“24 Setenta semanas estão determinadas sobre o teu
povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim
aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar
a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo. 25 Sabe e entende: desde a
saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias,
o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro
se reedificarão, mas em tempos angustiosos. 26 E depois das sessenta e duas
semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe,
que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma
inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações. 27
E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará
cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o
assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado
sobre o assolador.” (Dn 9:24-27 ACF)
Esta surpreendente passagem das Escrituras dá a seqüência cronológica de Deus
para restaurar Israel e derrubar os poderes dos Gentios. A ocasião desta
profecia das 70 semanas foi a oração de Daniel suplicando que Deus tivesse
misericórdia de Israel (vv. 3-20). A visão das 70 semanas é a resposta de
Deus (vv. 21-23). Nesta visão, Deus revela a Daniel a programação temporal e
os eventos que levarão ao estabelecimento do reino messiânico de Israel.
A profecia tem a ver com "teu povo" (referindo-se ao povo de Daniel, os
Judeus [literalmente]) e com "tua santa cidade" (referindo-se a Jerusalém
[literalmente])
O propósito é completar, totalmente cumprir as promessas de Deus a (e as alianças e profecias de
Deus a respeito de) Israel [literalmente].
O termo hebraico aqui usado para semanas ("shebuah")
significa simplesmente “grupos de sete.” O contexto é que tem que determinar
se é uma semana de dias ou de anos. Por causa das seguintes razões, nós
sabemos que o termo se refere a semanas de anos [isto é, cada semana é um grupo de sete
anos].
1. As semanas que já têm sido cumpridas demonstram que estas são semanas de anos
ao invés de semanas de dias. Dan. 9:25 diz que haveriam 69 semanas desde a
reconstrução do Templo de Jerusalém até a vinda do Messias. Há alguma leve
discordância sobre exatamente quando este período começa e termina, mas nós
sabemos que houve menos de 500 anos entre a ordem para reconstruir Jerusalém
e a vinda de Cristo. 69 semanas de anos seriam 483 anos. Assim, nós vemos
que a parte da profecia que já tem sido cumprida exige que nós interpretemos
as semanas como sendo semanas de anos. É razoável acreditar que a 70a
semana será também uma semana de anos, isto é um período sete anos.
2. O conceito das semanas de anos era familiar ao pensamento judaico (Lev
25:3-9). Em Levítico capítulo 25, Deus ordenou que Israel pensasse em
termos de períodos ou de semanas de sete anos. Cada sétimo ano a terra devia
descansar.
3. Na altura da visão, Daniel tinha estado pensando em termos de semanas de
anos. Em Daniel 9:2, ele estava pensando sobre a profecia de Jeremias que
ensinava que Israel seria feita cativa por 70 anos. Nós encontramos esta profecia em Jer
25:11-12. Se nós olharmos para 2 Crônicas 36:21, nós encontraremos que a
razão para esses 70 anos de cativeiro foi que Israel não tinha obedecido a Deus para
guardar o sábado do sétimo ano tal como foi ordenado em Levítico capítulo
25. Assim, Daniel estava pensando em termos de semanas de anos [isto é, cada semana
sendo um grupo de 7 anos] quando a visão de Daniel 9 foi dada.
As 70 semanas (isto é, os 490 anos) que
completam o programa de Deus para com Israel são
divididas em três períodos distintos. Há sete semanas (49 anos),
depois há 62
semanas (434 anos), e depois há a semana final (7 anos).
1. Durante as
primeiras 7 semanas (49 anos) Jerusalém foi reconstruída em tempos
trabalhosas. Isto é descrito no livro de Neemias. “A
saída da ordem para restaurar e reedificar Jerusalém é o
decreto de
Artaxerxes tal como está registrado em Neemias 2. Durante os 49 anos seguintes, a cidade foi reconstruída” (Ironside).
2. As 62 semanas seguintes (434 anos) estendem-se desde a
reconstrução de Jerusalém até a
vinda do Messias. “Então, 434 anos mais tarde, nosso Senhor
entrou montado [sobre um jumentinho]
em Jerusalém e foi aclamado pelos multidões como o rei, o filho de
David; mas, alguns poucos dias mais tarde, foi rejeitado e crucificado Assim,
o Messias foi cortado fora” (Ironside).
3. Entre o final da 69a e o início da 70a
semana está havendo um período de tempo indeterminado
durante o qual o Messias foi cortado fora (rejeitado e
crucificado), Jerusalém foi destruída pelos exércitos
Romanos (no ano 70 d.C.), e estão havendo e haverá desolações até
o final de tudo.
A palavra hebraica traduzida como “desolação" também é traduzida
como “destruição" (Oséias 2:12). Refere-se ao fato que Jerusalém
tem sido repetidamente destruída e invadida [e sua população morta ou expulsa] durante todo o período
em que estamos, entre o fim da 69a e o início
da 70a semana. Não visto por Daniel está o interlúdio
da época das igrejas, durante o qual o Messias foi ressuscitado e
ascendeu de volta ao Céu para supervisionar o chamamento, de entre
as nações, de um povo para
Seu nome (Luc 19:11 - 27; Atos 15:14 - 18). “O anjo
revelador disse a Daniel, “e até
ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações” (9: 26). Isto dá a
inteira história de
Palestina pelos dezenove séculos passados. Ela tem sido um grande
campo de batalha e uma cena de desolação quase que sem
paralelo, porque Israel
não reconheceu a época de sua visitação. [Portanto,] Seus tempos não
estão em
andamento agora: Deus está fazendo um outro trabalho. Enquanto os
Judeus
estão cegados, em parte, e são errantes sobre a face da
terra, Deus está ajuntando e recolhendo para fora a Sua igreja,
o corpo de Cristo, um exército celestial, que reinará com Cristo quando
Este estabelecer Seu reino de [absoluta] justiça sobre
[toda] a terra” (Ironside).
4. A 70a semana (os
sete anos finais).
O príncipe do Império Romano revivido fará um
pacto com Israel. Que o Anticristo se levanta de entre o Império Romano
revivido é evidente pelo fato de que ele é chamado de o príncipe do povo
que destruiu Jerusalém após a morte do Messias; este povo
foi o povo de Roma. No
meio dos sete anos, o Anticristo profana o Templo Judaico (comparar
Mat 24:15; 2Tes 2:3-4). Haverá desolações até que Cristo retorne
para derrubar o Anticristo (comparar Mat 24:16 - 21; Apo
11:2). A abominação que faz desolação marca a metade dos sete
anos. Comparando com Mateus 24:15, nós vemos que Jesus coloca este
evento dentro do período de Tribulação. Esta abominação da desolação provavelmente
se refere à ocasião quando o Anticristo colocará a si mesmo
como Deus (2Tes 2:4).
David Cloud
Traduzido por Valdenira N.M. Silva, Nov 2006
O acima foi extraído do curso de estudos bíblicos avançados intitulado de
"Understanding Bible Prophecy," que se encontra disponível em
Way of Life
Literature,
http://www.wayoflife.org/
, P.O. Box 610368, Port Huron, MI 48061, 866-295-4143,
fbns@wayoflife.org.
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.