Pr Airton Evangelista da Costa
Do Dicionário
Aurélio: AMULETO é
“pequeno objeto (figura, medalha, figa, etc.) que, desde a mais alta
antiguidade, alguém traz consigo ou
guarda por acreditar em seu poder mágico passivo de afastar
desgraças ou malefícios”; FETICHE é
“objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido pela natureza, ao qual se atribui poder sobrenatural e se
presta culto”; SUPERSTIÇÃO é “sentimento religioso baseado no temor ou na ignorância, e que induz ao
conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas e à confiança
em coisas ineficazes”. A Enciclopédia
Britânica diz que AMULETO é ”designação genérica de diferentes objetos
aos quais se atribui a virtude mágica de guardar ou proteger quem o porta.
Usados tradicionalmente para afastar o azar e trazer sorte”. SUPERSTIÇÃO – “É
uma atitude de espírito, crença ou prática mágico-religiosa para as quais não
há explicação lógica e que se baseiam na convicção de que certos atos, palavras,
números ou objetos trazem males, benefícios, azar ou sorte. As superstições, de
modo geral, podem ser classificadas como religiosas, culturais e pessoais”.
Dentre os diversos tipos de amuletos
(olho de boto ou do peixe-boi; a ferradura, a meia-lua, a estrela-de-davi) a
figa é o que alcançou maior popularidade. Usada para combater a esterilidade e
o mau-olhado, é representada por uma mão humana fechada com o polegar entre os
dedos indicador e médio. Enfim, amuleto
é uma figura, medalha ou qualquer objeto portátil, qualquer coisa a que
supersticiosamente se atribui virtude sobrenatural para livrar seu portador de
males materiais e espirituais, e para propiciar benefícios nessas áreas.
Ao aceitarmos o senhorio de Jesus,
recebemos o Espírito Santo (1Co 6.19 Ef 1.13); nossos pecados são perdoados
(Atos 10.43; Rm 4.6-8); somos recebidos como filhos de Deus (Jo 1.12); se
somos filhos, logo somos também herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo (Rm
8.17); passamos da morte espiritual
para a vida espiritual (1 Jo 3.14);
somos novas criaturas (2 Co 5.17);
o diabo se afasta e não nos toca (Tg 4.7; 1 Jo 5.18); não estamos mais sujeitos às maldições (Jo
8.32,36); podemos usar o nome de Jesus
para curar enfermos e expulsar demônios (Mc 16.17-18); a salvação nos leva a um
relacionamento pessoal com nosso Pai e com Jesus como Senhor e Salvador (Mt
6.9; Jo 14.18-23); estamos livres da
ira vindoura (Rm 5.9; 1 Ts 1.10; 4.16-17; Ap 3.10), além de outras bênçãos.
Em razão disso, somente o retorno voluntário ao pecado
poderá alterar a nossa situação diante de Deus (Jo 15.6). O uso de qualquer objeto, seja no corpo,
seja em nossa casa, não melhora em nada a nossa condição de filho, de herdeiro,
de abençoado, de isento das investidas do diabo. Objetos não expulsam
demônios, não quebram maldições, não substituem o poderoso nome de Jesus.
O nome de Jesus não pode ser
substituído por um objeto ou um produto industrializado. O uso de amuletos
evidencia não uma atitude de fé, mas de falta de fé. Deus não opera por esse meio, sejam cordões, pulseiras,
pirâmides, cristais, velas ou qualquer outro produto. A Bíblia não apóia tal prática. A atitude de fé é o
esperarmos no Senhor e nEle confiarmos.
Alegremo-nos no Senhor e Ele nos
concederá os desejos do nosso coração
(Salmos 23.1; 37.4-7).
A nossa confiança deve ser depositada
no Senhor. “Bem-aventurado o homem que pôe no Senhor a sua confiança” (Sl
40.4). Se dividirmos a nossa fé entre
Deus e os amuletos, estaremos coxeando entre dois pensamentos. Não é esta uma
manifestação de fé, mas de incredulidade, de dúvida nas promessas de
Deus. E a dúvida é inimiga da fé (Mt 21.21). “Abraão não duvidou da promessa de Deus, deixando-se levar pela
incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus, estando
certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para
cumprir” (Rm 4.20-21). Abraão creu na promessa de que seria pai de muitas nações. Aguardou
confiantemente. Não apelou para objetos, amuletos, cordão, pulseiras, vassoura atrás da porta.
Os amuletos, longe de serem veículos
de bênçãos, podem trazer maldições, porque a fé não está centralizada exclusivamente em Deus. Podemos ler Isaías
31.1 assim: “Ai dos que confiam no
poder místico dos amuletos, mas não atentam para o Santo de Israel, nem buscam
ao Senhor”. O uso de amuletos pelo povo de Deus equivale a tomar o caminho de
volta para o Egito. As nossas
superstições foram deixadas no esquecimento. Não precisamos limpar nossos
olhos com óleo ungido para não vermos
as coisas do mundo. Pela ação do Espírito em nossas vidas, já morremos para
essas coisas, para o sistema mundano, para o pecado. O Espírito que em nós
opera não nos permite colocar coisas impuras diante de nossos olhos (Salmos
101.3).
Os objetos, ou qualquer tipo de material seja sólido ou líquido, do
reino mineral ou do reino vegetal, não servem para aumentar a fé dos cristãos.
O que transmite fé, o que proporciona
fé, o que dá origem à fé, é a
palavra de Deus (Rm 10.17). Jesus não distribuiu qualquer tipo de
objeto para melhorar a fé de seus
ouvintes. Nos primeiros passos da Igreja, vemos Pedro e demais apóstolos
anunciando insistentemente o Cristo vivo, e falando com paciência dos mistérios
de Deus e das palavras de Jesus. E todos se enchiam de alegria, e milhares
aceitavam o Evangelho. “Disse-lhes Pedro: arrependei-vos, e cada um seja
batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados. E os que com grado
receberam a sua palavra foram batizados, e naquele dia agregaram-se quase três
mil almas” (Atos 2.38-41).
O uso de amuletos é incompatível com a vida cristã e não proporciona prosperidade material ou
espiritual a ninguém. Quem deseja viver uma vida de paz e de abundância deve
buscar “primeiro o reino de Deus e a
Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Sl 37.25; Mt 6.33;
Mc 10.29-30; Lc 12.31; Jo 10.10). Para
viver a sua fé o cristão não precisa de figas, de cordão de ouro, varinha
mágica, porque as maldições não prevalecem contra nossas vidas. “Como o pássaro no seu vaguear, como a andorinha no
seu vôo, assim a maldição sem causa não encontra repouso” (Pv 26.2). A maldição
nos alcança se não estivermos sob a proteção de Deus, se não confiarmos nEle,
se estivermos em pecado.
A fé
cristã rejeita o uso de qualquer objeto com o propósito de obter favores
espirituais ou evitar a influência demoníaca.
Do Egito já viemos. Das
superstições já nos libertamos. Do jugo do opressor já estamos livres. Da Babilônia espiritual já saímos. Cristo quebrou na cruz todas as amarras,
grilhões, embaraços;
quebrou os fortes laços que nos
prendiam ao mundo das trevas (Gl 3.13).
Um irmão escreveu num fórum de debate:
“Deus nos fez livres, livres de contatos físicos
para O sentir, livres de pontos de apoio, para crer, livres de toda e qualquer
espécie de superstição e amuletos, livres para crer num Deus que tudo supre,
tudo faz, tudo opera naqueles que o amam”.
Quando estávamos na ignorância
espiritual, fazíamos uso de incensos e defumadores para afastar os maus
espíritos. A Bíblia nos dá a receita: “Submetei-vos, pois a Deus. Resisti ao
diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7).
“Cristo nos libertou para que sejamos de fato livres. Estai, pois, firmes e não
torneis a colocar-vos debaixo do jugo da escravidão” (Gl 5.1).
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