Gary E. Gilley
O foco dos movimentos pentecostal e carismático tem sido sempre
colocado nas experiências compartilhadas e não na teologia [bíblica]. Isto é
especialmente verdadeiro quando se refere aos adeptos do movimento
carismático, o qual é encontrado em todas as denominações. Desse modo,
existem os católicos carismáticos, os quais acreditam nos sacramentos como
meios de salvação; os luteranos carismáticos, que acreditam na redenção através
do batismo infantil; os batistas carismáticos, os quais acreditam que somos
salvos exclusivamente pela fé [em Cristo]. Embora estes três tipos de
carismáticos possam variar amplamente em suas visões sobre os fundamentos da
fé, eles têm em comum uma experiência - a de falar em línguas. Conquanto
todos os carismáticos não falem em línguas, todos aceitam a validade do falar
em línguas. Esta experiência, que não tem respaldo doutrinário, pode ser
expressa nas declarações seguintes:
1. - O batismo no Espírito Santo é a
segunda obra da graça, a qual confere poder à vida do crente.
2. - A evidência do batismo no Espírito
Santo é o falar em línguas.
>>>>A conclusão lógica dessas
declarações é que a pessoa que não for batizada no Espírito Santo é um cristão
de "segunda classe", o qual não está experimentando o poder de Deus
em sua vida. Se os carismáticos estiverem certos, um importante ingrediente
espiritual está faltando na vida da maioria dos crentes. Se eles estiverem
errados, terão exaltado, na melhor das hipóteses, uma doutrina questionável
e, na pior, uma prática fraudulenta da vida cristã. Se o batismo no
Espírito Santo é, de fato, uma experiência subseqüente, com a evidência do
falar em línguas, então todos os cristãos deveriam buscar esse batismo. Se não
é, então essa teologia deveria ser exposta e denunciada. Não é possível que se
admitam os dois casos.
O único fundamento bíblico para
a posição teológica dos carismáticos é encontrado no Livro de Atos. São quatro
as passagens críticas:
Atos 2:1-8 - No Dia do Pentecoste, quando as línguas foram
faladas pela primeira vez.
Atos 8:14-18 - Em Samaria, onde os novos crentes não receberam o
Espírito Santo, até a vinda dos apóstolos, mesmo não havendo aí qualquer
registro de línguas sendo faladas.
Atos 10:44-48 - Na casa de Cornélio, quando os gentios receberam o
Espírito Santo.
Atos 19:1-7 - Quando os discípulos de João [Batista] receberam o
Espírito Santo e falaram em línguas.
Um cuidadoso estudo das
passagens acima, e de outras passagens bíblicas, vai revelar ser extremamente
difícil embasar essa doutrina no Livro de Atos. Este é um Livro de história,
traçando a natureza transacional da igreja primitiva. Observem a natureza
transacional e a diversidade do recebimento do Espírito Santo xxx nessas quatro
passagens. Por exemplo, não existe o falar em línguas em Atos 8; nenhum vento
ou fogo em Atos 2; alguns que já eram salvos {*} receberam o Espírito Santo,
junto com os novos convertidos, etc. Contudo, agora, conforme Romanos 8:9 e 1
Coríntios 12:13, o Espírito santo é recebido na hora da conversão a Cristo. {* Hélio e solascriptura-tt não pensam que os de Atos 8:17
eram salvos da dispensação das igrejas, até crerem na mensagem de Pedro e João}
Deveríamos observar também que a
maioria dos convertidos, até mesmo no Livro de Atos, não falou em línguas:
3.000 no Dia de Pentecoste (Atos 2:41); 5.000 homens (Atos 4:4); o eunuco (Atos
8:35-38); Saulo (Atos 9:3-18); Sérgio Paulo (Atos 13:7-12); em Antioquia (Atos
13:43); Lídia (Atos 16:14-15); o carcereiro de Filipos (Atos 16:27-34); em
Beréia e Tessalônica (Atos 17:4,12); em Atenas (Atos 17:34); Crispo (Atos 18:8)
e em Éfeso (Atos 19:18).
As epístolas ensinam claramente
que o batismo no Espírito Santo acontece no momento da conversão,
conduzindo-nos ao Corpo de Cristo, conforme Romanos 6:3; Gálatas 3:26-27;
Efésios 4:5 (um batismo); Colossenses 2:12; 1 Coríntios 12:13 (bem como os
versos 14-26, os quais registram que nem todos falavam em línguas).
Então, como os carismáticos
tratam com o ensino apostólico de que o batismo no Espírito Santo conduz-nos ao
Corpo de Cristo e não vem acompanhado do falar em línguas? Eles fazem isso,
ensinando que existem dois batismos no Espírito Santo xxx no Novo Testamento.
Esta visão sustenta que o primeiro batismo, chamado batismo de arrependimento,
acontece com todos os crentes e os conduz ao Corpo de Cristo. O segundo seria o
batismo com o Espírito Santo, ou concessão de poder, o qual seria comprovado
pelo falar em línguas. O primeiro batismo é "pelo" e o segundo,
"com" o Espírito Santo (segundo eles).
A posição carismática é a de
que, quando Paulo se refere às línguas, na 1 Coríntios 12:14, ele estava
falando para os crentes que já haviam recebido o primeiro batismo (pelo
Espírito) e já pertenciam ao Corpo de Cristo. Como parte do Corpo de Cristo,
alguns haviam recebido o dom de falar em línguas - embora não todos. Isso
deixaria claro que nem todo crente receberá o dom de falar em línguas. Por
outro lado, quando um cristão recebeu o segundo batismo (com o Espírito
Santo), a evidência seria o falar em línguas como um sinal dessa experiência.
Desse modo, conforme essa visão, alguns cristãos têm o dom do falar em línguas,
mas todos os cristãos que receberam o segundo batismo vão evidenciar esse fato
com, pelo menos, uma experiência inicial de falar em línguas.
É fácil constatar como uma
compreensão falha do Livro de Atos consegue torcer o claro ensino das
epístolas. Até mesmo o Livro de Atos refuta essa visão de um "batismo
duplo", quando em 11:17 é declarado que as experiências dos capítulos 2 e 10
eram sinais, como dons. As línguas, na igreja primitiva eram
"sinais-dons" (Ver abaixo uma discussão sobre sinais-dons).
Além disso, uma oposição a essa posição
carismática é encontrada em Efésios 4:5, onde lemos que existe "um só
batismo". Essa discussão entre "pelo" e "com" (o
Espírito Santo) não tem qualquer respaldo bíblico. A mesma preposição grega
"en" é usada tanto na 1 Coríntios 12:13 como em Atos 1:5. Na 1
Coríntios 12:7-13, somos informados que Deus outorga os dons conforme Ele
quer. Ele diz que não temos todos os mesmos dons (Ler 12:4; 7-11, 14 e 28-31).
Em todo o Novo Testamento, somente a 1 Coríntios 12:13 explica o batismo no
Espírito Santo, que é conduzir os crentes ao Corpo de Cristo (a igreja).
Afirmar que o seu propósito é dar-nos o poder de Deus, o qual é evidenciado
pelo falar em línguas, não tem qualquer respaldo bíblico.
O Novo Testamento ensina claramente que essas línguas
eram de fato línguas estrangeiras e não blá-blá-blás indiscerníveis. Atos 2:4-8
é a exclusiva passagem que lança luz sobre a natureza dessas línguas. Naquele
evento, os que ouviram as línguas faladas pelos apóstolos puderam xxx entender,
em suas próprias línguas, o que os apóstolos diziam, pois estes falavam em
línguas conhecidas, compreensíveis aos seus ouvintes.
Por que Deus usou as línguas na
igreja primitiva? Muito se tem debatido sobre este assunto. As principais
teorias são apresentadas nos poucos parágrafos seguintes, com um breve
comentário seguindo a teoria:
Primeira Teoria: Edificação da Igreja
A idéia é que o dom de línguas era e é
dado para a edificação dos outros crentes. Contudo, as línguas foram
improdutivas para tal propósito.
Segunda Teoria: Evangelização
No Pentecoste, foi a mensagem
evangelística de Pedro - não as línguas - que levou as pessoas a Cristo. Com
Cornélio (Atos 10), foram os novos cristãos que falaram em línguas e não as
pessoas não salvas que ali estavam. Em Éfeso, não há indicação de que os não
salvos estivessem presentes, quando as línguas foram faladas (Atos 19:6). As
línguas em Corinto de fato não eram evangelísticas, tanto que Paulo observou
que os não crentes, quando os observassem, ficariam mais provavelmente
escandalizados, exatamente como no Pentecoste (1 Coríntios 14:23 e Atos 2:13).
Terceira Teoria: Prova do batismo no
Espírito
No Novo Testamento, são
apresentados muitos crentes como sendo cheios do Espírito Santo, sem menção
alguma do falar em línguas. O batismo espiritual sempre se refere ao nosso
batismo em Cristo. A diferença entre o batismo e ser cheio do Espírito é
encontrado em Efésios 5:18. Paulo nos comanda a enchermo-nos do Espírito [e não
de vinho]; portanto, ele [o ser cheio do Espírito] não é universal entre
os crentes, como é o batismo em Cristo.
Quarta Teoria - Devocional
Paulo diz que preferia orar e
cantar com o Espírito e a mente do que somente com o Espírito (1 Coríntios
14:14-15). O propósito das línguas é um sinal (Marcos 16:17), não o crescimento
espiritual.
Quinta Teoria - Condenação
Conforme a 1 Coríntios 14:21, a
qual cita Isaías 28:11-12, as línguas era um sinal à nação de Israel de que
Deus estava trazendo julgamento sobre a mesma pela sua pecaminosa rejeição a
Cristo.
Sexta Teoria - Autenticação Apostólica
Tendo em vista que para
testemunhar de Jesus, as línguas eram um sinal, isso prevaleceu somente
enquanto elas eram um sinal (Marcos 16:17). Na 2 Coríntios 12:11-13, Paulo
apela aos sinais e maravilhas como prova do seu ofício apostólico. Se é isso
que elas eram, então era esse o seu propósito. Nenhuma manifestação especial da
presença do Espírito (nenhum sinal) jamais acontecia, exceto na presença dos
apóstolos ou daqueles que haviam sido diretamente ministrados por eles.
Uma combinação das duas últimas
teorias [condenação de Israel e autenticação apostólica] parece mostrar a
verdade. As línguas, como um dom de sinal, apontam para duas coisas: o
julgamento de Israel e, em sentido secundário, para a autoridade apostólica.
Apoio à teoria da autenticação
apostólica
Existem cinco fatos que
demonstram o caráter especial do ofício apostólico:
1. - A igreja foi fundada sobre os
apóstolos (Efésios 2:20).
2. - Eles foram testemunhas oculares da
Ressurreição de Cristo (Atos 1:22 e 1 Coríntios 15:7-9).
3. - Eles eram agentes especialmente
autorizados por Cristo (Lucas 6:13).
4. - Sua nomeação fora autenticada por
sinais e a ausência de milagres invalidaria a afirmação de quem garantia ser um
apóstolo. (2 Coríntios 12:12; Atos 5:11-13).
5. - A confirmação de sua autoridade
apostólica (2 Pedro 3:2,15-16; 1 Coríntios 4:12; 2 Tessalonicenses 3:6,14).
As línguas como um sinal
Marcos 16:17-20 - Os sinais deveriam ser manifestados pelos apóstolos e
pelos que haviam sido por eles ministrados. No verso 20, Marcos já (pelo ano 68
d.C.) considerava estes sinais ultrapassados.
Atos 2:14-21; 4:3 - Somente os apóstolos falavam em línguas ou operavam
sinais nessas ocasiões.
Atos 8:13 - Filipe não era um apóstolo, mas havia recebido a
imposição de mãos dos apóstolos (Atos 6:6). Contudo, os seus convertidos não
operavam tais sinais ou maravilhas. Somente quando os apóstolos chegaram de
Jerusalém e impuseram as mãos sobre os convertidos de Filipe é que houve neles
algumas manifestações especiais da presença do Espírito (Atos 8:15-17).
Obs.- Atos registra novos grupos (judeus,
samaritanos, gentios e crentes do Velho Testamento) no ato inicial de receber o
Espírito Santo, o qual seria mais tarde a marca de todos os cristãos (Romanos
8:9).
Atos 10 - Deus empregou uma série de visões sobrenaturais, a
fim de convencer Pedro a ir à casa de Cornélio, para ali apresentar o
evangelho.
Atos 19 - O verso 2 seria melhor traduzido assim: "Recebestes
o Espírito Santo, quando crestes?" Esses homens ainda não eram
convertidos… Em Atos 19:6, as línguas vieram para autenticar o apostolado de
Paulo.
2 Coríntios 12:12 - Alguns em Corinto que haviam se convertido através da
pregação de Paulo receberam o dom de línguas, a fim de garantir a validade do
seu apostolado.
Todos os sinais foram temporários
Jesus havia falado antecipadamente dos sinais somente
em associação com o ministério apostólico. Marcos já os considerava como
ultrapassados (em 68 d.C.). O Livro de Hebreus (em 2:3-4), o qual foi escrito
por esse tempo, também já considerava os sinais ultrapassados. Os últimos
milagres registrados no Novo Testamento aconteceram por volta de 58 d.C. (Atos
28:3-9). No ano 60 d.C., Epafrodito adoeceu gravemente e não foi curado
miraculosamente (Filipenses 2:25-30). No ano 62 d.C., Timóteo estava sofrendo de
um problema estomacal, para o qual não houve qualquer cura miraculosa (1
Timóteo 5:23). No ano 64 d.C, um dos associados de Paulo (Trófimo) ficou
gravemente enfermo e Paulo teve de deixá-lo em Mileto, sem cura, conforme a 2
Timóteo 4:20; isso tendo em vista que Paulo havia sido um instrumento até mesmo
no sentido de ressuscitar os mortos [como no caso de Êutico, Atos 20:9].
Alguns dons eram temporais
Todos os sinais podem ser
considerados como dons espirituais, mas nem todos os dons espirituais eram
sinais. Os dons de milagres, curas e línguas eram dons de sinais. Todos estes
foram temporários (Comparar Atos 11:17 com Marcos 16). Quanto aos milagres de
Jesus, estes serviram para autenticar a posição e autoridade dos apóstolos.
Apoio à teoria do julgamento de Israel
O argumento é o seguinte: Deus
havia admoestado Israel em várias ocasiões (Isaías 28:11-12; 33:19;
Deuteronômio 28:49-50; Jeremias 5:15) sobre o fato de que, quando Israel fosse
invadido pelos que falassem em línguas, o povo não iria entender que aquele
seria um sinal de que Deus o estaria julgando por causa de sua desobediência.
Quando, no Pentecoste, no início da igreja, as línguas foram faladas diante dos
judeus, este foi o sinal de que o julgamento estava chegando por causa de sua
rejeição ao Messias. Esse julgamento chegou com a destruição de Jerusalém, do
templo e a dispersão dos judeus, no ano 70 d.C. A essa altura, o propósito das
línguas (como um sinal ao desobediente Israel) havia se cumprido e, portanto,
as línguas cessaram. Este fora, portanto, o objetivo do falar em línguas. [N.T. - Isso
poderia significar aos carismáticos faladores de línguas da atualidade
que aí vem um castigo tenebroso sobre os gentios, em vez do seu proclamado
reavivamento e, conseqüente, estabelecimento do Reino Agora. Não seria,
portanto, aconselhável viver piedosamente, em vez de festejar o tempo inteiro
dentro de suas igrejas?).
1 Coríntios 13:8-10 – "O amor
nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas,
cessarão; havendo ciência, desaparecerá. Porque, em parte, conhecemos, e em
parte profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte
será aniquilado."
Esta passagem foi escrita pelo ano 55 d.C
e declara, meridianamente, que as línguas iriam desaparecer. Então, o que
significa a frase "quando vier o que é perfeito?"
A resposta a essa pergunta sempre tem
sido vista como dependendo da significação da palavra "perfeito", no
texto.
Temos três visões sobre este assunto:
1. - O Arrebatamento (Esta é uma visão muito apoiada pelos faladores
de línguas pré-tribulacionistas). Contudo, o termo "o que é
perfeito" não pode relacionar-se ao Senhor, por causa dos artigos
neutros [no Grego]. Por isso, a frase poderia ser traduzida como "quando
vier a coisa perfeita". Essa visão entra ainda em conflito com outra
Escritura, a qual declara que haverá profecia após o Arrebatamento, durante a
Grande Tribulação (com as duas testemunhas de Apocalipse 11:11-13) e durante o
Milênio (Joel 2:28).
2. - O Cânon - Nem mesmo o Novo Testamento nos permite conhecer
completamente (verso 12), havendo ainda muitas coisas por nós desconhecidas.
3. - O Estado Eterno - Este será quando veremos face a face, sendo a
melhor compreensão sobre "o que é perfeito". Esta passagem
está ensinando que tanto a profecia como o conhecimento sobrenatural vão cessar
para sempre, no momento em que Deus deslanchar o estado eterno. Mas,
observemos cuidadosamente que as línguas não são mencionadas entre os dons
considerados inoperantes para a chegada do que é perfeito. Portanto, as
línguas cessarão antes desse evento. Com a profecia e o conhecimento, o verbo é
"cessarão", significando "postos de lado" ou "tornados
inoperantes". Com as línguas, um verbo diferente é usado, significando
"parar" ou "desaparecer". Isso dá a idéia de uma cessação
natural.
Também, é importante observar
que a voz (verbal) muda: "desaparecerão" vem na voz passiva,
significando que estas serão forçadas a parar por um agente eterno (isto é, o
que é perfeito). Contudo, "cessarão" vem na voz média, o que
permite a possibilidade de que estes vão cessar por si mesmos, ou seja,
naturalmente, quando o seu propósito foi cumprido.
A 1 Coríntios 13:8-10 não oferece uma evidência definitiva de que as
línguas tenham cessado e já não sejam operantes hoje em dia; contudo,
permite-nos uma forte visão desse tipo. Paulo declara que as línguas cessarão,
quando o seu propósito for cumprido. Se, conforme acima demonstrado, o
propósito das línguas era autenticar os apóstolos e sua mensagem, e servir de
sinal a Israel sobre o seu julgamento por ter esta nação rejeitado o Messias,
então elas cumpriram o seu propósito. Em outras palavras, visto como não
existem mais apóstolos para serem autenticados e que Israel já foi julgado (ano
70 d.C.), as línguas já não têm qualquer propósito na atualidade. A cessação
das línguas deveria, portanto, ser aceita, com o desaparecimento dos apóstolos
e o julgamento de Israel. Tanto os testemunhos da Escritura como os da história
da igreja autenticam este fato. Não há registro algum de alguém falando em
línguas, no Novo Testamento, após o ano 70 d.C.
Evidência da História da Igreja - A história da igreja não comprova qualquer item
doutrinário. Contudo, neste caso, ela prova o que deveríamos esperar de um
estudo do Novo Testamento: que as línguas, tendo cumprido o seu propósito,
deixaram de existir após o ano 70 d.C. e não são encontradas na história da
igreja .
Os Pais Apostólicos - É significativo que o dom de línguas seja raramente
mencionado em relação a, ou sequer encontrado (entre), os Pais Apostólicos.
Esses Pais escreveram em defesa do Cristianismo, a fim de corrigir os cristãos,
explicar as doutrinas, etc., após a morte dos apóstolos. Contudo, eles não
mencionam favoravelmente as línguas e, na maioria das vezes, até as ignoram.
Vejamos alguns exemplos:
Justino Mártir - (100-165 d.C.) - escreveu sobre os dons espirituais,
porém não mencionou as línguas. Ele jamais mencionou qualquer cristão falando
em línguas.
Montano - (126-180) – Falava em línguas. Contudo, ele foi
taxado como sendo possesso de demônios pelos cristãos do seu tempo (referências
na "History of Languages", Think on These Things, vol.
5, item 3).
Irineu - (140-203) – Dizem que ele havia ouvido falar de
alguns que falavam em línguas. Contudo, ele fora influenciado pelos montanistas
e ele mesmo não falava em línguas, nem aparentemente havia testemunhado alguém
que o fizesse.
Tertuliano - (150-222) - Esteve no Montanismo por algum tempo.
Ele escreveu sobre uma senhora que falava em línguas, a qual era montanista.
Foi esse o último testemunho de alguém falando em línguas, dado por um dos Pais
da Igreja.
Orígenes - (185-253) - Dizem que, nos seus dias, ninguém falava
em línguas.
Crisóstomo - (347-407) - Não faz qualquer menção sobre as línguas
sendo faladas em seu tempo.
Agostinho - (354-430) - Não escreveu sobre as línguas sendo
faladas em seus dias.
Resumo na metade do caminho
Se, conforme foi demonstrado, o dom de línguas cumpriu
o seu propósito, e, portanto, deixou de existir, então, o que está acontecendo
hoje em dia? Ou seja, como explicar o fenômeno atual do falar em línguas, se o
Espírito Santo já não está concedendo esse dom às pessoas? Qual é a origem do
falar em línguas, na igreja moderna?
Certamente existe mais de uma
origem. Essas línguas podem ser demoníacas, conforme pode ser demonstrado no
falar em línguas nas religiões pagãs. As línguas podem ser fingidas para
aprovação dos ouvintes. Além de tudo, quando alguém freqüenta uma igreja que
ensina e fala em línguas, isso se torna (para ele) um sinal de maturidade
espiritual, exercendo uma tremenda pressão sobre os membros da mesma, a fim de
se adaptarem.
Parece que a maior parte do
falar em línguas, na igreja moderna, é feita através do ensinamento. Em outras
palavras, o povo é ensinado, direta ou indiretamente, a falar em línguas.
Vamos dar uma olhada nesta teoria.
Natureza das línguas - Está claro que as línguas faladas no Novo Testamento
eram línguas compreensíveis. Não é esse o caso de hoje. Os lingüistas têm
classificado as línguas modernas como sendo uma forma de êxtase, semelhante ao
que acontece em muitas outras práticas religiosas. Interessante é que os primeiros
pentecostais achavam estar falando em línguas estrangeiras com o objetivo de
propagar o evangelho no campo missionário. Alguns pentecostais antigos até
correram para os países estrangeiros, sem qualquer treinamento nas línguas dos
mesmos, e começaram a pregar ali o evangelho, achando que os seus ouvintes
iriam entender o que eles falavam. Quando, porém, tornou-se óbvio que eles não
eram compreendidos, esses zelosos missionários foram obrigados a regressar às
suas pátrias, a fim de revisarem a sua compreensão deste fenômeno.
(Ver Christian History Magazine, "The
Rise of Pentecostalism", vol. 17, p. 2). [N.T. - os modernos
faladores de línguas aprenderam a usar músicas e danças carnavalescas, as quais
têm servido de coreografia às suas "falações de línguas"].
Ausência de espontaneidade - Ao contrário da espontaneidade e da surpresa na
recepção das línguas no Livro de Atos, os modernos promotores das línguas
apresentam fórmulas e instruções designadas a ensinar as pessoas a falarem em
línguas. Em geral, essas instruções incluem a prescrição de começar a emitir
sons de alguma espécie, tais como a repetição de uma frase [N.T.: influência
hinduísta?].
Os carismáticos apresentam o
falar em línguas como um ato de fé. É algo que você deve começar fazendo e
confiar em que Deus continuará. Larry Christensen, um luterano carismático,
diz:
"Para se falar em
línguas é preciso deixar de orar em Inglês... Permanecer um pouco em silêncio e
decidir não falar sílaba alguma em qualquer língua que se tenha aprendido. Os
pensamentos devem ser focados em Cristo e em seguida deve-se simplesmente
erguer a voz e falar confiantemente, em fé, que o Senhor vai pegar esse som e
encaixá-lo numa língua. Não se consegue pensar em coisa alguma do que se está
falando… No que nos concerne, trata-se apenas de uma série de sons. Os
primeiros sons vão soar estranhos e não naturais aos nossos ouvidos e podem ser
hesitantes e desarticulados (Você já escutou uma criança aprendendo a
falar?)" (Citado por Robert Gromacki em The Modern Tongues Movement).
Harold Bredesen dava instruções aos que
buscavam as línguas, em Yale:
1. - "Pense visual e
concretamente, em vez de abstratamente; por exemplo, experimente visualizar
Jesus em pessoa.
2. - Conscientemente renda
sua voz e órgãos da fala ao Espírito Santo.
3. - Repita certos sons
elementares, tais como "bla-bla-bla" ou algo semelhante.
Bredesen, então, impunha as mãos
sobre cada buscador, orava por ele e, de fato, o buscador começava a falar em
línguas (Citado por Gromacki, p. 42).
>>>>John Kidahl, em seu
interessante livro intitulado The Psychology of Speaking in Tongues,
explica desta maneira:
"Quando eu hipnotizo
alguém, começo a dizer: caia para trás... feche os olhos... relaxe... Respire
profundamente... E escute os sons de sua respiração à medida que relaxa e
sinta-se cansado e sonolento. Um dos exemplos de um líder ensinando alguém a
falar em línguas é: 'O Senhor está em sua presença... Ele está com você
agora... Abra-se para Ele... Permita que todas as suas ansiedades se escoem...
O Senhor deseja dar-lhe o dom do Seu Espírito Santo... Abra a boca e Ele lhe
dará a palavra'. O hipnotizador tem exatamente uma estratégia de duas pontas: a
da privação sensorial e a do desenvolvimento de uma relação cordial; em outras
palavras, uma relação de dependência e confiança" (Gromacki, p. 37).
Desilusão
Christensen cita duas tentações
universais com relação às línguas: uma é a artificialidade - a tentação de
pensar: "já estou conseguindo isso." Ele diz para se repelir
essa tentação com todo o vigor. A segunda tentação é a ineficácia - quando o
entusiasmo pelas línguas diminuiu, uma pessoa começou a negligenciar ou deixa
de usar as línguas. Christensen diz que cada dom de Deus envolve diaconato e,
portanto, deve-se decidir usá-lo pelo resto da vida. Isso, em suma, é dizer que
o "dom" que buscamos e conseguimos por meios artificiais deve ser
continuado a todo custo, mesmo quando o senso comum diga que se trata de uma
absurda zombaria.
Além disso, Kidahl afirma que quando as línguas se
tornam um importante objetivo de vida, existe sempre uma relação com um líder
ou um grupo que conduz a um sentimento de aceitação e entrega. Quando a
confiança é perdida na pessoa da autoridade, então o crente sempre deixará de
falar em línguas. Em seus estudos, Kidhal disse: "Nunca encontrei um
falador de línguas que não estivesse ligado a uma autoridade por ele estimada
em glossolalia. Os que falaram em línguas, mas agora eram indiferentes às
mesmas, segundo esta pesquisa, em cada caso, eles haviam se desligado do líder
do grupo dos faladores de línguas" (The Psychology of Speaking in
Tongues, p. 53).
O Moderno dom da interpretação
Se o falar em línguas já é
problemático, muito mais é a interpretação das línguas. Conquanto as línguas
possam ser fingidas, ou explicadas como sendo línguas celestiais, as
interpretações não são facilmente manejadas. A interpretação de línguas é uma
habilidade sobrenatural de entender e interpretar a mensagem, numa língua
desconhecida ao intérprete, para benefício e edificação do Corpo de Cristo (1
Coríntios 14:5-19). A progressão deveria ser: Deus dá uma mensagem em línguas a
fulano, o qual fala essa mensagem em um culto da igreja, mas não a entende. A
sicrano é dada, então, a habilidade de entender o que fulano disse e relatá-lo
à igreja.
É neste ponto que o moderno dom
de línguas desaba drasticamente. Muitos estudos têm sido feitos, os quais
revelam tudo, menos apoio à posição carismática. O falar em línguas tem sido
registrado e em seguida colocado em "playback" àqueles que afirmam
possuir o dom da interpretação. Em cada experiência desse tipo, cada intérprete
fez uma interpretação diferente do mesmo texto. Em um dos casos, João 3:3 foi
recitado na língua alemã, enquanto o intérprete afirmou que Atos 19:2 havia sido
recitado em Francês. De outra feita, o Salmo 23 foi recitado em Hebraico, mas
sua interpretação nada tinha a ver como Salmo 23. Algumas vezes, a
interpretação contradiz o claro ensino do Senhor. A interpretação tem sido
sempre falha. (Ver Handbook of Tongues, pp. 80, 95).
Em suas pesquisas, Kidahl gravou
em K-7 várias pessoas falando em línguas para os intérpretes:
"Em nenhum dos casos
houve semelhança nas várias interpretações... Quando confrontados com a
disparidade entre as interpretações, os intérpretes disseram que Deus dá a
certa pessoa uma interpretação da linguagem e a outra uma interpretação
diferente" (The Psychology of Speaking in Tongues, p. 73).
Tais estudos colocam profundos
sulcos nas visões mantidas pelos carismáticos e revelam as línguas o que
realmente elas são - o resultado de um aprendizado e não um dom do Espírito
Santo.
Explicações naturais
Kidahl oferece as seguintes prováveis explicações para
o moderno movimento do falar em línguas:
Um automatismo motor -
Algumas línguas são o resultado de uma condição de transe.
Êxtase - Algumas línguas resultam de uma forte e incomum
excitação emocional.
Hipnose - Devido às repetidas sugestões ao que é esperado de
alguém e aos repetidos apelos para que alguém se renda ao "poder", muitos
escritores concluíram que o hipnotismo está freqüentemente envolvido nos casos
das línguas.
Catarse psíquica - Kidahl descobriu que a ansiedade era um
pré-requisito para desenvolver a habilidade de falar em línguas. Além disso,
pessoas com um baixo nível de estabilidade emocional tendem a ser extremistas
em suas afirmações dos benefícios da glossolalia.
Kidahl, na p. 40: As pesquisas comprovam que os glossolalistas são mais
submissos, sugestionáveis e dependentes da presença de figuras da autoridade do
que os não faladores de línguas. Isso é importante porque alguém tem de seguir
as sugestões do líder para ser hipnotizado. As pesquisas comprovam ainda que os
faladores de línguas pensam mais benevolentemente sobre uma figura de
autoridade, após terem começado a falar em línguas.
Kidahl, p. 54 - A hipnose exige que o sujeito seja bastante
confiante para se voltar completamente para alguém, colocando o seu destino nas
mãos deste. Se alguém pode ser hipnotizado, então pode também, sob condições
apropriadas, falar em línguas.
Kidahl, p. 74 - Nossa opinião definitiva
é que os que têm as necessárias características psicológicas podem aprender a
falar em línguas. Isto levanta uma questão: "Se é verdade que se trataria
de um dom do Espírito Santo, por que necessitaria de demonstração e de
aprendizado?" Tenho observado a mesma rotina em toda parte, onde tenho
estado:
Uma reunião devotada à intensa
concentração sobre o falar em línguas, seguida por... 2. - Uma atmosfera
e elevada sujeição às palavras do líder do falador de línguas, após o que... 3.
- o iniciado é capaz de emitir os sons para os quais é instruído. É o mesmo
procedimento que um competente hipnotizador emprega. Cheguei à conclusão de que
o falar em línguas é um fenômeno de aprendizagem.
Por que o atual interesse em línguas.
Em nossa sociedade, parece existir um
aparente desejo de genuína expressão religiosa, em meio às pressões de uma
sociedade secularizada. As pessoas estão suspirando por uma autêntica relação
com Deus, mas não estão interessadas em conhecer Deus de verdade. Se a
maturidade espiritual pode ser alcançada em reuniões carregadas de emoção, nas
quais se recebem experiências sobrenaturais que conduzem à espiritualidade,
para que se dar ao árduo trabalho de estudar e memorizar a Escritura e andar
pelo Espírito? O Movimento Carismático tem oferecido um caminho mais rápido
para a piedade. É raramente reconhecido que esse caminho mais rápido possa
encaminhar as pessoas a um caminho letal, até que os carismáticos abandonem
esse engodo e encarem a desilusão face a face.
Não proibais o falar em línguas (1 Coríntios 14:39)
Os carismáticos costumam jogar
sempre as palavras acima, na cara de quem desaprova suas visões sobre o falar
em línguas. Convém, contudo, lembrar que estas palavras foram escritas no ano
55 d.C. para um grupo de pessoas que haviam recebido este dom do Espírito
Santo, a fim de autenticar o apostolado de Paulo e de admoestar Israel de que o
julgamento estava chegando por causa de sua rejeição ao Messias. O Espírito
Santo ainda não havia cessado de dar esse dom. O propósito do dom continuava em
vigor.
Os efeitos da doutrina carismática
sobre outras áreas da Teologia
A doutrina carismática
enfraquece os ensinos da Escritura e a vida cristã autêntica. Abaixo, vem uma
descrição de como os ensinos carismáticos mancham, em certo grau, cada doutrina
encontrada na Escritura. Vejamos os exemplos seguintes:
A Teologia em geral
Os que ensinam as doutrinas
carismáticas tendem a minimizar a Teologia. John Wimber disse: "Quando
veremos uma geração que não tentará entender o livro Bíblia, mas apenas
acreditar nele?"
A doutrina carismática coloca a
experiência acima da verdade da Escritura. Jack Deere disse: "A idéia
de que uma humanidade decaída pode chegar à pura objetividade bíblica de
determinar suas práticas e crenças é uma ilusão." (Surprised by the Power of the Spirit,
p. 46). A solução para essa falha? Experiência
e profecias modernas!
Tanto a Paul Cain como a
John Wimber é creditada a frase: "Deus vai ferir a sua mente, para
regelar o seu coração". (The Father's Blessing, p. 182) [N. T. - Isso
contraria terminantemente Romanos 12:1-2, adotando uma doutrina católica). Esta é uma referência à visão carismática de que o
Espírito Santo muitas vezes vai querer neutralizar nosso pensamento racional,
incluindo aqui até a compreensão da Escritura, a fim de nos revelar a verdade.
John Arnot ensina: "Não tome o controle, não resista, não analise;
apenas se renda ao Seu amor. Mais tarde, você poderá analisar a experiência;
agora, simplesmente deixe-a acontecer" (The Father's Blessing, p.
127).
Bibliologia
Aqui, temos algumas preocupações:
As doutrinas carismáticas enfraquecem
a autoridade da Escritura - Tomemos,
por exemplo, a citação de um escritor carismático: "Finalmente, esta
doutrina (da suficiência da Escritura) é demoníaca, muito embora os teólogos
cristãos a tenham usado e aperfeiçoado." (Spiritual Warfare, p.
11).
Eles acreditam em revelações
extrabíblicas - "Hoje, após anos
de experiências práticas e de intenso estudo sobre o assunto de Deus falando,
estou convencido de que Deus realmente fala à parte da Bíblia, embora nunca em
contradição com a mesma. E Ele fala a todos os Seus filhos, não só
especialmente ao povo dotado de dom profético. E Ele nos falará a todos com
detalhes graciosos". (Surprised by the Power of the Spirit, Jack
Deere, p. 214).
Este é o erro de todas as
seitas, aqui incluído o Catolicismo Romano. Se Deus ainda continua dando
revelações hoje em dia, como poderemos discernir quando Ele está ou não está
realmente falando? Os carismáticos afirmam que, enquanto as revelações não
contradisserem a Escritura, então podemos ter a certeza de que é Deus quem está
falando? Mesmo assim, isso abre a porta a todo tipo de erro. Por exemplo, as
doutrinas da Igreja Católica Romana do Purgatório e da Mariologia, mesmo
podendo contradizer a Escritura, em sua maior parte, apenas são associadas à
revelação divina. A visão do Mormonismo de que o Livro de Mórmon é a
história do evangelho chegando à América contém o mesmo tipo de erro.
Também é sua crença de que os profetas
de hoje cometem erros - "Qualquer
pessoa que tenha experiência na ajuda aos 'profetas bebês' verificam que eles
têm dificuldade em distinguir as palavras que o Espírito fala daquelas que
provêm dos seus próprios corações ou até mesmo de fontes demoníacas. A
princípio, eles cometem muitos erros" (Some Said It Thundered,
p. 14). "Os profetas são, é claro, seres humanos. Como tais, eles podem
cometer erros e mentir. Eles não precisam deixar de ser profetas por causa de
seus erros e falhas" (Ibid, p. 16).
Conforme pode ser visto por
estas citações, a visão carismática da revelação poderia lançar o crente em um
mar de subjetividade. Deus considerou tão importante a autenticidade de Sua
Palavra que exigiu a morte dos falsos profetas no Velho Testamento que não
falassem a verdade (Deuteronômio 18:20). Como podemos discernir entre um
profeta que fala a verdade e um que está errando? Como podemos saber se um
profeta falou a verdade ou mentiu? Devemos ficar à mercê de novas revelações ou
ainda devemos ir à Escritura para encontrar o "Assim diz o
Senhor"? Conquanto os carismáticos prestem um culto labial à
Escritura, na prática, suas "palavras de conhecimento", revelações
proféticas, e mensagens em línguas reinam supremas. Desse modo, enfraquecer
a Palavra de Deus é talvez o maior erro para o qual os carismáticos têm
empurrado o povo de Deus.
Soteriologia
Visto como os carismáticos são encontrados em todas as
denominações e pano de fundo (?) das igrejas, a tendência é existirem muitas
mensagens evangélicas entre os carismáticos. Até mesmo em denominações como a Vineyard
Church, o evangelho aparece diluído de tal maneira nos "dons e
fenômenos do Espírito" que o seu conteúdo é, no mínimo, emudecido. Por
exemplo, no livro de John Wimber sobre evangelismo - Power Evangelism -
ele nunca discute qual é o tipo de evangelho. Seu livro é devotado ao que
Wimber acredita ser o autêntico método de evangelismo do Novo Testamento, algo
que ele chama "evangelismo de poder." Na mente de Wimber, a
proclamação do evangelho, na qual se mostra a uma pessoa a mensagem da
salvação, a partir da Escritura, simplesmente não funciona. Em sua visão, o
evangelista precisa amenizar a mensagem com alguma operação de milagre, ou uma
"palavra de conhecimento". Isso não apenas faz com que o poder do
evangelho perca a força bíblica, como ainda vai confundir os não salvos. A
ênfase é sobre sinais e maravilhas em vez de ser sobre o Cristo crucificado. A
maioria tem sido conduzida aos shows em vez de ao pé da cruz.
Eclesiologia
Muitos, dentro dos círculos
carismáticos, aderiram a uma forma de Teologia do Domínio
[Dominionismo], a qual confunde a Igreja com Israel, ensinando que devemos
aguardar um reavivamento nos últimos dias, o qual arrastará multidões para o
Reino e transformará a sociedade, antes da volta de Cristo (isto é, Reconstrucionismo).
Além disso, a maioria dos carismáticos é constituída de elevada e não bíblica
tendência ecumenista. Muitos têm advogado ativamente a reunificação com a
Igreja Católica Romana e muitos até mesmo consideram o Papa como sendo um
autêntico cristão. O propósito da igreja é sempre distorcido, à medida que eles
se concentram em apresentar os dons (milagres, línguas e profecias), em vez de
um saudável funcionamento do Corpo de Cristo.
Escatologia
Alguns carismáticos não estão
esperando pela volta de Cristo, mas pelo movimento "Letter Rain",
(chuva serôdia) no qual, eles acreditam que haverá um derramamento especial do
Espírito, O qual vai restaurar os dons sobrenaturais à igreja e trazer um
grande reavivamento. Eles não acreditam que Cristo possa retornar, até que este
mundo esteja preparado para Ele, pelo "Latter Rain".
Earl Paulk diz que a posição sobre o Arrebatamento pré-tribulacional é
uma "heresia" inspirada por Satanás, a fim de forçar a igreja a
dormir. Sua visão não está embasada num completo estudo da Escritura, mas numa
suposta revelação nova de Deus (Biblical Perspectives, vol. 4 #4, p. 6).
Pneumatologia
Muitos acreditam numa segunda
obra da graça, comumente chamada "batismo no Espírito Santo". Este
batismo confere poderes especiais e dons aos crentes. Outros, tais como o
Movimento Vineyard, não concordam com o termo "batismo no Espírito Santo",
mas ensinam, praticamente, a mesma coisa. Eles dizem que a evidência da obra do
Espírito Santo está nos poderes, sinais e maravilhas.
Angelologia/Demonologia
Anjos, demônios e "guerra
espiritual" são muito populares hoje nos círculos carismáticos. Embasados
nas experiências, em vez de na Escritura, uma Teologia totalmente nova tem-se
desenvolvido sobre anjos e demônios, a qual apresenta erroneamente os ensinos
da Palavra de Deus. (Ver o nosso registro sobre "Guerra Espiritual"
para uma compreensão melhor deste assunto).
Para concluir, o Movimento
Carismático não é apenas um segmento inócuo dentro do Cristianismo evangélico,
mas um erro devastador que enfraquece as verdades cardeais da Palavra de Deus.
Excerto de dois artigos (Parte I e II)
sob o título "Think on These Things" (Pense Nestas Coisas), do
Dr. Gary Gilley, Pastor da Southern View Chapel, Springfield, Ill.
(???)
Traduzido por Mary Schultze, em
19-20/04/2008.
www.cpr.org.br/Mary.htm
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.