Por David Cloud
Muitos teólogos evangélicos modernos
exaltam o Agostinho do Século V; porém, nós o rejeitamos como um herege. Muitos
historiadores têm sabiamente observado que Agostinho (354-430) rejeitou a fé do
Novo Testamento ao ponto de usar sua vasta influência para a formação da Igreja
Católica Romana (ICAR). Benjamim Warfield disse que “num legítimo sentido”, Agostinho
é o fundador da ICAR (Warfield: Calvin and Augustine, p. 22). A própria ICAR reconhece Agostinho
como um dos seus principais Doutores da Igreja, tendo-o canonizado como santo.
Agostinho foi um perseguidor
e o pai da geração de perseguidores. “Agostinho de
Hipona não apenas se absteve de dar uma base dogmática
ao que havia se tornado a prática da Igreja, mas até declarou encontrar validade
final à mesma na Escritura: ‘é, realmente, melhor que os homens sejam levados a
servir a Deus pela instrução do que pelo medo do castigo, ou pela dor. Mas, como
os primeiros meios são melhores que os últimos, estes, portanto, não devem ser negligenciados;
muitos devem ser levados de volta ao seu Senhor, como servos maus, pela vara do sofrimento temporal,
porque eles alcançam o mais alto grau do desenvolvimento religioso.... O próprio
Senhor ordena que os convivas sejam antes convidados e em seguida sejam compelidos
à Sua Grande Ceia. ´E Agostinho argumenta que se o Estado não tem o poder de
castigar o erro religioso, não poderia punir um crime como assassinato. Corretamente
diz Neander sobre o ensino de Agostinho que ele contém
o germe de todo o despotismo espiritual, da intolerância e da perseguição,
até mesmo ao tribunal da inquisição’ Não foi muito antes, que o último passo foi dado
pela doutrina da perseguição da Igreja. Leão, o Grande, o primeiro dos papas, num
estrito sentido do termo, retirou a inferência lógica das premissas a ele já providas
pelos Pais da Igreja, ao declarar que a morte é a penalidade apropriada para a heresia”
(Vedder, “Our New Testament”, pp. 97/98).
As mais terríveis perseguições
foram infligidas aos crentes bíblicos donatistas, mormente por instigação de Agostinho.
Os donatistas contendiam por igrejas segundo o Novo Testamento, compostas exclusivamente
dos que evidenciavam arrependimento e fé. Eles praticavam uma forma congregacional
de governo da igreja. Eles batizavam os que lhes chegavam de igrejas por eles consideradas
heréticas, considerando inválido o batismo de homens e igrejas que não seguiam a
fé do Novo Testamento. Assim, eles eram rotulados de rebatizadores,
mesmo os seus líderes acreditando que havia apenas um batismo, o batismo verdadeiro.
O pastor donatista Petilian declarou: “Aquele que me
acusa de batizar duas vezes, realmente não foi batizado uma vez. O apóstolo Paulo
diz que há um só Senhor, uma só fé e um só batismo. Este batismo que professamos
publicamente é o correto e os que acham que existem dois são insanos” (David
Benedict, “History of the Donatists”, 1875, p. 49).
Agostinho se opôs a algumas pessoas, argumentando em favor de uma disciplina flexível
da Igreja, a qual permitia os pagãos não regenerados e os líderes eclesiásticos
imorais, e exigindo que os donatistas se submetessem ao sistema centralizado da
Igreja Católica. E como os donatistas se recusaram a se submeter a tais heresias,
as autoridades católicas se juntaram aos poderes seculares, a fim de persegui-los.
Muitos dos seus próprios líderes eclesiásticos foram condenados à morte e um grande
número destes foi forçado ao exílio. David
Benedict, que laborou durante dez anos na história dos donatistas, trabalhando amplamente
nos textos latinos, deu este resumo:
“Os novacianos
e os donatistas eram chamados puritanos, porque sustentavam que a igreja visível
do Senhor Jesus Cristo não consiste nem deveria consistir senão dos que estão isentos
de manchas e quedas e que todos os outros deveriam ser excluídos. Quando a ICAR estava visivelmente repleta de membros
maus, Agostinho teria dito que a disciplina dos donatistas iria dividi-la em milhares
de cismas. As reformas da África do Norte,
ao contrário dos reformadores dos últimos tempos, não deixaram sua obra feita pela
metade. Tendo repudiado o cabeça da Igreja, que haviam abandonado, eles também repudiaram
seus membros, seus batismos, suas ordenanças e todas as suas crenças oficiais; a
todos os que lhes chegavam, do antigo corpo, quer fossem bispos, anciãos, diáconos
ou membros leigos, era exigido que fossem rebatizados, reordenados e renomeados
em sua nova conexão, em suas estações diferentes” (Benedict: “History of the
Donatists”, pp. 186/187).
Embora não concordemos com os donatistas
em cada ponto de doutrina ou prática, estamos incluindo este testemunho porque estes
cristãos antigos têm sido ignorados e até difamados pelas igrejas históricas.
Do mesmo modo como outros “Doutores”
e ”Pais” da Igreja, Agostinho foi poluído com muitas heresias. Do mesmo modo que
Jerônimo, ele foi batizado em Roma, o trono exato da apostasia. Ele adotou alguns
dos métodos alegóricos de interpretação da Bíblia, os quais foram encabeçados
por Orígenes, tendo redefinido a Igreja e o reino de Deus, com uma aliança político-eclesiástica,
neste mundo presente. Ele foi o pai do amilenismo:
“Agostinho foi o primeiro a se aventurar no ensino de que a ICAR, em sua forma
empírica, era o reino de Cristo e que o reino Milenar havia começado com aparecimento
de Cristo e, portanto, este era um fato consumado”. (Enciclopédia Britânica).
Agostinho ensinou que a salvação
era somente pela graça, porém confundiu o assunto, afirmando que os sacramentos
eram os legítimos meios da graça, pervertendo, assim, o Evangelho da Graça de Cristo,
interligando as obras à graça. (Berkhof, “The History of Christian Doctrines”,pp. 206-207). Schaff
diz que o centro do sistema doutrinário de Agostinho foi “a livre graça redentora
de Deus em Cristo, OPERANDO ATRAVÉS DA IGREJA VERDADEIRA E HISTÓRICA”
(Schaff, II, p. 998). Isto é confundir a graça com o sacramentalismo
da Igreja. A verdadeira graça de Jesus Cristo
não é canalizada através da Igreja; ela é oferecida diretamente ao pecador através
do Senhor Jesus Cristo. Não existe mediador algum entre Cristo e o homem. O erro
de Agostinho referente à graça é um dos principais erros do Romanismo.
Agostinho ensinou também que
Maria é imaculada, conferindo-lhe, blasfemamente, o que pertence exclusivamente
ao Senhor Jesus Cristo. Ele também ensinou uma forma de purgatório.
Agostinho é um dos pais da heresia
do batismo infantil, tendo ensinado também que o homem é regenerado pelo
batismo. Ele afirmou que os bebês não batizados estão perdidos [N.T.
Vão para o fictício "limbo"]. “Originalmente, somente os adultos eram
batizados; porém, no final do Século II, na África e no Século III, o batismo infantil
foi introduzido e no Século IV, ele foi teologicamente apoiado por Agostinho”. (Armitage: “A History of the
Baptists”, I, pp. 216-217). Sobre o batismo infantil,
Agostinho declarou pomposamente: “O que nele não crê e acha que não pode ser
realizado, é de fato um infiel.” (Orchard:
“Concise History of the Baptists”,
p. 96).
Agostinho proveu a liderança para o Concílio de Mela, em 416, o qual fez esta maligna
proclamação: “Quem negar que os infantes recém nascidos de suas mães devem ser batizados, seja anátema”
(David Benedict, “A General History of the Baptist
Denomination, I, p. 59).
Agostinho exaltou a autoridade
da “Igreja” acima daquela da Bíblia, dizendo: “Eu não acreditaria no Evangelho
se não tivesse sido obrigado pela autoridade da Igreja Universal”.
O conhecido historiador batista
Thomas Armitage observa que “Agostinho tornou-se o
campeão do eclesiasticismo, do sacerdotalismo e do sacramentalismo,
todos distorcidos em monstruosas proporções”. (Armitage, I, p. 217).
Nota: Este registro
sobre Agostinho é um excerto do livro “Rome and the
Bible: Tracing a History of the Roman Catholicism and of its Persecution of the
Bible and of the Bible Believers”, copyright, 1996, by David Cloud).
Traduzido por Mary Schultze, em 03/05/2010.
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