Definição de termos
Línguas = glossolalia (língua – idioma)
Gênesis 11:7-9 (Torre de Babel)
Línguas como sinal de julgamento.
Isaías 28:11-13
Línguas para o Povo de Deus (Judeus)
Fogo = Condenação/ Julgamento/ purificação ( Isaías 66:15-16 e Zacarias 13:9)
Deus usa o fogo para condenação e purificação (Gênesis 19:24 e Jeremias 6:9)
Aparece 365 vezes no V.T. e 76 vezes no N.T.
Nota: mesmo quando é usado como purificação há sempre o aspecto de julgamento
envolvido.
Usando o princípio da Hermenêutica “Lei da Primeira referência”, definindo que
o sentido simbólico da Bíblia é constantemente o de sua primeira ocorrência,
podendo haver outros, sem entretanto perder-se o primeiro significado.
Vemos o uso das línguas como julgamento em Gênesis 11:7-9. Em Atos 2:3 vemos
línguas como que de fogo repartidas sobre cada um dos discípulos.
Notemos a menção feita nos quatro evangelhos a respeito do Batismo com o
Espírito Santo:
Mateus 3:11 – “ ...vos batizará com o Espírito Santo e com fogo...” (Mt 3:7 fariseus e saduceus)
Marcos 1:8 “...vos batizará com o
Espírito Santo...”
Lucas 3:16 “ ...vos batizará com o Espírito Santo e com fogo...” (ler versos 7-8-9)
João 1:33 “...esse é o que batiza com o
Espírito Santo...”
Somente em Mateus e Lucas encontramos o termo “Espírito Santo e fogo”, onde na
ocasião os Fariseus vieram ao batismo realizado por João Batista. Existe então
uma clara distinção entre o batismo com “Espírito Santo” e o batismo “com
fogo”. O primeiro é ligado ao depósito celestial e o segundo ao fogo
inextinguível (Mateus 3:12 e Lucas 3:17). Podemos confirmar essa posição em
Atos 1:5 e 11:16.
O Batismo “com fogo” está em oposição ao do Espírito Santo, e é sinônimo de condenação/julgamento.
De acordo com a interpretação dada atualmente aos textos concernentes ao dom de
línguas, existem dois tipos:
As línguas inteligíveis ( Atos 2)
As línguas ininteligíveis ( I Cor 14)
Entretanto, o vocabulário empregado por Lucas em Atos é o mesmo que Paulo usou
em sua carta aos Coríntios. E Lucas além de familiarizado com as cartas de
Paulo, foi seu companheiro de viagens, estando familiarizado com seu vocabulário,
ao ponto de caso fosse necessário empregar outro termo afim de eliminar
possível confusão, o que não ocorre no texto.
Aceitando a infalibilidade das Escrituras, não podemos aceitar o fato da Bíblia
se contradizer.
O que então Paulo quis dizer em I Cor 14:2 quando diz “...em língua
desconhecida” ?
Examinemos em detalhes o dia de Pentecostes. O Pentecostes era uma festa
celebrada ao 50º dia partindo da oferta de molho de cevada até o início da
Páscoa.
Era proclamada como uma Santa Convocação, onde todo o homem israelita era
obrigado a fazer-se presente no Santuário (Levíticos 23:16 e 21). Conforme Atos
2, o Espírito Santo colocou sobre cada discípulo língua de Fogo (julgamento),
onde começaram a falar na linguagem nativa das diferentes pessoas presentes.
Muitos países, pessoas e línguas são citados. E cada um entendeu, em sua
linguagem de origem.
O falar era sobrenatural, porém o entender era natural.
Agora, supondo que houvessem alguns cristãos de Corinto presentes, cada um com
um “Gravador” onde gravariam, separadamente, o que estava sendo dito e
entendido, e retornassem a Corinto, tocando o que gravaram. Conclusão
“...ninguém o entende...” ( I Cor 14:2). Obviamente ninguém em Corinto
entenderia. E o mesmo ocorreria se tocássemos as fitas em nossa Igreja.
Agora, se a Igreja de Corinto fosse “transportada” até Jerusalém no dia de
Pentecostes, eles entenderiam seu idioma (Grego) e somente isso, não as demais
línguas faladas. E se o Espírito Santo resolvesse não incluir o grego, eles
absolutamente nada entenderiam, não por se tratar de uma linguagem
sobrenatural, mas simplesmente por não ser o grego.
A idéia de uma linguagem sobrenatural é estranha ao texto Grego.
Através de Sua Palavra, anjos, profetas, ou mesmo uma jumenta (Num 22:28) Deus
sempre fala claramente.
Como posso acreditar que esse Deus que fez uma jumenta falar claramente pode
fazer o homem, criado a sua Imagem e Semelhança, falar pior que a jumenta?
Na ocasião, haviam dois grupos de Judeus no dia de Pentecostes:
Os que visitavam Jerusalém (Atos 2:9-11)
Os nativos de Jerusalém e Judéia (Atos 2:13)
O segundo grupo de Judeus poderiam falar sobre o “Dom de Línguas” exatamente o
que Paulo disse em I Cor 14:2 “ ... porque ninguém o entende...”, de modo que
os Apóstolos foram taxados de “Bêbados”.
O dom de línguas não se trata de Deus falando aos homens, mas sim dos homens
falando a Deus. Olhando novamente o dia de Pentecostes não vemos a pregação do
Evangelho em outras línguas, mas sim “... falar das grandezas de Deus. “ (Atos
2:11).
Essa adoração a Deus tomou emprestada as línguas dos povos pagãos, as línguas
de onde os Judeus vieram, e por certo as entendiam. Em outras palavras, o
louvor retornou ao Céu após um mergulho no oceano das línguas pagãs.
Isso certamente chocou os Judeus que vieram a Jerusalém, que acreditavam que
sua língua, a língua do povo escolhido por Deus, era a única língua que o
Senhor Deus entenderia. Mas através do Dom de línguas, Deus mostra sua acepção
em relação aos demais povos, mostrando que agora “...os gentios são
co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo
Evangelho. “ (Ef 3:6).
No dia de Pentecostes houve:
O que Paulo quis dizer quando escreveu aos Coríntios “...e em Espírito fala
mistérios? “.
Estava referindo-se a algo compreensível somente a Deus? Ou algo que ainda não
fora revelado?
O sentido do termo mistérios ( mysterion ) no grego clássico é “qualquer coisa
oculta ou secreta” e era empregado no plural (ta mysteria) para referir-se aos
ritos sagrados das religiões gregas místicas.
Mas no Novo Testamento, mistério significa um segredo que está sendo ou mesmo
que foi revelado, que é também divino em seu escopo e que só pode ser revelado
por Deus aos homens através de seu Espírito.
Assim sendo, o termo é bem próximo quanto ao sentido do vocábulo neo-testamentário
“revelação”.
Mistério é um segredo temporário, o qual revelado uma vez é conhecido e
compreendido – não é mais um segredo.
Na teologia Paulina, os mistérios possuem quatro aspectos:
Devemos agora voltar a questão: Certamente o Dom de línguas era um sinal, mas
para quem?
De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis...”
( I Cor 14:22)
Este sinal não é para os fiéis. Naturalmente se o fosse, Paulo teria encorajado
seu uso na Igreja, mas ao contrário, ele desencoraja seu uso ( I Cor 14:19). E
Paulo preferia proferir cinco palavras em sua inteligência a dez mil e língua
desconhecida.
O final do trecho citado diz “...mas para os infiéis...”, onde a resposta está
nos versos anteriores, onde Paulo exorta-nos a sermos “ adultos no
entendimento “ e cita Isaías 28: 11 a 13
Nota: este é o grande perigo de saber as escrituras por textos fora do contexto
ou por experiências.
“Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei
a este povo...” (I Cor 14:21). Mas sobre qual povo ele está se referindo? Os
judeus. Era um sinal para os judeus, especialmente os descrentes. Isto porque
os Judeus não queriam acreditar na salvação dos Pagãos (pessoas de outras
línguas) e que se opunham com todo seu poder. Paulo escreveu a eles “...e nos
impedem de pregar aos gentios as palavras de salvação....” (I Ts 2:16).
Poderíamos ver Jonas como alguém que detestava “as línguas” (os ninivitas), ao
ponto de desobedecer a Deus. Ele fugiu para Társis para não pregar a salvação a
eles. Ele discutiu com Deus. Preferia ver a imensa metrópole perecer do que ser
salva. Para ele, o Senhor era o Deus de Israel e de ninguém mais. Em seu rancor
ele foi para longe para clamar pela sua morte. Se os ninivitas vivessem, Jonas
queria morrer. Ele repreende a Deus pela salvação dos homens de cada tribo e
nação. Seu espírito de resistência e descrença cresceu ao longo dos séculos.
Eles (os Judeus) pertenciam a Jeová e Jeová pertencia a eles. O círculo estava
fechado e quem estava de fora era maldito.
Qualquer tentativa de irmandade ou tolerância causava violentas reações, morte
para as odiadas “línguas” e quem as falava. (Vide Atos 21-17-40).
Jesus suscitou a ira dos Judeus ao lembrar que no tempo de Elias havia muitas
viúvas em Israel “E a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom,
a uma mulher viúva. E muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu,
e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o sírio. “. Aos olhos dos Judeus
isso era suficiente. Ele (Jesus) mereceu ser morto.
Notemos o preconceito dos Judeus quando Jesus não foi recebido em uma aldeia
dos Samaritanos, que não o receberam:
“E os seus discípulos, Tiago e João, vendo isto, disseram: Senhor, queres que
digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez?” (Luc 9:54)
E Jesus os repreende dizendo “... Vós não sabeis de que espírito sois. “ (Luc
9:55).
Mais tarde, após terem recebido o Espírito Santo, esses Judeus crentes
retornaram aos Samaritanos orando aos céus não para batizá-los com fogo, mas
com o mesmo Espírito que receberam (At 8:14-15).
Vemos também a ira dos judeus quando Paulo anunciou que foi enviado a pregar
para os gentios (Atos 22:21-22). Não comeriam, nem beberiam (Atos 23:12)
enquanto não matassem o apóstolo que falou na língua dos gentios mais que
qualquer outro.
Até mesmo Pedro precisou justificar-se perante a Igreja por ter pregado a
Cornélio, onde ele expôs a visão que o Senhor lhe deu, anunciando a abertura da
Salvação para os Gentios (Atos 11).
Concluindo esse trecho onde o propósito do Dom de Línguas está explícito em
Atos, onde Pedro menciona o profeta Joel “...derramarei meu Espírito sobre toda
a carne...e todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Atos 2:17-21).
O propósito? Dizer aos teimosos Judeus que o Evangelho estava disponível a
todas as pessoas do mundo. Paulo conclui “...de fato as línguas são um sinal,
não para os fiéis, mas sim infiéis.” (I Cor 14:22). Através do Espírito Santo,
Paulo deu com exatidão, a identidade desses “infiéis”, chamado-os de Judeus
“...por gente de outros línguas e por outros lábios falarei a esse povo...” (I
Cor 14:21).
Moisés fez a Serpente de Bronze de acordo com a ordem de Deus, que foi um meio
de salvação para milhares de pessoas (Números 21:9). Isto foi um presente
divino, o Poder da Palavra de Deus para salvação daqueles que cressem em Sua
Palavra. O Senhor Jesus Cristo usou essa imagem em sua famosa conversa com Nicodemos,
quando fez um paralelo entre sua Pessoa e a serpente “ E como Moisés levantou a
serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado.” (João
3:14).
Os israelitas mantiveram a Serpente de Bronze por séculos. Olhemos II Reis
18:4, para vemos o que o reis Ezequias fez “Ele tirou os altos, quebrou as
estátuas, deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente de metal que
Moisés fizera; porquanto até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam
incenso, e lhe chamaram Neustã.” Tornou-se uma pedra de tropeço para
Israel. Era exatamente a mesma Serpente do tempo de Moisés, não uma réplica.
Agora os Israelitas queimavam incensos à serpente que estavam reservados
somente a Deus. Provavelmente quem reprovava a adoração a serpente, ouvia de
seus partidários (da Serpente) as provas históricas e bíblicas, sem mencionar a
experiência, para tal prática, sob pretexto de adoração a Deus. A propósito,
foi Deus que disse para os Israelitas olharem para a Serpente, que é o mesmo
ontem, hoje e eternamente (Hebreus 13:8).
Atualmente, existem certas práticas espirituais que podem ser comparadas a
“relíquias” que são abominação aos olhos do Senhor . Para muitos, o Dom de
Línguas é como uma relíquia que deve ser defendida de todas maneiras, pois
afinal, foi Deus quem deu....mas foi Deus também que deu a Serpente de Bronze
por uma razão específica por um período específico. Além de que coisas
obsoletas, como um remédio vencido tornam-se perigosas após expirar o prazo de
validade. Saúde transforma-se em Infecção. Foi justamente o que ocorreu com a
serpente de bronze. A vida espiritual dos israelitas foi infectada. Quando foi
removida pelo rei Ezequias, muitos pensaram que sua vida espiritual acabaria,
visto não haver mais nada tangível. O mesmo ocorre com o dom de línguas, onde
pessoas que se baseiam em experiências externas não as tiverem, entrarão em
colapso. Não podem prosseguir
sem.
A essa altura do estudo 3 coisas ficaram bem esclarecidas:
Portanto como pode ser que hoje muitos ainda teimam em dizer que o falar em
línguas é a prova do batismo com o Espírito Santo? A única utilidade das
línguas foram como sinal da entrada dos judeus e não judeus (gentios) no corpo
de Cristo 1 Co 12:13 .
Em 1 Co 13:8 a 10 Paulo escreve: havendo profecias, serão aniquiladas; havendo
línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá.
Como então dizer que o dom de línguas cessou logo após o pentecostes se os
outros dois dons continuaram?
Simplesmente porque o Novo Testamento ainda não estava completo, e a profecias
e a ciência eram necessários para seu término. Nossa fé é edificada sobre o
fundamento dos profetas e apóstolos sendo Jesus Cristo a pedra angular. O
conhecimento (ciência) e a profecia são parte da fundação, na qual ninguém pode
acrescentar qualquer coisa mais.
Lendo devagar o versículo 8 temos: profecias –aniquiladas; línguas- cessarão;
ciência – desaparecerá. Agora lendo o versículo 9 temos: em parte conhecemos;
em parte profetizamos, cadê as línguas? Não estão no versículo ou seja o
cessar das línguas não está amarrado à ciência ou a profecia ou com a vinda
daquele que é perfeito. (vs 10)
O dom de línguas teve sua finalidade completa no Pentecostes e quando o fato
dos judeus e gentios serem um só corpo do qual Jesus Cristo é o cabeça foi
entendido e aceito e não mais contestado, o sinal foi retirado por não ser mais
necessário.
Se interpretar que “o que é perfeito” é o Senhor Jesus Cristo nenhum dos três
dons poderiam cessar até à volta de Jesus Cristo, mas lendo o versículo 13
temos: permanecem a fé, a esperança e o amor... em contraste com os três dons
do versículo 10, permanecem mas após o que?
Ora a fé e a esperança desaparecerão quando da vinda de Jesus Cristo; o amor
permanece porque é eterno. Essa é a ordem correta: o conhecimento e a ciência
cessam quando a palavra de Deus revelada estiver completa (inteiramente
revelada).
As línguas cessam quando sua finalidade fosse cumprida.
A fé e a esperança não cessam até a volta do Senhor Jesus Cristo.
O amor nunca cessará por ser a essência de Deus.
Extraído do livro “Falo mais línguas do que todos vós” 1 Co 14:18
G.F. Randal
(sumariado por André F. G. de Souza e sua
mãe Teresa Cristina)
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.