Uma verdade fundamental sobre as línguas bíblicas é
que elas foram, principalmente, um sinal para Israel de que Deus estava estendendo
o evangelho a todas as nações. Paulo esclareceu isto em suas instruções à
igreja de Corinto, conforme a 1 Coríntios 14:20-22: “Irmãos,
não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no
entendimento. Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros
lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor. De
sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis;
e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis.”
Os coríntios estavam abusando dos dons
espirituais e, particularmente, enamorados pelas línguas. Como meninos
espirituais (1 Coríntios 3:1), eles estavam se exibindo uns aos
outros. Paulo os admoesta a deixarem de ser meninos para se tornarem homens,
quando entendessem o verdadeiro propósito das línguas. Estas eram o cumprimento
da profecia de Isaías 28:11- 12, a qual foi dirigida aos judeus: “Assim por lábios gaguejantes, e por outra
língua, falará a este povo. Ao qual disse: Este é o descanso, dai
descanso ao cansado; e este é o refrigério; porém não quiseram ouvir”.
As
línguas miraculosas foram um sinal para os judeus incrédulos, [sinal] de que
Deus estava falando a todas as nações e convocando todos os homens para um
corpo espiritual composto tanto de judeus como de gentios. “Este povo” se
refere à nação judaica da qual o profeta estava falando.
Sempre que vemos o
dom de línguas sendo exercido no Livro de Atos, os judeus estavam presentes.
(Atos 2:6-11;10:46;19:6). No Dia de Pentecoste e em Atos 19 foram os próprios
judeus que falaram em línguas.
Fernand Legrand, um ex-pentecostal, faz a seguinte importante
observação:
“Convém notar que, onde quer que o sinal apareça, é sempre na
presença dos judeus. E, onde não se encontram judeus, como em Atenas e Malta,
também não se encontra o sinal... A exata natureza do sinal está onde se
encontra a natureza de sua descrença... O sinal denunciava ou
corrigia sua falta de fé referente à salvação dos que falavam as línguas que
eram estranhas à sua própria língua, isto é, os gentios... Mas nisto era
exatamente no que os judeus não desejavam acreditar. De fato, eles eram os que
‘... também mataram o SENHOR Jesus e os seus próprios profetas... e ... impedem
de pregar aos gentios as palavras da salvação, a fim de encherem sempre a
medida de seus pecados; mas a ira de Deus caiu sobre eles até ao fim’... (1
Tessalonicenses 2:15- 16. A ideia de agora se tornarem um com os estrangeiros
era mais do que os judeus do primeiro século podiam suportar. Este
simples pensamento foi suficiente para deslanchar o seu ativismo hebraico.
Mesmo assim, esta seria a primeira coisa que eles deveriam entender e,
finalmente, admitir. Portanto, Deus lhes deu o melhor sinal possível para
fazê-los entender o que eles não queriam admitir. ELE OS FEZ, MIRACULOSAMENTE,
FALAR NAS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS. AO FAZÊ-LO, DEUS COLOCOU O LOUVOR JUDAICO
NESTAS LÍNGUAS PAGÃS.
“Uma simples, porém
atenta leitura da Bíblia revela o cenário da ferrenha oposição relacionada a
qualquer coisa que não fosse essencialmente judaica. Vemos Jonas odiar os
homens de Nínive ao ponto de desobedecer a Deus... Em sua frustração ele chega
ao extremo de pedir a própria morte. Se Nínive vive, Jonas deve morrer! Este
espírito de oposição e descrença seria apenas reforçado, durante os séculos. Os
judeus pertencem a Yahveh e Yahveh aos judeus, num íntimo círculo de fanatismo;
todo mundo, exceto eles, é amaldiçoado...
“Ousar sugerir que pessoas com línguas diferentes de sua própria
língua poderiam ser beneficiadas pela bondade de Deus, era arriscar a própria
vida. Eles levaram Jesus ‘até ao cume do monte em que a cidade deles
estava edificada, para dali o precipitarem’ (Lucas 4:29), porque Ele havia dito: ‘Em verdade vos digo que muitas viúvas
existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e
seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome; e a nenhuma delas
foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva. E muitos
leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi
purificado, senão Naamã, o sírio’ (Lucas
4:25-27). Aos olhos deles isto significava mais do que merecer a própria morte.
“Que narrativa a de Atos 21:40-22:1-3! O prisioneiro Paulo, a caminho da fortaleza, ‘pondo-se em pé nas escadas, fez sinal com a
mão ao povo; e, feito grande silêncio, falou-lhes em língua hebraica, dizendo:
(Atos 21:40) “HOMENS, irmãos e pais, ouvi agora a minha defesa perante vós. (E,
quando ouviram falar-lhes em língua hebraica, maior silêncio guardaram). E
disse: Quanto a mim, sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e nesta cidade
criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais,
zeloso de Deus, como todos vós hoje sois.’ (Atos
22:1-3)... ‘E disse-me: Vai,
porque hei de enviar-te aos gentios de longe. E ouviram-no até esta palavra, e levantaram a voz,
dizendo: Tira da terra um tal homem, porque não convém que viva’. (Atos 22:21-22). O que os fez explodir
desse modo? Foi a simples ideia de que Yahveh pudesse ser o Deus de todos os
homens e de toda língua.
“Agora fica mais
fácil entender por que o falar em línguas é um sinal desta grande verdade e que
‘para este povo’ foi um meio de acesso ao mesmo...
“Eles precisavam
apenas se convencer a abandonar sua crença particular e a não mais
considerar impuros o povo e as línguas que Deus considerava bastante puras para
serem faladas pelo Espírito Santo... Este sinal em línguas estranhas, assim
como a tripla visão de Pedro, ensinou-os que a salvação era para ‘qualquer
pessoa’, para ‘toda a carne’ e para ‘toda língua’...
“Mas QUEM, na
igreja de hoje, composta de tribos, raças, nações e línguas, QUEM ainda precisa
ser convencido por um constante sinal de que o Espírito de Deus está sendo
derramado sobre todos os povos, nações, tribos e línguas?” (Legrand, “All
About Speaking in Tongues”, pp. 24-27; 33).
É
impossível ter uma doutrina correta das línguas sem compreender que elas foram
um sinal para a nação de Israel sobre a coisa nova que Deus estava
fazendo, que era estender o Evangelho a todos os homens, trazendo tanto os
judeus como os gentios a um novo corpo espiritual. A necessidade deste sinal
cessou completamente, no primeiro século. No ano 70 d.C., Jerusalém foi
destruída pelos exércitos romanos comandados por Tito e os judeus foram
dispersos pelas nações. Nesse tempo, os judeus já haviam ido a Cristo às
dezenas de milhares e as igrejas dos gentios haviam sido estabelecidas através
do Império Romano. O propósito do dom de línguas como um sinal para
a nação de Israel havia terminado. Por tê-lo rejeitado, Israel foi julgado,
exatamente conforme os profetas haviam predito.
“Assim por lábios gaguejantes, e por outra
língua, falará a este povo. Ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao
cansado; e este é o refrigério; porém não quiseram ouvir. Assim, pois, a
palavra do SENHOR lhes será mandamento sobre mandamento, mandamento sobre
mandamento, regra sobre regra, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali;
para que vão, e caiam para trás, e se quebrantem e se enlacem, e sejam presos” (Isaías 28:11-13).
Isaías não apenas profetizou
que Deus iria dar o sinal das línguas a Israel como também profetizou que
Israel iria rejeitá-lo e por isso seria julgado, o que de fato aconteceu.
Na 1 Coríntios 13, Paulo
ensinou à igreja de Corinto que as línguas cessariam: “O amor nunca falha; mas havendo
profecias, serão aniquiladas; havendo
línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em
parte, conhecemos, e em parte profetizamos. Mas, quando vier o que é perfeito,
então o que o é em parte será aniquilado”. - (1 Coríntios 13:8).
Esta
passagem fala dos dons reveladores da profecia, línguas e conhecimento. Não são
as línguas que vão cessar, mas o dom de línguas.
Quando cessarão estes dons? A
passagem indica que eles vão cessar em duas etapas. O dom de línguas é tratado
separadamente dos dons da profecia e do conhecimento. O dom de línguas é
mencionado no verso 8 e não mais é mencionado, quando os dons da profecia
e do conhecimento são mencionados, novamente, nos versos 9-10. Creio que isto
nos ensina que o dom de línguas iria cessando por si mesmo {*}, antes dos
outros dois dons {**} . Podemos ver isto no Livro de Atos. A última vez que
vemos o falar em línguas é em Atos 19 [cerca do ano 53]. A partir daí, na
igreja histórica, não houve mais dúvida de que Deus estava chamando os gentios
através do Evangelho. Este assunto já havia se tornado meridianamente claro.
{* Nota de Hélio: O dom de
varões adultos falarem em idiomas estrangeiros (sempre na presença de judeus
descrentes da extensão da graça de Deus a todos os povos, e sempre na presença
e atestando a exclusividade dos 83 apóstolos e discípulos, ver 2Co 12:12) iria progressivamente
cessar por si mesmo, tendo totalmente cessado a si mesmo em torno da Diáspora
do ano 70}
{* Nota de Hélio: Os dons (exclusivos e identificatórios dos 83 apóstolos e
discípulos, ver 2Co 12:12) de varões adultos profetizarem trazendo novas revelações, escreverem
palavras que Deus assoprava para dentro deles a fim de fazerem parte da Bíblia,
e sempre demonstrarem perfeita ciência, seriam cessados súbita, total e definitivamente,
com a morte do último deles, João, por volta do ano 100}
Uma vez que o sinal já havia cumprido o seu propósito, seria
tolice continuar com o mesmo. Se eu precisasse dizer a alguém à minha espera,
no aeroporto, que ele iria me reconhecer porque eu estava usando um chapéu
vermelho, o vermelho seria o sinal. Quando nos encontrássemos e ele me
reconhecesse pelo sinal do chapéu, a necessidade do sinal teria cessado. Se eu pensasse
que teria de usar o chapéu vermelho pelo resto da vida, isto seria tolice.
Do
mesmo modo, o dom de línguas cessou, antes mesmo que os eventos do Livro de
Atos fossem concluídos, enquanto os dons da profecia e do conhecimento
continuaram operando, até que “viesse o que é perfeito”, ou
seja, o Cânon da Sagrada Escritura.
“A
2 Timóteo 3:16-17 diz que “Toda a Escritura é divinamente inspirada,
e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em
justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para
toda a boa obra”.
Os dons da profecia e do conhecimento foram usados pelos
profetas e apóstolos, a fim de ser completado o Cânon da Escritura e, em
seguida, desapareceram. O último livro da Escritura a ser escrito foi o Livro
do Apocalipse. João o escreveu em provecta idade, em cerca de 96 d.C., na Ilha
de Patmos, e o concluiu com a solene admoestação divina, conforme Apocalipse
22:18-19: “Porque eu testifico a todo aquele que
ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar
alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro;
e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a
sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas
neste livro”.
Isto se aplica não somente ao Livro do Apocalipse, mas
também a todo o Livro do qual o Apocalipse é o capítulo final.
“A
clara doutrina bíblica sobre as línguas refuta, definitivamente, todo o moderno
falar em “línguas”. Quando os alunos da Escola Bíblica de Charles Panham
começaram a falar em “línguas”, em 1901, ou quando as “línguas” ecoaram na
Azuza Street, em 1906, quais os judeus que estavam ali presentes? Se os
judeus estivessem presentes, de que maneira o falar em línguas poderia ser um
sinal de que Deus estava estendendo o Evangelho a todas as nações e criando um
novo corpo [a igreja] através do Evangelho, se o sinal já havia sido dado 1.900
anos antes? De que maneira este sinal faltou ser
cumprido no primeiro século? Estas são perguntas difíceis que cada pentecostal
e carismático deve responder. Se alguém insistisse que os judeus
ainda precisam do sinal de línguas, iríamos indagar: “Por que,
então, os movimentos pentecostais ignoram, quase totalmente, este aspecto das
línguas?” Panham em Topeka e Seymour em Los Angeles não buscaram
línguas como um sinal para Israel, mas como um sinal do “batismo no Espírito
Santo”. O mesmo acontece com as Assembleias de Deus, as Igrejas de Deus da
Profecia, os pentecostais do Evangelho Quadrangular, e outros...
“Alguém, após ler o meu livro, falou: “Para você,
tudo se resume a um sinal!” Claro que sim! Tome um poste com placa de
sinalização, por exemplo; você pode discutir à vontade sobre a sua altura,
aparência, cor, fosforescência e tamanho das letras; contudo, por mais exatas
que sejam as suas observações, é impossível você escapar do fato de que o propósito
final dele é ser um poste de sinalização. O mesmo acontece com o falar em línguas.
Contudo, você deve notar que o Espírito Santo disse que este foi um sinal para
o incrédulo Israel. Neste assunto e em outros, deve-se observar que as regras
do jogo não estão sendo seguidas” (Fernand
Legrand “All About Speaking in Tongues”, p. 67).
“Tongues Were a
Sign to Unbelieving Israel ” - David Cloud
Traduzido por Mary
Schultze, em 08/04/2010.
The above is excerpted from the book
THE PENTECOSTAL CHARISMATIC MOVEMENTS by David Cloud.
This book begins with the author’s own experience with the Pentecostal
movement.
The next section deals with the history of the Pentecostal movement, beginning
with a survey of miraculous signs from the second to the 18th centuries.
We then examine the movements in the 19th century that led up to the creation
of Pentecostalism and the outbreak of “tongues-speaking” at Charles Parham’s
Bible school in Topeka, Kansas, in 1901, and at William Seymour’s Azusa Street
Mission in Los Angeles in 1906.
We examine some of the major Pentecostal denominations, the Latter Rain
Covenant, the major Pentecostal healing evangelists, the Sharon Schools and the
New Order of the Latter Rain, the Manifest Sons of God, the Word-Faith movement
and its key leaders, the Charismatic Movement, the Roman Catholic Charismatic
Renewal, the Pentecostal Prophets, the Third Wave, the Laughing Revival, and
the recent Pentecostal scandals.
In the last section of the book we deal with the theological errors of the
Pentecostal-Charismatic movements (exalting experience over Scripture, emphasis
on the miraculous, Messianic and apostolic miracles can be reproduced today,
the baptism of the Holy Spirit, the baptism of fire, exalting the Holy Spirit,
tongues speaking, sinless perfectionism, healing in the atonement, spirit
slaying, spirit drunkenness, visions of Jesus, trips to heaven, women
preachers, and Charismatic ecumenism).
The final section of the book answers the question: “Why are people deluded by
Pentecostal-Charismatic error?” 317 pages.
$14.95.
http://www.wayoflife.org/publications/topicalbooks.html
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.