É notável o silêncio das Escrituras quanto ao fato de Pedro ser um papa infalível. Um pouco de bom senso já seria por si mesmo suficiente para desacreditar tal idéia. A característica mais notável do papado, aquilo que a destaca de todas as outras igrejas, é a sua reivindicação da supremacia, autoridade e infalibilidade de Pedro, mais tarde estendida aos seus sucessores, os outros bispos de Roma.
A coisa se torna mais espantosa ainda se lembrarmos que a Igreja havia passado por algo semelhante em Atos, logo no capítulo 1 e foi exatamente Pedro que se levantou para resolver a questão. Lemos a partir do verso 15 que Pedro levantou-se no meio dos irmãos, em uma assembleia de umas cento e vinte pessoas e disse:
Sabemos o final da história. Foram propostos dois nomes para substituir Judas. José, chamado Barsabás, cognominado Justo, e Matias. Orando, disseram: “Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, revela-nos qual destes dois tens escolhido para preencher a vaga neste ministério e apostolado, do qual Judas se transviou, indo para o seu próprio lugar. E os lançaram em sortes, vindo a sorte recair sobre Matias, sendo-lhe, então, votado lugar com os onze apóstolos.”
Porque não vemos Pedro dizendo “Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, e revelou me que estou prestes a deixar este tabernáculo, revela-nos qual destes apóstolos tens escolhido para preencher esta vaga tão importante, essencial neste ministério e apostolado, do qual estou partindo, indo ao Seu encontro?“
Na verdade Pedro sequer menciona o assunto. Por outro lado, Cristo e os apóstolos advertiram contra os falsos Cristos, os falsos profetas, os falsos mestres que se levantariam com tais reivindicações.
A Bíblia diz:
Mas a Igreja de Roma exige que todos creiam cegamente e com fé implícita à interpretação da Bíblia dada pelo papa e sua hierarquia. Ao fazê-lo, ela usurpa o lugar do Espírito Santo como mestre e líder. Que Pedro, o primeiro papa segundo se alega, não foi infalível como mestre da fé e moral fica evidente de sua conduta inconsistente em Antioquia quando ele recusou-se a comer com os cristãos gentios para não ofender certos judeus de Jerusalém (Veja Gl. 2:11-16).
Se Pedro era infalível, porque Paulo lhe resistiu face a face ? A Bíblia mesmo nos responde, dizendo que Pedro, o infalível, se tornara repreensível ao defender uma doutrina que Paulo entendeu perfeitamente.
Como pode Paulo dizer que o “infalível papa” não procedia corretamente segundo a verdade do evangelho ?
E aí vem o mais estranho de tudo: Paulo dá um banho de teologia e doutrina na fonte infalível e inerrante de autoridade da igreja, segundo nossos amigos católicos, ao ensinar ao papa infalível que “que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado.”
Se nós protestantes tivéssemos que escolher qualquer um dos apóstolos para ser a cabeça infalível da igreja, esse seria Paulo, e não Pedro, pois tanto como homem quanto como mestre Paulo foi uma personalidade muito maior. Mas o fato é que o Novo Testamento não indica em parte alguma, ainda que ligeiramente, que qualquer homem deveria ser escolhido para essa posição.
Há referências a Cristo como Pastor Supremo, mas nenhuma a qualquer homem com esse ou qualquer outro título semelhante.
(Este artigo é de autoria de Franck Toledo Lenzi, e é uma adaptação do texto encontrado no livro Catolicismo Romano, de Loraine Boettner, pág 193 – IBR, 1a Edição – 1985. O original, Roman Catholicism, by Presbyterian and Reformed Publish
ing, Co. foi publicado em 1962.)
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