John Ankerberg e John Weldon
Vamos analisar e um assunto da máxima
importância, que é a crescente popularidade de um fenômeno que pode ser
chamado de possessão espiritual voluntária ou "canalização". Os
canalizadores afirmam que um espírito entra realmente em seus corpos e
"guia" ou transmite mensagens através deles. A questão-chave é
esta: quem ou o que são exatamente esses espíritos-guias?
Muitas idéias, algumas até bem estranhas,
têm sido consideradas. Serão eles alucinações dos mentalmente instáveis,
como dizem os médicos? Fazem parte da mente inconsciente que todos temos,
de acordo com alguns psicólogos? Ou são criaturas do futuro, ou ainda,
procedentes de civilizações espaciais distantes, como tem sido afirmado por
certos cientistas? Serão reflexos de um aspecto divino do homem - um Eu
"maior" que está agora surgindo como parte de um salto grandioso
na evolução espiritual da humanidade, segundo alguns líderes religiosos?
Serão seres espirituais genuínos, tais como \"anjos", ou mortos,
ou os "deuses" e espíritos da natureza de várias tradições
religiosas, como dizem os canalizadores?
Ou serão uma categoria inteiramente
diferente de "seres" - os demônios mencionados na Bíblia?
O ponto de vista bíblico raramente é
examinado pelos estudiosos dos fenômenos psíquicos. O parapsicólogo (pessoa
que estuda "cientificamente" o mundo oculto) Alan Gauld se recusa
sequer a discutir a teoria dos demônios, porque diz que ela é "agora
tão raramente proposta que não irei considerá-la de forma alguma".1 É
de se esperar que os envolvidos no estudo da canalização tenham um
preconceito natural contra a crença na teoria dos demônios, porque isso os
implicaria num ponto de vista desdenhado pelos seus companheiros.
Não obstante, se alguém procura uma teoria
para explicar todos os fatos, a teoria dos demônios não pode ser ignorada,
quer lhe seja ou não pessoalmente atrativa. Até William James, um dos
grandes pioneiros da psicologia ocidental, declarou certa vez durante suas
investigações da canalização (então chamada de "mediunidade"):
A recusa do "iluminismo"
moderno em tratar a "possessão" como uma hipótese a ser
considerada pelo menos plausível, apesar de ter a seu favor uma vasta
tradição baseada em experiências humanas concretas, sempre me pareceu um
exemplo curioso da força dos modismos nas coisas "científicas".
Que a teoria dos demônios (I. E., espíritos malignos) irá novamente
predominar é para mim absolutamente certo. A pessoa precisa ser mesmo
"científica", para ser tão cega e ignorante a ponto de não
suspeitar de tal possibilidade.
Assim sendo, se houver a mínima
possibilidade desses espíritos serem demônios, o leitor deve ficar de
sobreaviso. Se for provável que o sejam, a questão do envolvimento com eles
é evidente. Convidamos o leitor a examinar as evidências lógicas que tem
levado muitos outros, além de nós, a concluir que os espíritos da
canalização não são quem afirmam ser.
As pessoas têm hoje uma grande necessidade
de encontrar um significado para a vida. Elas descobriram, muitas vezes de
modo doloroso, que ele não pode ser achado numa visão exclusivamente
material da realidade. Até mesmo os céticos desejam saber as respostas para
perguntas como: "Quem sou?", "Por que estou aqui?" e
"O que acontece quando a pessoa morre?". Quer admitam ou não, a
idéia da vida não passar de alguns anos de sofrimento e prazer,
substituídos pela não-existência eterna, aterroriza a muitos. Os homens
sabem que são mais do que o produto final da combinação casual de átomos de
hidrogênio. Eles estão claramente procurando respostas.
O homem moderno vê a canalização como uma
prova das respostas mais profundas para a vida. A canalização parece
responder às indagações sobre a natureza da realidade (é espiritual?) , a
natureza da morte (é o fim?), a natureza do potencial humano (é
ilimitado?), e a natureza do "eu" (é divino?). Desse modo, a
canalização é poderosamente persuasiva, alegando ter acesso ao próprio
mundo dos espíritos, o qual pode suprir as respostas. Os espíritos estão
dando informações que enganam os homens, fazendo-os pensar que estão em
contato com pessoas que viveram na terra, morreram e agora vivem felizes na
vida do além. Os espíritos afirmam que através da morte eles encontraram as
respostas para a vida e o conhecimento de que todos os homens viverão para
sempre. Os espíritos alegam falar com autoridade sobre a natureza de Deus,
o propósito da vida e o que acontece por ocasião da morte. Eles afirmam não
haver inferno e que Deus e o céu não são como a Bíblia diz.
A canalização oferece, portanto, uma
resposta falsa para a necessidade de experiências religiosas do homem moderno.
Ele é enganosamente levado a pensar que tal contato com os espíritos dá
sentido à sua vida e ameniza o seu medo da morte.
Pense por um momento no que se passa na
mente de uma pessoa que tem uma experiência espírita impressionante. É como
um cego que repentinamente recupera a visão. No mesmo instante, tudo muda à
medida que ela vê um novo mundo de grandes maravilhas esperando para ser
explorado. Da mesma forma, aqueles que encontram o que acreditam ser
espíritos verdadeiros dos mortos pensam que a morte não é mais o fim, o
momento de perda absoluta, mas simplesmente o começo de uma existência nova
e jubilosa, cheia de possibilidades ilimitadas. As pessoas são enganadas
para pensar que não há um inferno com o qual preocupar-se, mas só o
potencial do aperfeiçoamento infinito. Os espíritos fazem mais que
persuadir; eles exercem grande poder sobre a mente e o coração dos homens.
Esse é o encanto da canalização.
A primeira incidência histórica da
canalização foi registrada na Bíblia em Gênesis capítulo 3. Lá no Jardim do
Éden, o diabo usou a serpente como um "canal" para enganar Eva
(Gn 3.1-5; 2 Co 11.3; Ap 12.9). Através da canalização, o diabo levou o
homem a duvidar de Deus, com graves conseqüências. Significativamente, há
razões importantes para crer que a realidade básica da canalização sugerida
aqui jamais se alterou no que se refere: (1) à origem (o diabo ou
demônios); (2) ao seu resultado (ilusão espiritual que destrói a confiança
em Deus); e (3) às suas conseqüências (juízo divino; Gn 3.13-19; Dt
18-9-13). A canalização é, pois, condenada pela Bíblia como uma prática
maligna diante de Deus. Ela é rejeitada por ser uma forma de espiritismo
que envolve contato com demônios e a divulgação dos seus falsos ensinamentos.
A Bíblia ensina igualmente que "nos
últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos
enganadores e a ensinos de demônios" (1 Tm 4.1). Os ensinamentos
espíritas deturpam a natureza de Deus, mentem sobre Cristo e distorcem o
caminho da salvação. Os que confiam nas doutrinas espíritas enfrentam o
juízo da morte. Sob a autoridade do próprio Cristo, descobrimos que o
inferno é um lugar real (Mt 25.46; Lc 16.19-31). Os demônios que asseguram
aos homens que o pecado não é real e o inferno não existe, promovem a ruína
eterna dos que confiam neles.
A Bíblia instrui os homens a rejeitarem
toda sorte de espiritismo por ser algo maligno e um contato com espíritos
mentirosos. A canalização é uma forma de guerra espiritual, pondo em risco
as almas dos homens (2 Co 4.4). Essa é a razão pela qual tanto a
canalização quanto seguir os ensinos dos canalizadores é condenado nas
Escrituras como rebelião contra Deus e se expor ao juízo divino. Um exemplo
disso é o rei Manassés de Judá no antigo Israel. "Ele praticou a
feitiçaria, usou a adivinhação, praticou a magia e tratou com médiuns e
espíritas, fazendo o que era mau perante o Senhor, provocando-Lhe a
ira" (2 Cr 33.2-6, tradução livre). Da mesma forma, em Deuteronômio
18.9-12, Deus adverte o Seu povo: "Não se achará entre vocês quem faça
adivinhações, pratique a feitiçaria, que seja espírita, ou invoque os
mortos; pois, todo aquele que faz essas coisas é abominável ao
Senhor..." (tradução livre). A frase "que seja espírita"
condena claramente todos os aspectos da canalização.
Copiado do site http://www.espada.eti.br
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
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