Pr. Joaquim de Andrade e Pr. Paulo
Romeiro
O espiritismo moderno surgiu em Hydesville, nos
Estados Unidos, com as irmãs Margaret e Kate Fox. As duas eram ainda
crianças quando, em 31 de março de 1848, aconteceram as
primeira manifestações espíritas. Ruídos de pancadas foram ouvidos
na casa da família Fox. Depois, móveis passaram a mover de uma parte para
a outra. Kate e Margaret criaram um sistema de comunicação com o suposto
espírito. As notícias do fenômeno se espalharam e sessões espíritas
começaram a ser realizadas por toda a parte, tanto nos Estados Unidos quanto na
Europa.
O espiritismo tem em Alan Kardec a sua principal estrela. Seu verdadeiro
nome é Hippolyte Léon Denizard
Rivail. Nasceu em Lyon, na França, em 3 de outubro de
1804. Anos depois, mudou-se para Yverdun, na
Suíça, onde estudou com Pestalozzi. Kardec
formou-se em letras e ciências e doutorou-se em medicina. Em 25 de março
de 1856, numa sessão, Kardec recebeu, através de uma médium, a informação de
que dali por diante, um espírito denominado “A Verdade”, seria o seu guia
espiritual. Em 18 de abril de 1857, publica O Livro dos Espíritos, uma
obra contendo mais de mil (1.019) respostas às perguntas feitas aos espíritos.
Outras obras foram publicadas depois: O Evangelho Segundo o Espiritismo, A
Gênese, O Céu e o Inferno, O Livro dos Médiuns, O Que é o Espiritismo e Obras
Póstumas. Kardec faleceu no dia 31 de março de 1869, em Paris, aos 65 anos de
idade, vítima de aneurisma cerebral. Na França de hoje, não há mais de mil
adeptos do espiritismo.
No Brasil, o espiritismo tem várias facetas, tais como a Legião da Boa Vontade
(LBV), a Cultura Racional (que publica o livro Universo em Desencanto), o
Racionalismo Cristão, o Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento e o
espiritualismo relacionado à umbanda, ao candomblé, à quimbanda e à macumba,
cujas raízes religiosas vieram diretamente da África, misturando-se com as
crenças indígenas.
Atualmente, o espiritismo kardecista conta com cerca
de 6,9 milhões de adeptos e existem em torno de 5,500
centros espalhados por todo Brasil. Observe estes números: “Em apenas dez
anos, o número de adeptos do espiritismo, doutrina que se define como religião,
filosofia e ciência, saltou de 1,r milhão para 6,9 milhões de
pessoas. Somados os que não freqüentam regularmente seus centros, mas
aceitam os seus princípios, baseados na reencarnação, na possibilidade de
comunicação com os mortos e na caridade, os espíritas brasileiros chegariam a 20
milhões de pessoas, que compram 2.8 milhões de livros sobre a doutrina a cada
ano” (Veja, 10/04/91, p. 40). O nome mais conhecido no kardecismo
brasileiro é o de Chico Xavier, natural de Uberaba, Minas Gerais. É dito
que Chico Xavier já incorporou cerca de 605 autores falecidos, 328 dos quais
poetas. (Ibidem, p. 42).
O espiritismo cresce no Brasil pelos seguintes motivos:
· O misticismo do povo brasileiro.
· A falha do catolicismo romano em atender aos anseios espirituais de seus
membros.
· A fachada cristã do espiritismo.
· o aspecto consolador do espiritismo.
3.1. Confundindo o Espírito Santo
O Espiritismo pretende ser a terceira revelação de Deus à humanidade. A
primeira revelação teria vindo através de Moisés, a
segunda através de Jesus e a terceira, através do espiritismo. Observe esta
declaração de Kardec: “Reconhece-se que o Espiritismo realiza todas as promessa do Cristo a respeito do Consolador
anunciado. Ora, como é o Espírito da Verdade que preside ao grande movimento da
regeneração, a promessa da sua vinda se acha por essa forma cumprida, porque,
de fato, é ele o verdadeiro Consolador.” (A Gênese, 34).
Resposta Bíblica
O Espírito Santo é o “outro” (ekeinos - pronome
demonstrativo masculino no grego) Consolador (João 14.16, 26), sendo assim a
terceira pessoa da Trindade. Jesus é o Advogado (1ª João 2.1). A palavra
Paráclito é traduzida por Consolador, Advogado, Amparador.
O Espírito Santo possui atributos pessoais: sentimento (Efésios 4.30), vontade
própria (1ª Coríntios 12.11) e inteligência (João 14.26).
3.2. Comunicação com os mortos
O próprio Kardec reconheceu ser impossível a identificação dos espíritos que
falam pelo médium, ao declarar: “A identidade constitui uma das grandes
dificuldades do espiritismo prático. É impossível, com freqüência,
esclarecê-la, especialmente quando são Espíritos superiores antigos em relação
a nossa época. Entre aqueles que se manifestam, muitos não tem nome
conhecido para nós, e a fim de fixar nossa atenção, podem assumir o de um
Espírito conhecido, que pertence a mesma
categoria. Assim, se um espírito se comunica com o nome de São Pedro, por
exemplo, não há nada mais que prove que seja exatamente o apóstolo desse
nome. Pode ser um Espírito do mesmo nível, por ele enviado” (O Que é o
Espiritismo, p. 318; O Livro dos Espíritos, p. 318).
Resposta bíblica
a) Deus proíbe tal forma de comunicação: Êxodo 22.18; Levítico
19.31; Deuteronômio 18.11-13; Isaías 8.19.
b) O Episódio de Saul e a Pitonisa de Endor (1º
Samuel 28.13, 14). Observe as razões que admitem fraudes nesta
manifestação demoníaca:
· Saul perdera a graça de Deus (1º Samuel 28.6) e isso por desobediência
(1º Samuel 15.23).
· Pela vontade de Deus, Saul havia desterrado os necromantes
(1º Samuel 28.3).
· Deus não respondia mais a Saul (1º Samuel 28.6), nem por Urim (revelação sacerdotal, nem por sonhos (revelação
pessoal) e nem por profetas (revelação inspiracional.
· Não se pode conceber que Deus tivesse proibido tal forma de comunicação
e ao mesmo tempo a permitisse (Malaquias 3.6 e Tiago
1.17).
· A conseqüência do passo de Saul (1º Crônicas 10.13).
· A falsa profecia do suposto Samuel: não morreram todos os filhos de
Saul (1º Samuel 28.19). Ficaram vivos pelo menos três filhos: Isbosete (2º Samuel 2.8-10), Armoni
e Mefibosete (2º Samuel 21.8). Compare isso com 1º
Samuel 3.19.
c) Os perigos da comunicação com os mortos
3.3. A reencarnação
a) O lema de Kardec: “Nascer, morrer, renascer e progredir sempre; esta é
a lei” (Epitáfio no túmulo de Allan Kardec).
b) Definição: A crença de que a alma se transfere de uma existência física para
a outra, até que, depois de muitas vezes ter vivido aqui na terra, a alma é
liberada da existência terrena e absorvida pelo Absoluto.
· Pluralidade de existências: Kardec declarou: “...é
só depois de várias encarnações ou depurações sucessivas, num tempo mais ou
menos longo, e segundo seus esforços, que eles atingem o objetivo para o qual
tendem” (O Livro dos Espíritos, cap. IV, p. 196).
· Expiação e progresso contínuo até a perfeição. O objetivo da
reencarnação é, pois, “expiação, aprimoramento progressivo da humanidade”
(Ibidem, cap. IV, p. 167).
· Alcance do objetivo final pelo esforço próprio. O alvo de cada
existência é que o espírito procure expiar as faltas cometidas
anteriormente. “Toda falta cometida, todo mal realizado, é uma dívida
contraída que deverá ser paga; se não o for em uma
existência sê-lo-á na seguinte ou seguintes” (Kardec, O Céu e o Inferno, cap.
7,9).
· Libertação final do corpo: porque cada nova existência será “feliz
ou infeliz segundo o que tiverem feito neste mundo, e podem, a partir desta
vida, se elevarem tão alto que não temerão mais a
queda no lodaçal” (Kardec, O Livro dos Espíritos, Instituto de Difusão
Espírita, Araras, 1984, 22 edição, p.20). Essa idéia foi emprestada do
hinduísmo, onde o espírito deve progredir até escapar do sansara,
o ciclo ou roda de reencarnações.
c) Textos bíblicos usados pelos espíritas
· A possibilidade de João Batista ser Elias (Mateus 11.14). João
Batista foi um profeta de ministério semelhante, não o próprio
Elias. Houve apenas uma identidade de ministério. Se Elias não morreu
(2º Reis 2.11), não poderia reencarnar. João negou ser Elias (João 1.21).
· O verbo ser nem sempre pode ser interpretado literalmente na Bíblia:
Mateus 12.46-50; 26.26.
· O diálogo de Jesus com Nicodemos (João 3.3, 5) – nascer de novo
significa ser regenerado (1ª Pedro 1.23; Tiago 1.18; João 16.7-9).
· Purificação de pecados apenas através do sangue de Jesus (1ª João 1.7;
Apocalipse 1.5).
· Veja ainda 2º Samuel 12.22, 23; Salmo 78.39; Lucas 16.19-31 e Hebreus
9.27.
· A Bíblia fala de ressurreição (a volta no mesmo
corpo) e não de reencarnação.
4. Salvação pelas obras
a) Declaração de Allan Kardec: “Fora da caridade não há salvação” (O
Evangelho Segundo o Espiritismo, p. 631).
b) Declaração de Léon Denis: “Não; a missão do Cristo não era resgatar com
o seu sangue os crimes da humanidade. O sangue, mesmo de um Deus, não
seria capaz de resgatar ninguém. Cada qual deve resgatar-se a si mesmo, resgatar-se
da ignorância e do mal. Nada de exterior a nós poderia fazê-lo. É o
que os espíritos, aos milhares, afirmam em todos os pontos do mundo”
(Cristianismo e Espiritismo, p. 98).
Resposta bíblica
Isaías 64.6; Efésios 2.8,9; Tiago 3.5. Somos salvos para as boas obras e não
pelas boas obras (Efésios 2.8-10). Repetindo: purificação de pecados só é
possível através do sangue de Jesus (1ª João 1.7; Apocalipse 1.5).
Todas as citações bíblicas são da ACF (Almeida
Corrigida Fiel, da SBTB). As ACF e ARC (ARC idealmente até
1894, no máximo até a edição IBB-1948, não a SBB-1995) são as únicas Bíblias
impressas que o crente deve usar, pois são boas herdeiras da Bíblia da Reforma
(Almeida 1681/1753), fielmente traduzida somente da Palavra de Deus
infalivelmente preservada (e finalmente impressa, na Reforma, como o Textus Receptus).
(retorne a
http://solascriptura-tt.org/ Seitas/
retorne a http:// solascriptura-tt.org/ )
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.