que impactaram vidas de modo que estas receberam Cristo como
Salvador; (1 Tessalonicenses 2:19); a
coroa da justiça para os crentes
que amam a Sua vinda (2 Timóteo 4:8); a
coroa da vida pelo amor a Cristo e
a perseverança nas tribulações (Tiago 1:12; conf. Apoc. 2:10); dada aos
vencedores em Esmirna, por terem sido fieis até a morte; a cora da glória para os pastores fieis (1 Pedro 5:4). Os
anjos não usam coroas, mas os crentes podem e vão usá-las.
A
tripla descrição dos vinte e quatro anciãos, assentados, vestidos e coroados,
trata da identidade do povo redimido, principalmente dos crentes nesta era da
igreja.
O
problema de tradução do texto, dentro do contexto do louvor dos anciãos, deve ser observado (Apoc. 5:9-10).
Eles cantam: ”Digno
és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu
sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; e
para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a
terra”.
Notem
a primeira pessoa do plural aqui usada no pronome “nosso”. A versão BKJ e a
NBKJ se embasam no texto grego (Textus Receptus), mostrando que os anciãos
estão louvando a Deus pela sua própria salvação. Já a NVI (embasada no texto
crítico) usa o pronome na terceira pessoa do plural... [“DELES”]
Como
essas versões vieram depois da versão original, a VA 1611 King James, que
contém a primeira pessoa, é mais confiável. As pessoas, antes de 1611, viam os
anciãos como pessoas redimidas. Consequentemente, os críticos da posição
pré-trib não podem afirmar que os proponentes do arrebatamento pré-trib tenham
imposto sua visão dispensacionalista sobre esta passagem. Os anjos contrastam
com os anciãos. Eles cantam uma canção de louvor a Cristo, sem referência
alguma à sua redenção ou à salvação de outrem. Se os anciãos são anjos, então
não haveria motivo para esta canção. A segunda canção e o contraste entre os
anciãos e os anjos sugerem que os anciãos são homens.
O
termo “ancião” (presbítero) jamais é usado na Bíblia com referência aos anjos.
Esta palavra denota maturidade e crescimento. Ela é o oposto de “jovem” (1
Timóteo 5:12). Como aos anjos poderiam ser chamados anciãos, quando todos eles
foram criados ao mesmo tempo? Em outras palavras, têm a mesma idade? Ao contrário, os anciãos da igreja
local devem ser homens com experiência espiritual (1 Timóteo 3:1-7). Quando
Paulo convocou os anciãos de Éfeso a Mileto, estes vieram como líderes oficiais
e representantes de todos os crentes em Éfeso.
A
explicação plausível sobre os vinte quatro anciãos é que eles representam um
grupo de pessoas redimidas. E quem são essas pessoas? Visto como os crentes do
período do Velho Testamento não serão ressuscitados antes da volta de Cristo à
Terra (Daniel 12:1-3; Apoc. 20:4-6), os vinte e quatro anciãos representam,
mais do que claramente, os redimidos da igreja.
Os habitantes do Céu - A
besta, o grande líder político-militar do fim dos tempos, abrirá sua boca em
blasfêmias: “E
abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do
seu tabernáculo, e dos que habitam no céu”. (Apoc. 13:6).
Quem são os habitantes do Céu? São os contrastados com os habitantes da Terra
(Apoc. 12:12; 13:8,14). Os habitantes da Terra são os humanos não salvos,
portanto os habitantes do Céu são os humanos salvos. O verbo “habitar” é a
mesma palavra grega para a “encarnação” de Jesus Cristo (João 1:14). Uma
palavra idêntica é usada para o corpo físico dos crentes, que é a palavra
“tabernáculo” (2 Coríntios 5:1, 4). O verbo “habitar” ou a palavra
“tabernáculo” nunca é usada referindo-se às atividades dos corpos do anjos.
No
texto crítico grego, a frase “os que habitam no Céu” está em oposição ao “Seu
tabernáculo” (tendo sido omitida a preposição “em”) Isto sugere que os que
habitam no Céu, como o tabernáculo de Deus, formam
um grupo específico, com ninguém a ser acrescentado. E se é assim, a descrição
melhor se adapta à igreja arrebatada, visto como mais pessoas serão salvas, na
segunda metade do período de sete aos.
A experiência de João
- A experiência de João
deveria ser equiparada ao arrebatamento da igreja. João escreveu: “Depois destas coisas,
olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu; e a primeira voz que, como de
trombeta, ouvira falar comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que
depois destas devem acontecer” (Apoc. 4:1). Alguns dizem
que este evento mostra o cumprimento da principal predição sobre o
arrebatamento (1 Tessalonicenses 4:13-19), conforme a antiga versão da Bíblia
Scofield (p. 1334). Outros vêem a experiência do apóstolo como uma apresentação
simbólica da trasladação da igreja (Nova Bíblia Scofield, p. 1356).
Existem
semelhanças: a voz e a trombeta. Contudo,
as diferenças nas duas narrativas são bem maiores. No arrebatamento, os crentes
ouvirão a voz do arcanjo, enquanto João escuta a voz de Cristo (Apoc. 4:1,
conf. 1:10). Não há menção de Cristo descendo do Céu, quando João é para ali
arrebatado. Não há menção de um encontro nos ares, entre o Céu e a Terra. Não
há mudança permanente no corpo de João. A experiência de João se assemelha à de
Paulo na 2 Coríntios 12:1-7, e à de Felipe, em Atos 8:39.
Os castiçais e as lâmpadas – Os castiçais individuais,
representando as sete igrejas (Apocalipse 1:12,20), não devem ser igualados às sete lâmpadas de
fogo queimando diante do trono (Apoc. 4:5). Hal Lindsey clamou que o movimento
das lâmpadas desde a terra até o céu era evidência da remoção da igreja para o
céu um instante antes de começar o derramamento do julgamento de Deus (There's
a New World Coming, p. 86) [posição chamada de arrebatamento meio- da-
tribulação, ou mid-trib, ou pré-ira]. No entanto, há uma diferença entre
as palavras do grego que foram traduzidas como "castiçal" (luchnid
1:12,20) e como "lâmpadas" (lampades; 4:5). Assim, elas não podem ser
vistas como iguais símbolos para a igreja. Se assim pudessem ser vistas, então
por que João iria usar uma palavra diferente? Além disso, sendo as “lâmpadas”
definidas como “os sete espíritos de Deus” (Apoc. 4:5), a chamada equiparação
dos castiçais com as lâmpadas não deveria ser usada como uma prova para um
arrebatamento mid-trib ou pré-ira.
A proeminência
de Israel - Israel e o programa da aliança de Deus com Israel
são o foco central dos sete anos que
antecedem a volta de Jesus Cristo. Esta ênfase é responsável pelo silêncio de qualquer referência à
igreja, na Terra, nesse tempo. Quando João foi para o Céu, primeiro ele viu o
trono de Deus o Pai (Apoc. 4:2); em seguida, ele deu esta simbólica descrição
de Deus: “E
o que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra jaspe e sardônica;
e o arco celeste estava ao redor do trono, e parecia semelhante à esmeralda” (verso 3). Por que o
próprio Deus revelou- Se desta maneira? Existe a indicação de duas pedras (o
jaspe e o sárdio). São as mesmas pedras usadas na descrição das duas pedras nas
ombreiras do éfode do sumo sacerdote de Israel (Êxodo 28:17-21). O éfode
continha doze pedras, uma para cada tribo de Israel. Elas estavam dispostas em
quatro fileiras de três pedras cada uma. O sárdio era a primeira pedra na primeira fileira,
representando Ruben, o mais velho dos doze filhos de Jacó. O jasper
era a última pedra na última fileira, representando Benjamim, o mais
novo dos doze filhos de Jacó.
Estas
duas pedras, na descrição divina, podem representar a relação de Deus com o Seu
povo escolhido, a nação de Israel. O aparecimento do arco-íris também
substancia a relação da aliança divina com a integridade da palavra empenhada
por Deus. Então, estes capítulos chaves (4-19) tratam, claramente, da relação
de Deus com o povo de Israel, na Terra. A intercalação da era da igreja
terminou e Deus vai completar o Seu programa com Israel, através do cumprimento
da 70ª. semana de Daniel (Daniel 9:24-27). O foco foi retirado da igreja (Apoc.
1-3) para Israel (Apoc. 4-19). [N.T. - Que os dominionistas aprendam,
finalmente, que a Israel não está terminada e que a igreja não a substituiu e não
herdará as promessas feitas a Israel]
Quando
Jesus Cristo segurou o rolo selado com sete selos, Ele foi descrito como “O Leão da tribo de Judá, a
raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos”. (Apoc.
5:5). Esta descrição está embasada em duas passagens do Velho Testamento
referentes ao Messias de Israel. [N.T.
-
a ignorância bíblica de alguns segmentos pentecostais, inclusive de uma igreja
batista “avivada”, aqui em Teresópolis (RJ), apresenta como o seu símbolo um
leão com os dizeres: “Este é o leão da tribo de Judá”. Pelo visto, o pastor
desta igreja é um judaizante, o que Paulo condena veementemente, na Carta aos
Gálatas]. Jacó
informou os seus filhos sobre o que iria acontecer-lhes, nos últimos dias
(Gênesis 49:1). Com referência a Judá, ele disse: “Judá, a ti te louvarão os
teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de teus inimigos; os filhos de teu
pai a ti se inclinarão. Judá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu;
encurva-se, e deita-se como um leão, e como um leão velho; quem o despertará? O
cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha
Siló; e a ele se congregarão os povos”. (Gênesis 49:8-10).
Na
segunda passagem, Deus deu a Israel a promessa de um reinado futuro com o
Messias: “Peso do vale da visão. Que tens agora, pois que com
todos os teus subiste aos telhados? Tu, cheia de clamores, cidade turbulenta,
cidade alegre, os teus mortos não foram mortos à espada, nem morreram na
guerra. ... Também contastes as casas de Jerusalém, e derrubastes as casas,
para fortalecer os muros”.
O
rolo de sete selos simboliza o direito do Rei de Israel de governar a Terra. O
conteúdo do rolo mostra o que vai acontecer durante os sete anos, antes da
volta de Jesus Cristo à Terra. (Apoc. 4-19). O exclusivo direito de Jesus
Cristo ao rolo é visto como a sua relação com Israel, mais do que com a igreja.
Ele é a cabeça do Seu corpo, a igreja (Efésios 1:22-23), mas esta descrição não
aparece aqui.
Um
grupo importante na 70ª semana de Daniel é o dos 144.000 servos de Deus selados
(Apoc. 7:3-4 e 14:1-5), todos eles pertencentes às tribos dos filhos de Israel,
ou seja, Judá, Ruben, Gade, Aser, Naftali, Manassés, Simeão, Levi, Isaacar,
Zebulon, José (Efraim) e Benjamim. (Apoc. 7:5-8). Esta passagem confirma a
presença de Israel como sendo uma entidade nacional, étnica na terra, bem como
suas divisões tribais, naquele tempo. [N.T.
- E os árabes querendo negar
tudo isso, com a ajuda dos incrédulos e da mídia, a serviço do “pai de
mentira”.]
Mounce,
que mantém uma visão pós-trib sobre o arrebatamento, afirma que dez das doze
tribos desapareceram, na conquista do Reino do Norte de Israel, feita pela Assíria, em 722 a .C., e
que as outras duas perderam sua identidade, quando Roma invadiu e destruiu Jerusalém,
no Ano 70 d.C. Mounce nega a literalidade do número e dos nomes (The Book of Revelation,
p. 168). Mesmo assim, Ana é identificada como um membro da tribo de Aser,
durante a infância de Jesus (Lucas 2:36). E se Judá não é literal no Apoc. 7:5,
como pode ser no Apoc. 5:5? A explicação melhor é que Deus estará usando
Israel, em vez da igreja, para servi-Lo, durante os sete anos que antecedem a
volta de Jesus Cristo à Terra.
A
segunda metade do período de
sete anos deve começar com a expulsão de Satanás do Céu para a Terra e sua
perseguição à mulher (Apoc. 23:11-17). Quem é esta mulher? Ela tem sido vista
como sendo Maria (a mãe de Jesus) [errado], ou as igrejas do Novo Testamento
[errado], ou Israel [certo].
João
viu esta grande descrição: “E viu-se um grande sinal no céu: uma
mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze
estrelas sobre a sua cabeça”. A
menção do sol e da lua sob os seus pés e das onze estrelas deveria levar-nos de
volta ao sonho de José “E teve José outro sonho, e o contou a
seus irmãos, e disse: Eis que tive ainda outro sonho; e eis que o sol, e a lua,
e onze estrelas se inclinavam a mim. E contando-o a seu pai e a seus irmãos,
repreendeu-o seu pai, e disse-lhe: Que sonho é este que tiveste? Porventura
viremos, eu e tua mãe, e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra? (Gênesis 37:9-10). José
entendeu o significado do seu sonho. Na
sua interpretação, Jacó é o sol; Lia ou Raquel, a lua; e os doze filhos de Jacó
são as estrelas. A
mulher (Israel) esteve presente no nascimento de Jesus (Apocalipse 12:5) e sempre
estará presente, nos 1.260 dias, antes de Sua volta à Terra. (Apocalipse 12:6,
13,-17). Quando se usa a lei da referência anterior [“o significado de uma
palavra, na Bíblia, é sempre o significado que tem em sua primeira menção”], como um princípio de interpretação,
entende-se perfeitamente que somente a nação de Israel é qualificada para ser a
mulher. Esta posição encontra apoio no Velho Testamento (Gênesis 37:9-10), na
realidade histórica do tempo em que Cristo nasceu e na promessa divina de uma
nação de Israel restaurada e regenerada.
Onde
está a igreja no Apoc. 4-19? Uma
investigação minuciosa nestes capítulos vai mostrar que a igreja estará no Céu com Jesus
Cristo. Quando ela será arrebatada
por Ele? Exatamente antes do início da Tribulação, ou seja, dos acontecimentos
narrados no Apoc. 4-19.
“Where is The Church in
Revelation 4-19?” -
Dr. Robert Gromacki
Traduzido
e adaptado por Mary Schultze, em 22/06/2002.
www.marybiblia.com
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo
link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
(retorne a http://solascriptura-tt.org/ EscatologiaEDispensacoes/
retorne a http:// solascriptura-tt.org/ )
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.