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Esta talvez pareça ser uma pergunta enigmática para
muitos mórmons, bem como para alguns cristãos. Os mórmons dirão que
eles incluem a Bíblia na lista dos quatro livros que reconhecem como
Escrituras, que sua crença em Jesus Cristo é parte central de sua
fé, e que isto é indicado pelo seu nome oficial, A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Além disso, muitos cristãos têm
escutado o Coral do Tabernáculo Mórmon cantar hinos cristãos, e
ficam impressionados com a dedicação de muitos adeptos quanto às
suas regras morais e sua forte estrutura familiar. Não seria, então,
por isso, o mormonismo uma religião cristã?
Para responder a esta pergunta de
maneira correta e imparcial, precisamos comparar cuidadosamente as
doutrinas básicas da religião mórmon com as do cristianismo bíblico,
histórico. Para representar a posição mórmon nós temos recorrido aos
mais bem conhecidos escritos doutrinários do mormonismo, incluindo a
edição de 1988 do livro Princípios do Evangelho, cujos
direitos autorais estão em nome da Corporação do Presidente de a
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Faremos esta
comparação em dez áreas fundamentais de doutrina.
A Bíblia ensina, e os cristãos
evangélicos têm crido através dos tempos, que há um só Deus vivo e
verdadeiro, e que além dEle não há outros deuses (Deuteronômio
6:4; Isaías 43:10, 11; 44:6, 8; 45:21, 22; 46:9; Marcos
12:29-34).
Ao contrário, a Igreja Mórmon
ensina que há muitos deuses, e que os seres humanos podem vir a ser
deuses e deusas no Reino Celestial. Eles ensinam ainda que aqueles
que alcançam a divindade teriam o que eles chamam de "filhos
espirituais" que adorariam e orariam a eles, assim como nós adoramos
e oramos a Deus Pai (o Livro de Abraão, 4:1-5:21 en A Perola de
Grande Valor; Princípios do Evangelho, pp. 9, 11,
290).
A Bíblia ensina, e os cristãos
evangélicos têm crido através dos tempos, que Deus é espírito
(João 4:24; 1 Timóteo 6:15, 16), que não é um homem (Números
23:19; Oséias 11:9; Romanos 1:22, 23) e que sempre (eternamente)
existiu como Deus — onipotente, onipresente e onisciente (Salmo
90:2; 139:7-10; Apocalipse 19:6; Malaquias 3:6).
Ao contrário, a Igreja Mórmon
ensina que Deus Pai foi um homem como nós, que progrediu até
tornar-se um Deus e, mesmo nessa condição, continua a possuir um
corpo de carne e osso. ("O próprio Deus já foi como nós somos
agora — ele é um homem exaltado, entronizado em céus distantes!"
Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, compilado por Joseph
Fielding Smith, pp. 336). Em Doutrina e Convênios (D&C) 130:22 é
dito que "o Pai tem um corpo de carne e ossos, tangível, como o do
homem"; também a citação famosa de Lorenzo Snow, "Como o homem é,
Deus foi; como Deus é, o homem poderá vir a ser" (Regras de
Fé de James Talmage, p. 389). Para completar, o mormonismo
ensina que Deus tem um pai, um avô, e assim sucessivamente
(Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p. 365).
A Bíblia ensina, e os cristãos
evangélicos têm crido através dos tempos, que Jesus é o único e
verdadeiro Filho de Deus; Ele tem sempre existido como Deus, e é
co-eterno e co-igual com o Pai (João 1:1-14; 10:30; Colossenses
2:9). Ainda que nunca haja sido menos que Deus, no tempo indicado
pôs de lado a glória que compartilhava com o Pai (João 17:4, 5;
Filipenses 2:6-11) e foi feito "semelhante aos homens" para realizar
a obra da nossa salvação. Sua encarnação (não confundir com
"reencarnação") se fez realidade quando foi sobrenaturalmente
concebido pelo Espírito Santo e nasceu de uma virgem, chamada Maria
(Mateus 1:18-23; Lucas 1:34, 35), conforme havia sido predito pelos
profetas no Antigo Testamento (Isaías 7:14; 9:6; Mateus 2:6;
Miquéias 5:2).
Ao contrário, a Igreja Mórmon
ensina que Jesus Cristo é nosso irmão mais velho, e que progrediu
até chegar a ser um deus, havendo primeiro sido gerado como um
"filho espiritual" por meio do Pai e de uma mãe celestial, e depois
concebido fisicamente pelo Pai e pela virgem Maria. A doutrina
mórmon afirma que Jesus e Lúcifer são irmãos (Princípios do
Evangelho, pp. 9, 15, 16, 54, 57).
A Bíblia ensina, e os cristãos
evangélicos têm crido através dos tempos, que o Pai, o Filho e o
Espírito Santo não são deuses separados, e sim Pessoas distintas de
um só Deus Triúno. Em todo o Novo Testamento o Filho e o
Espírito Santo, bem como o Pai são identificados separadamente como
Deus, e agem como Deus (Filho: Marcos 2:5-12; João 20:28; Filipenses
2:10, 11; Espírito Santo: Atos 5:3, 4; 2 Coríntios 3: 17, 18;
13:14); mas, ao mesmo tempo, a Bíblia ensina que existe um só Deus,
e que os três são manifestações distintas do mesmo e único Deus
(veja novamente o ponto no 1).
Ao contrário, a Igreja Mórmon
ensina que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são três deuses
separados (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, pp.
361-362; Mormon Doctrine, pp. 576, 577).
A Bíblia ensina, e os cristãos
evangélicos têm crido através dos tempos, que a queda do homem foi
um grande mal, e que através disso o pecado entrou no mundo, pondo
todos os seres humanos debaixo da condenação e da morte. Assim,
todos os seres humanos nascem com uma natureza pecaminosa, e serão
julgados pelos pecados que cometem, individualmente (Ezequiel
18:1-20; Romanos 5:12-21).
Ao contrário, a Igreja Mórmon
ensina que o pecado de Adão era "um passo necessário no plano da
vida e uma grande bênção para toda a humanidade" (Princípios
do Evangelho, p. 31; Doutrinas de Salvação, Vol. 1, pp.
114, 11; Livro de Mórmon, 2 Néfi 2:25).
A Bíblia ensina, e os cristãos
evangélicos têm crido através dos tempos, que a obra redentora de
Cristo é, antes de mais nada, a solução provida por Deus para o
problema do pecado da humanidade. Por haver tomado os pecados
pessoais de todos os homens — passado, presente e futuro — em Seu
próprio corpo na cruz (1 Pedro 2:24), Cristo, como o prometido
Cordeiro de Deus sem mancha, cumpriu totalmente as exigências da
Justiça Divina, para que todos aqueles que pela fé O receberem
possam ser perdoados, restaurados à comunhão com Deus e desfrutar de
vida eterna com Ele para todo sempre (2 Coríntios 5:21; Apocalipse
21:1-4).
Ao contrário, a Igreja Mórmon
ensina que a obra redentora de Cristo apenas garante o que ela chama
de "salvação geral", que consiste no fato das pessoas serem
ressuscitadas — acontecendo para todos, indiferente de terem aceito
Jesus Cristo pela fé. Para eles, a obra redentora não é
suficiente em si mesma para dar a vida eterna. Em vez disso, seria
preciso acrescentar as nossas boas obras (Princípios do
Evangelho, pp. 69, 291-292; Regras de Fé;, pp. 86,
88-89).
A Bíblia ensina, e os cristãos
evangélicos têm crido através dos tempos, que nós somos salvos do
nosso pecado e morte espiritual pela provisão graciosa de Deus de
perdão e vida eterna. Não podendo ser merecida nem conquistada pelas
nossas obras (Efésios 2:8, 9). Os 10 Mandamentos nos foram dados
para mostrar que somos incapazes e incompetentes para cumprir os
desígnios da perfeita e santa Justiça de Deus por nossos próprios
esforços, evidenciando nossa fraqueza e nos fazendo reconhecer que
somos inteiramente dependentes dEle (Romanos 3:20; 5:20; 7:7, 8;
Gálatas 3:19). Os sacrifícios do Antigo Testamento apontavam para a
provisão graciosa do "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo"
(João 1:29; Hebreus 9:11-14; 10:1-14). Não podemos contribuir
praticamente em nada para a nossa salvação porque, sem Cristo, somos
espiritualmente "mortos em nossos pecados" (Efésios 2:1, 5); um novo
coração, o qual deseja obedecer às leis de Deus, é resultado
concreto da salvação (entretanto, é correto que, sem evidências de
mudança na conduta, o testemunho de fé em Cristo do indivíduo pode
muito bem ser questionado; salvação pela graça somente através da fé
não significa que nós podemos viver como "nos der na cabeça" —
Romanos 6:1).
Ao contrário, a Igreja Mórmon
ensina que todo homem receberá a salvação, referindo-se a ela como
sendo nada mais que "uma conexão inseparável do corpo e do espírito,
propiciada pela expiação e ressurreição do Salvador"
(Princípios do Evangelho, p. 359). Mas, para obter a salvação
"máxima", que eles chamam de exaltação e que significaria "morar na
presença de Deus", a única possibilidade é se a pessoa perseverar
"em fidelidade, guardando todos os mandamentos do Senhor até o fim
de sua vida terrena" (Princípios do Evangelho, p. 292). As
obras seriam requisitos para se poder "morar na presença de Deus"
(Terceira Regra de Fé; Doutrinas de Salvação, Vol. 2, p.
5).
A Bíblia ensina, e os cristãos
evangélicos têm crido através dos tempos, que a Bíblia é a única,
final e infalível Palavra de Deus (2 Timóteo 3:16; Hebreus 1:1, 2; 2
Pedro 1:21) e que ela permanecerá para sempre (1 Pedro 1:23-25).
A preservação providencial, por parte de Deus, do texto bíblico tem
sido maravilhosamente confirmada pela Arqueologia e pela História, a
exemplo da descoberta dos Rolos do Mar Morto.
Ao contrário, a Igreja Mórmon
ensina que a Bíblia foi adulterada, tem perdido muitas de suas
verdades e que não contém o Evangelho em toda a sua plenitude
(Doutrinas de Salvação, Vol. 3, pp. 190, 191; Livro de
Mórmon,1 Néfi 13:26-29; Ensinamentos do Profeta Joseph Smith,
p. 12).
A Bíblia ensina, e os cristãos
evangélicos têm crido através dos tempos, que a Igreja verdadeira
foi divinamente estabelecida por Jesus e por isso nunca pôde, nem
jamais poderá desaparecer da terra (Mateus 16:18; João 17:11; 1
Coríntios 3:11). Os cristãos genuínos admitem que têm havido tempos
de corrupção e apostasia dentro da Igreja, mas crêem também que
sempre tem existido, pela vontade de Deus, um remanescente de
pessoas que guardam e propagam os princípios fundamentais da
verdadeira doutrina de Cristo contida no Evangelho.
Ao contrário, a Igreja Mórmon
ensina que houve uma grande e total apostasia na igreja estabelecida
por Jesus Cristo; este estado de apostasia "ainda prevalece, exceto
para aqueles que se voltarem para um conhecimento do 'evangelho
restaurado' pela Igreja Mórmon" (Mormon Doctrine, p. 44;
Princípios do Evangelho, pp. 100-101; Doutrinas de
Salvação, Vol. 3, pp. 269-275).
Os pontos que apareceram em itálico
constituem o Evangelho normalmente crido por todos os cristãos
evangélicos através dos tempos, independentemente de rótulos
denominacionais. Por outro lado, algumas religiões, como o
mormonismo, pretendem passar-se por cristãs em suas crenças e
práticas, mas dão mais autoridade a outros escritos do que à Bíblia,
ensinam doutrinas que contradizem os ensinos bíblicos, e têm crenças
completamente estranhas e contrárias aos ensinos de Jesus. A maioria
destas seitas se tem originado nos últimos 200 anos (a Ciência
Cristã, as Testemunhas de Jeová, os mórmons etc.), e estas, sim,
representam uma evidente apostasia.
Os mórmons e os cristãos evangélicos
têm em comum importantes termos bíblicos e preceitos éticos.
Contudo, os pontos já mencionados são alguns exemplos das múltiplas
diferenças fundamentais e inconciliáveis entre o cristianismo
bíblico e o mormonismo. Embora tais diferenças não nos impeçam de
termos amizade com mórmons, não podemos considerá-los irmãos em
Cristo. A Bíblia nos adverte especificamente sobre falsos profetas
que ensinariam "um outro evangelho", centrado em "um outro Jesus" e
testemunhado por "um outro espírito" (2 Coríntios 11:4, 13-15;
Gálatas 1:6-9). A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
afirma que seu Livro de Mórmon é "um outro testamento de Jesus
Cristo". Nós cremos que, na realidade, trata-se de um "testamento de
um outro Jesus", e que o mormonismo não é cristão.
É dito que se alguém se diz mórmon
(ou candidato a tal), mas não aceita todos os dogmas básicos do
mormonismo, tais como:
Um indivíduo não pode se dizer
mórmon se não crê cegamente nas estranhas doutrinas fundamentais que
todos os mórmons crêem. Da mesma maneira, se os "santos dos últimos
dias" não crêem nas verdades bíblicas essenciais defendidas por
todos os cristãos genuínos, como podem esperar que sejam aceitos
como irmãos em Cristo?
Os Mórmons acreditam que os "outros"
cristãos são seguidores de doutrinas apóstatas. Por que, então,
querem ser considerados parte do do corpo de Cristo? Há três
possibilidades:
Se os mórmons se julgam os únicos
cristãos verdadeiros, então não deveriam esforçar-se por passar-se
como parte da Igreja Cristã. Em lugar disso, deveriam proclamar
abertamente a todo mundo que os cristãos evangélicos são nada mais
que apóstatas, e que os mórmons são os únicos e verdadeiros
cristãos. Na realidade, isto é o que eles ensinam reservadamente (em
particular), mas não abertamente.
Se os mórmons, especialmente sua
liderança, têm consciência destas verdades, por que pretendem ser
entendidos como parte integrante do que o mundo em geral considera
como sendo a Igreja Cristã, quando sabem que não o são? A lógica
leva-nos a concluir que sua motivação parece ser uma combinação das
três possibilidades já mencionadas, especialmente a segunda, que é
converter mais e mais pessoas à seita do mormonismo.
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