Nelson Nincao
1). O que o irmão citou sobre o Pentecostalismo realmente não é tudo. Porque o
que acontece lá dentro é muito, muito pior. Eu estive mais de trinta (30) anos
dentro daquele movimento. Vi quase tudo o que ocorre lá dentro. É de arrepiar.
Hoje, depois que o bom Deus abriu os meus olhos, vejo o quanto eu estava
enganado. Sair do Pentecostalismo, para mim, foi uma das maiores bênçãos da
minha vida. Nesses anos todos em que estive lá dentro a única coisa boa que
posso falar de lá é que há forte motivação e entusiasmo para fazer as coisas.
Os pentecostais são muito dedicados. Mas, diga-se de passagem, os Mórmons,
Testemunhas de Jeová e Maometanos também o são. Muitos dos pentecostais também
são muito sinceros e realmente querem agradar a Deus, mas estão cegos. Têm um
zelo sem entendimento (Rom. 10.2).
2). Eu comecei a conhecer o Evangelho numa igreja pentecostal. Eles não davam
ênfase na leitura da Bíblia, mas eu queria conhecer a Palavra de Deus. Fui
ensinado que os demais crentes, evangélicos não tinham o Espírito Santo. Também
fui ensinado que os pastores são ungidos de Deus, quase infalíveis. Ninguém
podia julgar o que diziam. Ai daquele que tocasse o "ungido de Deus".
Seria amaldiçoado. Aliás, amaldiçoar as pessoas que discordam deles é uma
prática comum no meio pentecostal. Eu mesmo fui "vítima" dessa "maldição"
algumas vezes. Dois líderes que mais considerava me "amaldiçoaram".
3). Línguas estranhas. Aqui foi onde tudo começou. O movimento pentecostal
começou com a chamada "segunda bênção", que tinha como sinal ou
evidência o "falar em línguas". Todos ali são quase que obrigados a
falar em "línguas". Durante todo esse tempo que estive ali eu nunca ouvi
uma língua estrangeira ou um dialeto. O que ouvia eram algaravias, sons
incompreensíveis que não diziam nada e que cada um interpreta como quer. As "profecias"
eram sempre em torno que coisa óbvias, ou coisas que ninguém podia provar, e
até bobagens como "profecias" sobre a vida dos outros,
relacionamentos, vestimentas, etc. As "revelações" nunca podiam ser
comprovadas. Se era sobre alguma enfermidade, geralmente nem a própria pessoa
tinha conhecimento da enfermidade. Assim por diante.
4). Mais tarde alguns setores do movimento pentecostal não enfatizavam tanto a
necessidade de falar em "línguas", mas o ensino sobre uma "segunda
benção", uma experiência após a conversão, continuou sendo ensinado. Essa "segunda
benção", não é de graça ou por graça. Você tem que "pagar o preço".
Oração, jejuns, santificação, busca, busca e mais busca. E mesmo assim, nem
todos a recebiam. Eu ficava desesperado. Achava que não era crente. Pensava que
Deus não me amava. Após anos de angustiante luta pela "benção" que
nunca vinha, fui ensinado a tentar emitir alguns sons com a boca. Qualquer
coisa servia "glo-glo-glo-glo... umama-umama-umama...
alabas-alabas-alabas... ripalá...balalá..." etc. De repente você está "falando
em outras línguas". Quando não lhe vem nada a mente você fica observando
como os outros falam e você os imita. Quem está fora do movimento vê o absurdo,
mas quem está lá dentro acha aquilo normal. Fui ensinado a não pensar mas
apenas sentir. Se alguém não consegue "falar em línguas" é porque tal
pessoa é muito racional. "Não pense" diziam "apenas flua, deixe o
espírito fluir". É verdade que há também os que "fluíram" a
coisa sem muito esforço, mas a maioria pena para consegui-lo.
5). Depois que você "aprendeu" a balbuciar as algaravias, você fica
dependente delas e não consegue mais orar sem que aquela coisa lhe encha a
mente. É maligno! Todos que "oram em línguas" (algaravias) precisam
de libertação. Precisam desaprender aquilo que aprenderam. As algaravias
atrapalham você de orar, porque a oração deve ser pensada e quando você
pronuncia as tais algaravias não precisa pensar em nada, ou pior pode pensar em
qualquer coisa, menos no que está falando. É ridículo!
6). Quando numa reunião todos começam a dançar e falar algaravias, uma "alegria"
geral toma conta do ambiente e vira uma "farra". Um solta
gargalhadas, outro cai ao chão, outro pula, treme, etc... Claro que isso não
acontece em todas as reuniões. Mas acontece demais por lá. Os pentecostais são
ávidos por "novidades", e não pelas "antigas veredas" (Jer. 6.16).
7). Espiritualidade de fato, nunca vi ali dentro. Vi, isso sim, muita
carnalidade. As pessoas "falavam línguas" mas mentiam, roubavam,
adulteravam, brigavam, agiam com brutalidade, faziam negócios escusos,
enganavam os irmãos, eram insensíveis, deselegantes, etc. Isso tudo eu vi, e
não uma só vez, mais muitas vezes. Eu poderia falar indefinidamente, por horas.
De modo que o tal "enchimento" do Espírito não adiantava nada.
8). O que fez sair de lá? Primeiro é Deus quem nos abre os olhos. É exatamente
como na conversão ou como para alguém sair de uma seita. Só Deus. Mas por outro
lado, vários fatores me motivaram a sair daquele movimento. Primeiro eu via que,
embora nos dissessem que conosco acontecia exatamente igual como no primeiro
século da Igreja, eu nunca vi, nem as línguas, nem os sinais apostólicos, nem
as maravilhas que aconteceram no primeiro século. Em mais de 30 anos eu nunca
vi algo que realmente me reportasse aos tempos apostólicos. Nunca. Nada. A
falsificação é bem ruim. Havia uma preocupação dos pastores com o "falso",
isto é, crê-se que muito do que acontece no meio pentecostal é falso, mas que
existe o verdadeiro. Mas enquanto se está atrás do suposto "verdadeiro"
todos acabam envolvendo-se com o falso.
9). Eu via que na Bíblia era muito diferente. E ficava deprimido por não ver
acontecendo aquilo em nosso meio. Claro, nem podia ser diferente, pois a época
dos milagres apostólicos já passou. Os apóstolos passaram. Os sinais dados por
Deus para autenticar a mensagem apostólica também ficaram no passado. Demorei
para entender isso, mas entendi a tempo. Li muitos livros antigos, dos homens
sérios do passado. Então vi que algo estava errado. Ou com eles ou conosco.
10). Eu aprendi a observar a história da Igreja. Temos muito a aprender com a
história. A Igreja de Cristo existiu na terra por 1900 anos sem o movimento
pentecostal. Irmãos e irmãs, enfrentaram Roma, os Césares, os Papas; encararam
as feras, as arenas, as fogueiras, escreveram livros que nos abençoam até hoje,
e tudo isso fizeram "sem o Espírito"??? Será que aqueles irmãos não
foram cheios do Espírito??? Segundo os pentecostais, só eles têm o Espírito e
essa bênção foi "descoberta" só pelo final do século XIX e início do século
XX. Teria Deus deixado Sua Igreja na terra por 19 séculos sem uma bênção tão
especial e necessária??? E se aqueles irmãos do passado não tinham essa bênção,
como conseguiram enfrentar o que enfrentaram? Vencer e trazer a "chama do
Evangelho" até nossa geração? E mais, se eles não receberam o Espírito
Santo porque não buscaram, então eles cometeram um grande erro. O fato é que
eles foram muito diferentes dos crentes das últimas gerações. Então ou eles
erraram lá ou nós erramos cá. Os dois grupos não podem estar certos. Um dos
dois está errado. E eu prefiro crer os irmãos (remanescentes) daqueles 19
séculos estavam certos, e os pentecostais estão errados.
11). Há alguns anos fizemos um estudo sobre os efeitos do movimento pentecostal
sobre a Igreja, seus principais expoentes, e vimos que esse movimento dividiu,
criou inimizades, e seus principais líderes se envolveram com falsos ensinos,
heresias, escândalos morais, crimes, etc. Por esse estudo eu vi onde desembocou
esse movimento. Toda heresia, toda irreverência, toda adulteração nos cultos,
todo mundanismo dentro das igrejas, todo comércio vergonhoso do evangelho que
vemos hoje, tudo isso teve sua origem no movimento pentecostal. Se não tudo, pelo
menos 99%. Disso estou certo. Outra coisa que chamou-me a atenção foi que todos
os livros profundos sobre teologia, comentários bíblicos, etc, foram escritos
por não-pentecostais. Dos escritores e teólogos pentecostais só li coisas
superficiais e de pouca utilidade.
12). A experiência (negativa) também ajudou bastante em minha decisão de
abandonar o pentecostalismo. Eu havia sido ensinado a não aceitar nenhuma
doença. Contudo eu tenho enxaqueca e nunca fui curado. Deus tem orientado o
tratamento e hoje estou muito melhor. Deus me ensinou que ninguém tem o dom de
curar hoje. Ele cura, quando assim deseja, mas se não, Ele irá sustentar nossa
vida com Sua graça. E esse é o melhor para nós. Contudo, vi pessoas declarando
que estavam saudáveis, confessando que não estavam doentes, que não aceitavam
nem mesmo o diagnóstico médico, as vi morrerem doentes e "brigando"
com Deus e revoltadas com Ele. Minha esposa é médica. Ela me conta que atende
inúmeras pessoas evangélicas, principalmente das igrejas pentecostais, que
estão doentes, deprimidas, agitadas, perturbadas emocionalmente,
desequilibradas. Muitas dessas pessoas são líderes em suas igrejas (pastores,
presbíteros, líderes de célula, líderes de coral, integrantes de bandas, etc.)
Hoje eu sei que o pentecostalismo faz muito mal à saúde das pessoas.
13). Se você falar com um pentecostal, talvez ele aceite que existe muita coisa
falsa por lá "línguas falsas, curas falsas, revelações falsas" mas
ele continua crendo que existe o verdadeiro. Agora, eu nunca vi nada ali que
fosse digno de ser testemunhado. De fato, tenho é muita vergonha do meu tempo
no pentecostalismo. Mas creio que o Deus Soberano usa todas as coisa para nos
ensinar.
14). Outra observação que me fez aborrecer o pentecostalismo foi quando
comprovei que não éramos os únicos que "falávamos em línguas"
(algaravias), mas que isso era também "privilégio" dos Católicos
Carismáticos, adoradores da "Virgem Maria" (ou melhor, da Deusa-Mãe),
também dos Espíritas, invocadores de estranhas entidades, e também dos Mórmons
que seguem o falso profeta Joseph Smith e seu "anjo" Moroni, e que
até os Hindus e Maometanos "falam línguas" (algaravias). Quando vi
que os pentecostais estavam na mesma categoria dessas seitas, isso me enjoou. E
não apenas eles manifestam as "algaravias", mas também fazem "curas
e milagres" muito parecidos com os curandeiros pentecostais.
15). O crescimento espantoso do movimento pentecostal também me "incucou".
O Senhor Jesus disse que a porta é estreita e o caminho apertado e são poucos
os que acertam-nos. Então, multidões não entram pela porta estreita e sim pela
larga. Elas não andam no caminho restrito e sim no espaçoso e liberal. Quando
os pentecostais proclamam que estamos vivendo um grande avivamento, caem num
ridículo porque nunca tivemos uma geração de crentes [tão] "incrédulos",
desobedientes, mundanos, imorais [como a atual geração]. Políticos evangélicos
são corruptos, cantores gospel são verdadeiros mercadores, pastores, ou bispos,
bispas, apóstolos e apóstolas são "trambiqueiros". Nunca se barateou
tanto a mensagem do evangelho, nunca se vulgarizou tanto a mensagem da cruz do
Calvário, nunca as coisas estiveram tão vergonhosas. Avivamento? Onde? O que
vemos, isto sim, é um "reavivamento" do paganismo, do espiritualismo,
do misticismo, da fé metafísica. Mas não um avivamento da Igreja de Cristo.
Ainda não.
16). Quem está fora do pentecostalismo percebe que eles dão uma ênfase no
Espírito Santo em detrimento de Jesus Cristo. Mas o que ocorre é pior que isso.
Nem mesmo o Espírito Santo recebe qualquer honra ali. Quando eles enfatizam o
Espírito Santo é só por causa do Seu poder. Tudo o que querem é o poder do
Espírito para fazerem maravilhas. Então, de fato, nem mesmo é a Pessoa do
Espírito que enfatizam, mas o poder dele. E não querem o poder do Espírito para
serem bons esposos, bons pais, bons cidadãos, bons políticos, bons ministros de
Cristo, mas querem ser "poderosos" para serem adorados como pequenos
deuses. É só por isso que falam muito no Espírito Santo.
17). Li sobre os "antídotos" que vocês sugeriram para resguardar as
igrejas sadias (batistas) do veneno do pentecostalismo. Achei-os bons, mas
temos que ser absolutamente radicais. Não podemos ceder nem num milímetro. Se
abrirmos um milímetro o mal entra e aí não há limites. Vejo que muitos batistas
e outros crentes históricos pensam que a coisa não é tão grave. Digo que é muito
pior do que se pode imaginar. Por isso precisamos nos humilhar debaixo das mãos
de Deus e lhe pedir misericórdia.
Autor: Nelson Nincao
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br
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