A natureza exata desse conhecimento secreto é indicada pela referência á
Babilônia. Nos tempos do Antigo Testamento, a Babilônia era o inimigo constante
de Deus e de seu povo, tanto espiritual como politicamente, A cidade encarnava
a constante pressão da falsa religião sobre os propósitos salvíficos de Deus.
No cap. 47 do livro de Isaías vemos como Deus condena a Babilônia, por causa da
sua corrupção espiritual e de suas experiências religiosas pervertidas,
resultantes da sua podridão.
Aqui o contexto possui uma importância especial. Vendo os caps. 40-46, estes
conduzem propositalmente, em forma de contraste, ao desmascaramento dos ensinos
falsos de Babilônia, que segue. Todo esse trecho deve ser entendido como uma
revelação de Deus por meio do seu profeta. A nota principal desta graciosa auto-revelação
de Deus é a afirmação “Eu Sou”. A afirmação central de Deus: “Eu Sou o Senhor”
aparece 21 vezes.
O auge dessa auto-descrição de Deus é atingido em Isaías 45.18-19:”Eu sou o
Senhor e não há outro....não disse á descendência de Jacó: Buscai-me em vão
(literalmente “ no caos”, isto é, naquilo que não possui forma e, neste
sentido, no vazio); eu, o Senhor, falo a verdade, e proclamo o que é direito”.
Do alto dessa clara afirmação divina segue-se como que uma queda violenta par o
vale do cap.47. Aqui, Deus submete a seu julgamento as realidades espirituais
escondidas por trás das fachadas de religião de Babilônia. Ele desmascara a
trapaça vergonhosa de sua “sabedoria” com as seguintes palavras: “Ouve isto,
pois, tu que és dada a prazeres, que habitas segura, que dizes contigo mesma:
Eu só, e além de mim não há outra.....Mas ambas estas coisas virão sobre ti num
momento, no mesmo dia, perda de filhos e viuvez; virão em cheio sobre ti,
apesar da multidão das tuas feitiçarias, e da abundância dos teus muitos
encantamentos. Porque confiaste na tua maldade e disseste: Não há quem me veja.
A tua sabedoria e a tua ciência, isso te fez desviar,e disseste contigo
mesma:Eu só, e além de mim não há outra”(vv 8-10) O significado destas palavras
não poderia ser mais claro. A Babilônia foi condenada porque sua religião se
baseava numa não permitida pretensão á divindade, uma idólatra igualdade entre
o ser humano e Deus.
Não devemos erroneamente deduzir que esta condenação impiedosa dirige-se
somente contra a autoglorificação do ego humano limitado, contra a consciência
própria ou contra o eu individual com sua história única e própria. Uma ousadia
bem mais radical está vista aqui. A história secular atesta que a
característica principal do povo da Babilônia era sua visão cósmica da natureza
humana. Historicamente, toda a cultura dos caldeus, incluindo a Babilônia,
estava profundamente arraigada na ciência esotérica da astrologia. Cada aspecto
daquela antiga civilização, assim como o governo como o rito, estava carregado
com o poder de seu ensino oculto sobre a simbologia dos signos e a sabedoria
secreta de seus sacerdotes.
A construção religiosa mais importante da Babilônia era o zigurate. Ele não era
apenas um observatório astrológico, mas era também um templo astral que
representava a estrutura da realidade de forma simbólica. Como a “montanha
cósmica”, o zigurate deveria ligar o céu á terra. Ele era visto como imagem
completa da totalidade do universo. No ato ritual da subida ao altar astral, os
sacerdotes representavam a passagem por todos os estágios do conhecimento de
Deus, demonstrando assim o significado interior do fato de que o homem é um com
o cosmo. O monarca da Babilônia representava o ponto central do poder oculto,
canalizado através das atividades dos sacerdotes. Ele era visto como um ser
divino, um deus-homem.Ele encarnava a ordem cósmica em sua própria pessoa e era
também encarregado de mantê-la em favor daqueles sobre os quais reinava. A
função real característica do monarca era a de integrar, em seu próprio ser,as
forças que controlam o universo e coordená-las com a vida da sociedade,
mantendo a harmonia deste relacionamento.
O núcleo esotérico da gnosis babilônica parece ser idêntico em muitos aspectos
aos misticismos orientais e ocultos que, nos últimos anos, têm florecido em
nosso meio. E uma vez que esta herança religiosa essencialmente gnóstica se
torna cada vez mais secularizada em nossa sociedade, torna-se também mais
aceitável e sempre mais acessível. Estamos vivendo hoje uma desmistificação da
magia. Nosso tempo foi escolhido como aquele em que seria aberto o selo secreto
e em que o “Mistério Babilônia” se apresenta publicamente.
Como estes conhecimentos devem ser julgados á luz da Bíblia? Como primeiro
ponto, deve ser dito: no momento do mais alto êxtase realizador, o iniciado não
encontra Deus de forma alguma. O que acontece é que o indivíduo, naquele
momento, afirma ao máximo o mistério de seu próprio ser. A única coisa que
finalmente aparece nesta falsa imagem da nossa existência humana é a
autoconsciência do homem que em solidão soberana, flutua sobre um vazio, de
existência sem sentido.
A iluminação oculta é exatamente o contrário da orientação dada por aquela
realidade que tem Deus como centro, pois centraliza radicalmente o homem e
transforma-se assim na expressão completa da grande mentira original. Isto
procede, por necessidade lógica, de suas próprias pressuposições, segundo as
quais Deus é posto de lado e, por um processo de falseamento, o ser humano é
exaltado.
A Bíblia mostra-nos com clareza como nisso tudo realmente existem conhecimento,
sabedoria e força. Mas estes não vêem de Deus.E também não levam a Deus. Eles têm
o seu centro “na enganadora experiência do chamado interior divino; mas não são
de natureza divina. Ao contrário, conduzem aos limites extremos da falsidade,
da rebelião e da soberba espiritual, como é demonstrado em Ezequiel 28.2 com as
seguintes palavras: “Visto que se eleva o teu coração e dizes: Eu sou Deus,
sobre a cadeira de Deus me assento....e não passas de homem e não és Deus....”
Através desta distorção da criação de Deus, tal sabedoria reivindica ser algo
que, aliás, nem sequer pode existir; e afirma realizar algo que simplesmente
não pode ser feito. Esse tipo de procedimento acaba envenenando o espírito
humano, não importa sua forma ou modo com que seja apresentado ou se apresente.
Esta sabedoria forma a base do “samadhi” do hinduísmo clássico. Ela está por
trás da “consciência crística” de inúmeros cultos religiosos e forma o “it” do
qual se fala no “movimento est” da parapsicologia. Ela á “pedra angular” do
Mistério Babilônia” e a base experiencial da futura religião mundial.
O “Mistério Babilônia”, portanto, é mais do que apenas uma experiência ou
idéia. Em primeiro lugar, é um sistema religioso,um sistema que goza de ampla
aceitação, enganando e controlando seus seguidores. Deus chama sem meias
palavras, esta sedutora religiosa de prostituta e explica que seu fim
corresponderá á sua essência. Em Apocalipse 18.8 lemos: “Por isso em um só dia
sobrevirão seus flagelos, morte, pranto e fome, e será consumida no fogo,
porque poderoso é o Senhor que a Julgou”
Mas para todos,que, em vez disso, decidiram pela fé na morte sacrificial de
Cristo, colocar-se ao lado de Deus, ele preparou coisa melhor! Sobre isso lemos
em Apocalipse 19-22. Para aqueles que querem reconhecê-lo,- e aos que já o
conhecem- sua advertência é clara. Ela diz o seguinte: “retirai-vos dela povo
meu, para não serdes cúmplices em seus pecados, e para não participardes dos
seus flagelos”(Ap 18.4)!
Livro New Age- A Nova Era Á Luz do Evangelho
Gerhard Sautter
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
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