Introdução
Uma das, criticas mais ruidosas e
insistentes à Versão Autorizada de 1611 (VA) popularmente conhecia como Bíblia
King James, é que o seu Texto Grego, conhecido como Texto Recebido (TR) é
inferior aos “modernos” textos gregos. O ataque ao TR está centralizado sobre
um erudito da Reforma holandesa responsável pela sua publicação - Desidério
Erasmo. Erasmo publicou o primeiro Texto Grego do Novo Testamento em 1516
(primeira edição, seguida de outras quatro), a qual se tornou o fundamento do
nosso moderno TR, que se encontra no Novo Testamento da VA. [N.T.: Este texto
grego, usado na VA 1611 mas não impresso, foi publicado por Scrivener em 1884.]
A pretensão dos inimigos da Palavra
de Deus é que se alguém, de algum modo conseguir desacreditar Erasmo em seu
Texto Grego, então poderá desacreditar a VA. Então, esses homens direcionaram
suas armas de fogo contra Erasmo, atacando-o pessoalmente e atacando o seu
Texto Grego. Em seguida, eles se acomodaram em complacente satisfação,
imaginando ter conseguido atingir o seu objetivo.
Mas, será que o conseguiram? De modo
nenhum! Suas críticas foram cuidadosamente examinadas e achadas em falta. Cada
um dos seus ataques contra Erasmo pode ser facilmente contestado. Temos abaixo
um ensaio que eu escrevi, a fim de responder a essas críticas que me foram
enviadas por um oponente da VA, chamado Rick Norris. Ele me escreveu indagando
como eu podia apoiar Erasmo e o seu Texto Grego, tendo em vista que ele era um
humanista, um católico romano e que o seu texto foi preparado apressadamente e
está repleto de erros? Respondi-lhe com os fatos de que Erasmo não era um “bom
católico”, mas um reformador de coração, que um humanista da Reforma em nada
era parecido com um humanista moderno e que o seu Texto Grego foi o produto de
uma cuidadosa erudição, tendo sido editado durante um período superior a 20
anos.
Fiquei cansado da contínua fluência
de propaganda feita por esses homens contra Erasmo e o seu Texto Grego, de modo
que decidi fazer minha própria pesquisa, a fim de responder minhas indagações
sobre este assunto.
Para ajudá-lo a contestar esses
homens, cuja “elevada vocação” é tentar desacreditar a Bíblia inglesa,
oferecemos as respostas abaixo aos ataques mais comuns dirigidos contra Erasmo.
Esses ataques são:
1. - Erasmo era um católico romano.
2. - O Texto Grego de Erasmo foi “preparado
apressadamente” e está repleto de erros.
3. - Erasmo não teve acesso às leituras dos manuscritos
modernos.
4. - Erasmo era um humanista. (1)
São estas as acusações padrão, cuja refutação vem abaixo. Se alguém tiver
alguém informação adicional ou descobrir algum erro, por favor, me avise.
Meu endereço é:
Dr. John Cereghin
C/o Maryland Baptist Bible College
P.O. Box 66, Elkton, MD 21922.
Nota de Rodapé
Este material que estou apresentando não é, de modo algum, novo. Ele está fácil
e rapidamente disponível. Contudo, os críticos do TR/VA preferem ignorá-lo e
ficam papagueando antigos e reciclados argumentos, que vão conseguindo uns dos
outros, em vez de confiar em novas pesquisas. Os exemplos são abundantes, desde
os escritos de John R. Rice até o livrinho de Robert Sumner - Bible
Translations - e outros. Um exemplo muito recente é citado por David Cloud,
no O Timothy, volume 12, edição 6, pp. 19-20. Cloud revê o artigo
publicado pela Bob Jones University (BJU) em seu Biblical View Point (Nov.
1994), por S. E. Schnaiter, no qual ele simplesmente repete argumentos
conseguidos de alguém mais. Schnaiter afirma que o Deão Burgon não foi
muito erudito em sua defesa da VA, que as diferenças entre a maioria dos textos
são mínimas, sem importância alguma, e que Erasmo editou o seu Texto Grego com
“muita pressa”, a partir dos manuscritos que ele “porventura teve em mão”. Ora,
estou admitindo que Schnaiter não é um tolo, e que ele poderia ter consultado
os mesmo livros da vasta biblioteca da BJU que eu consultei. Mas, em vez disso,
este material é descartado e suprimido pelos inimigos da VA. Posso até ir ao
ponto de falar em “conspiração” e “escamoteação”. Por que tais homens ignoram e
se recusam a mostrar este material? Se eu posso encontrá-lo, por que eles
também não podem?
A inferência é que o TR e,
portanto, suas subsequentes traduções são católicas romanas. Contudo, a verdade
é que Erasmo pode ter sido um católico professo, mas não um católico
praticante. Erasmo era católico? Sim, mas todo mundo era católico, naquele
tempo, exceto os batistas valdenses (Ver a questão 16). Erasmo era, sem dúvida
alguma, um reformador de coração. Erasmo criticava constantemente os erros
doutrinários e as práticas de Roma, e a Bíblia por ela usada, a Vulgata
Latina, a qual ele rejeitou. Será que Lutero teria usado um texto católico
romano para traduzir a Bíblia protestante? Erasmo faleceu entre amigos
protestantes, fora da Igreja de Roma. (1)
Se Erasmo fosse tão “católico”,
então, quem seriam os inimigos da ICAR? E porque os manuscritos de Erasmo nunca
foram adotados por Roma? Por que Lutero iria referir-se à segunda edição de
Erasmo como “minha esposa”, se Erasmo fosse tão católico? (2) O Novo
Testamento Grego de Erasmo foi colocado por Roma no Índice dos Livros
Proibidos, decretado no Concílio de Trento, o que significa que a sua
leitura era proibida aos católicos, sob pena de pecado mortal. (3)
Um escritor católico, Hugh Pope, com
“Imprimatur” católico romano, e um “Nihil Obstat”, afirma que Erasmo foi um
herege, conforme Roma. Erasmo zombava das imagens, das peregrinações e das
observâncias da Sexta-Feira Santa. O papa sugeriu que Erasmo tinha sérias
dúvidas sobre cada artigo da fé católica: missa, confissão, primado apostólico
da Sé, celibato clerical, jejum, transubstanciação e abstinência (4).
Ele também ridicularizava a invocação aos santos, a reverência às relíquias e as
orações feitas a Maria. Dificilmente havia qualquer superstição ou abuso da
ICAR que Erasmo não tivesse denunciado (5). Certamente, é óbvio que Roma
não queria nenhuma identificação com Erasmo, o qual era também um oponente
verbal da teologia eclesiástica romana e da ignorância dos frades (6).
Desse modo, o crítico da VA, Doug Kutilek, está errado, quando afirma que “Erasmo
não desaprovava a doutrina católica romana” (7). Portanto, falar do
“católico romano Erasmo”, e tentar pintá-lo como um romanista leal, é falar
contra os fatos e difamar o nome de Erasmo.
Hugh Pope prossegue, falando sobre
Erasmo e Roma: “Ele parecia sentir prazer em sugerir dúvidas sobre quase
cada artigo do ensino católico. Portanto, ele pode ser considerado como o homem
que pavimentou o caminho da Reforma”. (8)
O papa se ofereceu para tornar
Erasmo um Cardeal, porém ele recusou (do mesmo modo como o fez o mártir
Savanarola), afirmando que não queria comprometer a sua consciência (9). Erasmo
comprometeu-se a colocar a Bíblia nas mãos do homem comum e com a tradução da
Bíblia para o mundo inteiro, uma coisa que papa algum jamais tolerou (10).
David Cloud sustenta: “É um fato histórico que Erasmo foi áspero e público
em sua condenação às heresias católicas ... Roma o rotulou como um “ímpio
herege” e o papa proibiu os católicos de lerem suas obras”. (11). Os
“católicos fanáticos”, conforme Philip Schaff, “criticavam-no abertamente
[apelidando-o, pejorativamente,] como “Errasmus”, porque ele arrasou com as
verdades e tradições antigas; “Erasinus”, porque ele fez de si mesmo um “asno”,
com os seus escritos. Até o chamavam de “Behemote” e ”Anticristo”. A Sorbone
condenou três artigos retirados dos seus escritos, em 1527. Seus livros foram
queimados na Espanha, muito depois de sua morte. (12)
O católico romano Diego Lopes
Zuniga escreveu um ensaio de 54 pp. contra Erasmo, intitulado: “Erasmi
Roterodami Blasphemiae et Impietatis” (As Blasfêmias e Impiedades de
Erasmo de Roterdã), em 1522. Como, então, é possível afirmar que Erasmo era um
católico romano? Ninguém em Roma o considerava de modo tão elevado!
Esta citação da obra “The Life
and Letters of Erasmus” (A Vida e as Cartas de Erasmo) editada por J.
A. Froude, também mostra a animosidade entre Erasmo e Roma:
“Erasmo havia decidido entregar o
livro para que o mundo inteiro o lesse sozinho -- O original grego das
Epístolas e dos Evangelhos, com uma nova tradução latina -- para despertar a
inteligência, para mostrar que as palavras tinham um sentido real... Foi
concluído, finalmente, o texto e a tradução impressos; e os fatos vivos do
Cristianismo, as pessoas de Cristo e dos apóstolos, sua história, suas vidas e
seus ensinos foram revelados a um mundo espantado. Pela primeira vez, o laicato
pôde ver, claramente, o Cristianismo que converteu o mundo e [compará-lo com] o
Cristianismo da ICAR, com o Papa Bórgia, os cardeais e os príncipes, cortes
eclesiásticas e a grande mitologia da mentira. O fato iria ser um terremoto
espiritual. Erasmo abre com uma queixa contra a negligência à Escritura (em seu
prefácio e notas de cada evangelho), contra um sacerdócio que pensava mais nos
pratos do ofertório do que nos pergaminhos, e mais no ouro do que nos livros; e
contra a degradação da vida espiritual e das vãs observâncias e práticas
escandalosas das ordens especialmente as chamadas religiosas... Seus
comentários de Mateus 23:27 (sobre os sepulcros caiados): ‘O que diria Jerônimo, se pudesse ver
o leite da Virgem sendo exibido por dinheiro... O óleo milagroso, as porções da
cruz, coletadas numa quantidade maior do que dariam para encher um navio
cargueiro? Temos aqui o capuz de São Francisco, ali o chalé de Nossa Senhora,
ou o pente de Santa Ana, ou os sapatos de S.Tomás de Canterbury... Tudo isso
para satisfazer a ganância dos sacerdotes e a hipocrisia dos monges,
aproveitando-se da credulidade do povo. Até mesmo os bispos tomavam parte
nesses shows fantásticos, aproveitando-se para deitar sobre eles em suas
respostas escritas a indagações formais.’ (13)
“Seus comentários sobre
Mateus 24:23 (sobre o falso Cristo): “Vi
com meus próprios olhos o papa Júlio II em Bolonha e depois em Roma, marchando
à frente de uma procissão triunfal, como se fosse Pompeu ou César. S. Pedro
subjugou o mundo apenas com a fé, não com exércitos de soldados ou máquinas
militares...’
“Seus comentários sobre a 1 Coríntios 14:19 (a respeito das línguas estranhas):
‘Eles cantam, hoje em
dia, em nossas igrejas, naquelas chamadas línguas estranhas e nada mais;
enquanto isso, já não se escuta um sermão sequer em seis meses, dizendo às
pessoas que elas precisam emendar suas vidas...’
“Seus comentários de 1 Timóteo 3:2 (sobre marido e esposa): ‘Outras qualificações mostradas por
Paulo, são deixadas à parte para o ofício de bispo, uma longa lista das mesmas.
Mas, nenhuma delas, atualmente, é considerada essencial, exceto a da
abstinência do casamento. O homicídio, o parricídio, o incesto, a pirataria, a
sodomia e o sacrilégio, tudo isto pode ser esquecido, mas o casamento é fatal!
Existe agora um grande número de sacerdotes, enormes hordas destes, seculares e
regulares, e é notório que pouquíssimos deles são castos. A grande proporção
vive na luxúria e no incesto, e em aberta dissolução.’
“Tais são os extratos das reflexões
sobre a doutrina e disciplina da ICAR, os quais foram atirados sobre o mundo,
nas notas do Novo Testamento de Erasmo, alguns na primeira publicação e outros
acrescentadas, em uma após a outra, das edições seguintes. Eram
deliberadas acusações anexadas ao texto sagrado, onde a religião ensinada por
Cristo e os apóstolos, foram substituídas pela superstição degenerada da ICAR,
o que podia ser constatado, lado a lado. Nada foi poupado: ritual e cerimônia,
teologia dogmática... bispos, seculares e frades foram expostos a julgamento,
pendurados como em forcas públicas, à luz das páginas do Livro mais sagrado do
mundo, e publicadas com o consentimento e aprovação do próprio papa... Assim os
couros dos sacerdotes foram privados de sua longa impunidade. Enquanto, isso,
eles esbravejavam dos púlpitos e plataformas...” (14)
A.T. Robertson chama isso de notas anti-romanas no texto “cáustico” de
Erasmo, as quais atraíram a ira dos padres.” (15). Os padres viram o
perigo e, em vez de atacar o Novo Testamento Grego e suas traduções,
eles atacaram Erasmo. Visto como não podiam contestar, teológica e
criticamente, os seus textos, eles apelaram ao recurso extremo do ataque
pessoal e do insulto a Erasmo!
Edward Lee, um ferrenho papista, mais tarde Arcebispo de York, organizou uma
liga de ingleses para se opor a Erasmo (16). Erasmo recebeu,
literalmente, as marcas do fogo do inferno e de Roma, que foram atiradas
contra ele. Esses homens o odiavam totalmente, porque ele havia ousado
interferir na Vulgata.
Erasmo era relativamente ortodoxo em sua doutrina, inclusive na soteriologia.
Ele escreveu em seu “Treatise on Preparation for Death” (Tratado
sobre a Preparação para a Morte):
“Temos certeza da vitória sobre a morte, vitória sobre a
carne, vitória sobre o mundo e sobre Satanás. Cristo nos promete a remissão dos
pecados, frutos nesta vida, às centenas, e portanto, vida eterna. E por
qual razão? Por causa dos nossos méritos? Claro que não, mas pela graça da fé
que está em Jesus Cristo. Cristo é nossa justificação... Creio que
existem muitos dos não absolvidos pelo sacerdote, que não receberam a
Eucaristia, que não foram ungidos, que não receberam sepultamento cristão, os
quais descansam em paz, enquanto muitos que receberam todos os ritos da Igreja
e foram sepultados perto do altar, foram para o inferno. Corram para as Suas
feridas e sejam salvos”. (17). Que tipo de católico é este?
Um bom católico iria lhes dizer que corressem para Maria, a missa e os
sacramentos, na hora da morte.
Philip Schaffer, um católico assumido, chama Erasmo de “Precursor da Reforma”.
Ele disse que os protestantes tinham com Erasmo um débito de gratidão, por ter
ele possibilitado Lutero e Tyndale a fazerem suas traduções. (18)
Frank Logsdon, o qual renunciou à obra organizacional na New American
Standard Version, disse: “Como se pode falar contra um homem, afirmando
que ele é um católico romano, quando ele recusou a oferta do chapéu
cardinalício, fez campanha contra o monasticismo, contra a liturgia da ICAR e
era detestado pelo povo católico? Vocês conhecem uma das razões por que os
jesuítas surgiram, sob Inácio de Loyola? Seu projeto maior era neutralizar o
texto de Erasmo... O objetivo total... destruir o texto de Erasmo; e a VA,
claro, a qual veio a partir do texto de Erasmo”. (19)
Como a maioria dos reformadores, Erasmo queria reformar a Igreja, a partir de
dentro. Ele não queria deixá-la. Neste ponto, o seu desejo era o mesmo de
Lutero. Erasmo jamais abandonou, oficialmente, a Igreja, desejando
reformá-la a partir do seu interior; contudo, é impossível negar que ele não
era um romanista de coração.
Alguns católicos assumidos se referiram a Erasmo como um luterano de coração.
Eles o consideravam e consideravam sua obra subversiva. Conquanto Erasmo não
fosse um luterano, não seria honesto levantar dúvidas sobre a sua simpatia
pelos pontos principais da crítica luterana contra a Igreja. Melâncton, o braço
direito de Lutero, foi citado, certa vez, como tendo dito: “Erasmus nobiscum
est” (Erasmo está conosco) (20)
Michael Maynard, em sua obra “A History of the Debate Over I John 5:7-8”, vê
uma possível motivação para a expansão da mentira e da calúnia de que Erasmo
era um “bom católico”.
“O motivo por trás desta... visão de Erasmo ser um ‘bom católico’ parece
uma tentativa de retaliação (pelos editores da United Bible Society,
inclusive do jesuíta Carlo Martini, [parte] do seu comitê editorial). Visto
como nem os advogados do texto da UBS podem justificar a recente (1968)
inclusão de Martini no comitê editorial das suas traduções, nem a sua confiança
nas instituições ecumênicas, nem o envolvimento católico nas suas traduções,
eles tentam criar a impressão de uma origem católica do TR. Entrementes, os
defensores do TR continuam esperando que os [pseudo-] fundamentalistas
advogados do texto minoritário expliquem porque confiam nos quatro liberais e
em um jesuíta, o qual está em vias de se tornar o próximo papa, na
identificação do Novo Testamento. (21)
A hipocrisia dos defensores da UBS (inimigos do TR e da VA), então, torna-se
clara. Numa tentativa de justificar sua confiança na obra do jesuíta Martini,
eles tentam criar um Erasmo romanista. Seu pensamento é: “Se alguém pode
confiar na obra do católico Erasmo, então temos permissão de apoiar a obra do
jesuíta Martini”. Mas, tendo em vista que Erasmo foi, na melhor das
hipóteses, um “mau católico”, seu álibi cai por terra.
Apesar de tudo que dissemos, reconhecemos que Erasmo jamais abandonou a Igreja.
Ele foi um puritano dentro de Roma, em vez de um peregrino que saiu dela.
Erasmo foi um enigma. Ninguém pode colocá-lo num nicho. David Cloud foi muito
exato, quando a ele se referiu como “Mr. Facing-Both-Ways” (O Senhor de Duas
Caras). (22) Não desejamos transformá-lo numa espécie de “santo”, que
ele não deve ter sido. Nosso desejo é, simplesmente, apresentar um retrato mais
balanceado de sua obra. Não procuramos justificar a notória neutralidade, em
sua pessoa. Estamos mais interessados em justificar o seu Texto Grego do Novo
Testamento.
Ver as Notas de Rodapé
Erasmo dedicou a primeira edição do seu Novo Testamento Grego ao Papa Leão X,
nisto reconhecendo Leo como um patrono do aprendizado e não por nenhuma
identificação teológica [com ele ou com Roma]. (1)
Leo também tinha dispensado numerosos favores a Erasmo, tais como libertá-lo
dos seus votos monásticos e remover suas desqualificações legais por ser filho
bastardo. Erasmo nunca esqueceu disto. (2)
Naqueles dias, não havia praticamente nenhuma esperança de se pensar que uma
Bíblia ou um texto grego poderia ser aceito sem a aprovação do papa. Outra
razão pela qual Erasmo dedicou seu texto ao papa foi para que tal texto pudesse
ser aceito. (3)
Existem também ataques sobre a erudição e preparação de Erasmo. Sem dúvida,
Erasmo estava entre os homens mais eruditos e mais brilhantes da era da
Reforma. Todo rei o desejava em sua corte, pelo prestígio intelectual, que ele
iria trazer. Mesmo assim, são abundantes as acusações de que Erasmo não era
proficiente na língua grega. Isto não é verdade. Erasmo conseguiu a melhor
erudição grega que alguém poderia ter recebido na Europa do século 16. Ele
passou a maior parte de 1506 melhorando o seu estudo do Grego, em Bolonha,
Roma, Florença e Pádua, com os melhores mestres em Grego do seu tempo. (1)
Em 1505, ele editou sua obra - “Valla’s Annotations on The New
Testament”. Um pouco do seu aprendizado grego pode ter sido individual,
porém não todo. É difícil imaginar um homem com os talentos e a erudição
de Erasmo, o qual se dedicou o tempo inteiro ao estudo dos clássicos gregos,
como sendo deficiente no conhecimento do Grego.
Outra mentira contra Erasmo é que ele não era proficiente no Hebraico. Mas este
é um ponto sem importância. Por que ele precisaria deste, quando estava
interessado nos textos gregos e latinos e nos manuscritos do Novo Testamento?
Erasmo nunca tentou traduzir o Velho Testamento; então, por que precisaria ele
do Hebraico?
Ver as Notas de Rodapé
A maior reclamação contra
o Texto Grego de Erasmo é que ele foi preparado “apressadamente” e que ele dispunha
apenas de alguns manuscritos antigos com os quais trabalhar. Ora, estas
declarações precisam ser esclarecidas. Sua primeira edição foi feita às
pressas, não porque Erasmo fosse relapso, mas porque ele precisava cumprir o
prazo estipulado pelo editor (1). Ele concluiu esta obra mais ou menos
em um ano, o que é um atestado da sua vasta erudição, por ter conseguido
completar esse projeto em tão pouco tempo.
Se a primeira edição grega de Erasmo
foi feita às pressas, as quatro seguintes não foram. Erasmo gastou o resto de
sua vida (20 anos) editando, revisando e corrigindo aquela primeira edição
“feita às pressas”. Além disso, a maior parte das primeiras edições [ainda mais
naqueles tempos de tipos móveis trabalhosamente montados pelo tipógrafo] contêm
erros tipográficos, os quais foram corrigidos nas impressões seguintes. Os
erros de Erasmo, de algum modo, eram de natureza mínima. (2)
Mesmo assim, Erasmo escreveu sobre
os seus erros: “Fiz o melhor que pude com o Novo Testamento, mas ele
provocou intermináveis disputas. Edward Lee, (Arcebispo de York) pretendeu ter
encontrado 300 erros. Eles [líderes católicos] nomearam uma comissão, a qual
informou ter encontrado baldes de erros Em cada mesa de refeição soavam
acusações contra Erasmo. Pedi que apontassem com detalhes erros
específicos, mas nunca pude obter [nenhuma resposta deles].” (3).
O caso é que a primeira
edição pode ter sido um tanto negligenciada, mas, e daí? Ninguém usou aquela
primeira edição para propósitos de tradução; nada foi traduzido da mesma.
Lutero usou a segunda edição corrigida e melhorada, a fim de traduzir o Novo
Testamento para o Alemão. Ele não usou a primeira. Que os inimigos da VA chamem
de sem importância essa primeira edição de Erasmo...
O texto de Stephanus, traduzido por
Robert Etienne (Stephanus), 3ª Edição, a qual faz parte do rio do TR/VA, foi
traduzido da 4ª e 5ª edições de Erasmo, não da primeira.
Theodore Beza produziu nove edições
do Novo Testamento Grego, entre 1565 e 1604. As mais importantes foram as
de 1565, 1588 e 1598. Em 1624, os irmãos Elzevir publicaram um texto embasado
na edição de 1565 de Beza. (4)
Neste assunto, concordamos com o
Deão Burgon, o qual diz: “Descrever a pressa com que Erasmo produziu a primeira
edição do Novo Testamento, para fazer [más] conjecturas sobre as cópias que ele
empregou, é o tipo de coisa que procede de alguém que tenta desviar os seus
leitores, jogando poeira em seus olhos, tentando desviar-lhes a atenção dos
problemas que, realmente estão diante deles”. (5) A VA não é afetada
de modo algum pela primeira edição. Ruminar sobre esta primeira edição é
tentar, de algum modo, ligar a VA à mesma, sendo uma espécie de erudição
desonesta e nebulosa, uma tentativa de obscurecer os fatos.
Ver as Notas de Rodapé
Erasmo teve acesso à mesma coleção
de manuscritos modernos que os tradutores modernos tiveram, com a óbvia exceção
do Código Sinaítico, o qual ainda não sido resgatado da lata de lixo, no
Mosteiro de Santa Catarina (até meados do Século 19).
Robert Sumner, um oponente da VA,
está apenas parcialmente correto, quando declara: “O próprio Erasmo não tinha
conhecimento dos manuscritos alexandrinos. O Sinaiticus não foi descoberto no
Monte Sinai, antes do Século 19 (isto é verdade, embora Erasmo certamente tenha
tido acesso às leituras do Sinaiticus) e o Código Vaticanus, embora na Biblioteca
do Vaticano em Roma, desde aproximadamente o Século 15, não estava disponível
para uso dos de fora, até meados de século 20. (1) Isto é falso.
A verdade é que Erasmo teve acesso às leituras do Código B [isto é, do
Vaticanus] (2) e o rejeitou porque sabia que estas eram corrompidas.
Além do mais, o Código B é o manuscrito do papa e, visto como Erasmo era
anticatólico, ele o rejeitou. Paulus Bombasius descobriu o negligenciado Código
B na Biblioteca do Vaticano, em 1521, e em junho do mesmo ano ele o enviou a
Erasmo, com as leituras da 1 João 4:1-3 e 1 João 5:7. (3)
As leituras do Sinaiticus e do Vaticanus já ali estavam, muito antes dos
eruditos da VA 1611, conforme representados na Vulgata Latina. Erasmo era amigo
pessoal do papa Leão X (desde os primeiros tempos), e tinha acesso a qualquer
biblioteca na Europa (por causa de sua reputação de erudito), inclusive do
Vaticano, sempre que ele quisesse. Ele não precisava do manuscrito [B,
Vaticanus] propriamente dito, porque Paulus Bombasius, que estava em Roma,
estava lhe enviando as leituras do Código B. (4) Estas leituras já eram,
portanto, conhecidas lá pelo Século 17. Sumner está completamente errado quando
diz que ninguém teve acesso ao Código B, antes do Século 20.
A Erasmo foram fornecidas 365 leituras do Código B, por Sepúlveda, que estava
de posse das mesmas, lá pelo ano de 1521. (5) Frederick Kenyon
afirma que o prefácio e dedicatória do texto de Ximenes foram derivados dos
manuscritos emprestado por Leão X, da Biblioteca do Vaticano. (6) Se
Ximenes teve acesso a esses manuscritos, certamente Erasmo também teve
(especialmente sendo “um bom católico”, conforme seus inimigos afirmam).
Mais uma vez, a controvérsia sobre a 1 João 5:7 forçou um apelo ao Código B, em
1522. [N.T.: Quando os Westcott-Hort-Only tentam desacreditar a passagem, dizem
que Erasmo a copiou de alguma cópia do Vaticanus. Mas, quando tentam
desacreditar as fontes usadas por Erasmo, dizem que ele nunca teve chance de
saber de nenhuma leitura daquele manuscrito!] (7) Então o que Sumner tem
em mente, quando afirma que ninguém teve acesso ao B, nesse tempo? Como poderia
ele aparecer numa controvérsia, em 1522, sobre a 1 João 5:7, a não ser que as
pessoas conhecessem suas leituras? Quando Ximenes estava preparando o seu Novo
Testamento Grego, em meados de 1510, ele teve acesso ao Código B. E se ele teve
acesso, certamente Erasmo também teve. (8)
Os tradutores da VA 1611 tinham as leituras do Código B diante deles, porém
as rejeitaram, do mesmo modo como Erasmo as rejeitou. Ninguém as desconhecia.
Erasmo também teve acesso ao Código D, Código Beza, mas também o rejeitou. Os
tradutores a VA também tinham essas leituras variantes e as rejeitaram.
Em 1675, John Fell mostrou um texto grego embasado no texto Elzevir de 1633,
com variantes do Código B (9). Se “ninguém tinha acesos ao Código B,
até o Século 20”, conforme Sumner erroneamente insiste, como Fell conseguiu
suas leituras B?
Ver as Notas de Rodapé
1. – O fecho da Oração do Senhor
(Mateus 6:13)
2. - A entrevista do jovem rico com Jesus (Mateus 19:17-22).
3. - O final de Marcos - Marcos 16:9-20. Ele defendeu o final tradicional. (1)
4. - O cântico dos anjos (Lucas 2:14).
5. - A omissão do anjo, agonia e suor de sangue (Lucas 22:43-44).
6. - A mulher apanhada em adultério (João 7:53-8:11). Ele defendeu sua inclusão
(2).
7. - O mistério da piedade (1 Timóteo 3:16) (3)
Através dos estudos de Jerônimo e de outros Pais, Erasmo tornou-se bem versado
nas leituras variantes (4). Ele editou e publicou obras de
Jerônimo, Cipriano, Pseudo-Ambrósio, Hilário, Irineu, Ambrósio,
Agostinho, Crisóstomo, Basil e Orígenes. (5), mostrando estar
familiarizado com as suas citações bíblicas. Em 1505, ele editou sua “Valla’s
Annotations On The New Testament”, a qual foi uma obra pioneira na crítica
bíblica.
Ver as Notas de Rodapé
Erasmo jamais registrou [em
papel] qualquer profunda convicção ou experiência religiosa em sua própria
vida. (1) Lutero via fraqueza e pobreza espiritual em Erasmo, mas esta
observação deve ter sido influenciada pela oposição de Lutero à posição de
Erasmo sobre o livre arbítrio do homem, a respeito da qual Lutero atacou
amargamente Erasmo (2). Mas alguns dos escritos de Erasmo são altamente
espirituais. Tyndale pensava alto do seu Enchiridon (Manual de um Soldado
Cristão) e o traduziu para o Inglês. Enchiridon era um breve e
fácil de manusear [livrinho] embasado na Escritura, convocando à moralidade
cristã, um jeito moderado de crítica às práticas da Igreja. Tyndale também
achou bom o seu “Treatise on Preparation for Death” (Tratado Sobre
a Preparação Para a Morte) (3)
Erasmo escreveu uma passagem
interessante no prefácio do seu Novo Testamento Grego, na qual ele
mostra uma reverência de amor pela Escritura, a qual suplanta a média da
crítica textual:
“As páginas sagradas resumem a
vívida imagem de mente dEle [do Senhor]. Elas lhe darão o próprio Cristo
falando, curando, morrendo, ressuscitando, o Cristo total, numa palavra; elas
Lho darão, numa intimidade tão perfeita que Ele seria menos visível a você, se
estivesse diante dos seus olhos”. (4)
Esta passagem revela novamente o
Erasmo anti-romanista. Nenhum romanista procura Cristo nas Escrituras. Eles O
buscam nos sacramentos ou nos ritos da Igreja. Nenhum romanista dedica um
elevado amor à Escritura, conforme Erasmo dedicava.
Ver as Notas de Rodapé
Temos aqui o maior ataque, aliás
muito enganoso. Ele era um humanista? Não pelos moldes atuais, mas na
significação renascentista, humanista era simplesmente um homem que estudava os
clássicos, a cultura e a erudição clássicas. Andrew Brown, da Trinitarian
Bible Society, entrega a definição apropriada de um humanista neste
contexto:
“Erasmo foi um completo
‘humanista cristão’, desde a sua juventude até a morte. O uso da palavra
‘humanista’ no período da Renascença e da Reforma de modo algum tinha a mesma
conotação ateísta que tem agora, no uso popular. Um ‘humanista’, naquele tempo,
era apenas alguém que estava interessado na literatura, erudição e cultura
clássicas, visando alcançar um meio mais elevado de vida civilizada. Stephanus,
Calvino e Beza foram humanistas neste sentido e foram esses ideais humanistas
que influenciaram amplamente a cultura ocidental, nos séculos seguintes,
anexados ao Evangelho Cristão”. (1)
Nada existe de errado com este tipo
de humanismo. Edward Hills também define o humanismo da Renascença:
“A visão humanista foi bem
representada pelos escritos de Laurentius Valla (1405-1457), famoso erudito da
Renascença italiana. Valla enfatizava a importância da linguagem. Segundo ele,
o declínio da civilização na Era das Trevas foi devido à queda das línguas
grega e latina. A partir daí, somente através do estudo da literatura clássica
foi que as glórias da Grécia e da Roma antigas puderam ser resgatadas. Valla
também escreveu um tratado sobre a Vulgata Latina, comparando-a com certos
manuscritos do Texto Grego do Novo Testamento, que ele possuía. Erasmo, que
desde a infância havia sido um admirador de Valla, encontrou um manuscrito do
tratado de 1504 de Valla e o imprimiu, no ano seguinte. Nessa obra, Valla
favorecia o Novo Testamento Grego sobre a Vulgata. O texto latino também
diferia do grego, ele registrou. Também, havia omissões e adições na tradução
latina e a redação grega geralmente era melhor do que a do Latim.” (2).
DeLamar Jensen, em sua Reformation
Europe, define o humanismo cristão como “enfatizando o estudo histórico
e ‘um retorno às fontes’, isto é, à Bíblia. Eles dedicaram mais devoção à
Escritura do que o fizeram os italianos humanistas” (3).
O humanismo da Renascença era,
decididamente, anti-romanista. A Europa ainda estava emergindo do milênio
satânico (500-1500), durante o qual Roma governou a Europa com mãos de ferro. A
cultura e a educação haviam sofrido sob o controle de Roma e os humanistas se
dedicaram a fazê-los reviver.
Ver as Notas de Rodapé
Traduções [do TR] de Erasmo:
01. - John Tyndale (1).
02. - Martinho Lutero usou a segunda edição de Erasmo (2).
03. - Todas as Bíblias inglesas dos séculos 16 e 17 foram embasadas no
texto de Erasmo (3)
04. - As versões francesas Lefevre e Oliveton de 1534-1535.
05. - A versão holandesa Biestkens, em 1558.
06. - A Bíblia sueca Upsala de Laurentius, em 1541.
07. - A Bíblia espanhola de Cassiodoro de Reyna, em 1569.
08. - A Bíblia dinamarquesa de Christian III, em 1550.
09. - A versão tcheca de 1602.
10. - A versão italiana de Deodati, de 1607. (4)
11. - O Novo Testamento gaulês de 1563 (5).
[N.T.: Note que, aqui, só estamos contando as traduções do TR de Erasmo.
Durante alguns séculos depois do advento da imprensa e da Reforma, todas as
traduções “protestantes” para muitas outras dezenas de línguas principais e
para centenas de línguas secundárias (de tribos das Américas, África e Oceania,
e de dialetos de pequenos grupos éticos em todo mundo) foram feitos de outros
TRs tais como os de Beza, Stephanus, etc., basicamente iguais ao de Erasmo]
Ver as Notas de Rodapé
Que Erasmo rejeitou a Vulgata é
um fato histórico. Existem várias razões pelas quais ele a rejeitou. Ele
detectou a corrupção feita nos manuscritos alexandrinos do 4º século, nos quais
a Vulgata foi embasada, inclusive [a corrupção] do Vaticanus. Ele também se
opôs às óbvias parcialidades romanas na tradução de várias passagens. (1)
[N.T. A especialidade de Roma sempre foi adulterar tudo que lhe caísse
nas mãos]
Opor-se à Vulgata, naquele
tempo, era ser anti-romanista; “questionar a fidelidade da Vulgata era um
crime da maior magnitude aos olhos da ICAR” (2) Um bom católico da
era da Reforma jamais ousaria questionar ou se colocar contra a Vulgata, mas
Erasmo, o “mau católico”, fez isso e, portanto, foi condenado.
Ver as Notas de Rodapé
Cinco edições;
I Primeira edição – 1516
A - Feita apressadamente.
B - Erasmo não ficou satisfeito com ela. (1)
C - Não foi usada por tradutor algum, não tendo havido qualquer tradução
nela embasada.
D - Esta edição foi vendida em três anos. (2)
II Segunda edição – 1519
A - Uma revisão da primeira edição,
tanto no Grego como no Hebraico.
B - Cerca de 400 mudanças da primeira edição, mas ainda com muitos errinhos
tipográficos.
Considerando o estado da tecnologia de impressão na época, errinhos
tipográficos eram esperados em qualquer publicação.
C - Também usou:
1.- O Código Áureus emprestado pelo Rei
da Hungria.
2.- Dois manuscritos de Austin Priori de Corsidonk
2.- Um manuscrito grego tomado emprestado do Mosteiro de Sta. Agnes. (3)
D - Lutero usou esta segunda edição para o seu Novo Testamento, embora não exclusivamente.
III - Terceira Edição – 1522
A – Incluída a 1 João 5:7, devido ao
P61 [Papiro 61].
B - Usada por Tyndale.
C - A base para a primeira edição de Stephanus de 1546.
IV - Quarta Edição – 1527
A - Três colunas - Grego, Vulgata
Latina e a tradução do próprio Erasmo para o Latim
B - Usou sete manuscritos, inclusive as leituras da Complutension Polyglot. (4)
V - Quinta Edição – 1535.
A Omitiu [tudo proveniente de] a
Vulgata.
B – Quase idêntica às 3ª e 4ª edições de Stephanus, diferindo pouco da 4ª
Edição dele mesmo [de Erasmo]. (5)
C - A VA pode ser traçada a partir desta edição, através de Stephanus, e não da
1ª Edição, feita apressadamente.
D - As novas edições impressas e revisadas chegaram a 69, antes de Erasmo
falecer. (6)
Ver as Notas de Rodapé
A reclamação comum, expressada
por Doug Kutilek, um oponente da VA, é algo assim: “Erasmo tinha os mais
fraquinhos dos manuscritos. Ele usou principalmente um manuscrito do Século 12
para os [quatro] Evangelhos ... e um manuscrito também do Século 12 para os
livros de Atos e para as Epístolas... O TR foi produzido às pressas... Não
existe razão alguma para se acreditar no TR como o padrão final [absolutamente
perfeito, ou mesmo preferível] e que ele represente precisamente o texto
original do Novo Testamento. Ele era de fato o mais rudimentar e rústico e, na
melhor das hipóteses, apenas um texto provisório... Os textos gregos de
Griesbach, Tregelles, Tischendorff, Alford e de Westcott e Hort foram... um
grande melhoramento sobre o texto de Erasmo, porque apresentaram mais
exatamente o texto do Novo Testamento, da forma como ele saiu das penas dos
apóstolos” . (1) Isto é inexato e tendencioso.
Quais os manuscritos que ele usou?
Erasmo estava sempre agindo, sempre coletando, comparando, publicando. Ele
classificou os manuscritos gregos e leu os Pais. Através de suas viagens, ele
entrou em contato com todos os intelectuais do seu tempo. (2) Ele
procurava manuscritos em toda parte, durante as suas viagens, e os tomava
emprestados de quem ele podia tomar. Seu texto foi principalmente embasado nos manuscritos
de Basil, mas incluía as leituras de outros, aos quais ele teve acesso. Ele
havia coletado muitos manuscritos do Novo Testamento e vivia rodeado de todos
os comentários e traduções, pelos escritos de Orígenes, Cipriano, Ambrósio,
Basil, Crisóstomo, Cirilo, Jerônimo e Agostinho. (3)
Ele teve acesso ao Código
Vaticanus, tendo rejeitado suas leituras que estavam em discordância com as do
texto bizantino. Ele também teve acesso ao Código D de Beza, porém o rejeitou. (4).
Os tradutores da VA também tinham estas leituras variantes e as rejeitaram (5).
As leituras destes manuscritos, recentemente tão elogiados e tornados
disponíveis, são amplamente usadas na Vulgata. (6) Os reformadores
tinham conhecimento dessas leituras e as rejeitaram. O pedigree [a honrada
linha de ancestrais] dos “manuscritos minúsculos recentes”, de Erasmo, data,
portanto, da antiguidade. (7)
O texto que Erasmo escolheu tem (nas igrejas gregas, siríacas e valdenses) uma história que se destaca como superior [a tudo o mais]. (8)
Os textos usados por Erasmo na sua primeira edição:
1. [Manuscrito minúsculo-cursivo número] 1 - Século 11, continha os Evangelhos,
Atos e as Epístolas. Erasmo não confiava muito no 1, porque ele tinha muita
semelhança com o Código Vaticanus (9).
2. [Manuscrito minúsculo-cursivo número] 2. - Século 15, continha os
Evangelhos.
3 [Manuscrito minúsculo-cursivo número] 2ap - Séculos 12-14, continha Atos e as
Epístolas. Erasmo depositou sua confiança no 2 e no 2ap, porque eram os textos
melhores e mais exatos. (10)
4. [Manuscrito minúsculo-cursivo número] 4ap - Século 15, continha o
Apocalipse.
Erasmo usou principalmente o 2 e o
2ap, e ocasionalmente usou o 1 e 4ap (11). Erasmo pode ter tido 10
manuscritos à disposição: 4 da Inglaterra, 5 de Basil e um a ele emprestado por
John Reuchlin (12).
Thomas Strouse menciona que o
mais antigo dos manuscritos de Erasmo datava do Século 5, “provavelmente”. (13).
O Bispo Charles John Ellicot, Presidente do Comitê de Revisão, assim falou
sobre o texto revisado:
“Os manuscritos que Erasmo usou
diferem, na maior parte, apenas em pequenos e insignificantes detalhes da
enorme massa dos escritos cursivos. O caráter geral do texto deles é o mesmo.
Mas esta observação do pedigree do TR estende-se além dos manuscritos
individuais usados por Erasmo.... Esse pedigree retrocede à antiguidade remota.
O primeiro ancestral do TR foi, pelos menos, contemporâneo dos mais antigos dos
manuscritos [hoje] existentes, senão mais antigo do que qualquer um
deles” (14)
Então, a questão [importante] não é
‘Qual a idade dos manuscritos que Erasmo usou?’ mas, ao contrário, se esses
manuscritos ‘recentes’ preservavam os originais. Declaramos que os manuscritos
de Erasmo foram parte daquela corrente tradicional de manuscritos, a qual
sempre foi aceita pelo povo de Deus. A idade dos manuscritos individuais não é
importante, mas sim, a exatidão na preservação dos manuscritos mais antigos, os
quais continham a Palavra de Deus.
Ver as Notas de Rodapé
Sim. Em 1505 ele fez sua
própria tradução do Novo Testamento para o Latim, enquanto estava em Oxford
(1). Em 1524 ele publicou paráfrases e comentários dos Evangelhos, e eles foram
amplamente recebidos. (2) [ele também escreveu muitos outros livros, muitos
deles com ampla aceitação.
Sim, existe extraordinária evidência
desta. Podemos realmente afirmar que, se alguém duvida que a 1 João 5:7-8
pertence à Escritura, ele é totalmente ignorante do apoio textual em favor
desta passagem. A 1 João 5:7-8 é parte integral da Escritura.
As referências mais antigas à mesma
datam de Tertuliano (160-230), Cipriano (200-258), Prisciliano (385),
Cassiodoro (480-570), Agostinho (Século 5), Atanásio (Século 4) e Jerônimo
(Século 4) (1). Ela aparece na Vulgata (2). Também aparece no
Manuscrito 61 e no Código Ravianus. Stephanus a encontrou em 9 dos seus 16
manuscritos (3).
O ataque contra esta passagem e
a sua retirada de alguns manuscritos são o fruto das heresias na igreja
primitiva, especialmente dos arianos [N.T.: O arianismo teve maior influência
em Alexandria e Egito em geral, na Síria, na região greco-macedônica e Ásia
Menor em geral, do que na Itália e área melhor dominada pelo Império Romano].
Os que se opunham à inclusão da 1 João 5:7-8 estão dando apoio aos unitarianos
e às TJs, mesmo ignorando a extraordinária massa de evidência manuscrita.
O papel de Erasmo no debate sobre
estes versos tem sido distorcido pelos inimigos da VA. A posição padronizada
que os liberais assumem é a que segue, entregue pelo crítico da VA, James
White:
“Quando a primeira edição da obra
de Erasmo saiu, em 1516... a (1 João 5:7-8) não constava no texto, por uma
razão muito simples: Não foi encontrado em nenhum texto grego o manuscrito da 1
João que Erasmo examinou. Em vez disso, ela foi encontrada na Vulgata Latina.
Erasmo certamente não a incluiu na primeira e segunda edições. A observação nas
Annotations dizia simplesmente: ‘No código grego, eu encontro apenas isto,
sobre o triplo testemunho: porque há três testemunhos: espírito, água e
sangue’. Sua confiança nos manuscritos gregos causou muita agitação... Visto
como Erasmo havia prometido, em sua resposta a Edward Lee, incluir a passagem,
se fosse encontrado um manuscrito grego citando-a, e ele foi
constrangido a inserir a frase na terceira edição, quando lhe foi apresentado
um manuscrito irlandês, o qual continha a frase em disputa’” (4)
Isto é reforçado por Steward Custer,
da Bob Jones University:
“Ora, Erasmo fez uma apressada- e-
impensada promessa. Ele disse: ‘Se você puder me mostrar um manuscrito grego
que contenha o texto, vou imprimi-lo ali...’ Eles voltaram e apanharam os seus
escribas e conseguiram que eles traduzissem a Vulgata Latina para o Grego e ali
o colocassem. (Ele [o manuscrito]) veio direto de volta para ele. A tinta nem
havia secado no manuscrito... Aqueles dois manuscritos são o 61... A data é do
Século 16, o tempo de Erasmo. O outro é o 629... Esses são os dois único
manuscritos, além dos 5.000, que contêm os verso 7 nele.. Foi-lhe dito, sem
meias-palavras, que se ele não colocasse o verso nele, seria excomungado. E
como ele era um bom católico romano, ele o colocou ali” (5)
Tanto White como Custer estão enganados. Vamos aos fatos:
1. - O fato de que Erasmo fez uma
apressada- e- impensada promessa, foi provado que isto é falso. Trata-se de uma
das lendas acarinhadas sobre a história da erudição do Novo Testamento. Porém,
não passa de uma lenda. Erasmo não colocou aqueles versos na sua terceira
edição na base de qualquer suposta promessa feita a Edward Lee. (6). Até mesmo
Bruce Metzger, admitiu que [esta conversa sobre] a “promessa” de Erasmo precisa
ser revisada à luz da pesquisa da H. J. Jorge, um especialista em estudos
erasmianos, o qual não encontra qualquer explícita evidência, que possa apoiar
esta assertiva feita frequentemente. (7).
2. - A tinta mal havia secado sobre o Código 61, conforme Custer afirmou?
Erasmo não o viu, até um ano depois do manuscrito ter sido produzido. Custer
simplesmente exagerou. (8)
3. – O que dizer da afirmação de Custer de que havia apenas dois
manuscritos que continham o verso? R. E. Brown havia dito, um ano antes de
Custer, que havia oito manuscritos. E não eram “5.000” [que continham 1 João
mas não o verso 5:7], como Custer afirmou, ali por 1982, apenas 498 manuscritos
gregos haviam sido examinados e em oito deles os versos foram encontrados (9)
Como Custer pode admitir que os outros 4.500 manuscritos não continham os
versos?
4. - Erasmo foi ameaçado de excomunhão? Não existe evidência alguma disto. (10),
porque no tempo da terceira edição, ele já havia conseguido suficiente
evidência para incluí-los. Erasmo defendeu a sua omissão dos versos, lá por
1524. Sua visão foi mudada entre 1522-1527. (11)
Ver as Notas de Rodapé
Elas foram incluídas
simplesmente porque eram leituras corretas. Por mais corrompida que seja a
Vulgata, ela não é inteiramente incorreta [em todos seus versos]. Às vezes ela
é correta. [N.T.: Embora com alguma má influência do Vaticanus e da Septuaginta
(a fraude inventada por Orígenes), mais vezes a Vulgata se alinha com o Texto
Bizantino contra o Texto Alexandrino, do que o contrário!...]. Edward Hills
lista as principais leituras da Vulgata no texto de Erasmo, como:
1. - Mateus 10:8.
2. - Mateus 27:35.
3. - João 3:25.
4. - Atos 8:37.,
5. - Atos 9:5-6.
6. - Atos 20:28.
7. - Romanos 16:25-27.
8. - 1 João 5:7. (1)
O fato não é tão danoso como
parece. Estas leituras da Vulgata não transformam o TR num texto católico. Além
do mais, as modernas traduções católicas (tais como a Bíblia de Jerusalém e a
New American Bible) concordam muitas vezes com a VA. Isto transforma as versões
católicas em protestantes? Isso transforma a VA numa Bíblia católica? Claro que
não! Geralmente falando, as diversas traduções concordam entre elas mais
geralmente do que não. O problema está nos lugares em que elas discordam da VA.
Ver as Notas de Rodapé
Erasmo foi um apoiador dos
anabatistas, os precursores dos modernos batistas, os quais foram severamente
perseguidos, tanto pelos católicos como pelos protestantes. (1).
Erasmo foi também um apoiador das
doutrinas e práticas dos Irmãos Boêmios [N.T.: Depois, a Boêmia tornou-se parte
da Tchecoslováquia]. Eles deram a Erasmo uma cópia de sua Apologia em defesa
dos seus artigos de fé, em 1507, e pediram que ele a lesse e desse os seus
comentários. Erasmo disse que não havia visto erro algum em suas doutrinas. Ele
[somente] não apareceu publicamente com o seu apoio aos Irmãos, porque ele
temeu as consequências disso. (2)
Nota do Editor: A resposta de Robert Sargent a esta pergunta entra em
choque com um bom número de cartas de Erasmo, referentes aos anabatistas,
publicadas na obra de J.A. Froude “Vida e Cartas de Erasmo” (1984). A
Notas de Rodapé número 1 declara: 1.- “Gipp, p. 152 e Maynard, p.86, onde ele
cita uma carta de Erasmo, na qual ele professa ter “o maior respeito” pelos
anabatistas. Contudo, o volume de Michael Maynard - “A History of the
Debate Over 1 John 5:7-8” - parece traduzir erroneamente a carta de Erasmo,
datada de 01-04-1529, que declara:
”A seita (diz ele) é particularmente decepcionante, visto ensinar a
comunidade de bens e [nem sempre] obedecerão aos magistrados. Eles [os seus
membros] não têm [prédios de] igrejas, não almejam o poder e não resistem à
prisão. Diz-se que eles demonstram [boa e exemplar] moral em sua conduta, se é
que existe alguma coisa moral com uma fé tão corrompida” (Freude, p.
366).
Em alguma parte do volume de J. A.
Freude, que vem de data anterior à da “Erasmus of Christendom” [Erasmo
da Cristandade], de Roland Baiton, conforme citado por Gipp, são encontradas
referências aos anabatistas nas cartas de Erasmo:
“Os anabatistas não devem ser
tolerados. Os apóstolos comandavam o seu povo a obedecer aos magistrados, mesmo
que estes fossem pagãos. Os anabatistas não querem obedecer nem mesmo aos
príncipes cristãos! Comunidade de bens é uma quimera. A caridade é um dever,
mas a propriedade deve ser respeitada” (Freude, pp. 344-345).
“A Alemanha mais Baixa foi tomada pelos com anabatistas alemães; Munster,
como se sabe, foi ocupada [reconquistada pelos Luteranos], mas houve uma
rebelião perigosa em Amsterdã... Munster foi ocupada e os insurgentes [os
anabatistas] foram punidos [assassinados]. Os anabatistas estão marchando em
multidão, [em fuga] rumo à Holanda. Fico feliz em que o Imperador esteja agindo
corretamente, onde quer que possa estar, mas gostaria que ele ficasse na
Alemanha e nos salvasse dessas criaturas. Estes anabatistas [que escaparam de
Munster] não estão de brincadeira. Eles vão trabalhar com a espada na mão,
ocupam cidades, empurram o seu credo pelas goelas das pessoas, entronizam novos
reis e rainha e fazem suas próprias leis. No inverno passado, houve
perturbações em Paris. Notas foram postadas ameaçando o rei porque ele
persegue, segundo eles, a Palavra de Deus. Vinte e quatro dos autores desses
escritos foram executados. Muitos entre os nobres fugiram. O Rei os chamou
novamente e lhes prometeu liberdade de consciência, caso eles abandonassem a
política. Alguns dizem que ele foi aconselhado, pelo Rei da Inglaterra e pelo
papa, a se tornar moderado” (Freude, pp. 428-430).
Por favor, vejam o
registro ”Watch Unto Prayer” [Vigiai em Oração] sobre the Semitic
New Testament: Part II: [a Peshitta], que trata das deturpações que os eruditos
[pseudo-] fundamentalistas fazem contra grupos [consideram] gnósticos, tais
como os valdenses, os anabatistas, os Cátaros, os Albigenses e os Bogomilos.
Ver as Notas de Rodapé
Em Resumo:
1. - Erasmo não foi um católico romano praticante, e tinha um
coração de Reformador. Reconhecemos que Ele nunca se “juntou”, formalmente, à
Reforma, porém simpatizava com a mesma.
2. - Erasmo não foi um humanista na moderna acepção do termo.
3. - A primeira edição do texto grego de Erasmo preparado às pressas, não
merece ser discutida, visto como não serviu de base a qualquer outro texto
grego exceto à sua própria segunda edição, e ela não foi usada para tradução
alguma.
4. - Erasmo teve pleno, abundante e amplo acesso às leituras [copiadas] dos
manuscritos alexandrinos, e ao Código B.
5. - Através do estudo dos escritos patrísticos, Erasmo era bem versado nas
leituras variantes, as quais pouco mudaram através dos séculos.
Nossa fé na superioridade do TR e da
VA permanece intacta e inabalável. Continuamos confiantes em que a nossa
posição diante desses manuscritos tradicionais está correta, sendo esta a
verdadeira posição da história. Os inimigos da VA foram incapazes de validar
suas acusações e reclamações contra a VA e o TR.
Deve ficar bem claro que estamos
totalmente cônscios dos problemas de Erasmo. Ela não era perfeito. Se ele fosse
vivo, hoje, provavelmente não seria classificado como um “crente bíblico
fundamentalista”! Contudo, estamos mais interessados em sua obra, em seus
textos e em sua contribuição à preservação bíblica, através do seu Texto Grego
do Novo Testamento.
Dr. John Cereghin - “In
Defense of Erasmus”.
Traduzido por Mary Schultze, em 06-04-2011.
**********************************************
Another Bible,
Another Gospel
Tables
of Comparison of Selected Scriptures
The
Semitic New Testament
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Question #1
1. David Cloud, Myths About the King James Bible: Erasmus was a Humanist. Oak Harbor WA: Way of Life Literature, 1986, 1993, p. 32.
2. Michael Maynard, A History of the Debate Over I John 5:7,8. Tempe AZ: Comma Publications, 1995, p. 327. Despite Luther's support for the Erasmus text, Luther was no personal friend of Erasmus, mainly because of their differing views on free will.
3. Samuel Gipp, The Answer Book. Shelbyville TN: Bible and Literature Missionary Foundation, 1989, p. 153 and Will Durant, The Story of Civilization: Part VI - The Reformation. New York: Simon and Schuster, 1957, p. 285 and Philip Schaff, History of the Christian Church: Volume VII - The German Reformation. Grand Rapids: Eerdmans, 1910, 1970, p. 415.
4. Hugh Pope, English Versions of the Bible. St. Louis: B. Herder Book Co., 1952, p. 105 and Schaff, p. 413.
5. John Hurst, History of the Christian Church, Vol. 2. New York: Eaton and Mains, 1900, p. 107.
6. John McClintock and James Strong, Cyclopedia of Biblical, Theological and Ecclesiastical Literature, Vol. 3. New York: Harper and Brothers. 1891, p. 278.
7. Doug Kutilek, "Erasmus and His Greek New Testament." Biblical Evangelist, October 1, 1985.
8. Pope, p. 105.
9. Cloud, p. 16 and Benjamin Wilkinson, "Our Authorized Version Vindicated," cited by David Otis Fuller, ed. Which Bible? Grand Rapids International Publications, 1970, 1975, p. 225.
10. Gipp, p. 151.
11. Cloud, pp. 16, 21.
12. Schaff, pp. 414-15.
13. Durant, p. 284.
14. J. A. Froude, Life and Letters of Erasmus. New York: Charles Scribner's Sons, 1894, pp. 119-27.
15. A. T. Robertson, An Introduction to the Textual Criticism of the New Testament. Nashville: Broadman Press, 1925, p. 18.
16. Cloud, p. 22.
17. Roland Bainton, Erasmus of Christendom, New York: Charles Scribner's Sons, 1969, pp. 68-70, 269-70.
18. Schaff, pp. 402-3.
19. Frank Logsdon, "From the NASV to the KJV," The Baptist Challenge, March 1992, p. 11.
20. Maynard, p. 327.
21. Ibid., p. 329.
22. David Cloud, For Love of the Bible: The Battle for the King James Version and the Received Text From 1800 to Present. Oak Harbor, WA: Way of Life Publications, 1995, p. 33.
Question #2
1. Samuel Macauley Jackson, ed. The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge, Vol. 4. New York: Funk and Wagnalls, 1909, p. 165.
2. Durant, p. 286.
3. Robert Sargent, Landmarks of English Bible: Manuscript Evidence. Oak Harbor WA: Bible Baptist Church Publications, n.d., p. 154.
Question #3
1. McClintock and Strong, Vol. 3, p. 277.
Question #4
1. Edward Hills, The King James Version Defended. Des Moines: The Christian Research Press, 1956, 1988, p. 106.
2. Ibid. Kurt Aland (p. 4) adds that the errors in the first edition were due to typesetting errors, not to errors in the text.
3. Benjamin Wilkinson, "Our Authorized Version Vindicated" in True or False?, David Otis Fuller, Grand Rapids International Publications, p. 227.
4. Bruce Metzger, The Text of the New Testament. New York: Oxford University Press, 1968, pp. 105-6.
5. John William Burgon, "The Revision Revised" in True or False?, p. 132.
Question #5
1. Robert Sumner, "Dear Abner!" Biblical Evangelist, November 1, 1992. During all the years of his editorship, Sumner never came out with a strong public stand for the AV and the TR and against the other Greek manuscripts and English translations. Instead, Sumner continually ridiculed the scholars who held to the historic position of defending the AV and hired out men like Doug Kutilek to openly attack the AV and TR. Sumner's profession that he is "for" the AV rings hollow when one reads his writings. And one must wonder why Sumner appeals to men like Dwight Moody, R.A.Torrey or John R. Rice to support his denial of the superiority of the AV when none of these men were textual scholars. Had Sumner never read Scrivener, Hills, Hodges, Burgon, Fuller, Miller or Waite?
2. Thomas Strouse, "The 19th Century Baptists, Bible Translations and Bible Societies." Tabernacle Baptist Theological Journal, Summer, 1994, Vol., I, No. 2, p. 7.
3. Michael Maynard, A History of the Debate Over I John 5:7,8. Tempe AZ: Comma Publications, 1995, p. 75.
4. David Cloud, Myths About the King James Bible: Reformation Editors Lacked Sufficient Manuscript Evidence. Way of Life Literature: Oak Harbor WA, 1993, p. 10.
5. Frederick Scrivener, A Plain Introduction to the Criticism of the New Testament for the Use of the Biblical Student, ed. Edward Miller, 2 volumes. London: George Bell and Sons, 1894, 2:226, cited by William Grady, Final Authority, Schereville, IN: Grady Publications, 2993, page 113 and David Cloud, Myths About the King James Bible, op. cit., p. 9. Also Frederick Kenyon, Our Bible, page 133, cited in Benjamin Wilkinson, "Our Authorized Version Vindicated," cited by David Otis Fuller, ed. Which Bible? page 225. Maynard says, "A good Catholic would honor the 365 Vaticanus readings collected by J.G. Sepulveda, which agreed with the Vulgate. But Erasmus rejected these (p. 319). How could Erasmus reject Vaticanus readings unless he had them to reject? Maynard says on page 88 that Sepulveda supplied Erasmus with these readings because he was opposed to the manuscripts Erasmus was using to translate and edit his Greek text and was trying to influence Erasmus away from those manuscripts. Erasmus had these B readings to use for his 5th edition but rejected every single reading.
6. Donald Brake, "The Preservation of the Scriptures," cited in David Otis Fuller, ed. Counterfeit or Genuine? Grand Rapids International Pub., 1975, 1978, p. 203.
7. Edward Miller, A Guide to the Textual Criticism of the New Testament, Collingswood, NJ: Dean John Burgon Society, 1886, 1979, p. 9.
8. Kurt and Barbara Aland, The Text of the New Testament, p. 4.
9. Metzger, The Text of the New Testament, p. 107.
Question #6
1. Gipp, The Answer Book, p. 151.
2. Ibid.
3. Cloud, Myths About the King James Bible: Reformation Editors Lacked Sufficient Manuscript Evidence, p. 12 and Strouse, Tabernacle Baptist Theological Journal, Summer, 1994, Vol. 1, No. 2, p. 7.
4. Hills, The King James Version Defended, pp. 198-99.
5. Hills, p. 196 and Encyclopedia Britannica, 1949, "Erasmus, Desiderius" in Vol. 8, p. 678.
Question #7
1. McClintock and Strong, Cyclopedia of Biblical, Theological and Ecclesiastical Literature, Vol. 3, p. 278.
2. Ibid. Erasmus was not in the Calvinist branch of the Reformation, but held to the free will of man, over which Luther violently assailed him.
3. David Cloud, Way of Life Encyclopedia of the Bible and Christianity, Oak Harbor, WA: Way of Life Literature, 1993, p. 137.
4. T. Robertson, An Introduction to the Textual Criticism of the New Testament, Nashville: Broadman Press, 1925, p. 54.
Question #8
1. David Cloud, Myths About the King James Bible: Erasmus Was a Humanist, Way of Life Literature, Oak Harbor, WA, 1986, 1993, p. 24.
2. Hills, The King James Version Defended, p. 196.
3. DeLamar Jensen, Reformation Europe, Lexington MA: D.C. Heath, 1981.
Question #9
1. David Beale, A Pictorial History of Our English Bible, Greenville: Bob Jones University Press, 1982, p. 17.
2. Ibid., p. 65.
3. Ibid., p. 67
4. Grady, Final Authority: A Christian's Guide to the King James Bible, p. 131.
5. John Davies, A History of Wales. London: Penguin Press, 1990, p. 243. The Welsh are believed to be among the earliest national groups to embrace Christianity and may rightly be considered to be Baptistic. As early as 40 or 50 AD, Baptistic Christianity may have been established in Wales. The Welsh have a long and glorious spiritual history. As a result, they would have a good understanding about manuscripts and doctrine. The Welsh Church has accepted the traditional Greek text as the true New Testament text. Davies, echoing the belief of the translators of the value of the Erasmus text, says it was "based upon the most correct texts of the Greek Testament as they were established by the tradition of biblical scholarship initiated by Erasmus in 1516."
Question #10
1. Gipp, The Answer Book, p. 151.
2. Andrew Miller, Miller's Church History, Bible Truth Publishers, 1980, p. 696.
Question #11
1. Bainton, Erasmus of Christendom, p. 133.
2. Durant, The Story of Civilization: Part VI -- The Reformation, p. 285.
3. Donald Brake, "The Preservation of the Scriptures," cited in David Otis Fuller, ed. Counterfeit or Genuine?, p. 204.
4. Bainton, p. 133.
5. Brake, p. 203.
6. Durant, p. 285.
Question #12
1. Cloud, Myths About the King James Bible: Reformation Editors Lacked Sufficient Manuscripts Evidence, pp. 4, 5. For Kutilek to say that the work of Westcott and Hort is an improvement over the work of Erasmus, and all those who preceded him in the remnant line of Christianity back to apostolic days, exposes Kutilek for the liberal that he is.
2. Ibid., pp. 6, 7.
3. Ibid., p. 8.
4. Ibid., p. 9.
5. Ibid., p. 10.
6. Ibid., p. 11.
7. Ibid., p. 13.
8. Ibid.
9. Sargent, Landmarks of English Bible: Manuscript Evidence, p. 155.
10. Ibid., pp. 155-56.
11. Cloud, Way of Life Encyclopedia of the Bible and Christianity, p. 137.
12. Brake, "The Preservation of the Scriptures," cited in cDavid Otis Fuller, ed. Counterfeit or Genuine? p. 204.
13. Strouse, "The 19th Century Baptists, Bible Translations and Bible Societies." Tabernacle Baptists Theological Journal, Summer, 1994, Vol. 1., No. 2, p. 7.
14. Charles John Ellicott, The Revisers and the Greek Text of the New Testament of the New Testament, by Two Members of the New Testament Company, 1882, pp. 11, 12, cited by Cloud in For Love of the Bible, p. 52.
Question #13
1. Edward Hills, Believing Bible Study. Des Moines: Christian Research Press, 1967, pp. 191-93.
2. Hurst, p. 108.
Question #14
1. David Harrowar, A Defense of the Trinitarian System. Utica: William Williams, 1922, p. 44.
2. Ibid., p. 48.
3. Ibid., p. 36.
4. James White, The King James Only Controversy, Minneapolis: Bethany House, 1995, pp. 60-61.
5. Stewart Custer, debate on Westcott-Hort Text vs. Textus Receptus, October 11, 1983 at Marquette Manor Baptist Church, Schaumberg IL, cited by Maynard, p. 325.
6. Maynard, pp. 302, 325.
7. Ibid., p. 282, cites Bruce Metzger's book The Text of the New Testament: Its Transmission, Corruption and Restoration.'
8. Ibid., p. 325.
9. Ibid., pp. 325-26. The 8 manuscripts are 61, 629, 918, 2318, 88vl, 221vl, 429vl, 636vl. That list came from Metzger (ibid., p. 268)
10. Ibid., p. 326
11. Ibid., p. 89.
Question #15
1. Cited by Sargent, Landmarks of English Bible: Manuscript Evidence, p. 156
Question #16 [See Editor's Note to Question #16]
1. Gipp, p. 152 and Maynard, p. 86, where he quotes a letter from Erasmus where he professed to have the "highest respect" for the Anabaptists.
2. Maynard, p. 328.
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
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