"As festas bíblicas são ordens sagradas do Senhor. Elas não são apenas judaicas; são, antes de mais nada, do Senhor, declaradas como estatuto eterno (Lv. 23:1-44). Essas festas não são um convite para que a Igreja volte à primeira aliança, mas para sustentar a mensagem que elas transmitem. Elas apontam para o fim, para o Cordeiro e falam da parusia, ou seja, a segunda vinda do Messias."
"Preste atenção ao que está sendo ministrado, pois Roma não deseja que nossos olhos sejam abertos. Roma quer nos prender ao paganismo. Esse paganismo se traduz na tentativa de deixar as festas bíblicas no esquecimento e de pegar as festas pagãs e tentar cristianizá-las. Porém, Deus abriu os nossos olhos. Não estamos mais debaixo da escuridão, pois o Senhor nos trouxe para a luz."
(Ap. Renê Terra Nova).
A frase do autodenominado "apóstolo" René Terra Nova demonstra bem a
necessidade de estudarmos este assunto: a Igreja deve guardar festas e
costumes judaicos? A Bíblia deixa alguma evidência de que tais práticas
são para os cristãos?
Independentemente de dados históricos extra-bíblicos, devemos nos deter
ao estudo das Escrituras para esclarecermos tais questionamentos. É da
Bíblia a Palavra final sobre o assunto!
Para começarmos nosso estudo, é interessante nos debruçarmos sobre a
carta de Paulo aos gálatas, pois os irmãos da Galácia estavam passando
por uma situação semelhante à da igreja de hoje.
Quando Paulo escreveu aos gálatas, os judeus estavam presentes em todo o
Império Romano, principalmente nas cidades mais importantes. Muitos
deles se converteram ao cristianismo e, dentre os convertidos, havia
aqueles que queriam impor a lei mosaica sobre os cristãos gentios. São
os "judaizantes". Assim como os fariseus e saduceus perseguiram Jesus
durante o período mencionado pelos evangelhos, os judaizantes pareciam
estar sempre acompanhando os passos de Paulo a fim de influenciar as
igrejas por ele estabelecidas. Essa questão entre judaísmo e
cristianismo percorre o Novo Testamento.
Os judaizantes estavam também na Galácia, onde se tornaram uma forte
ameaça contra a sã doutrina das igrejas.
Aqueles judeus davam a entender que o evangelho estava incompleto. Para
conseguirem uma influência maior sobre as igrejas, eles procuravam minar
a autoridade de Paulo. Para isso, atacavam a legitimidade do seu
apostolado, como tinham feito em Corinto.
Os judaizantes chegavam às igrejas com o
1o – A lei de Moisés foi dada aos filhos de Israel (Êx.19,3,6). Nós,
cristãos gentios, não somos filhos da nação Israel.
2o – Jesus cumpriu a lei cerimonial. Tal cumprimento significa não
apenas sua obediência, mas a satisfação das exigências da lei cerimonial
através da obra de Cristo.
Precisamos entender que os mandamentos da lei mosaica se dividem em
vários tipos. Vamos, basicamente, dividi-los em mandamentos morais,
civis e cerimoniais:
Os mandamentos morais dizem respeito ao tratamento para com o próximo:
Não matarás; Não adulterarás; Não furtarás, etc. Tais ordenanças estão
vinculadas à palavra amor.
Os mandamentos civis são aqueles que regulamentavam a vida social do
israelita. São regras diversas que se aplicam às relações da sociedade.
Um bom exemplo é o regulamento da escravidão.
Os mandamentos cerimoniais são aqueles que se referem estritamente às
questões religiosas. São as ordenanças que descrevem os rituais
judaicos.
A classificação de um mandamento dentro desses tipos nem sempre é fácil.
Algumas vezes, uma lei pode pertencer a dois desses grupos ao mesmo
tempo, já que a questão religiosa está por trás de tudo. A sociedade
israelita era essencialmente religiosa. O Estado e o sacerdócio nem
sempre se encontravam separados. Contudo, tal proposta de classificação
já serve para o nosso objetivo.
A lei moral se resume no amor a Deus e ao próximo, como é dito em
Gálatas 5.14
"Porque
toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo
como a ti mesmo".Os princípios morais permanecem válidos no Novo
Testamento. Hoje, não matamos o próximo, mas não por causa da lei de
Moisés e sim por causa da lei de Cristo (Gálatas 6.2) "Levai
as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo"
à
qual os gálatas deviam obedecer. A lei de Cristo é a lei do amor a Deus
e ao próximo.
As leis civis do povo de Israel não se aplicam a nós. Além dos motivos
já expostos, nossas circunstâncias são bastante diferentes e temos
nossas próprias leis civis para observar. O cristão deve obedecer as
leis estabelecidas pelas autoridades humanas enquanto essas leis não
estiverem ordenando transgressão da vontade de Deus (Rm.13.1)
"Todo
homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade
que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele
instituídas".
As leis cerimoniais judaicas foram abolidas por Cristo na cruz (o
significado de cada uma delas se cumpriu em Cristo). Por esse motivo,
mesmo os judeus que se convertem hoje ao cristianismo estão dispensados
da lei cerimonial judaica. Por isso, não fazemos sacrifícios de animais,
não guardamos o sábado, não celebramos as festas judaicas, etc.
Se alguém quiser observar algum costume judaico, isso não constituirá
problema, desde que a pessoa não veja nisso uma condição para a salvação
e nem prometa através destas coisas tornar alguém mais espiritual. (Rm
14.-8)
“1 ¶ ORA, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas
sobre dúvidas. 2 Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco,
come legumes. 3 O que come não despreze o que não come; e o que não come, não
julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu. 4 Quem és tu, que julgas o
servo alheio? Para seu próprio SENHOR ele está em pé ou cai. Mas estará firme,
porque poderoso é Deus para o firmar. 5 Um faz diferença entre dia e dia, mas
outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua
própria mente. 6 Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz
caso do dia para o Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá
graças a Deus; e o que não come, para o SENHOR não come, e dá graças a Deus. 7
Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. 8 Porque, se vivemos,
para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou
vivamos ou morramos, somos do Senhor.” (Rm 14:1-8 ACF)
O problema é justamente a conotação dada a essas festas e aos costumes
judaicos por pessoas de movimentos judaizantes. Por exemplo, dizem que
se não celebrarmos as festas estaremos sendo devedores ao Senhor e que
celebrar seria repreender o "espírito de Roma" da Igreja, que o
Evangelho estaria de volta a Jerusalém, etc.
Celebrar uma festa judaica na igreja como representação simbólica do
período vetero-testamentário nada tem de mais, no entanto, colocar isso
como obediência de mandamento é certamente abandonar a graça de Deus e
voltar a Lei.
Já há gente se vestindo de pano de saco e banhando-se de cinzas para
mostrar arrependimento. Em certos ambientes, para se aproximar do
púlpito é preciso que os crentes tirem os calçados, pois estariam
pisando em "lugar santo". Com isso, a obra de Cristo estará sendo
colocada em segundo plano, como algo incompleto e insuficiente, como
fica claro em Gálatas 5.4-6
"De
Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da
graça decaístes. Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da
justiça que provém da fé. Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão,
nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor".
Além de tudo isso, é bom que citemos as palavras de Paulo:
"..não
estais debaixo da lei mas debaixo da graça." (Rm.6.14).
O Pastor Isaltino Gomes Coelho Filho escreveu o seguinte sobre a
rejudaização da Igreja:
A rejudaização do evangelho tem um lado comercial e outro teológico. O comercial se vê nas propagandas para visita à "Terra Santa". O judaísmo girava ao redor de três grandes verdades: um povo, uma terra e um Deus. No cristianismo há um povo, mas não mais como etnia. A Igreja é o novo povo de Deus, herdeira e sucessora de Israel, composta de "homens de toda tribo, e língua e povo e nação" (Ap 5.9). Há também um Deus, que se revelou em Jesus Cristo, sua palavra final (Hb 1.1-2). Mas não há uma terra santa. No cristianismo não há lugares e objetos santos. O prédio onde a Igreja se reúne e que alguns chamam, na linguagem do Antigo Testamento, de "santuário", não é santuário nem morada de Deus. É salão de cultos. O Eterno não mora em prédios, mas em pessoas. Elas são o santuário (At 17.24, 1Co 3.16, 6.19 e Hb 3.6). Deus não está mais perto de alguém em Jerusalém que na floresta amazônica, nos condomínios, favelas e cortiços das grandes cidades. No cristianismo, santo não é o lugar. São as pessoas. Não é o chão. É o crente. E Deus pode ser encontrado em qualquer lugar. Não temos terra santa, e sim gente santa.
A propaganda gera uma teologia defeituosa. Pessoas vão à Israel para se batizar nas águas onde Jesus se batizou. Ora, o batismo é único, singular e sem repetição. Ele segue a conversão e mostra o engajamento da pessoa no propósito eterno de Deus. Uma pessoa que foi batizada, após conversão e profissão de fé, numa igreja bíblica, não se batiza no rio Jordão. Apenas toma um banho. E, sem o sentido filosófico do ser e do vir a ser de Heráclito, aquele não é o Jordão onde Jesus foi batizado porque as águas são outras. As moléculas de hidrogênio e oxigênio que compunham aquele Jordão podem estar hoje em alguma nuvem. Ou na bacia amazônica. Ou no mar. Até no Tietê. É mero sentimentalismo e não identificação com Jesus. É lamentável que pastores conservadores em teologia "batizem" crentes já batizados no Jordão. Isto é vulgarizar o batismo, tirando seu valor teológico.
Não sou contra turismo. Faça-o quem puder e regozije-se com a oportunidade. Sou contra o entortamento da teologia como apelo turístico. Temos visto pastores com sal do mar Morto, azeite do monte das Oliveiras (há alguma usina de beneficiamento de azeitonas lá?) e até crucifixos feitos da cruz de Jesus (pastores evangélicos, sim!). Há um fetichismo com terra santa, areia santa, água santa, sal santo, folha de oliveira santa, etc. No cristianismo as pessoas são santas, mas as coisas não. A rejudaização caminha paralelamente com a superstição e feitiçaria. É parente da paganização. Não estou tecendo uma colcha de retalhos. Tudo isto é produto de uma hermenêutica defeituosa, que não compreende as distinções entre os dois Testamentos, os critérios diferentes para interpretá-los, a pompa e liturgia do judaísmo em contraposição à desburocratização do cristianismo e que a palavra final de Deus foi dada em Jesus Cristo. É o NT que interpreta o AT e não o AT que interpreta o NT.
Um outro fator abordado pelo pastor Isaltino é a tal "restauração do
sacerdócio". O pastor visto como um intermediário da relação do homem
com Deus. Sabemos que no NT o sacerdócio universal do crente fica claro,
nem um filho de Deus precisa de sacerdotes humanos para ter acesso ao
Pai. Temos a Cristo como o nosso Mediador:
Entretanto, a incidência do uso do termo "leigo" para os não consagrados
aos ministérios é reveladora. Todos nós somos ministros, pois todos
somos servos. E todos somos leigos, porque todos somos povo (é este o
sentido da palavra "leigo", alguém do povo). Não temos clero nem
laicato. Somos todos ministros e somos todos povo. Mas cada vez mais as
bases ministeriais são buscadas no Antigo Testamento e não no Novo.
Usamos os termos do Novo com a conotação do Antigo. O pastor do NT passa
a ter a conotação do sacerdote do AT. É o "ungido", detentor de uma
relação especial com Deus que os outros não têm. Só ele pode realizar
certos atos litúrgicos, como o sacerdote do AT. Por exemplo, batismo e
ceia só podem ser celebrados por ele. Assumimos isto como postura, mas
não é uma exigência bíblica. Na batalha espiritual isto é mais forte. Os
pastores tornam a igreja dependente deles. Só eles têm a oração
poderosa, a corrente de libertação só pode ser feita por eles e na
igreja, só eles quebram as maldições, etc.
O sentido teológico do sacerdote hebreu parece permear fortemente o
sentido teológico do pastor neotestamentário na visão destas pessoas.
Este conceito convém ao pastor que prefere ser chamado de "líder". Ele
se torna um homem acima dos outros, incontestável, líder que deve ser
acatado. Tem uma autoridade espiritual que os outros não tem. O Antigo
Testamento elitiza a liderança. O Novo Testamento democratiza. Para os
líderes destes movimentos, o Novo Testamento, a mensagem da graça e a
eclesiologia despida de objetos, palavras e gestual sagrados não são
interessantes. Assim, eles se refugiam no AT. Por isso há igrejas
evangélicas com castiçais de sete braços e estrelas de Davi no lugar da
cruz, bandeira de Israel, guardando festas judaicas, e até incensários
em seus salões de cultos. Há evangélicos que parecem frustrados por não
serem judeus. A liturgia pomposa do judaísmo é mais atraente e permite
mais manobra ao líder que se põe acima dos outros. Concluindo, a atração
pelo poder é maior do que o desejo de servir.
A perniciosidade da influência judaica na Galácia estava no fato de
atentar contra a essência do evangelho. Os judeus queriam acrescentar a
circuncisão como condição para a salvação. Se assim fosse, o
cristianismo seria apenas mais uma seita do judaísmo. Então, Paulo vem
reforçar o ensino de que a salvação ocorre pela fé na suficiência da
obra de Cristo. Para se conhecer a suficiência é preciso que se entenda
o significado. Em sua exposição, Paulo toma Abraão como exemplo, assim
como fez na epístola aos Romanos, afirmando que o patriarca foi
justificado pela fé e não por obediência à lei. Tal exemplo era de
grande peso para o judeu que lesse a epístola. Na seqüência, o apóstolo
expõe diversos aspectos da obra de Cristo e do Espírito Santo na vida do
salvo sem as imposições da lei.
A lei mosaica se concentrava em questões visíveis, embora não fosse
omissa com relação ao espiritual. Os pecados ali proibidos eram,
principalmente, físicos. Assim também, a adoração era bastante prática.
Seus preceitos determinavam o local, a postura, a roupa, o tempo
apropriado, etc. No Novo Testamento, Jesus vem transferir a ênfase para
o espiritual, embora não seja omisso em relação ao físico. Ao falar com
a mulher samaritana, Jesus observa que ela estava muito preocupada com
os aspectos exteriores da adoração a Deus. Isso era característica da
ênfase do Velho Testamento. Jesus lhe disse:
"A
hora vem e agora é em que os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em
espírito e em verdade" (João
4.23).
Vemos nisso a ênfase do Novo Testamento: que é espiritual.
LEI / MOISÉS
Mostra o pecado
Enfatiza a carne
Traz prisão e morte
Infância
Traz maldição
GRAÇA / JESUS / CRUZ
Perdoa o pecado
Enfatiza o espírito
Traz libertação e vida
Maturidade
Leva a maldição
Aponta pra Cristo
Conduz ao Pai
Paulo admoestou os gálatas para que se lembrassem do significado da obra
de Cristo, a qual teve o objetivo de libertá-los. Agora que eram livres,
não deveriam voltar ao domínio da lei.
Voltar à lei é negar a graça e perder os seus efeitos, ele mostra isso
enfaticamente no Capítulo 5. É renunciar aos direitos de filho e voltar
a viver como servo (Sara e Hagar). É renunciar à liberdade cristã, a
qual foi comprada pelo precioso sangue do nosso Senhor. A história de
Israel foi uma seqüência de cativeiros e libertações. Não podemos
permitir que a nossa vida seja assim.
Os judaizantes estavam querendo impor a marca da circuncisão como se
esta fosse um valor cristão. Entretanto, Paulo conduz os gálatas a um
exame mais profundo da questão. O sinal exterior tem valor quando
corresponde à condição interior. Como disse aos Romanos,
"a
circuncisão é proveitosa se tu guardares a lei" (Rm
2.25).
Então, o que seria evidência fiel do interior humano? As obras da
carne e o fruto do espírito. São marcas do caráter e se revelam nas
ações. Estas são as marcas mais importantes na vida de um ser humano.
Entretanto, se os judaizantes faziam mesmo questão de marcas físicas,
Paulo possuía as "marcas
de Jesus", sinais de todo o seu sofrimento pela causa do
Evangelho
"Quanto ao mais, ninguém me
moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus" (Gálatas
6.17).
O mesmo Paulo, escrevendo aos irmãos em Colossenses 2:16-17, diz:
"Ninguém,
pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua
nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam
de vir; porém o corpo é de Cristo".
Cristo é a Luz do mundo, quem está em Cristo não anda em trevas. Por que
então voltarmos às sombras? É isso que Paulo deixou claro. Portanto,
fica evidente o quanto é descabida a idéia de introduzir costumes dos
judeus nas atividades cristãs como cumprimento de mandamento, promessas
de nova unção e coisas desse tipo.
Deus estabeleceu uma Nova Aliança em Cristo, pois na primeira os homens
se apegaram muito mais aos rituais e aos símbolos do que ao significado
dos mesmos. Passaram a viver uma religiosidade vazia e já no período do
Antigo Testamento, o Senhor mostrava a sua tristeza com relação a isso:
Isaías 1:13-14
“13 Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim
abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembleias; não
posso suportar iniqüidade, nem mesmo a reunião solene. 14 As vossas luas novas,
e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou
cansado de as sofrer.” (Is 1:13-14 ACF)
Usam mal Mateus 5:17, em que Jesus diz:
"Não
penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim
para cumprir".
A palavra cumprir utilizada aqui vem do grego plérõsai,
que significa "encher", "completar". Jesus não veio revogar ou destruir
nenhuma palavra que Deus ensinara aos fiéis do passado no AT. Veio
cumprir plenamente o propósito de Deus revelado no AT dando à Lei e aos
Profetas aquilo que faltava: o Espírito Santo para interpretá-lo e o
poder para pô-lo em prática, pela sua obra salvadora.
Cristo representa o fim do legalismo de se tentar cumprir a Lei, como
está escrito em Romanos 10:3-4
"Porquanto,
desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria,
não se sujeitaram à que vem de Deus. Porque o fim da lei é Cristo, para
justiça de todo aquele que crê".
Cristo tirou o véu que encobria a Antiga Aliança. Ele revelou o
"espírito" da Lei tornando-se carne. Cumpriu fielmente todas as
ordenanças impostas pela Lei, dando a verdadeira interpretação a elas.
Ainda que Lei ordenasse o apedrejamento de adúlteras, Cristo perdoou uma
mulher apanhada em adultério. Ainda que a Lei designasse o afastamento
dos considerados "puros' dos leprosos, Cristo se aproximada deles, os
tocava e os curava".
Cristo trouxe luz sobre o que eram sombras. Por que, então, voltar à
escuridão do legalismo judaico?
Paulo resume esse comportamento da seguinte forma:
"Mas
os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a
leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo
revelado que, em Cristo, é removido". (2
Coríntios 3:14 ).
Com auxílio de
textos do Pastor Isaltino Gomes Coelho Filho, Anísio Renato de Andrade,
Natanael Rinaldi e site dos judeus messiânicos.
Autor:
Clériston Andrade
- Juazeiro-Ba
Fonte original:
http://www.cacp.org.br
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.