É um culto afro-brasileiro.Há muitos tipos de candomblés, que perpetuam tradições
diferentes,graças à influência das diversas nações africanas, representadas
no Brasil pelos negros que aqui aportaram à época da escravatura. Dentre todos
os Candomblés existentes, o de Angola, de Caboclo, do Congo, de Quêto e de Ewe,
é o do rito Nagô que atualmente se destaca e predomina dentre todos os outros
e é por esse motivo que foi o escolhido para ser abordado aqui.
Das centenas de Orixás
existentes inicialmente na África Negra, somente alguns subsistem hoje no
candomblé brasileiro:Oxalá, Nanã, Iemanjá, Xangô, Ogun, Iansã, Oxum, Obá,
Oxóssi, Oxumarê, Omolu-Obaluaiê, Euá, Iroko, Logunedé, Ossâim, Ibêji, Ifá,
Baiani e Exu, aos quais é dedicada, em datas específicas uma festa especial. A
primeira etapa da cerimônia em homenagem a um Orixá consiste do sacrifício.No
sacrifício, mata-se um animal de duas ou quatro patas, que pode ser galinha,
pombo, cabra, bode, carneiro, porco, galo, tatu, cágado, variando também a
cor, branco ou preto, dependendo da preferência do deus que está sendo
homenageado na cerimônia. A matança é realizada por um sacerdote denominado
de achôgun ou achégun, que, na verdade precisa sacrificar dois animais, já
que durante o ritual serão realizadas duas oferendas uma dedicada a Exú, e
outra ao santo celebrado na ocasião.
O achôgun precisa seguir
com meticulosidade e precisão determinados rituais, porque sem eles,o sacrifício
e a oferenda, etapa seguinte da festa, perderiam por completo seu valor, não
sendo aceito pelos deuses.A seguir, o animal sacrificado, vai ser preparado pela
cozinheira, iyá-bassê ou abassá que também preparará as outras iguarias
preferidas para os demais orixás que participarão da festa.
Dessa forma, a moela, fígado,
coração, pés, asas, cabeça e o sangue do animal sacrificado são destinados
ao santo da festa e, para xangô, o amalá, para Oxun, o xinxin de galinha, e
assim por diante.Os fetiches, que são as pedras sagradas, consideradas como
residência temporária dos deuses, precisam também receber oferendas e
alimentos para que a força dinâmica e o poder dos orixás possa ser neles
fixada.A esse processo de firmação das energias dos deuses dá-se o nome de
assentamento e é justamente com esse intuito que são depositados juntos aos
objetos mágicos a parte que restou do animal sacrificado e que não foi
utilizada no preparo para a oferenda dos deuses.A terceira etapa, o padê de Exú,
é sempre realizada à noite e coincide com o momento em que a cerimônia se
torna pública, pois até essa etapa do ritual somente alguns integrantes da
seita são autorizados a assistir.No padê pede-se a Exú, considerado um
mensageiro, um intermediário entre os deuses e os homens, que vá levar aos
orixás o chamado dos homens.É por esse motivo, que essa fase da cerimônia
também recebe o nome de Despacho de Exú onde além dos cantos e danças, é
realizada a oferenda a de um animal de duas patas que já foi morto e preparado
anteriormente.
Feito isso, se inicia o
toque dos tambores, rum, rumpi, e ié, que, juntamente com os cânticos característicos
de cada entidade, também denominados pontos de chamada, invoca os Orixás para
que desçam ao terreiro e incorporem nos médiuns, que no candomblé e na
umbanda recebem o nome de “cavalo”.Os Orixás descem obedecendo uma ordem
fixa e pré determinada denominada de xirê.A cerimônia prossegue com todas as
entidades reunidas, dançando e, eventualmente dando conselhos até que se
iniciam os cânticos de unló,isto é, os pontos que solicitam que os Orixás
desçam de seus cavalos e voltem para o mundo astral.O chefe do terreiro
chama-se Babalorixá se for homem e Ialorixá se for mulher.
A confraria do candomblé
é formada também pelos filhos de santo e pelos ekedy ou ogan.Estes se referem
à moça ou o rapaz que formam o conjunto de pessoas que participam das cerimônias
como auxiliares dos filhos de santo e que, portanto, não podem cair em transe.Já
os filhos de santo, são na maioria das vezes mulheres, também são chamadas de
iaô e têm a função de incorporar as entidades.Para se tornar uma iaô, é
necessário se submeter a um longo e complexo ritual de iniciação que começa
com a tiragem dos búzios para saber a que santo pertence a pessoa, passando
pela manifestação do orixá, raspagem dos cabelos, banho com as ervas do
santo, corte no alto da cabeça (cura), banho de sangue animal e outros
procedimentos que duram em torno de três meses.
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.