Autor: Walter Andrade
Campelo
"Ainda que eu falasse
as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que
soa ou como o sino que tine. (2) E ainda que tivesse o dom de profecia, e
conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé,
de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada
seria." (I Coríntios 13:1-2 ACF1)
A questão da existência ou
não de uma língua falada pelos anjos é uma questão interessante e que merece
uma atenção especial de nossa parte.
Há consenso entre os
cientistas que uma das formas mais simples de se reconhecer a presença de
inteligência em uma determinada espécie, e qual é o seu nível de
desenvolvimento, é através da existência ou não de comunicação entre os
indivíduos desta espécie. Quanto mais complexa for esta comunicação, maior é a
inteligência atribuída aos que a executam.
Por exemplo, os golfinhos
são reputados como tendo grande inteligência, e isto pode ser verificado
através do fato deles se comunicarem entre si através de um complexo sistema de
sons. Ainda não foi possível à ciência desvendar sua língua, mas, é possível
determinar com precisão que é bastante complexa, composta de diversas
estruturas construtivas que formam seu padrão de comunicação.
Verificamos através da
Palavra de Deus que os anjos são seres de grande inteligência, capazes de
executar tarefas extremamente complexas, capazes de falar aos homens não
importando qual a língua da pessoa com quem estão falando, enfim, seres que são
poderosos também em seus atributos intelectuais. Assim, usando de raciocínio
semelhante ao anteriormente apresentado, entendemos que os anjos têm uma ou
mais línguas próprias, através das quais se comuniquem entre si. Também através
deste mesmo raciocínio, podemos ter certeza de que é extremamente rica e
complexa.
Não queremos entrar no
mérito de serem estas línguas mais complexas que as línguas humanas, mas,
podemos ter absoluta convicção de que elas têm pelo menos o mesmo nível de
complexidade da mais simples língua humana existente, pois, menos que isto,
impediria a comunicação dos anjos com os homens, além do que, denotaria uma
falta de desenvolvimento intelectual por parte dos anjos, o que sabemos pela
Palavra de Deus não ser verdade.
O apóstolo Paulo, em seu
texto em I Coríntios 13, está exortando aquela Igreja, que em uma demonstração
de falta de Cristianismo, estava falando em vários idiomas desconhecidos por
aquelas pessoas, afrontando com isto os que eram indoutos e aqueles que
procuravam a Igreja a fim de conhecer a mensagem do Evangelho.
Algumas coisas ficam claras
por parte do texto:
O apóstolo Paulo não falava
línguas de anjos. Isto fica indicado pelo condicional da frase: "Ainda que
eu falasse."
Mesmo na possibilidade (que
não havia) de alguém falar as línguas faladas pelos anjos ao se comunicam uns
com os outros, ainda assim, sem amor, não teria qualquer valor.
Segue o apóstolo dizendo que
se tivesse fé suficiente para transportar os montes, sem amor, nada seria.
Seria algo tão glorioso falar-se
em todas as línguas dos homens e dos anjos quanto seria transportar os montes
através da fé. São eventos colocados pelo apóstolo lado-a-lado como sendo
equivalentes.
Alguns têm afirmado que a
atual glossolalia é a língua dos anjos.
A glossolalia é um falar em êxtase,
composto de 10 ou 20 vocábulos combinados de 20 ou 30 formas distintas.(grifo meu)
Na verdade a glossolalia
não passa de uma série de sílabas desconexas, colocadas ao acaso, sem a
formação de estruturas lingüísticas definidas(grifo meu). E isto a desqualifica
primeiramente como uma língua, já que não tem nenhuma das estruturas
necessárias para ser assim considerada, e deste modo,
isto também a desqualifica como sendo uma das
línguas dos anjos.(grifo
meu)
Devemos estar cientes de que
os lingüistas são capazes de observar em uma comunicação falada estruturas como
substantivos, expressões adverbiais, pronomes, adjetivos, conjunções,
preposições, etc. Assim, se as pessoas que alegam falar a língua dos anjos estivessem
de fato falando uma língua poderíamos reconhecê-la como sendo uma língua
verdadeira e real, ainda que celestial, o que definitivamente não acontece.
1 Todos os
textos bíblicos citados neste estudo foram extraídos da tradução de João
Ferreira de Almeida - Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF),
editada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, em 1995, exceto quando
houver sido especificado em contrário.
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.