Este é um exame das afirmações da cura pela fé e dos sistemas de cura
divina, à luz das Escrituras e da história.
A resposta é conhecida por todo filho de Deus: a
oração. O gracioso apelo ao Seu
povo amado, para que ore, para que fique mais próximo dEle, buscando a Sua face,
clamando pelo Seu Nome e pelas promessas de que Ele vai escutar e responder os
clamores do Seu filho dependente, são encontradas em muitas passagens da Palavra
Santa, como por exemplo: Salmos 1:15; 86:7; 91:15; 145:18; Lucas 11:9; Marcos
11:24; João 14:13-14; 16:23. A essas promessas pronunciadas pelos Seus próprios
lábios, devemos acrescentar Filipenses 4:6 e 1 João 5:14-15. O filho de Deus
pode fazer uso constante de todas essas promessas. Alguém me perguntou, anos
atrás: “Você acredita na oração?”. Não
seríamos cristãos verdadeiros, se não acreditássemos. A nova vida começa com a
oração. Ela é a respiração da nova natureza. Nem é preciso dizer que o grande
privilégio do crente, quando chega a doença, é correr à presença do Senhor. Seu
instinto espiritual o conduz a clamar imediatamente ao Pai celeste, clamando por
ajuda e livramento, quando prostrado pela doença, ou quando assim se encontram
os membros de sua família.
Se fôssemos escrever sobre a oração e traçássemos o seu uso e as
respostas à mesma, na história da igreja, iríamos ver quão proeminente ela é, e
quão grande é a quantidade de testemunhos que existem, de que Deus ouve e
responde às orações. Vamos dar algumas ilustrações.
Martinho Lutero jamais poderia ser acusado de fanatismo. Seitas
extremistas eram por ele denunciadas, impiedosamente. Ele tinha muita fé na
oração, quando o caso era a doença. Certa vez, o seu amigo do peito, Melancton,
adoeceu gravemente, em Weimer. Lutero observou que ele havia sido privado da
visão, da audição e havia ficado inconsciente. Ele falou: “Deus,
proíbe isso! Como o Diabo desfigurou este Teu instrumento! ... E
fez uma oração maravilhosa, com a confiança infantil de um filho de Deus. Tomou
Melancton pela mão e disse:“Fique bem confortado, Filipe, pois você não vai
morrer. Não se entregue ao espírito da dor, nem se torne o seu próprio
assassino. Confie no Senhor, pois Ele tanto pode matar como pode dar a vida”. Melancton
começou a melhorar e, mais tarde, confessou que “teria
se tornado um homem morto, se não fosse pela vinda de Lutero”. Quando
Micônio, o superintendente em Gotha, estava no último estado de consumição,
Lutero lhe escreveu: “Que Deus não
me permita saber, enquanto eu viver, que você está morto, mas que o leve a
sobreviver. Sei que isso, prontamente, me será concedido, Amém”. Logo
em seguida, Micônio começou a se recuperar.
O reformador suíço Henry Bellinger, que viveu na mesma época,
testemunhou a eficácia da oração, na hora da enfermidade. Ele escreveu:“Através
da confiança em o Nome de Cristo, grande número de pessoas, gravemente afligidas
e atacadas por moléstias, são restauradas novamente à saúde”. Richard
Baxter, autor de tantas obras excelentes, declarou que muitas vezes havia sabido
que “a oração da fé salva o
enfermo, quando os médicos já têm perdido qualquer esperança.”
George Fox, fundador da Society
of Friends, dá um testemunho
parecido. Muitas bênçãos vindas das orações em caso de enfermidades são também
registradas na história dos Scottish
Covenanters. Muitas páginas
poderiam ser preenchidas de incidentes sobre incidentes. O “Journal” de John
Wesley, fundador do Metodismo, relata muitas respostas às orações, em caso de
enfermidades. Zindendorf, o fundador dos Hernhutters, conhecidos
como Moravianos, possuía fortes convicções sobre a cura como resposta às
orações, tendo influenciado John Wesley neste sentido. Vamos ditar uma
experiência na vida de John Wesley, conforme foi publicada em seu “Journal”: “Em
nossa festa do amor, além da dor nas costas e a fé que ainda persistia,
exatamente quando comecei a orar, fui atacado de uma tosse, a ponto de quase não
poder falar. Clamei a Jesus para que Ele aumentasse a minha fé e confirmasse em
mim a Palavra de Sua graça. Enquanto estava orando, a dor sumiu, a febre me
deixou, a força do corpo voltou e durante muitas semanas não senti fraqueza
alguma nem dor.”
Outra experiência interessante é relatada no mesmo “Journal”: “Minha
desordem antiga voltou com maior violência. Um pensamento me veio à mente: ‘Por
que não apelar a Deus, no início, em vez de no fim da minha doença?’ Fiz isso e
encontrei alívio imediato, de modo a não mais precisar de medicamento”. O
incidente a seguir mostra a fé infantil desse grande homem: “Meu
cavalo era muito manco e minha cabeça estava doendo, havia meses. Então pensei:
‘Será que Deus não pode curar tanto o homem como o animal?’ Imediatamente, meu
cansaço e a dor de cabeça cessaram e meu cavalo parou de manquejar, e nunca mais
isso aconteceu, a partir daquele dia.” (O
que asseguro aqui é puro fato, no qual todo homem vai acreditar, se quiser). Em
seguida, ele relata outros assuntos pelos quais ele e outros oraram na doença,
tendo o Senhor correspondido à sua fé. John Wesley sofria de várias enfermidades
e foi curado. Ele possuía bons conhecimentos sobre os medicamentos que costumava
usar para ele mesmo e para os outros.
Milhares de filhos de Deus tiveram experiências semelhantes em caso de
doença, demonstrando o fato de que Deus escuta e responde às orações. Todos os
legítimos ministros do Evangelho e os que exercem o pastorado têm orado pelos
enfermos e muitas dessas orações são respondidas. Este autor esteve pregando e
ensinando a Palavra de Deus, durante muitos anos. Centenas de pedidos de oração
pelos enfermos chegaram. Centenas de vezes visitamos os enfermos, ajoelhando-nos
ao lado dos seus leitos, em hospitais, e muitas vezes vimos a graciosa resposta
de Deus às orações feitas, com a cura de enfermos. Muitas vezes também adoecemos
ou vimos nossos amados caírem gravemente doentes e o Senhor respondeu ao clamor
por livramento. Mais recentemente, tivemos um caso na família mais próxima, o
qual parecia desesperador. Um dos mais famosos cirurgiões declarou que o caso
estava além de sua competência. Orações incessantes foram feitas e o Senhor
respondeu tão misericordiosamente que houve uma recuperação imediata, sem que
houvesse necessidade de uma cirurgia, o que foi considerado pelo cirurgião como
se tratando de um milagre.
Mostramos um lado da moeda e agora vamos mostrar o outro. Centenas de
cristãos têm clamado ao Senhor, quando a doença invade o seu lar, tendo orado
com fé, agonizado em oração, implorando que o Senhor lhes envie livramento. Eles
pediram a outros que a eles se unissem em oração pela cura, porém não houve
recuperação alguma e os amados foram arrancados do seu lar. Todas as condições
mencionadas na Palavra de Deus, em conexão com a oração efetiva, foram usadas.
Houve uma fé sincera. Houve perfeita concordância na oração. Humilhação,
confissão de pecados e autojulgamento não foram dispensados e, contudo, não
houve resposta. Milhares de inválidos e de crentes atuantes estão vivendo hoje
no sofrimento, com várias enfermidades. A oração da fé tem crescido em seu
favor, orações feitas em o Nome de Jesus, porém a resposta que veio do trono de
Deus foi:
“A
minha graça te basta”.
Tanto as orações respondidas no livramento das doenças mais graves, como
as não respondidas, quando as aflições permanecem e a morte chega, demonstram
que a criatura feita do pó sempre se inclina a esquecer a soberania de Deus. Ele
é soberano no controle da vida do Seu povo. Ele controla o seu tempo e destino
na Terra, pois além de Sua soberania está a infinita sabedoria unida ao Seu
infinito amor. Enquanto Cristo esteve neste mundo, Ele fez tudo corretamente.
Bendita segurança para todos nós. Quer Ele responda à oração na enfermidade,
curando o doente, ou não responda à oração pelo seu restabelecimento, tudo vai
ficar bem, porque Ele está no controle. E a verdadeira fé é a que se submete à
Sua vontade soberana. O que temos a dizer é simplesmente: “Vai
bem!” (2 Reis 4:26).
A fé não significa uma cega confiança, demonstrando que se consegue tudo
que se deseja, pois isso iria destronar Deus, colocando em nossas mãos o cetro
que somente a Ele pertence e tornando-O um poder simplesmente obediente aos
nossos tolos caprichos.
Ao citar as promessas da oração do Senhor, em João 14:13-14, bem como em
outras passagens, o Dr. Brookes escreve: “São
estas as palavras do próprio Senhor Jesus Cristo e não existe limite para o
poder que Ele coloca nas mãos do crente. A condição única é ter fé e pedir em o
Nome do Filho de Deus. Contudo, deve-se observar que a condição implícita é que
a oração esteja necessariamente de acordo com a Palavra escrita e a exata
vontade divina. Sem isso, pode haver fanatismo e não fé; pode haver anseio, mas
não unidade com Cristo; nenhum pedido, como se Ele tivesse expressado a Sua
própria vontade através dos lábios humanos; nenhuma inspiração da petição
colocada pelo Seu Espírito, no coração de quem ora. Tudo isso está implícito,
quando se pede algo em Seu Nome. É de suma importância que guardemos isso em
mente, durante nossas petições”. Ele
prossegue:
“E não seria por guardar as condições dessas benditas promessas
relativas à oração que todos nós, os cristãos da Terra, poderíamos ficar ricos
em posses mundanas, visto não haver garantia alguma na Palavra escrita que a
vontade do Pai seja que todos os Seus filhos sejam ricos em ouro, prata e
terras, ou que fosse bom para eles possuir bens imóveis. Exatamente por isso não
existe garantia alguma na Palavra escrita de que nosso Pai deseje que todos os
Seus filhos fiquem isentos (ou que fosse melhor que eles ficassem isentos) de
enfermidades, durante esta dispensação
do sofrimento. Por outro lado, é explicitamente dito que
“aos
homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo” (Hebreus
9:27). Portanto, nenhuma quantidade de oração poderia anular este decreto,
enquanto o Senhor não estiver pessoalmente de volta à Terra. É um grave erro
insistir em se viver eternamente nesta era da cruz, o que se tornará realidade
apenas no dia do Seu regresso. Não existe uma promessa sequer, uma linha sequer,
desde o primeiro verso de Gênesis, até o último verso do Apocalipse, dizendo que
Deus vai usar o Seu infalível poder, em todos os casos de oração pela
enfermidade, nos pequenos e graves ataques”.
E aqui nos colidimos mais uma vez com a “cura divina”. Os homens e
mulheres que andam pelo país realizando “reuniões de cura” fazem declarações
absolutamente antibíblicas, sendo presunçosos e audaciosos. Claro que eles
acreditam na oração e usam a oração, porém fazem ousadas declarações, dizendo
que, quando se ora pela cura de um enfermo, não é preciso dizer: “Seja feita
a tua vontade”. Usar esta
frase, segundo um importante líder da (hipnose) “cura divina”, é
demonstrar descrença. Deve-se ficar persuadido de que este é o Seu desejo,
de modo que o uso da frase: “Seja
feita a tua vontade” não
demonstra dúvida. Sua racionalização é algo assim: “Deus
não é o autor do mal, da dor, da doença e as enfermidades físicas não estão de
acordo com a Sua vontade; toda doença é obra do Diabo; o Filho de Deus veio para
destruir as obras do Diabo; na cruz, Ele conquistou uma cura dupla para uma
dupla maldição; Ele morreu pelos nossos pecados e pelas nossas enfermidades,
também. Desse modo, o Seu desejo é que todos os que Nele crêem estejam bem e, se
ficarem enfermos, Ele vai curá-los, caso tenham fé. Por isso, dizer “Seja feita
a tua vontade” significa descrença”. Todo
o argumento, conforme declaramos, está absolutamente errado e sem qualquer
respaldo bíblico. Os curandeiros da fé das gerações passadas, jamais usaram essa
linguagem extremista. Contudo, existe uma simples razão para toda esta
presunção. Um hipnotizador exige a entrega total do paciente. Se isso não
acontece, ele fracassa e o seu poder deixa de funcionar. O hipnotizador que
subsiste em todo mestre da “cura divina” das massas é uma realidade. Os passes
dados, as quedas das pessoas tratadas, as sugestões feitas, as sensações de
alívio temporário experimentadas e o fato de que, após o término das campanhas,
quando os curandeiros da fé se vão, os resultados desaparecem, são evidência
suficiente para essa acusação.
Todo crente, espiritualmente convencido de estar chegando à presença de
um Deus santo, justo e soberano, com a exigência de “O
Senhor deve”, usa uma frase
exclusiva de lábios humanos, de uma criatura feita do pó e isso não é fé, mas
presunção. Isso desonra o nosso Deus, insultando-O e insultando a Sua
autoridade. Isso exalta a criatura acima do Criador, colocando a finita
sabedoria humana acima de sabedoria infinita e amorosa de Deus, o Único que sabe
o que é melhor para os Seus filhos. “E
ele lhes cumpriu o seu desejo, mas enviou magreza às suas almas” (Salmos
106:15). Que desastre seria se cada pedido levado à presença de Deus fosse
atendido conforme o nosso desejo. Além de trazer prejuízo à alma, ele poderia
resultar em um mal após o outro.
Uns 45 anos atrás, o Dr. Joel Parker, um dos pregadores da cidade de
Nova York, conhecido como um fiel servo de Deus, declarou publicamente na
imprensa que, logo após ter assumido o ministério, foi procurado por uma senhora
com um pedido de oração pelo filho, que estava gravemente enfermo. Ele se
ajoelhou diante da angustiada mãe e do berço do filho, pedindo que Deus curasse
a doença e poupasse o filho amado daquela senhora, se
essa fosse a Sua vontade. A mãe o segurou pelo braço e exclamou: “Eu
não o chamei aqui para orar desse modo. Não quero que o senhor diga ‘seja feita
a tua vontade’. Não me interessa qual seja a vontade de Deus; a minha é que o
meu filho seja curado”. O fato é
que Deus poupou o filho para que aquela senhora, no futuro, visse o mesmo
pendurado pelo pescoço, sendo enforcado, por ter cometido um assassinato.
O elemento essencial na oração do crente é pedir: “Seja
feita a tua vontade”. Ele não
diz: “Se eu pedir alguma coisa
conforme a minha vontade, Ele vai escutar”, mas
diz: “Se eu pedir alguma coisa
segundo a Sua vontade, Ele vai escutar”. Sem este elemento, a oração não é
oração, mas presunção. Neste caso, a fé na oração é legítima, mas a vontade de
Deus é relegada. É como se uma criança chegasse ao pai terreno e insistisse em
ter aquilo que o pai sabe que vai prejudicá-la. A oração mais elevada que se
pode fazer é aquela ensinada pelo Filho de Deus, a qual diz: “Seja
feita a tua vontade”; uma oração
que é agradável e aceitável ao Pai celestial.
Não devemos esquecer o Filho Perfeito, o Qual, imerso num abismo de dor,
orou: “Agora a minha alma está perturbada; e que direi eu? Pai, salva-me
desta hora; mas para isto vim a esta hora. Pai,
glorifica o teu nome. Então veio uma voz do céu que dizia: Já o tenho
glorificado, e outra vez o glorificarei” (João
12:27-28). O Pai não livrou o Filho dessa hora de horror, mas Ele glorificou o
Seu nome e o Pai O honrou, colocando-O, mais tarde, à Sua destra, nas mansões
celestiais. Do mesmo modo, Ele deixa o sofrido e cansado filho de Deus, sobre um
leito de enfermidade e sofrimento clamando: “Pai, glorifica o Teu nome”. Três
coisas são deixadas ao crente tentado e cansado: a frase reconfortante
“A
minha graça te basta” (2
Coríntios 12:9); a consoladora promessa contida na 2 Coríntios 4:17:“Porque
a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória
mui excelente”; e
a doce garantia de Hebreus 12:11: “E,
na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de
tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por
ela”.
Para terminar, vamos a uma palavra sobre os meios. Deveria um crente que
está sofrendo neste corpo usar meios de contra-atacar as enfermidades físicas?
Achamos que o uso de meios e de um médico são perfeitamente bíblicos e
racionais. A rejeição destes torna-se antibíblica e irracional. Os extremistas
curandeiros da fé rotulam os médicos como instrumentos do mal e o uso de
medicamentos como sendo do Diabo. Em todas as suas campanhas de cura, a
profissão médica é minimizada e ridicularizada; os médicos (e cirurgiões) são
tratados como inúteis em qualquer doença, e os “pais da cura” tentam
simplesmente a cura para tudo. Ou são ignorantes do avanço da Medicina, da
cirurgia e dos medicamentos, ou então simplesmente amaldiçoam voluntariamente
esses meios.
Temos lido uma boa quantidade de literatura da Ciência Cristã, da Cura
pelo Espírito, da Cura Mental, da Cura pela Fé e da Cura Divina. Tudo não passa
de um verdadeiro carnaval de ignorância. Nunca encontramos qualquer citação de
Lucas, o médico amado, que os curandeiros da fé parecem ignorar. Eles ignoram
que o Espírito de Deus o qualificou com esse termo, neutralizando qualquer
resquício de que fosse errado ser um médico. E o que dizer das palavras de cura
ditas pelo Senhor, em Mateus 9:12? “Não
necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes”. Aqui
Ele sancionou a profissão médica. Ou, pelo menos, absteve-se de denunciar quem a
pratica. Na parábola do Bom
Samaritano, Ele sancionou o uso de medicamentos, omitindo qualquer palavra
de reprovação. Em Tiago 5:14, lemos:“Está
alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele,
ungindo-o com azeite em nome do Senhor”. Vemos
aqui que o “azeite/óleo” não é um instrumento de unção sacramental, mas é usado
como medicamento. Na 2 Timóteo 5:23, lemos: “Não
bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e
das tuas freqüentes enfermidades” . [N.T.: Com
efeito, um pouco de vinho pode compensar deficiência de suco gástrico no
estômago, o qual é necessário para ativar a digestão. Alguns crentes não
concordam com esta interpretação, achando que Paulo se referia ao suco de uva].
Vamos ao caso do piedoso Rei Ezequias, no Velho Testamento. O profeta Isaías foi
divinamente instruído a dizer ao Rei que ele usasse um remédio, conforme Isaías
38:21:
“E
dissera Isaías: Tomem uma pasta de figos, e a ponham como emplastro sobre a
chaga; e sarará”. O
Senhor curou a chaga do Rei, usando um emplastro de pasta de figos. Será que o
Rei teria sido curado se [conforme os curandeiros da fé] ele se recusasse a
obedecer ao Senhor, usando o meio por Ele indicado?
Anos atrás, estive ligado à obra do Senhor, na parte oriental de Nova
York. Fui visitar a população carente, num distrito onde havia casas de cômodos.
Num certo dia de Novembro, uma mulher foi atacada por febre alta. Ela pediu a
visita de um membro da Christian &
Missionary Alliance e foi ungida
para a cura. A doença foi diagnosticada como sendo pneumonia. Chamamos um médico
para confirmar o diagnóstico. Como a mulher não queria aceitar qualquer
tratamento médico, este recomendou que ela fosse tratada por uma boa enfermeira.
Aquela mulher mantinha a crença de que seria curada e a moléstia seguiu o curso
normal. Quando esta atingiu o terceiro grau, chamamos novamente o médico. Ele
veio e disse que os pulmões dela estavam clareando; porém, havia um certo ponto
em que seria necessário o uso de emplastros, para liberar o muco acumulado. A
doente recusou, declarando que o Senhor não precisava de emplastros para
curá-la. Finalmente, ela não conseguiu se recuperar e depois de algum tempo veio
a falecer.
Existe apenas um texto para o qual esses curandeiros da fé costumam
apelar, em sua denúncia contra os médicos e medicamentos. O Rei Asa foi punido
pelo Senhor porque “... na sua
enfermidade, não buscou ao SENHOR, mas antes os médicos” (2
Crônicas 16:12)[N.T. - Esses
embusteiros da fé sempre apelam ao VT, pois no NT, onde se encontra o nosso
evangelho, eles jamais encontrariam respaldo para os seus desatinos religiosos.] Eles
dizem: “Se Asa não tivesse
procurado os médicos, ele não teria morrido. Quem procura um médico é porque não
confia no Senhor, preferindo confiar no médico”. Mas
o caso de Asa foi totalmente diferente. Ele morreu porque não buscou o Senhor,
não se humilhou diante Dele, não confessou os seus pecados nem abandonou os seus
maus caminhos; por isso o Senhor o castigou com a morte, mesmo tendo ele buscado
os médicos.
Como já mostramos, Deus, em Sua infinita bondade e misericórdia,
prevendo a ruína do homem e suas necessidades físicas, depositou, na natureza,
maravilhosa provisão de medicamentos naturais, para amenizar as doenças,
ajudando na cura das mesmas. Pecado é rejeitar a provisão divina.
Quando adoece, o crente, antes de tudo, precisa se voltar para o Senhor,
buscando a Sua face. Ele faz um julgamento dos seus erros; confessa os seus
pecados e fracassos; pede perdão dos mesmos e se coloca sob a mão de Deus,
pedindo a bênção de uma rápida e completa recuperação, se
for esta a Sua vontade. De modo algum, ele deve rejeitar os conselhos
médicos; mas, usar os meios disponíveis, orando o tempo inteiro, a fim de que o
Senhor abençoe os meios para que ele seja curado.
É assim que age um crente bíblico, com absoluta aprovação do Senhor.
Saber que estamos em Suas mãos, como Seus filhos, e que, sem a Sua aprovação,
nem mesmo um fio de cabelo cairá de nossas cabeças, podemos estar certos de que
tudo que Ele permitir será para o nosso próprio bem (Romanos 8:28). Descansar em
Suas cuidadosas mãos, sem qualquer medo ou ansiedade é uma das benditas porções
dos Seus filhos amados.
Não podemos fechar este trabalho sem chamar a atenção do leitor para
aquele dia melhor que está reservado para a humanidade. Esse dia não virá
através de novas descobertas da Medicina, para a cura de certas doenças; nem de
novas formas de tratamento; mas quando o Senhor voltar. Seu reino não veio nem
virá, até que o Pai O mande de volta à Terra, a fim de tomar posse da herança
que Ele conquistou com o Seu sangue precioso. O trono da Terra inteira Lhe
pertence e quando Ele o assumir, no próprio tempo de Deus, todas as coisas
entrarão em ordem. Quando Ele se assentar no trono de Sua glória, todas as
nações da Terra vão aderir ao Seu reino e todo joelho vai se dobrar diante Dele.
Então, a maldição do pecado, da doença e da dor se esvairá e toda a criação, que
agora geme e suporta angústia, vai compartilhar as bênçãos do Seu reino. E as
nações convertidas da Terra se reunirão com o Israel convertido, para louvar e
glorificar o Rei dos reis e Senhor
dos senhores. O Salmo 103:1-4 diz:
“Bendize,
ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.
Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus
benefícios. Ele é o que perdoa todas as tuas iniqüidades, que sara todas as tuas
enfermidades, que redime a tua vida da perdição; que te coroa de benignidade e
de misericórdia. ..”
Que esse abençoado dia de glória chegue depressa.
Ora, vem, Senhor Jesus!
Trabalho publicado no Biblical Discernment Ministries, sob o título “The
Healing Question”, by
Arno Clemens Gaebelein,
Editor da “Our Hope”, USA.
Traduzido por Mary Schultze,
em 22/09/2008.
www.cpr.org.br/Mary.htm
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.