Pr. Airton Evangelista da Costa
“Santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, e estai sempre
preparados para
responder com mansidão e temor a
qualquer que vos pedir
a razão da esperança que há
em vós” (1 Pe 3.15-16).
Desconheço o autor das questões abaixo. Também desconheço o site em que foram
publicadas. Pelo visto, deve ser alguém que ainda não encontrou o caminho da
salvação; que não reconhece Jesus como o verdadeiro Messias. Em defesa de minha fé, elaborei a
seguinte refutação:
1 - O Judaísmo afirma que Jesus não foi o Messias, pois não realizou
as esperanças messiânicas. Ele não estabeleceu a paz universal e justiça social
para toda a humanidade, nem redimiu o povo de Israel, e nem tampouco elevou as
montanhas do Senhor acima do topo das alturas. No tocante aos judeus, seu
próprio exílio e falta de um lar, e a continuação da guerra, pobreza e
injustiça são provas conclusivas de que o Messias ainda não chegou, pois sua
vinda, de acordo com promessas proféticas, apressará a redenção do povo de
Israel do exílio e a redenção de todo o mundo dos males da guerra, pobreza e
injustiça.
Resposta - Todas as profecias messiânicas se cumpriram em Jesus Cristo. O
Messias prometido, Jesus, o Ungido de Deus, veio para destruir as obras do
diabo, dar liberdade aos cativos, quebrar as algemas invisíveis, trazer Boas
Novas e preparar um povo para morar no céu (Is 61-2; Lc 4.18; Jo
3.16). Veio para todas as nações, ”para que todo aquele que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Ele [O Cristo do Senhor] “é luz
para iluminar os gentios, e para glória do teu povo Israel” (Lc 2.32). “É Deus
somente dos judeus? Não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente”
(Rm 3.29). O povo de
Deus não é exclusivamente a nação de Israel, mas os que estão lavados e remidos
no sangue do Cordeiro. A REDENÇÃO em Jesus é espiritual. Todos os que O recebem
são espiritualmente renovados. Jó disse: “Eu
sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois
de consumada a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus” (Jó 19.25-26).
A esperança no Redentor é que Ele viria salvar seu povo do pecado e da
condenação (Rm 3.24; Gl 3.13; 4.5;
Ef 1.7; Tt 2.14), livrá-lo do medo da morte (Hb
2.14,15; Rm 8.2) e da ira vindoura (1 Ts 1.10); e dar-lhe vida eterna (Rm
6.23). Tudo isso
encontramos na pessoa do Senhor Jesus.
O reinado de Jesus
será estabelecido num tempo vindouro, quando haverá plena paz no mundo. Vejam:
“Em verdade vos digo que vós os que me seguistes, quando, na regeneração, o
Filho do homem se assentar no trono de sua glória, também vos assentareis em
doze tronos para julgar as doze tribos de Israel” (Mt 19.28); “Quando vier o
Filho do homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então se assentará no
trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele
separará uns dos outros, como o pastor separa dos
cabritos as ovelhas” (Mt 25.31-32). Os judeus “pensavam que o reino de Deus
havia de manifestar-se imediatamente” (Lc 19.11). Supunham que Jesus iria
comandar um exército para libertar os judeus do jugo romano. Ficaram
decepcionados quando viram o Rei
humilhado diante de Pilatos; conduzido para o Calvário; castigado, vencido,
fraco e morto. Nesse sentido, realmente Ele não realizou “as esperanças
messiânicas”. Mas trouxe vida abundante para todos os que O recebem como o
verdadeiro Messias, o Filho do Deus vivo.
2 - A ênfase de Jesus em seus próprios ensinamentos, a maioria dos
quais contrários ao verdadeiro espírito da profecia hebraica, culminou em sua
reivindicação de possuir proximidade especial com Deus, proximidade não
compartilhada e nem mesmo semelhante à de qualquer outro ser humano. Assim ele
declarou: "Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho se
não o Pai, e ninguém conhece o pai, se não o filho e aquele a quem o Filho o
quiser revelar". Deus, do modo como o judeu o conhece, está igualmente
próximo de todos os homens, e sua proximidade depende de quão próximo eles
querem que ele esteja e quão próximo eles desejam chegar dele. Nenhum profeta
judeu nem mesmo Moisés, o mestre dos profetas, alguma vez afirmou estar mais
próximo de Deus do que qualquer outro homem.
Resposta – Jesus continua junto à sua Igreja, aos seus, ao seu povo, a todos os
que O aceitam como Senhor. Ele mesmo disse que estaria conosco todos os dias
(Mt 28.20). Ele foi chamado de Emanuel, que significa “Deus conosco” (Is 7.14).
Jesus estabeleceu a diferença. Realmente, nenhum outro teve a ousadia de dizer
que era “o Cristo, o Filho do Deus Vivo” (Mt 16.16-17); nenhum profeta, em
qualquer época, ouviu “uma voz dos céus, dizendo: ”Este é o meu Filho amado, em
quem me comprazo” (Mt 3.17; 17.5); ninguém jamais disse de si mesmo: “Eu sou o
Senhor do sábado” (Mt 12.8); nenhum profeta foi chamado de “Filho do Altíssimo”
(Lc 1.32); a respeito de nenhum outro profeta se lê na Bíblia: “E estamos naquele
que é verdadeiro, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro
Deus, e a vida eterna” (1
Jo 5.20); ninguém, antes de Jesus, teve a autoridade para declarar: “Eu sou o
caminho, a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6). Realmente, Jesus fez a
diferença. Antes dele, ninguém pôde dizer com tanta certeza: “Eu e o Pai somos
um” (Jo 10.30). E ninguém deu tantas evidências de Sua própria divindade quanto
Ele, pois curou milhares de doentes, expulsou demônios, ressuscitou mortos,
acalmou tempestades, andou sobre as águas. Em toda a história da humanidade,
jamais um homem predisse a sua própria ressurreição: “Depois de eu ressurgir,
irei adiante de vós para a Galiléia” (Mt 26.32); “E o entregarão aos gentios
para ser escarnecido, açoitado e crucificado. No terceiro dia ele ressurgirá“ (Mt 20.19). As Escrituras hebraicas, a
exemplo do Salmo 22 e Isaías 53, falam do sacrifício de Jesus na cruz, exceto
para quem ainda espera, em
vão, o Messias prometido.
O Messias que os
judaizantes ainda aguardam terá que cumprir totalmente as profecias messiânicas
das Escrituras hebraicas, o que é plenamente impossível. Assim, deverá ser
descendente da tribo de Judá (Gn 49.10; Lc 3.33; Mt 1.2-3); nascer em Belém
Efrata (Mq 5.2; Mt 2.1; Lc 2.4-7); nascer de uma virgem (Is 7.14; Mt 1.18); ser
o principal motivo da matança dos meninos (Jr 312.15; Mt 2.16-18); ser a
Galiléia o principal cenário do seu ministério (Is 9.1-2; Mt 4.12-16); ser
profeta (Dt 18.15; Jo 6.14) e sacerdote (Sl 110.4; Hb 6.20); deverá ser
recebido com alegria quando entrar em Jerusalém, montado num
jumentinho (Zc 9.9; Jo
12.13-14); ser traído por um dos apóstolos (Sl 41.9; Mc 14.10; Mt 26.14-16;
Mc 14.43-45) e vendido por trinta moedas de prata (Zc 11.12; Mt 26.15;Mt
27.3-10); que essas moedas sirvam para comprar um sítio (Zc 11.13; Mt 27.3-5;
8-10; 27.6-7); ser acusado por falsas testemunhas (Sl 27.12; 35.11; Mt
26.60-61).
O Messias dos
judaizantes, para que as Escrituras hebraicas se cumpram, deverá permanecer em
silêncio quando for acusado (Is 53.7; Mt 26.62-63); ao ser preso, deve ser
esbofeteado e cuspido (Sl69.4;Mc 14.65; 15.17; Jo
19.1-3; 18.22); deve ser odiado sem justa causa (Sl 69.4; Jo 15.23-25); sofrerá
em nosso lugar (Is 53.4-5; Mt 8.16-17; Rm 4.25; 1Co 15.3); deve ser crucificado
com pecadores (Is 53.12; Mt 27.38; Mc 15.27-28; Lc 23.33); na sua crucificação,
suas mãos e pés devem ser trespassados (Sl 22.16; Jo 19.37; 20.25-27); para
saciar sua sede, receberá na cruz fel e vinagre (Sl 69.21; Jo 19.29; Mt
27.34,48); será alvo de
zombaria (Sl 22.8; Mt 27.43). O Messias aguardado
deve ter seu lado trespassado (Zc 12.10; Jo 19.34), seus ossos não serão
quebrados (Sl 34.20; Jo 19.33), lançarão sortes sobre suas vestes (Sl22.18; Mc
15.24;Jo 19.24); deverá ser sepultado com os ricos (Is 53.9; Mt 27.57-60); em
cumprimento à sua própria profecia e às profecias das Escrituras hebraicas, o
Messias que os judaizantes aguardam deverá ressuscitar ao terceiro dia, apesar
de seu sepulcro receber o selo imperial e ser guardado dia e noite por uma
guarda romana fortemente armada (Sl 16.10; Mt 20.19; 26.32; 27.40; Mt 28.9; Lc
24.36-48) e sua ascensão deve ser
vista pelos discípulos (Sl 68.18; Lc 24.50-51; At 1.9).
O Messias esperado
pelos judaizantes enfrentará outro obstáculo insuperável. É que o seu
nascimento deverá ocorrer hádois mil anos (?!), exatamente na mesma época em que nasceu Jesus, para que se cumpra a profecia de Daniel 9.24-26a. Outra
condição incômoda para o Messias dos judaizantes diz respeito à prova de sua
linhagem, pois ele deverá ser da tribo de Judá e da família de Davi, da “raiz
de Jessé” (Gn 49.10; Is 11.1,10; 2 Sm 7.12-16; Mt 1.1; 9.27; Lc 1.32; Hb 7.14;
Rm 15.12; Ap 5.5). Impossível conseguir a prova dessa filiação porque os
registros genealógicos foram extintos com a destruição do templo de Jerusalém
pelos exércitos romanos, sob o comando do general Tito, em 70 d.C.
3 - Para Jesus, a pobreza não era uma condição deplorável,
necessitando de erradicação; mas pelo contrário, a considerava como um
passaporte para o reino dos céus. E então aconselhava aos discípulos: Se
desejas a perfeição, vá! venda sua
propriedade e doe o dinheiro aos pobres e gozarás de riqueza nos céus.Depois, volte e seja meu seguidor" (Mt 19:21).
Resposta - Não se pode generalizar o que está escrito em Mt 19.21. O coração
daquele jovem estava em suas riquezas. Conhecendo sua fraqueza, Jesus
aconselhou-o a vender seus bens. E disse ser difícil um rico entrar no reino de
Deus. Jesus aproveitou a ocasião para ensinar que quem ama a Deus acima de tudo não deve
ser escravo da idolatria e avareza. Todavia,
a salvação está em nEle crê, seja
rico ou pobre (Jo 3.18; Ef 2.8). Não se pode criar uma doutrina com base nesse
versículo, mas se deve examinar o conjunto dos ensinos de Jesus. Pobreza ou riqueza, tudo deve ser para
a glória de Deus. Quando Jesus se encontrou com Zaqueu não condenou a sua riqueza; mas aquele
homem, tendo ouvido a Jesus, resolveu devolveu o que havia ganho por meio ilícito (Lc 19.8).
4 - Para poder ser um seguidor de Jesus, entretanto, seria preciso
romper todos os vínculos com a vida social normal, pois ele exigia: "Nem
um de vocês que não se despedir de tudo o que possui não poderá ser um dos meus
discípulos" (Lucas 14:33). Essa renúncia não se estendia somente às posses
materiais mastambém
à eliminação das afeições mais naturais pelos membros da família.
Resposta – Em
Lucas 14.26-35 Jesus estabelece as condições para quem deseja ser Seu
discípulo: renunciar a tudo quanto tem por amor a Cristo; levar após Ele a sua
cruz (v.27), avaliar o preço de segui-Lo até o fim (vv.28-32). Em outras
palavras, Jesus fez uma declaração de sua divindade, pois devemos amar a Deus sobre todas as coisas.
Jesus ensina que o preço do discipulado verdadeiro é abrir mão de todos os relacionamentos
e posses, isto é, de bens materiais, família, nossa própria
vida com suas ambições, planos e interesses. Isto não significa que devemos
abandonar tudo quanto temos, mas que tudo quanto temos deve ser colocado a
serviço de Cristo e sob sua direção, ”pois para isto Cristo morreu e tornou a viver, para ser Senhor tantos dos
mortos como dos vivos” (Rm 14.9).
5 - Contrariamente a atitude judaica positiva em relação ao
matrimonio e família, Jesus se opunha quase que hostilmente a essas
instituições. Não era casado e dirigia palavras extremamente contundentes
contra lealdade a pais, irmãos e irmãs, considerando esses vínculos como
afastadores do amor de Deus. Jesus
desmerecia e envergonhava sua mãe e irmãos em público. Assim está registrado
que quando Jesus se dirigia a uma multidão, "sua mãe e seus irmãos e
permaneciam fora dela, desejando falar com ele. Mas, dizia a quem o avisava,
'quem é a minha mãe e quem são meus irmãos?' Apontava aos discípulos e dizia 'aqui estão minha
mãe e meus irmãos! Todo aquele que realiza a vontade de meu Pai do céu é meu
irmão e minha irmã e mãe'' (Mt 12:46-50).
Em outra ocasião, quando um dos ouvintes exclamou, '' abençoada seja a mãe que
o gerou e nutriu!'' Jesus respondeu: ‘Você poderia se expressar-se melhor, abençoados
sejam aqueles que ouvem a mensagem de Deus e as observa! '' (Lucas 11:27). E
ele também ensinava: Não deves chamar qualquer um na terra de seu Pai, pois
tens somente um, o Pai dos céus (Mt 23:9).
Resposta - Em Mateus 12.46-50 vemos Jesus
aproveitando a ocasião para, mais uma vez, dizer que em primeiro lugar está a
obediência a Deus, e que sua mãe e seus irmãos não deveriam ser idolatrados.
Jesus colocou
um ponto final em qualquer
tentativa de endeusar sua mãe (Lc 11.27-28). Nivelou sua família, principalmente
sua mãe, a todos os tementes a Deus. Com coerência, Ele deu o exemplo de que
devemos amar menos as coisas terrenas e MAIS a Deus. A divina missão de Jesus,
definida desde a eternidade (Jo 1.1,2,14; 3.16), não incluía o vínculo matrimonial. É uma inverdade dizer que Jesus, de
forma hostil, se opunha ao casamento, pois Ele confirmou o mandamento de
“honrar pai e mãe” (Mt 15.4), manifestou-se a favor da pureza do matrimônio,
condenando o adultério (Mt 5.27-28); e, na cruz, já perto da morte, demonstrou
seu grande amor filial ao entregar Maria aos cuidados do apóstolo João.
6 - A maneira pela qual Jesus aplicava esses princípios a situações
da vida real pode ser vista por seus rompantes de ira para com os discípulos
que desejavam se desvincular de certas obrigações familiares antes de segui-lo.
Quando um futuro discípulo dizia a Jesus: Mestre, vou segui-lo, mas deixe-me
primeiramente dizer adeus aos que estão em minha casa'', ele o reprovava: Quem
coloca sua mão no arado e olha para trás, é inadequado para o reino de Deus
(Lucas 9:61).
Resposta - Nessa passagem, Jesus disse que devemos deixar os espiritualmente
mortos, cujos interesses estão somente nesta vida. Veja: “Disse também outro:
Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha
casa. Disse Jesus: Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para
o Reino de Deus” (Lc 9.61-62). Jesus
aproveitou a oportunidade para dizer que segui-Lo é tarefa para quem deseja
amá-Lo sobre todas as coisas, capaz de deixar família, nação e bens por Sua
causa. Espiritualmente falando, vale dizer que todos nós devemos amar MENOS as
coisas deste mundo. Os não crentes estão mortos em seus delitos e pecados (Ef
2.1,5). Jesus considerou que a família daquele homem estava espiritualmente
morta; então usou essa expressão: deixe que os [espiritualmente] mortos
sepultem seus mortos. As palavras para aquele seguidor naquele momento foram
amargas, mas serviram como lição para o resto de sua vida. Esta verdade serve para os dias de
hoje. Muitos missionários, colocando em risco a própria vida, largam família e
bens e vão habitar em lugares hostis, por amor a Cristo. Em nada Jesus pode ser
julgado por isso. Ele continuou sendo coerente em suas sábias palavras.
7 - Jesus exigiu de seus seguidores que odiassem seu semelhante para
serem melhores discípulos. Portanto ensinava: ''Aquele que se aproxima de mim
sem odiar seu próprio pai e mãe, esposa e filhos, irmãos e irmãs e também a sua
vida não pode ser dos meus discípulos'' (Lucas 14:26).
Resposta – Quem nos ensinou a amar nossos inimigos e orar por eles, e a honrar
pai e mãe, não nos ensinaria a odiar nossos familiares. Portanto, a passagem
sob análise deve ser interpretada no seu contexto. Leia-se: “Se alguém vier a
mim e não aborrecer a seu pai, e
mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e ainda também a sua própria vida, não pode
ser meu discípulo” (Lc 14.26-ARC). Mais uma vez, guardando coerência com as
palavras já expostas, devemos entender “aborrecer” ou “odiar”, neste versículo,
como “amar menos”. Ou seja, nossa lealdade e amor a Ele devem ficar acima de
todos e de tudo. Todavia, a explicação bastante clara de Lucas 14.26 está em
Mateus 10.37-38: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de
mim; quem ama o filho ou a filha mais do que a mim, não é digno de mim; e quem
não toma a sua cruz, e não vem após mim, não é digno de mim”.
8 - O quanto Jesus estava longe de ser piedoso e isento de desejo de
vingança pode ser avaliado pelo fato de que ele amaldiçoou até mesmo uma árvore
que não produziu os frutos que ele esperava!
Resposta - Jesus transmitiu suas verdades em diversas
situações e de diversos modos. O
contexto de Mateus 21.18-22 revela que a intenção de Jesus não era apenas de
amaldiçoar uma árvore, mas o de ensinar que “se tiverdes fé e não duvidardes,
não só fareis o que foi feito à figueira...”. Afirmar que Jesus era vingativo e
falto de piedade é desconhecer por completo o texto dos quatro evangelhos.
9 - Existe também uma contradição sem solução entre a beatitude de
Jesus: "Bem- aventurado os que promovem a paz por que serão
chamados filhos de Deus''' (Mt 5:9) e sua declaração: “Não penseis que vim
trazer paz a terra. Não vim trazer paz, mas espada. Com efeito, vim contrapor o
homem ao seu pai, a filha a sua mãe e a nora a sua sogra. Em suma, os inimigos
do homem serão os seus próprios familiares" (Mt 10:34-37).
Resposta - “Contradição sem
solução” há para quem não sabe ou não quer aprender a interpretar corretamente
as palavras de Jesus. O que Jesus disse é uma verdade. Vemos todos os dias
cumprir-se essa palavra. Um jovem se converte e de imediato seus pais e seus
irmãos ficam contra ele. Jesus
promove a divisão entre as trevas e a luz porque: (a) o crente está separado do mundo e morto para o
pecado (Lc 12.51-53; Rm 12.2); (b) A pregação da verdade enseja perseguição, divisão,
zombaria e desprezo (Mt 5.10,11; 12.24; 14.4-12; 27.1; At 5.17; 7; 54-60; 14.22). É dessa forma
que se deve entender a aparente contradição em Jesus ser o “Príncipe da Paz”
(Is 9.6) e declarar que veio trazer divisão.
10 - A Bíblia hebraica considera todos os homens como irmãos por
parte do Pai do céu. Portanto os profetas eram mensageiros de Deus para toda a
humanidade e não somente para seu próprio povo. Jesus por outro lado apresentou
uma atitude definitivamente exclusivista ao enfatizar que fora enviado somente
para "as ovelhas desgarradas do povo de Israel. Esse aspecto ainda é mais
enfatizado na recusa de Jesus em curar a filha de uma cananita. A
Bíblia hebraica é repleta de exemplos de gestos de bondade dirigidos a não
judeus, para citar um exemplo: Naamã. A dura
resposta de Jesus à cananita não
foi menos contrária à tradição judaica do que aos padrões éticos aceitos. Pois
quando a mulher implorou: tenha piedade de mim, Senhor! Minha filha está
terrivelmente possuída pelo demônio!' Jesus
não reconfortou e também instruiu seus discípulos: mande-a embora pois fica
implorando', acrescentando: “Fui enviado somente para as ovelhas desgarradas da
casa de Israel. Quando a mãe alterada continuou implorando, ele exclamou as
cruéis palavras: ''Não é certo tirar o pão das crianças e jogar aos cães!
Querendo dizer com isso que os não judeus são cães e conseqüentemente sem
direito a misericórdia divina. Somente quando a pobre mulher se humilhou, a
ponto de aceitar o papel de uma cadela, dizendo: até os cães comem as migalhas
que caem da mesa de seu dono, é que Jesus considerou e prometeu ajudá-la porque
você possui grande fé (Mt 15:22-28). Mas mesmo ao ajudá-la, ele o fez sem humanidade
ou piedade mas como retribuição à grande fé da mulher
em sua pessoa.
Respostas - Exemplos
maiores de “crueldade” e “desprezo” pela vida humana vemos nas Escrituras
hebraicas, dadas por Deus Pai. (1) Para provar a fé de Abraão, ordenou que este
sacrificasse seu único filho Isaque, fazendo-o percorrer um longo caminho;
somente no último momento, suspendeu sua ordem (Gn 22.1-12); (2) Após ter
demonstrado grande zelo pelo seu povo, que tirou da escravidão do Egito,
desejou matar todos eles em pleno deserto, por causa da idolatria do bezerro de ouro.Tal
intento não se consumou por causa da intercessão de Moisés (Êx 3.7-9; 32.4,6,10). Por causa desse
incidente, Moisés, num ato de “crueldade” passou a fio de espada cerca de três
mil homens (Êx32.28); (3) Por ordem de Deus, a cidade
de Jericó foi totalmente destruída pelo fogo, sob o comando do servo Josué: as
casas, os animais, homens, mulheres e crianças foram consumidos (Js 6.2; 7.17,
24); (4) Ao tomarem a cidade de Ai, por ordem do Senhor, mataram doze mil entre
homens e mulheres (Js 8.1,2,25,26,28,29)
; (5) Jó era homem “íntegro e reto, temia a
Deus e se desviava do mal”, mas isso não evitou que perdesse todos os seus
filhos e bens, e ainda ficasse coberto de chagas, tudo por permissão do
Altíssimo, e tudo conforme as Escrituras hebraicas. São muitos os casos em que
Deus Pai , como Senhor dos vivos e dos mortos, usou de Sua soberana e infinita
vontade para pôr em prática seu plano de redenção. Podemos censurar Deus? Como admitir, portanto, que o Cristo,
“Senhor dos vivos e dos mortos”, “Pai da Eternidade”, “Deus Forte” (Is 9.6; Rm
14.9) não
agiu corretamente ao provar a fé da referida mulher? O texto não fala que Jesus ordenou aos
discípulos que expulsassem a mulher. Os discípulos é que pediram a Jesus que
assim procedesse, mas não foram atendidos (Mt 15.23-24). Com isso, Jesus
ensinou que devemos ser perseverantes na fé. Ao atender ao clamor da Cananéia, libertando sua filha dos demônios, Jesus
mais uma vez afirmou que veio libertar os cativos.
11 - Apesar de Jesus ter apregoado que nenhum pingo no i ou traço no
t deveriam ser
retirados da lei, ele
próprio desconsiderou e violou várias leis importantes. A autorização a seus discípulos de apanharem as espigas de
milho no sábado, pois estar faminto não se trata de emergência que justifique
transgressão do sábado. Em várias ocasiões ele curou pessoas no sábado, que não
estavam em situação emergencial, alegando que poderia fazê-lo, em oposição aos
rabinos que sustentavam que o sábado pode e deve na verdade ser transgredido
somente com vistas a salvar e preservar uma vida, mas não para tratar de pessoas
com enfermidades crônicas cujo estado se prolonga por anos e que sem qualquer
perigo de vida e saúde podem aguardar algumas horas até o término do sábado.
Resposta – Ninguém melhor do que Jesus para dar a correta interpretação à lei
que Ele mesmo formulou, na qualidade de Pessoa da Trindade. João Batista deu
testemunho da divindade de Jesus, dizendo: “Aquele que vem do céu é sobre
todos. Aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus...” (Jo 3.31,34). Jesus
confirmou as palavras do seu precursor, afirmando que Seu ensino vinha daquele
que O enviou, ou seja, de Deus (Jo 7.16,17). Nós, cristãos, cumprimos os
princípios éticos e morais do Antigo Testamento (Mt 7.12; 22.36-40) e os
ensinamentos de Cristo e dos apóstolos. Ouçam as palavras do nosso Salvador:
“Ide e fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, e do
Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas QUE EU VOS
TENHO MANDADO” (Mt 28.19-20). Do contrário, ainda estaríamos cumprindo o ritual
da circuncisão (1 Co
7.19). Para nós, a fé em Cristo é o ponto de partida para o cumprimento da lei,
pelo que nos tornamos filhos de Deus (Jo 1.12). Segue-se que não somos salvos pelo
mérito de cumprirmos a lei, mas “pela graça mediante a fé” (Ef 2.8). Libertos
do poder do pecado e selados com o Espírito Santo, estamos debaixo da “lei de Cristo” (Gl 6.2;1 Co
9.21). O apóstolo Paulo declarou de forma clara que não estamos debaixo da lei,
mas debaixo da graça (Rm 6.14). Jesus colocou o sábado no seu devido lugar,
ensinando que esse dia foi instituído para benefício do homem, a seu favor,
e não contra o homem (Mc 2.27). Jesus não censurou os discípulos acusados de
não cumprirem a lei do sábado, por haverem apanhado espigas para comer (Mt
12.1-7), e afirmou que é lícito fazer o bem nesse dia (Lc 6.9). Por último, Ele declarou que “o Filho
do homem é Senhor do sábado” (Mt 12.8).
12 - A lei judaica aprova e recomenda o divórcio como meio de findar
um matrimônio infeliz e insustentável. De fato a lei é notavelmente liberal,
pois aceita como justificativa para o divorcio a incompatibilidade, o que não é
admitido por várias religiões progressistas. Jesus em clara oposição às leis
talmúdicas e bíblicas proibiu o divórcio, exceto em caso de adultério por sua
própria conta.
Resposta – São válidos para este caso os mesmos argumentos apresentados na
questão anterior. É bom entendermos que estamos sob a égide de uma nova
aliança. Ao instituir a ceia do Senhor, Jesus disse que o Seu sacrifício na
cruz representava o novo concerto, a Nova Aliança (Mt 26.28).”Dizendo
nova aliança, Ele tornou antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna
antiquada e envelhecida, perto está de desaparecer” (Hb 8.13). Jesus Cristo é o
Mediador desse novo concerto ou novo testamento. “Se a aspersão do sangue de
bodes e de touros, e das cinzas de uma novilha santifica os contaminados,
quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo
imaculado a Deus, purificará a nossa consciência das obras mortas, para
servirmos ao Deus vivo?” (Hb 9.13-14). Com esta compreensão e certeza, podemos
entender melhor a explicação dada por Jesus, quanto ao divórcio: “Também foi
dito: Aquele que deixar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo
que qualquer que e repudiar sua mulher, a não ser por causa de infidelidade
conjugal, faz que ela cometa adultério, e aquele que casar com a repudiada,
comete adultério” (Mt 5.31-32). O
que vale para nós, hoje, nós que estamos debaixo da lei de Cristo, é essa
palavra. Na questão
formulada, está o reconhecimento de que a lei do divórcio era “notavelmente
liberal”. Por isso, a lei é aperfeiçoada na Nova Aliança.
13 - Ainda mais grave foi a atitude
negativa de Jesus quanto às leis dietéticas expressas em seus ensinamentos:
"Ouvi e entendei! Não é o que entra pela boca que torna o homem
impuro!" (Mt 15:11). Isto era uma clara e inequívoca desaprovação da
importância das leis dietéticas. Os discípulos de Jesus, indignados com esse
ataque a uma das mais importantes observâncias judaicas, perguntaram a seu
Mestre: "Você sabia que os fariseus se escandalizaram ao ouvir o que
disseste?" Ao que ele respondeu: 'Qualquer planta que meu pai celeste não
plantou será arrancada. Deixai-os. São cegos conduzindo cegos! Ora, se um
ofuscado conduz outro, ambos acabarão caindo num buraco’. A pedido dos discípulos para explicar a
parábola Jesus disse: "Não entendeis que tudo o que entra pela boca vai
para o ventre e daí para a fossa? Mas o que sai da boca procede do coração e é
isto que torna o homem impuro" (Mt 15:12-18). De maneira bastante natural
Jesus declarou que "todos os alimentos são puros" (Mc 7.19). Claro
que esse ataque frontal à totalidade das leis dietéticas constitui-se em
estranho contraste à colocação de Jesus de que ele não havia vindo para abolir
nada da lei ou dos profetas.
Resposta – Os argumentos apresentados na questão anterior, quanto à autoridade
de Jesus para alterar ou explicar a lei, são válidos para este caso. Continuam em vigor as palavras de
Jesus, pois ainda temos cegos guiados por outros cegos. Os fariseus observavam com rigor os
mínimos detalhes de sua tradição, até o “lavar as mãos quando comem pão” (Mt
15.2). Estavam convictos - e muitos ainda estão - de que a salvação deles dependia do
cumprimento dessas obrigações. Jesus
dá exemplo de que eles transgrediam os mandamentos, e revela: “E assim
invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus... ensinando doutrinas
que são preceitos dos homens” (Mt 15.6,9). Jesus aproveitou o momento para
declarar que os propósitos do coração são mais importantes para Deus, do que o
lavar as mãos antes das refeições ou praticar outros rudimentos, porque do
coração procedem
os maus pensamentos. ..”
(Mt 15.19,20). Em outra
oportunidade Jesus criticou duramente os fariseus:
“Ai de vós, escribas
e fariseus hipócritas! Limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior
está cheio de rapina e de intemperança. Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! Sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente
parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos, e de toda
imundícia. Exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais
cheios de hipocrisia e iniqüidades. Serpentes, raça de víboras! Como
escapareis da condenação do inferno?” (Mt 23.25-28).
Para finalizar,
ouçamos o apóstolo Paulo: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo
beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são
sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo. Se estais mortos com
Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de
ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: nãotoques,
não proves, não manuseies? {Estas coisas] não são de valor algum, senão
para a satisfação da carne” (Cl 2.16,17,20,21, 23).
14 - O Messias será Rei sobre toda a terra
Todas as profecias
messiânicas tiveram cabal cumprimento na Pessoa de Jesus de Nazaré. As
expectativas dos judeus apontavam para o surgimento de um rei político/militar,
capaz de livrá-los do jugo romano. Jamais
admitiam a hipótese de um rei sofredor, humilde, sem armas. Por certo não
atentaram bem para o texto do “servo sofredor”, conforme Isaías 53, Aquele que
seria “traspassado por nossas transgressões e moído por nossas
iniqüidades”. Por isso, não
sem razão Paulo afirmou que a cruz de Cristo era “escândalo para os judeus” (1 Co 1.23).
Todas as profecias
da Bíblia foram, serão ou estão sendo cumpridas. O exemplo mais recente é a
reconstituição do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948, por resolução da
Organização das Nações Unidas (ONU), após quase dois mil anos de dispersão por
todo o mundo. Esse retorno
à Terra Prometida foi predito há cerca de 2.500 anos. Vejam:
“Eis que os trarei
da terra do Norte e os congregarei das extremidades da terra; e, entre eles,
também os cegos e aleijados, as mulheres grávidas e as de parto; em grande
congregação, voltarão para aqui” (Jr 31.8). O profeta Ezequiel foi ainda mais
preciso: “Tornar-vos-ei de entre as nações, e vos congregarei de todos os
países, e vos trarei para a vossa terra” (Ez 36.24). Outra profecia cumprida é
a de que o deserto de Israel seria lavrado, agricultável, e que todos,
surpresos, iriam dizer que “esta terra desolada ficou como o jardim do Éden”
(Ez 36.33-36). Sabe-se que Israel tem superado a grande escassez de água na
agricultura, utilizando sistema de irrigação de alta tecnologia.
Israel deve atentar
muito bem para a seguinte profecia, a ser cumprida:
“E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de
Jerusalém derramarei o Espírito de graça e de súplicas; olharão para mim, a
quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito, e chorarão por ele, como se chora
amargamente pelo primogênito” (Zc 12.10). Não é preciso muito esforço para
concluir que esta profecia está falando de Jesus, o unigênito de Deus (Jo 1.14;
3.16; 1 Jo 4.9), o primogênito de Maria (Lc
2.7a), o traspassado na cruz (Jo 19.34,37).
O povo que rejeitou o enviado de Deus chorará amargamente, e “o SENHOR será Rei
sobre toda a terra” (Zc 14.9).
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.