DISTINÇÕES BÍBLICAS EXISTIRÃO NA PALAVRA DE DEUS?

([ou são apenas] TRABALHO ENFADONHO?)





O Dr. C. I. Scofield, editor da Bíblia Anotada de Scofield escreveu o seguinte no seu opúsculo, "Dividindo Bem a Palavra da Verdade":
 
"A Palavra da Verdade... tem divisões certas, e é óbvio que não se pode ser um ‘obreiro que não tem de que se envergonhar’ (II Tim.2:15) sem observá-las; assim, qualquer estudo da Palavra de Deus que ignore estas divisões será em larga escala, sem proveito algum e confuso. Muitos crentes confessam abertamente que acham o estudo da Palavra de Deus um trabalho cansativo. Outros que também sentem o mesmo têm vergonha de fazer esta confissão."
 
Não há dúvida de que as conclusões do Dr. Scofield são verdadeiras. Para a grande maioria dos crentes, a Bíblia é chata, desinteressante, pouca lida e muito menos estudada. Poucos reconhecem que Deus fez uma diferença na Sua  Palavra entre:
 
PROFECIA e  MISTÉRIO
ISRAEL e CORPO DE CRISTO
REINO e IGREJA
LEI e GRAÇA,
FÉ e OBRAS
POSIÇÃO e ESTADO
ARREBATAMENTO, etc. 
 
Nestas distinções é que precisamos de "manejar bem a palavra da verdade". E quando esta admoestação é obedecida, não será mais necessário optar pela prática duvidosa de "espiritualizar" a declarações claras da Bíblia.
 
Por isso pretendemos apresentar uma série de estudos sob este tema geral de "Distinções Bíblicas". Convidamos os nossos leitores a seguir os esboços que se seguem com as suas Bíblias abertas. É nossa esperança e oração que os resultados sejam espirituais e eternos, e não um "trabalho enfadonho".
 
22 de abril de 1983
Amazing Grace  







A Profecia e o Mistério

 "Quais são as duas divisões básicas da Bíblia?" Sem a menor hesitação ouve-se a resposta... "O Velho e o Novo Testamento". Nós não ficamos surpresos. A maioria dos que professam Cristo teria concordado.  MAS, será isto correcto? Parece-nos que estas divisões tradicionais da Bíblia não designam exactamente o ensinamento que elas deveriam descrever.  Por exemplo - Gênesis está antes do Velho Testamento e a maior parte dos Evangelhos está no Velho Testamento (cf Hb. 8:13, Ef 2:13 -16).
 
 Portanto, com todo respeito, sugerimos que a resposta à primeira pergunta deste tratado deveria ser... "A PROFECIA e O MISTÉRIO". Observe, por favor, as seguintes Escrituras: A PROFECIA diz respeito ao estabelecimento  do Reino de Cristo na terra, 2 Sm.7:16-17; Is.65:19-25; Jr.23:5; Dn.2:44; Mt.6:10; Mt.19:27-29; 1Pe.1:10-11, e o propósito de Deus para Israel e as nações DA TERRA. A proclamação deste propósito profético foi dado especialmente aos Doze Apóstolos, Mt.10:5-7; At.1:6-8 e 3:19-26.  Veja também Mt.28:18-20; Mc. 16:15-18; Lc.24:46-49; Jo.20:21-23.
 
 Em contraste com isto temos as Escrituras que dizem respeito ao povo do Senhor desta época. Nestas lemos sobre o MISTÉRIO, o propósito secreto de Deus para a Igreja, o Corpo de Cristo, NOS CÉUS. Este propósito foi primeiro revelado ao Apóstolo Paulo, Gl.1:11-12; Ef. 3:1-9; Cl.1:25-27. William R. Newell escreveu: "As cartas de Paulo constituem uma doutrina independente e completa.  Elas revelam não somente o método de Deus para a salvação nesta época, mas também o carácter, chamada e destino verdadeiro da Igreja." Neste mesmo sentido, a Bíblia Anotada de Scofield diz num rodapé: "Somente nos seus escritos (de Paulo) encontramos a doutrina, posição, andar e destino da Igreja." Estamos em pleno acordo com estas afirmações.
 
Ao compararmos o Evangelho de Mateus com a carta aos Efésios notamos a diferença óbvia entre o propósito profético de Deus (profecia) e o propósito secreto de Deus (mistério).  Muitos têm demonstrado grande interesse na profecia. Gostaríamos que mais pessoas estivessem interessadas no mistério.  Que nunca confundamos os dois propósitos!
 
 

A Lei e a Graça

Os dois métodos principais pelos quais Deus tem lidado com a raça humana através das épocas são melhores descritos pelas palavras LEI e GRAÇA. Em clara oposição um ao outro, estes dois princípios formam um contraste extraordinário no modo como Deus lida com o homem. Falhar em não fazer uma distinção entre os dois só pode resultar num sistema misto de LEI e GRAÇA, que é desonroso para o Senhor.
Em João 1: 17 lemos: «Porque a LEI foi dada por Moisés; a GRAÇA e a verdade vieram por Jesus Cristo».  Como a LEI escrita não foi instituída até uns 80 anos após o nascimento de Moisés (Êxodo 20), a mensagem da GRAÇA também não foi proclamada até mais ou menos uns 45 anos após o nascimento de Cristo (At.13:38-39). Como Moisés foi o dispenseiro da LEI (Dt.4; Hb. 8:5), da mesma forma o Apóstolo Paulo foi o vaso escolhido de Deus para ser o dispenseiro da GRAÇA (Ef.3:2; CI.1:25; I Co.3:10; Gl.1:1 1-12).
A LEI (incluindo os Dez Mandamentos) tem sido definida como "a expressão inalterável do santo desejo de Deus". Embora seja «santa e justa e boa» (Rm.7:12) foi «fraca através da carne» (Rm.8:3) e incapaz de mudar o coração vil, ímpio e rebelde do homem. Sempre foi assim. A LEI pode forçar o homem a evitar agir erradamente mas ela nunca pode ensiná-lo a agir correctamente.
Por outro lado, a GRAÇA (o favor imerecido de Deus para com o homem) ensina-nos que, «renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente» (Tt.2:12). Conhecer o que Deus fez por nós em Cristo, é o maior incentivo para vivermos correctamente.
Por que é que, então, alguém pode perguntar, Deus deu a LEI? A resposta é encontrada em Rm.3:19-20. Somos informados aqui que «pela lei vem o conhecimento do pecado». Ao perceber o padrão perfeito de Deus na LEI, o homem precisa reconhecer que ele é um pecador perdido e render-se à misericórdia e GRAÇA de Deus.
Enquanto a LEI dizia "FAÇA" e exigia justiça, a GRAÇA anuncia que a obra para a salvação do homem já foi toda "FEITA" e faculta a justiça de Deus como um presente (Rm.5: 17).  «Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua GRAÇA» (Ef 1:7).
 

A Fé e As Obras

"Mas eu sempre tentei fazer o que está certo". O protesto frágil saiu dos lábios de um homem velho no seu leito de morte. Este escritor tinha tentado mostrar-lhe nas Escrituras por que é que ele precisava de um Salvador. Foi-lhe mostrado que:
«Na verdade, que não há homem justo sobre a terra, que faça bem, e nunca peque» (Eclesiastes 7:20).
«Não há um justo, nem um sequer»; «Não há quem faça o bem, não há nem um só»; «Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus» (Rm.3:10, 12, 23).
 
Sem perceber que o retrato que Deus fazia da raça humana se referia a ele, esse estimado homem estava a procurar justificar-se através das suas boas obras. Ele nunca tinha entendido antes que «pela graça sois salvos, por meio da FÉ; e isto não vem de vós, é dom de Deus, NÃO VEM DAS OBRAS, para que ninguém se glorie» (Ef.2:8-9). Quando Hb. 1 1:6 lhe foi lido («Ora, sem FÉ é impossível agradar-lhe»), ele ficou completamente sem argumentos.
 
Poder-se-ia perguntar, "Deus não quer as boas obras?" Com toda a certeza, mas como o resultado da fé, não como substituto dela. Uma vida inteira pode ser gasta lutando para se ganhar a salvação, mas sem qualquer resultado. Pois Deus diz, "Mas àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua FÉ lhe é imputada como justiça" (RM.4:5). A FÉ salvadora está numa pessoa, o Senhor Jesus Cristo. «Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo» foi a instrução de Paulo ao carcereiro Filipenses (At. 16:3 1).  Esta fé não é meramente histórica, mas uma apropriação pessoal da pessoa e obra de Cristo a nosso favor. Só quando este assunto está clarificado é que se está pronto para fazer boas obras que agradam a Deus.
 
A propósito... o homem a quem nos referimos acima, entregou-se a Cristo revelando a fé salvadora, antes de partir desta vida. No dia em que ele partiu para estar com o Senhor ouviram-no dizer: «Sem FÉ é impossível agradar a Deus». Nós só lamentamos que as obras dele tenham sido realizadas antes da FÉ saltadora, e portanto, não terem valido de nada.
 
 

O Reino e a Igreja

O REINO e a IGREJA ... para muitos são a mesma coisa. Trabalhando sob a premissa de que "a IGREJA é Israel espiritual" multidões de pessoas religiosas estão comprometidas em “trazer almas para o REINO", "promover o REINO", "proclamar o REINO", etc.  Embora acreditemos que estes esforços sejam sinceros, são, no mínimo, ilusórios. Em Cl. 1:13 o Apóstolo Paulo, pelo Espírito Santo, diz que os crentes foram "trasladados para o REINO do Filho do Seu amor", mas isto é bem diferente do REINO DOS CÉUS proclamado nos evangelhos.
 
O REINO DOS CÉUS foi primeiramente prometido a David (2 Sm.7:16), foi anunciado como estando próximo por João Baptista (Mt.3:2), por Cristo (Mt.3:17) e pelos Doze Apóstolos (Mt.10:7) e foi oferecido à nação de Israel por Pedro, no dia de Pentecostes (At.3:17-21). A oferta foi rejeitada quando os líderes de Israel cometeram o pecado imperdoável, como está registrado em Atos 7, e Deus, judicialmente, pôs a nação Israel de lado. Embora Israel como nação esteja agora com o coração endurecido (Rm. 11:25) a hora virá em que o endurecimento será removido e ela (Israel) O reconhecerá (Cristo, aquele que crucificaram), como sendo o seu prometido Messias e Rei (Leia Zc. 12-14).
 
Simultaneamente, quando Israel foi posta de lado temporariamente, Deus revelou através do Apóstolo Paulo (Ef. 3:1-9) os Seus planos secretos para esta época, que incluíam a formação da IGREJA, o Corpo de Cristo (Ef. 1:2023; 5:32; Cl. 1: 18,24). Este não é um edifício nem uma organização, mas um organismo espiritual. Constituída por judeus e gentios e reconciliada com Deus pela obra de Cristo na Cruz (Ef. 2:16), a IGREJA não é tema na profecia.  Ao contrário do REINO, que tem como destino a terra, a IGREJA um dia será arrebatada aos céus (1Ts.4:13-18). A seguir a essa vinda secreta de Cristo para a IGREJA, a grande tribulação sobrevirá sobre a terra (Mt.24). Depois, quando o maligno tiver atingido o seu auge, Cristo virá em poder e grande glória (Ap. 19:11-16); vence a batalha de Armagedon, estabelece o REINO e introduz pela primeira vez a paz na terra.
 
 

Israel e o Corpo de Cristo

 
"Nós somos Israel". Esta é a alegação feita por muitos dos cultos e seitas da cristandade. Isto é "A mãe de todas as heresias", de acordo com um comentador da Bíblia e estamos de pleno acordo. Se não fosse a apropriação injustificada das profecias e promessas de Israel por parte dos que se dizem crentes, não haveria base bíblica para muitos dos ensinamentos infundados no mundo hoje.
 
A nação de Israel teve o seu começo histórico cerca de 1900 anos antes do nascimento de Cristo. Gênesis 12:1-3 regista a promessa de Deus a Abraão de que «em ti serão benditas todas as famílias da terra». Assim, Deus pôs em acção o Seu plano profético que incluía a chamada da nação Israel.  Através desse povo altamente favorecido (Rm.9:4-5) viria o Redentor assim como a realização dos propósitos de Deus para a terra. Israel, entretanto, falhou ao não reconhecer o seu lugar de privilégio e lemos repetidamente no Velho Testamento, nos Evangelhos e no começo dos Actos acerca da luta de Deus com «um povo rebelde e contradizente» (Rm. 10: 12). A rebelião de Israel alcançou o auge quando os seus líderes rejeitaram o Cristo ressurrecto. Como resultado, Deus parou de lidar com a nação e o Seu propósito secreto para a Igreja foi introduzido. Israel, entretanto, não foi abandonada. Após o arrebatamento da Igreja (1Ts.4:13-18) Deus recomeçará os Seus planos e programa para o Povo Escolhido (Rm. 11).
 
Agora, Deus está a chamar indivíduos de todas as nações, tribos e línguas, a fim de formar a Igreja, que é o Corpo de Cristo (Ef 1:22-23). Como indicamos antes, esta Igreja não é uma organização mas um organismo. Ela inclui todos e apenas aqueles que têm apropriado pela fé o Sangue derramado e a Obra Terminada de Cristo para a salvação de suas almas.  Privilégio nacional ou prestígio pessoal não têm nada a ver com a qualidade do membro nesta Igreja. É exclusivamente a obra do Espírito Santo banzando aquele que acredita no Evangelho para entrar no Corpo de Cristo (I Co. 12:13).
 
Falhar em distinguir entre o povo terrestre de Deus, Israel, e o Seu povo celestial, o Corpo de Cristo, só pode resultar na desonra de Deus por se “espiritualizar" a verdade bíblica. Alguém disse muito bem: "Quando espiritualizamos, contamos mentiras espirituais".
 
 

Posição e Estado

 
Quando este escritor, com a idade de 15 anos, aceitou Cristo como seu Salvador, tinha uma vaga idéia de que para manter-se salvo isso dependia dos seus próprios actos. Por quase três anos ele viveu na incerteza e dúvida, temeroso de que se cometesse algum pecado, perderia a salvação. Entender a diferença entre POSIÇÃO e ESTADO mudou tudo isto e uma alegria e segurança recém-encontrada entraram na sua vida.
 
Talvez a melhor ilustração disto seja encontrada na primeira carta de Paulo aos Coríntios. Ele escreve: «À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos...» (I Co. 1:2) e em 1:4: «Sempre dou graças ao meu Deus por vós, pela graça de Deus que vos foi dada em Jesus Cristo». Esta era a POSIÇÃO perfeita à qual estes crentes em Corinto tinham sido chamados pela graça de Deus. É triste dizer, entretanto, que o seu ESTADO estava longe de ser perfeito.
 
Prevaleciam entre eles «Contendas», não tinham conseguido julgar a imoralidade na assembleia local e ainda eram culpados de recorrer a tribunais uns contra os outros (I Co. 1:11, 5: 1-2, 6:6). No capítulo 3:1-4 o Apóstolo lembra-os de que, por causa da sua carnalidade eles tinham sido alimentados com «leite» ao invés de «manjar». Este era o ESTADO destes santos de Corinto. Não é de se estranhar que Paulo tenha precisado de usar uma linguagem forte para corrigir as muitas coisas erradas entre eles.
 
Deveria ser evidente que a POSIÇÃO do crente é o modo como Deus olha para ele em Cristo. Ela é dependente do que Cristo fez. Nada pode mudar esta posição perfeita. Por outro lado, o ESTADO do crente é o modo como ele vive esta vida. É dependente da sua obediência ao desejo revelado por Deus nas Escrituras. Este ESTADO pode mudar, e isto acontece freqüentemente.
 
Que seja o desejo compelido de nossas vidas, como filhos de Deus, aproximar o nosso ESTADO da nossa POSIÇÃO. Isto só pode ser realizado obedecendo-se ao conselho de Rm.6:13 - «mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça».
 
 

A Salvação e o Galardão


"Ela era uma pessoa muito boa e agora partiu para receber o seu prêmio." Com muita freqüência diz-se isto de uma pessoa querida que faleceu. Parece que Deus é obrigado a levá-la para o céu como recompensa por fazer o bem! Embora isto seja consolador para aqueles que são deixados para trás, tal presunção não tem apoio nas Escrituras. De fato, confundir a SALVAÇÃO e o GALARDÃO é negar o princípio muito óbvio na Palavra de Deus de que a salvação sempre tem sido pela graça por meio da fé e nunca como resultado de esforço próprio ou boas obras.
 
Há três distinções básicas entre SALVAÇÃO e GALARDAO que devem ser notadas:
 
- A SALVAÇÃO É UM DOM
«Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é DOM de Deus, não vem de obras, para que ninguém se glorie» (Ef. 2:8-9).
«Porque o salário do pecado é a morte, mas o DOM de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor» (Rm.6:23).
 
- OS GALARDÕES SÃO GANHOS (por aqueles que receberam o Dom de Deus)
«Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá GALARDÃO» (I Co.3:14).
«Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é em vão no Senhor» (I Co.15:58).
 
- A SALVAÇÃO É UMA POSSESSÃO PRESENTE
«Porque pela graça SOIS SALVOS, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus» (Ef 2:8).
 
- OS GALARDÕES DEVERÃO SER RECEBIDOS NO FUTURO
  «Pelo que muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes. Porque todos devemos comparecer ante O TRIBUNAL DE CRISTO, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal» (2 Co.5:9-10).
 
- A SALVAÇÃO É RECEBIDA PELA FÉ
«Sendo pois justificados pela FÉ, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo» (Rm.5:1).
 
- OS GALARDÕES SÃO RECEBIDOS POR FIDELIDADE
«Além disso requer-se nos dispenseiros que cada um se ache FIEL» (I Co.4:2).
 
 

Baptismo, Verdadeiro e Ritual

 
Sempre que o assunto de BATISMO é mencionado, quase todo o mundo pensa na cerimônia ou ritual da água. O que é freqüentemente esquecido é que o Novo Testamento enumera pelo menos 12 tipos diferentes de BATISMO, dos quais somente 5 têm algo a ver com água. Os teólogos referem-se ao baptismo espiritual como sendo "VERDADEIRO", uma vez que ele indica a obra de Deus, enquanto que a cerimônia da água, sendo obra do homem, é chamada baptismo "RITUAL". Falhar em não distinguir a diferença entre estes dois "BATISMOS" básicos é fatal para uma vida perfeita em Deus.
 
O baptismo "RITUAL" foi praticado por Israel no Velho Testamento (Ex. 30:17-21) na iniciação ao sacerdócio. Uma vez que Israel foi profetizada ser uma nação de sacerdotes (Ex.19:5-6, 1Pe.2:9), João Baptista veio baptizar com água (Jo. 1:31). Cristo foi contado com os transgressores (Is.53:12) tanto pelo Seu baptismo "RITUAL" (Mt.3:13-17), no rio Jordão, como pelo Seu baptismo de morte (Lc. 12:50), na cruz.
 
Os Doze Apóstolos foram instruídos a exigir o baptismo "RITUAL", sob a chamada "Grande Comissão" (Mc.16:16) e Pedro, conseqüentemente, levantou-se no dia de Pentecostes e anunciou ao povo de Israel: «Arrependei-vos, e cada um de vós seja baptizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo» (At.2:38). Não se tendo arrependido, a nação foi temporariamente posta de lado e com ela os baptismos "RITUAIS" e os dons de sinais.
 
Com o surgimento de Paulo, o propósito secreto de Deus para esta época é revelado. Apenas uma vez, em seus escritos, o baptismo "RITUAL" é mencionado, e isso em relação a uma disputa denominacional (1 Co. 1: 11,17). Ao invés disso, nós temos o ensino do Apóstolo de que «todos nós fomos baptizados em um Espírito formando um corpo...» (1 Co. 12:13) e «todos quantos fostes baptizados em Cristo já vos revestistes de Cristo» (Gl.3:27). Este é o baptismo "VERDADEIRO" pelo qual todo o crente verdadeiro em Jesus Cristo está identificado com Cristo na Sua morte, sepultura e ressurreição (Rm.6:3-6). Apropriar deste fato pela fé é uma garantia de vitória espiritual. Não anulemos esta vitória colocando o baptismo "RITUAL" junto do "VERDADEIRO"!
 

O Evangelho do Reino - O Evangelho da Graça


Um amigo encontra-nos na rua e pergunta: "Já ouviu as boas novas?" Sem saber ao que se está a referir, respondemos de imediato, "Quais boas novas?" A sua explicação detalhada dá-nos a conhecer os felizes eventos e ficamos alegres com ele. Isto já aconteceu com todos nós.
 
A palavra bíblica para "boas novas" é EVANGELHO. Muitas proclamações de "o evangelho" são encontradas nas suas páginas sagradas. Só no Novo Testamento, são mencionadas cinco.  Que não são todas a mesma deveria ser óbvio. Uma leitura casual do contexto tornará isto claro. Porém, ouve-se freqüentemente, nos círculos fundamentalistas, de que "só há um EVANGELHO". Desafiamos os nossos leitores a investigar as Escrituras e ver se isto é verdade.
 
Os dois EVANGELHOS principais do Novo Testamento são indicados como O EVANGELHO DO REINO e O EVANGELHO DA GRAÇA DE DEUS. Vamos notar bem o tema e o objectivo de cada um.
 
O EVANGELHO DO REINO foi proclamado por João Baptista, Cristo e os Dozes Apóstolos (Mt.3:1-2, 4:23, 10:7).  O tema era as boas novas de que Deus ia cumprir a Sua promessa a David (2 Sm.7:16-17) e dar à nação de Israel um Reino eterno na terra, com Cristo como Rei. Esta agradável mensagem ainda vai ser pregada em todo o mundo antes do Rei voltar para estabelecer o Seu Reino. (Veja Mt.24:14).
 
O EVANGELHO DA GRAÇA DE DEUS foi proclamado em primeiro lugar pelo Apóstolo Paulo. Recebido por revelação do Glorificado Senhor no céu (At.20:24, Gl. 1: 11-12, Ef 3:1-9), o seu maior tema é a Obra Completa de Cristo na Cruz (I Co. 1 5:3-4).
 
A salvação é oferecida pela primeira vez a TODOS, sem distinção e à parte das obras da Lei (At.13:38-39). Ao invés de bênçãos espirituais e materiais na terra, nesta vida, aqueles que recebem estas boas novas têm a promessa de um corpo glorificado e um lugar no céu (Fl.3:20-21).
 
Quando Israel recusou o EVANGELHO DO REINO, o EVANGELHO DA GRAÇA DE DEUS foi revelado. Agora o Apóstolo Paulo diz pelo Espírito Santo: «Se alguém vos anunciar outro EVANGELHO além do que já recebestes (O EVANGELHO DA GRAÇA DE DEUS), seja anátema» (Gl. 1:9-10).  Como seria maravilhoso se seguíssemos a Palavra escrita de Deus em vez dos ensinamentos dos homens (Ef. 4:14).
 
 
 
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