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Respostas a duas perguntas sobre os últimos capítulos do livro do profeta
Ezequiel -
Pr. Miguel Ângelo Maciel
Quanto ao príncipe, por ser príncipe, se assentará nela para sempre, para comer o pão diante do SENHOR; pelo caminho do vestíbulo da porta entrará e por esse mesmo caminho sairá. – Ezequiel44.3 (ênfase minha)
Os alegoristas da Bíblia (amilenistas e sectários: tais como adventistas, testemunhas de jeová, pentecostais, carismáticos, neo-pentecostais, romanistas, etc), têm sérios problemas com os últimos capítulos do Livro do Profeta Ezequiel. Isto ocorre por que as profecias ali apresentadas descrevem fatos que se cumprirão no Reino Milenar de Cristo, que ocorrerá literalmente na Terra. Fazendo uso da Interpretação Histórico-Gramatical Literal podemos entender os últimos capítulos do livro do profeta Ezequiel (40-48).
Seguem duas perguntas explicadas de acordo com a Doutrina do Milênio Literal de Cristo na Terra.
1 - Quem é o Príncipe do qual nos fala Ezequiel?
A designação “príncipe” é usada pelo menos 14 vezes nos capítulos 44 a 47 de Ezequiel. O “príncipe” não é, aqui nestes casos, o Senhor Jesus Cristo, mas alguém que lhe é distinto.
Note que o verso diz: “...para comer o pão diante do SENHOR”, neste caso sim é Jesus Cristo, o Messias. O profeta Zacarias, falando também sobre o Milênio, chama ao o Senhor Jesus Cristo de Rei.
Outras observações importantes:
· Este príncipe oferecerá ofertas de sacrifícios por seus pecados (45.22) e ele terá filhos (46.16-18);
· Ele não poderá realizar as obrigações sacerdotais (45.19) como o Messias (Salmos 110.4; Zacarias 6.12-13).
· O príncipe, de fato, adorará ao Senhor (46.2).
O príncipe será alguém que não será nem sacerdote nem o Rei, mas alguém que terá obrigações de administrações do reino, representando o Rei (o Senhor Jesus Cristo), ao lado de outros príncipes, que liderarão as 12 tribos de Israel. Ele será, muito provavelmente, um descendente direto de David.
“É provável que o príncipe mencionado aqui e em outros lugares, não significa que o Messias, mas o governante da nação judaica, durante tempo que está por vir [Milênio]. Pois nos é dito não apenas onde ele deverá sentar-se no templo, comer sua porção dos sacrifícios, quando e como ele deve sair; mas também é ordenado (Ez. 45:22), que na páscoa ele oferecerá um novilho, para oferta pelo pecado por si mesmo e por outras pessoas; e protegê-lo contra qualquer tentação de oprimir o povo, há uma provisão de terra atribuído a ele (Ezequiel 45: 8) dos quais ele é dar uma herança para seus filhos (Eze 46:18). Aqui aparece claramente existirem regras políticas para os príncipes comuns, e para uma sucessão deles; mas como nenhumas dessas regras foram observadas no âmbito do segundo templo, o cumprimento dela necessariamente se realizará no futuro. Eze 34:24; 37:25; Zacarias 6: 12-13. Ver também Ezequiel 44:3, 46:2-8; II Crônicas 23.13.” - Treasury of Scripture Knowledge.
“Comer o pão diante do Senhor: um costume ligado com sacrifícios (Ge 31:54, Ex 18:12; 24:11, 1 Coríntios 10:18). O príncipe - não o rei Messias, pois como ele nunca iria oferecer um holocausto por si mesmo, como o príncipe há de fazer (Ez 46: 4). O príncipe deve significar o governador civil sob o reinado Messiânico. Sua ligação com a porta do leste (pelo qual o Senhor haverá retornado ao seu Templo) implica que, como governando sob a autoridade dada por Deus, ele há de ficar em um lugar de proximidade peculiar a Deus.Ele representa o Messias, que entrou no céu, o verdadeiro santuário, por um caminho que ninguém poderia, isto é, por sua própria santidade; todos os outros devem entrar como pecadores pela fé no seu sangue, através da graça.” - Jamieson-Fausset-Brown Commentary.
“O príncipe, que será com toda a probabilidade um descendente direto de Davi, portanto, seu filho, entra na corte pelo caminho do vestíbulo da porta, mas não através do próprio portão. Mas ele come o pão dentro da porta de entrada da porta, dentro da corte desfrutando, assim, um lugar especial de comunhão e companheirismo - com o Rei (ver Zacarias 14:16).” – traduzido de H. A. Ironside, Ezekiel Commentary.
“Ele terá a honra de entrar e sair pelo caminho do vestíbulo da porta. Nenhum sumo sacerdote jamais afirmou isso. Na verdade, ele não é um sacerdote, mas o príncipe, o chefe terreno de Israel [no Milênio]. Aprendemos com os capítulos 45 e 46 um pouco mais sobre o príncipe. É suficiente dizer que ele certamente não é o Messias; pois, embora ele esteja completamente distinto de um sacerdote, ele precisa oferecer uma oferta pelo seu próprio pecado, e ele poderá ter filhos. Sem dúvida, ele é um príncipe futuro da casa de David.” – J. N. Darby, Book of Ezekiel Commentary.
“Aqui um dignitário é introduzido que não tinha sido mencionado antes - o Príncipe. Ele é privilegiado, já que nenhuma outra pessoa será designada para ocupar o pórtico do portão leste, sentado ali, para comer pão diante do Senhor. Mas ele não passar pelo portão, ele entra pela varanda e sai pelo mesmo caminho. Assim, a santidade especial deste portão impressionará a todos, e em particular o próprio príncipe, lembrando-o do seu lugar de subordinado; o portão fechado e o privilégio limitado desta pessoa, que parece ser o mais alto dignitário secular no país, ensinando todo o lugar supremo de Jeová. Podemos notar que a varanda está no final da construção da porta, para o oeste, de frente para o altar e da casa.
Esta personagem importante, o Príncipe, é, aparentemente, um da nação, e não o próprio Cristo: seus filhos são mencionados (46.16) e ele oferece uma oferta pelo pecado por si mesmo (45 22.). Parece claro que ele ocupa uma posição representativa, mas não a mesma que a do sumo sacerdote, de quem Ezequiel não fala, nem a do rei como antigamente conhecido em Israel. A ele não são concedido os privilégios, nem o poder de qualquer um destes. Ele parece ocupar um lugar intermediário entre o povo e o sacerdócio, já que ele se encontra entre os primeiros, nas reuniões de culto (46.10), e não estará entre os sacerdotes, nem terá o privilégio de entrar no átrio interior, ainda que esteja próximo às pessoas, uma vez que ele poderá adorar no interior da porta que se abre sobre ao pátio interno, enquanto as pessoas adorarão no átrio exterior, como se reunirão na entrada da mesma porta (46.2). Mas ele é responsável por fornecer as várias ofertas nas festas, nas luas novas e nos sábados, e em todas as solenidades da casa de Israel, e ele é, portanto, o destinatário e o suporte daquilo que o povo ofertas nestas ocasiões; e, portanto, também o sacerdote olhará para ele e para a provisão necessária para continuar o culto nacional (45.13- 22). E ele receberá sua própria porção especial na terra, e ele se regozijará em não tomar qualquer uma dos herança do povo (45.7, 8;. 46.18; 48.21,22.). A Oblação e o Santuário são mencionados como no meio da porção do príncipe.
Estas considerações mostram que o Príncipe ocupa completamente um lugar único na história de Israel. Ele serve para enfatizar o caráter absoluto da teocracia como com altíssima lei sacerdotal e real. Elas pertencem ao próprio Messias, e não a qualquer simples homem. Os sacerdotes e reis do passado podem ter sido os tipos, mas agora o Antítipo chegou – a substância substituiu a sombra.” – F. W. Grant, Ezekiel Commentary.
2 - Os sacrifícios de animais serão restabelecidos no milênio?
Sim, pois a interpretação literal contempla não somente a restauração do tempo, mas também a restauração do sistema de sacrifícios. Aqueles que buscam uma interpretação alegórica destas passagensencontram dificuldades impossíveis de conciliar. Alguns itens que apoiam a interpretação literal são apresentados abaixo:
“1. O profeta Ezequiel nos apresenta uma descrição bem detalhada, incluindo várias medições e cenas históricas que não compactuam com uma interpretação espiritual.
2. Se esta passagem pode ser espiritualizada então, de forma semelhante, a maioria das profecias do Antigo Testamento pode ser também espiritualizada, incluindo aquelas que são entendidas como óbvias e literais previsões referentes à primeira vinda de Cristo e, que bem sabemos, foram cumpridas literalmente. O mesmo, então, deve aplicar-se à sua segunda vinda.
3. A Bíblia faz distinção entre Israel e a Igreja [período da Dispensação das Igrejas Locais] (ver I Cor. 19:32; Rm 9:3-4). As promessas específicas para Abraão e para a sua descendência na carne, tais como a Terra Prometida (Gn. 12:1-3), não se cumprirão na Igreja [ou seja, na Dispensação das Igrejas Locais] , mas permanecem para serem ainda cumpridas no futuro (Rm 11; Apoc. 20).
4. O painel descrito em Apocalipse 21 não é o do Milênio (Apoc. 20), mas do estado de Eternidade que se seguirá ao Milênio. A profecia de Ezequiel (40-48) se cumprirá somente no Milênio. Após esta última Dispensação, no novo céu e na nova terra, não existirão templos nem sacrifícios.
5. Os sacrifícios referidos por Ezequiel não servirão para expiação de pecados. Serão apenas de natureza memorial, como referência à obra completa realizada por Cristo na cruz, semelhantemente ao que ocorre com a ceia do Senhor na vida dos crentes na presente Dispensação.
6. O restante das profecias de Ezequiel se cumprirá no literal reino de Cristo na terra, que durará mil anos (Apoc. 20:1-7), quando então ele sentará num trono literal com os seus doze apóstolos, sentados em doze tronos literais em Jerusalém (Mat. 19:28). Desta forma, não há por que não considerarmos a profecia a respeito dos sacrifício como sendo literal.
7. O Antigo Testamento não deu detalhes de como os judeus e gentios viriam a se unir (cf. Ef. 3:4-6), mas com certeza mostrou que os gentios seriam abençoados (IS. 11:10-16). O que o profeta Ezequiel nos mostra não exclui esta última revelação (cf. Col. 1:26).
8. O livro de Hebreus fala da abolição dos sacrifícios de animais apenas em caráter expiatório, não no sentido memorial.”
- Norman Geisler and Thomas Howe, Bible Doubts Encyclopedia.
Os que desprezam as interpretações literais rejeitam esta bendita esperança, que enche de consolo e alegria o coração dos salvos em Cristo. Rejeitam o que se nos apresenta, de forma clara e inegável pelas profecias bíblicas, aquilo que há de se cumprir brevemente: o Senhor Jesus Cristo reinando sobre a terra!
E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para celebrarem a festa dos tabernáculos. – Zacarias 14:16
Mas os salvos clamam com alegria: Maranata! Ora vem, Senhor Jesus! Amém!
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em http://BibliaLTT.org, com ou sem notas.
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