Padre Cícero e seus Seguidores Perseguiram Crentes?

(duas coisas que testemunhas oculares me contaram)

0. Meu avô, Manoel Telles de Menezes, enquanto vivo, me contou que salvou a vida de um crente de Itabaiana, na Paraíba: Frei Damião estava pregando na cidade por vários dias. Quando ele estava na rua com uma multidão reunida, um crente ia passando ao longe, procurando não ser notado, mas alguém o viu e avisou a Damião. Ele fez um gesto para multidão surrar ou matar o crente, então vários homens correram atrás do crente e começaram a bater nele pra valer, com as mãos e objetos, sempre com o consentimento/incentivo de Damião que acompanhava tudo com satisfação. O crente, já bastante ferido e ensanguentado, conseguiu ir se movendo e chegou à porta da pequena Coletoria de Rendas, onde meu avô trabalhava, e ele o puxou rapidamente, colocou para dentro, e fechou a porta com 2 fortes traves, e, de dentro, gritou que tentar arrombar e invadir um prédio do Estado da Paraíba era grave crime, exortou todos a irem embora, e eles foram, já satisfeitos. Se meu avô não tivesse socorrido o homem, teriam terminado de matá-lo. Deduzi que isto foi na primeira metade da década de 1930, mas não tenho certeza.

1. Na década de 1990, em Campina Grande, PB, conheci pessoalmente e convivi com o missionário americano Jonathan Guy McLain, ainda vivo, e ele me contou que seu pai, Edward Guy McLain, foi o segundo missionário americano batista regular a vir para o Brasil, sob a BMM (Baptist Mid Mission), e que fundou a primeira igreja batista regular no Brasil, em Juazeiro do Norte, Ceará.  Também me contou que seu pai, sua mãe, e todos seus irmãos, tinham vindo para o Brasil em 1935, no ano seguinte, depois de terem aprendido nosso idioma, tinham fixado residência em Juazeiro, onde foram muito perseguidos e ameaçados de morte pelos fanáticos seguidores de Pe. Cícero (que havia morrido aos 90 anos, pouco antes, em 1934), escapando da morte somente pela graça de Deus. http://igrejabatistajuazeiro.com.br/?pg=artigos&id=35 . Duas ou três pessoas do Cariri cearense me contaram que uma vez os fanáticos seguidores de Pe. Cícero jogaram algum ácido muito corrosivo no rosto de um dos filhos do casal McLain, ele quase perdeu a visão, e ficou com marcas no rosto para sempre. Tive acanhamento de confirmar isso junto ao Pr. Jonathan, e perguntar-lhe quem tinha sido o menino vítima de tão horrível crime. Tive acanhamento porque Jonathan McLain tem marcas no rosto...

2. Em 3 ou 4 congressos dos batistas regulares na década de 1990, passei algumas horas conversando e tendo comunhão com o missionário BBM Charles Albert Johnson (falecido em 2002) de Barbalha - Ceará (cidade bem próxima de Juazeiro), que somente usava a King James Bible e a Almeida ACF, que escreveu e traduziu alguns artigos defendendo essas duas Bíblias, e primeiro diretor do Colégio Batista do Cariri (Juazeiro) (fundado em 1965?). Ele não me contou detalhes de atentados à vida ou saúde dele, somente disse que sofreu muitas perseguições e ameaças dos fanáticos seguidores de Pe. Cícero. Para início de tudo, quando se soube que um missionário batista regular estava chegando dos Estados Unidos e pretendia fixar residência e ministrar pregação e evangelismo em Barbalha, os seguidores de Pe. Cícero receberam o missionário e sua família com baderna, na entrada da cidade, exigindo que fossem expulsos de Barbalha, uma enorme faixa dizendo que a cidade não precisava de nenhum missionário, pois todos seus habitantes já tinham Jesus e Pe. Cícero em seus corações. Albert Johnson não quis me dar detalhes, mas me disse que ele e sua família sofreram muito da parte dos adeptos de Pe. Cícero, durante os primeiros anos no Cariri.


Hélio de M. Silva, 11.01.2016.





PS: - Ainda hoje, 2015, vivendo na capital da Paraíba mas conhecendo de perto o interior mais atrasado de todo o Nordeste, eu percebo que, em qualquer parte desta região, numa escura madrugada e num ponto deserto em que muitos romeiros do Padim Ciço esperem um ônibus que os levará para à idolatria anual em Juazeiro, então:
1) Um pseudo- evangelismo de pseudo- crentes oferecendo refrigerantes e comidinhas, tocando "baião evangélico" e dizendo que vão orar que Deus abençoe a romaria, também dizendo "todos nós somos irmãos cristão, somente oramos que vocês progridam mais nos ensinos do próprio Padim nosso e se voltem mais para Cristo, só isso, mas respeitamos muito o grande líder religioso (e político) que foi Pe. Cícero, pena que seja tão caluniado", esse tipo de pseudo- evangelismo de pseudo- crentes não trará muita reação em contrário;
2) Mas um verdadeiro evangelismo de um verdadeiro crente, sozinho e desarmado (claro), mesmo pregado em amor acompanhando a verdade, trará grandes e imediatos riscos de vida a ele! Por mais amoroso que seja o tom em que a plena verdade seja pregada.
Quem duvidar, que experimente, sozinho. Eu estarei orando pela vida dele, e por conversões, mas, depois de fazer ele isso por um mês, me diga ele se alguma vez não se sentiu como Estevão diante dos religiosos que o assassinaram.