UM DOS EXEMPLOS MAIS destacados de como o paganismo babilônico tem
continuado até nossos dias pode ser visto na maneira como a igreja romanista
inventou a adoração a Maria para substituir a antiga adoração à deusa-mãe.
A história da mãe e do filho foi largamente conhecida na antiga
Babilônia e desenvolveu- se até ser uma adoração estabelecida. Numerosos
monumentos da Babilônia mostram a deusa-mãe Semíramis com seu filho Tamuz nos
braços (1) Quando o povo da Babilônia foi espalhado para as várias partes da
terra, levaram consigo a adoração da mão divina e de seu filho. Isto explica
porque muitas nações adoravam uma mãe e um filho – de uma forma ou de outra –
séculos antes do verdadeiro Salvador, Jesus Cristo, ter nascido neste mundo.
Nos vários países onde este culto se espalhou, a mãe e o filho foram chamados
por diferentes nomes, pois, relembramos, a linguagem foi confundida em Babel.
Os chineses tinham uma deusa-mãe chamada Shingmoo ou “Santa Mãe”.
Ela é representada com um filho nos braços e raios de glória ao redor da cabeça
(2)
Os antigos germanos adoravam a virgem Hertha com o filho nos
braços. Os escandinavos a chamavam de Disa, que também era representada com um
filho. Os etruscos chamavam-na de Nutria, e entre os druidas a Virgo-Patitura
era adorada como a “Mãe de Deus”. Na Índia, era conhecida como Indrani, que
também era representada com o filho nos braços.
A deusa-mãe era conhecida como Afrodite ou Ceres pelos
gregos; Nana, pelos sumérios, e como Vênus ou Fortuna, pelos seus devotos nos
velhos dias de Roma, e seu filho como Júpiter (3) Por várias eras, Ísis, a
“Grande Deusa” e seu filho Iswara, têm sido adorados na Índia, onde templos
foram erigidos para sua adoração. (4)
Na Ásia, a mãe era conhecida como Cibele e o
filho como Deoius. “Mas, a despeito de seu nome ou lugar”, diz um escritor,
“ela foi a esposa de Baal, a virgem rainha dos céus,
que ficou grávida, sem jamais ter concebido de varão”. (5)
Quando os filhos de Israel caíram em apostasia, eles
também foram enganados por esta adoração da deusa-mãe. Como lemos em Juízes
2.13: “Eles deixaram ao Senhor: e serviram a Baal e a Astarote”. Astarote ou Astarte
era o nome pelo qual a deusa era conhecida pelos filhos de Israel. É penoso
pensar que aqueles que haviam conhecido o verdadeiro Deus, o abandonassem e
adorassem a mãe pagã. Ainda assim era exatamente o que faziam repetidamente
(Juízes 10.6; 1 Samuel 7.3,4; 12.10; 1 Reis 11.5; 2 Reis 23.13). Um dos títulos
pelos quais a deusa era conhecida entre eles era o de “rainha dos céus”
(Jeremias 44.17-19). O profeta Jeremias repreendeu-os por adorarem, mas eles se
rebelaram contra sua advertência.
Em Éfeso, a grande mãe era conhecida como Diana. O templo
dedicado a ela, naquela cidade, dera uma das sete maravilhas do mundo antigo.
Não somente em Éfeso, mas em toda a Ásia e em todo o mundo a deusa era adorada
(Atos 19.27).
No Egito, a mãe era conhecida como Ísis e seu filho como Horus.
É muito comum os monumentos religiosos do Egito mostrarem o infante Horus
sentado no colo de sua mãe.
Esta falsa adoração, tendo se espalhado da Babilônia para as
diversas nações, com diferentes nomes e formas, finalmente estabeleceu- se em
Roma e em todo o Império Romano. Diz um notável escritor com relação a este
período: “A adoração da Grande Mãe... foi... muito popular sob o Império
Romano. Inscrições provam que os dois (mãe e o filho) recebiam honras
divinas... não somente na Itália e especial em Roma, mas também nas
proximidades, especialmente na África, Espanha, Portugal, França, Alemanha e
Bulgária”. (6)
Foi durante esse período quando o culto da mãe divina foi
muito destacado, que o Salvador, Jesus Cristo, fundou a verdadeira Igreja do
Novo Testamento. Que gloriosa Igreja ela foi naqueles dias primitivos. Pelo
terceiro e quarto século, contudo, o que era conhecido como a “igreja” havia,
em muitas maneiras abandonado a fé original, caindo em apostasia a respeito do
que os apóstolos haviam avisado. Quando essa “queda” veio, muito paganismo foi misturado
com o cristianismo. Pagãos não convertidos eram tomados como professos na
igreja e em numerosas ocasiões tinham a permissão de continuar muitos dos seus
rituais e costumes pagãos usualmente com umas poucas reservas ou mudanças, para
fazer suas crenças parecerem mais semelhantes à doutrina cristã.
Um dos melhores exemplos de tal transferência do paganismo
pode ser visto na maneira como a igreja professa permitiu que o culto da grande
mãe continuasse – somente um pouquinho diferente na forma e com um novo nome.
Veja você, muitos pagãos tinham sido trazidos para o cristianismo, mas tão
forte era sua adoração pela deusa-mãe, que não a queriam esquecer. Líderes da
igreja comprometidos viram que, se pudessem encontrar alguma semelhança no
cristianismo com a adoração da deusa-mãe, poderiam aumentar consideravelmente o
seu número. Mas, quem podia substituiria a grande mãe do paganismo? E claro que
Maria, a mãe de Jesus, pois era a pessoa mais lógica para eles escolherem. Ora,
não podiam eles permitir que as pessoas continuassem suas orações e devoções
uma deusa-mãe, apenas chamando-a pelo nome de Maria, em lugar dos nomes
anteriores pelos quais era conhecida? Aparentemente foi este o raciocínio
empregado, pois foi exatamente o que aconteceu. Pouco a pouco, a adoração que
tinha sido associada à mãe pagã foi transferida para Maria.
Mas a adoração a Maria não fazia parte da fé cristã
original. É evidente que Maria, a mãe de Jesus, foi uma mulher excelente,
dedicada e piedosa – especialmente escolhida para levar em seu ventre o corpo
de nosso Salvador – mesmo assim nenhum dos apóstolos nem mesmo o próprio Jesus
jamais insinuaram a idéia da adoração a Maria. Como afirma a Enciclopédia
Britânica, durante os primeiros séculos da igreja, nenhuma ênfase, fosse qual
fosse, era colocada sobre Maria (7) Este ponto é admitido pela The Catholic Encyclopedia
também: “A devoção a Nossa Bendita Senhora, em última análise, deve ser
olhada como uma aplicação prática da doutrina da Comunhão dos Santos. Vendo que
esta doutrina não está contida, pelo menos explicitamente, nas formas
primitivas do Credo dos Apóstolos, não há talvez qualquer campo para surpresa
de não descobrirmos quaisquer traços do culto da Bendita Virgem nos primeiros
séculos cristãos”, sendo o culto de Maria um desenvolvimento posterior. (8)
Não foi até o tempo de Constantino – a primeira parte do
quarto século – que qualquer um começou a olhar para Maria como uma deusa.
Mesmo neste período, tal adoração foi combatida pela igreja, como é evidente
pelas palavras de Epifânio (403 d.C.) que denunciou alguns da Trácia, Arábia, e
qualquer outro lugar, por adorarem a Maria como uma deusa e oferecerem bolos em
seu santuário. Ele deve ser honrada, disse ele, “mas que ninguém adore Maria”.
(9) Ainda assim, dentro de apenas uns poucos anos mais, o culto a Maria foi não
apenas ratificado pela que conhecemos hoje como Igreja Católica, mas tornou-se
uma doutrina oficial no Concílio de Éfeso em 431.
Em Éfeso? Foi nessa cidade que Diana tinha sido adorada como
a deusa da virgindade e da fertilidade desde os tempos primitivos. (10)
Dizia-se que ela representava os primitivos poderes da natureza e foi assim
esculpida com muitos seios. Uma coroa em forma de torre, símbolo da torre de
Babel, adornava sua cabeça.
Quando as crenças são por séculos conservadas por um povo,
elas não são facilmente esquecidas. Assim sendo, os líderes da igreja em Éfeso
– quando veio a apostasia – também raciocinaram que se fosse permitido às
pessoas conservarem suas idéias a respeito de uma deusa-mãe, se isto fosse
misturado com o cristianismo e o nome de Maria fosse colocado no lugar, eles
poderiam ganhar mais convertidos. Mas este não era o método de Deus. Quando
Paulo veio para Éfeso nos dias primitivos, nenhum compromisso foi feito com o
paganismo. As pessoas eram realmente convertidas e destruíram seus ídolos da
deusa (Atos 19.24-27). Quão trágico que a igreja em Éfeso, em séculos
posteriores, se comprometesse e adotasse uma forma de adoração da deusa-mãe,
tendo o Concílio de Éfeso finalmente transformado isto em uma doutrina oficial.
Uma posterior indicação que o culto a Maria passou a
existir partindo do antigo culto à deusa-mãe, pode ser visto nos títulos que
são atribuídos a ela. Maria é freqüentemente chamada “A Madona”. De acordo com Hislop,
esta expressão é a tradução de um dos títulos pelos quais a deusa babilônica
era conhecida. Em forma deificada, Nimrode veio a ser conhecido como Baal. O
título de sua esposa, a divindade feminina, seria o equivalente a Baalti. Em
Português, esta palavra significa “minha Senhora”; em Latim “Mea Domina”, e em
Italiano, foi corrompida para a bem conhecida “Madonna”. (11) Entre os
fenícios, a deusa-mãe era conhecida como “A Senhora do Mar” (12), e até mesmo
este título é aplicado a Maria – embora não exista qualquer conexão entre Maria
e o mar.
As Escrituras tornam claro que existe apenas um mediador
entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem (1 Tm 2.5). Ainda assim o
catolicismo romano ensina que Maria também é uma “mediadora”. As orações para
ela formam uma parte muito importante do culto católico. Não existe base
escriturística para esta idéia, embora este conceito não fosse estranho às
idéias ligadas à deusa-mãe. Ela trazia como um dos seus títulos “Milita”, que é
a “Mediatrix”, “Medianeira”, ou “Mediadora”.
Maria é freqüentemente chamada “rainha dos céus”. Mas Maria,
a mãe de Jesus, não é a rainha dos céus. “A rainha dos céus” foi um título da
deusa-mãe que foi adorada séculos antes de Maria ter ao menos nascido. Bem
antes, nos dias de Jeremias, o povo estava adorando a “rainha dos céus” e
praticando rituais que eram sagrados para ela. Como lemos em Jeremias 7.18-20:
“Os filhos apanham a lenha, os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a
farinha, para se fazerem bolos à rainha dos céus”.
Um dos títulos pelos quais Ísis era conhecida era a “mãe de
Deus”. Mais tarde este mesmo título foi aplicado a Maria pelos teólogos de
Alexandria. Maria era, é claro, a mãe de Jesus, mas somente no sentido de sua
natureza humana, sua humanidade. O significado original de “mãe de Deus” ia
além disto; acrescentava uma posição glorificada à MÃE e a igreja católica da
mesma maneira foi muito ensinada a pensar assim a respeito de Maria.
A imagem da deusa-mãe com o filho nos braços estava tão firmemente
gravada na mente pagã quando vieram os dias da apostasia que, de acordo com um
escritor, à antiga imagem de Ísis e do filho Horus foi finalmente aceita, não
somente na opinião popular, mas, por sanção episcopal formal, foi aceita como a
imagem da Virgem e do seu filho. (13) Representações de Ísis e do seu filho
foram freqüentemente colocadas em uma moldura de flores. Esta prática também
foi aplicada a Maria, como aqueles que têm estudado arte medieval bem sabem.
Astarte, a deusa fenícia da fertilidade, era associada com a
lua crescente. A deusa egípcia da fertilidade, Ísis, era representada como
estando de pé sobre a lua crescente com estrelas rodeando sua cabeça. (14) Nas
igrejas católicas romanas por toda a Europa podem ser vistas pinturas de Maria
exatamente da mesma maneira.
De numerosas maneiras, líderes da apostasia tentaram fazer
Maria parecer semelhante às deusas do paganismo e exaltá-la a um plano divino.
Uma vez que os pagãos tinham estátuas da deusa, assim também estátuas eram feitas
de “Maria”. Diz-se que em alguns casos, as mesmas estátuas que tinham sido
adoradas como Ísis (com seu filho) simplesmente ganharam outro nome, como de
Maria e Cristo menino. Quando o cristianismo triunfou, diz um escritor, “estas
pinturas e figuras tornaram-se as figuras da madona e do filho sem qualquer
quebra da continuidade: nenhum arqueólogo, de fato, pode agora dizer se alguns
desses objetos representam uma ou outra”. (15)
Muitas dessas figuras renomeadas foram coroadas e adornadas
com jóias – exatamente da mesma maneira das imagens das virgens hindus e
egípcias. Mas Maria, a mãe de Jesus, não era rica (Lucas 2.24; Lv 12.8). De
onde, então, vieram essas jóias e coroas que são vistas nestas estátuas que
supostamente são dela?
Através de compromissos – alguns muito óbvios, outros mais
ocultos – a adoração da antiga mãe continuou dentro da “igreja” da apostasia,
misturada, com o nome de Maria sendo substituto dos antigos nomes.
Notas
01. Encyclopedia of Religions,vol.
2, p.398
02. Gross, The Heathen Religion, p.60
03. Hislop, The Two Babylons, p.20
04. Ibid.
05. Bach, Strange Sects and Curious
Cults, p. 12
06. Frazer, The Golden Bough, vol.
1, p. 356.
07. Encyclopedia Britannica, vol. 14,
p. 309
08. The Catholic Encyclopedia, vol.
15. p. 459, art. “Virgin Mary”.
09. Ibid., p. 460
10. Fausset´s Bible Encyclopedia, p.
484
11. Hislop, The Two Babylons, p. 20
12. Harper´s Bible Dictionary, p. 47
13. Smith, Man and His Gods, p. 216.
14. Kenrich, Egypt, vol. 1, p.425.
Blavatisky, Isis Unveiled, p. 49.
15. Weigall, The Paganism in Our
Christianity, p. 129.
Fonte: Ralph Woodrow, Babilônia: a Religião dos Mistérios,
Observação:
Na igreja da apostasia, Maria continua sendo a “Rainha do Céu e da Terra”,
dentre outros muitos títulos:
“Pela ligação maternal a Jesus,
Maria está intimamente associada à sua obra redentora, merecendo o título de Co-redentora,
que inclui outros que a piedade cristã lhe
atribui: Advogada, Auxiliadora, Medianeira… Mãe de Jesus, Maria é também Mãe
do seu Corpo Místico, pelo que lhe cabe o título de Mãe da Igreja, usado
por Paulo VI (21.11.1964) , título que não chegou a ser objecto de definição
dogmática pelo Conc. Vat. II, que o julgou pressuposto na sua Maternidade Espiritual, função
que perdura na sua vida celeste como Mediação Universal a favor de
todos os homens. A coroar todas as outras prerrogativas, temos finalmente a
sua glorificação como Rainha do Céu e da Terra. (Cf. Cat. 484-507; 721-726; 963- -975)” (Enciclopédia Católica
Popular – http://www.ecclesia.pt/catolicopedia
)
Pr. Airton E.da Costa
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.