SER DISPENSACIONALISTA

 

Todo o cristão é dispensacionalista em algum grau.

Se, hoje, não ofereces sacrifícios de animais no templo, em Jerusalém, (por pensares que isso hoje não está em vigor) és um dispensacionalista, pois reconheces que esses sacrifícios não estão em vigor nos nossos dias.

Por isso os cristãos são todos dispensacionalistas.

A única diferença entre os dispensacionalistas é onde efectuam a divisão das Escrituras, e traçam a linha que divide o que nos diz respeito do que diz respeito a Israel.

A crença mais popular - errada - é a divisão entre Novo Testamento e Velho Testamento.

Dizer que a dispensação da graça começou em Pentecostes é outro erro, pois o dia de Pentecostes tratava-se de uma festa Judaica (Act. 2.1, 5,9,10, 14,22). Os Gentios não são ali contemplados, e o reino ainda está a ser oferecido no cap. 3 (3.12,19).

A dispensação da graça não podia começar antes de Israel ser posta de parte. A teologia tradicional diz que Israel foi posta de parte na cruz. Mas que dizem as Escrituras?

« E dizia esta parábola: Um certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi procurar nela fruto, não o achando»
(Lucas 13.6). Quem é que procurou fruto em Israel durante 3 anos? Não foi o Senhor Jesus? A teologia tradicional termina no ver. 7 - «E disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho. Corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente? - e diz Amém. Afirma: "É isso! Corta-os!"

Mas notemos o que diz o ver. 8 - «E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a esterque».

O livro dos Actos mostra que o Senhor deu mais uma oportunidade a Israel. O «ano» terminou em Act. 7.

O que caracteriza verdadeiramente um dispensacionalista não é o número de dispensações, mas

      1. A distinção entre Israel e a Igreja
         
      2. A interpretação literal das Escritura.
         
      3. A compreensão de que a salvação não é o fim, mas o meio para o fim - glorificar a Deus (Efé. 1.6,12,14).
         


A história sagrada pode ser dividida em várias dispensações, mas as duas grandes divisões são a Profecia - aquilo que todos os profetas falaram desde o princípio do mundo (Act. 3.21) e o Mistério - aquilo que esteve oculto desde os tempos eternos, e por isso nunca nenhum profeta falou (Rom. 16.25).

O facto que pode haver sub-divisões é visto por exemplo em Rom. 5. Paulo fala ali de todo o período decorrido entre a queda e a dádiva da lei como uma dispensação - "Desde Adão até Moisés a morte reinou" (Rom. 5.12-14).

No entanto sabemos que houve desenvolvimentos dispensacionais durante esse período. (Efé. 1.16,17 e Fil. 1.9,10).

Basicamente as Escrituras desdobram-se em 7 dispensações. Parecem-nos as divisões mais básicas e naturais. Mas não temos qualquer objecção a quem veja outras divisões dispensacionais.

Cada uma das dispensações termina com juízo divino devido à desobediência do homem. Depois da queda cada dispensação começa com uma narrativa que indica que o homem fracassará de novo. Vemos assim que não só terminam em fracasso como começaram com fracasso.



A Igreja em Quinta do Conde, http://www.iqc.pt.vu/



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