[Maria Madalena:]
Roma colhe o que plantou:



 

         Do erudito professor britânico, Dr. Clive Gillis, membro do “European Institute of Protestant Studies (EIPS)”, copiei ontem, para tradução,  um artigo que muito me agradou. Traduzi apenas 2/3 do mesmo, pois a parte final consta de um sermão do Papa Gregório I, recheado de textos em Latim, o qual achei cansativo, em nada contribuindo para melhorar a exposição do Dr. Gillis, a quem dou agora a palavra.

         A Igreja de Roma tem a maior parte da responsabilidade na atual onda de histeria a respeito de Maria Madalena, sendo importante que se apontem, com alguns detalhes,  as razões para esse fato.

         Roma tem declarado que Maria, Mãe de Jesus, foi concebida sem pecado [Dogma da Imaculada Conceição] e preservada do pecado por toda a sua vida, tendo sido corporalmente elevada ao céu [Dogma da Assunção de Maria], sendo a mulher perfeita, em vez da pecadora remida pela graça de Deus [contrariando as passagens bíblicas em que ela declara: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador;  porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada...” (Lucas 1:46-48)]. Como desabafou uma jovem católica: “Crescemos acreditando que ela é quem dirige o céu”.

         Esses dogmas católicos promoveram a falsa idéia de que a virgindade é o mais honroso estado feminino e que a sexualidade é algo vergonhoso.  Como resultado, as mulheres católicas [praticantes] começaram a se sentir inferiorizadas, ou até mesmo culpadas, quando encaram as realidades da vida, sempre sobrecarregadas com o peso de uma gravidez após outra, conforme o desejo dos seus maridos. Algumas simplesmente têm chegado ao desespero.

 

O Confessionário - Os padres têm tradicionalmente  promovido tal sentimento de impureza nos confessionários, através dos seus explicitamente detalhados e pornográficos ‘manuais dos confessores’, como aquele de Afonso de Ligório, onde algumas dúbias partes ficaram sem tradução do Latim, por serem  tremendamente vergonhosas [Ligório é o pai da mariolatria]. O certo é que esses manuais têm despertado inocentes mulheres a práticas indecentes, das quais antes não se haviam dado conta [Quando eu era católica, os padres me faziam cada pergunta no confessionário que me deixava aturdida e deve ser sobre isso que o Dr. Gillis está falando].

         Por causa disso, a Igreja de Roma logo começou a precisar de um modelo feminino que não fosse o da super-mulher Maria [Mãe de Jesus], para ser colocado diante das mulheres católicas. E quem se prestaria a tal papel, senão uma mulher realmente depravada, uma ostensiva pecadora, de consciência empedernida, uma prostituta possuída por sete demônios, a qual foi maravilhosamente transformada [depois do arrependimento],  através do ministério do Senhor Jesus  Cristo! Foi essa, então, a mulher que a Igreja de Roma arranjou para ser oferecida como uma verdadeira esperança à classe feminina católica.

         Entretanto, não existe essa personagem nas narrativas do Evangelho. Por isso, os papas e teólogos de Roma resolveram inventá-la [Roma tem primado, em seus mais de dezesseis séculos de existência, pela criação de mitos e lendas que possam aumentar o prestígio religioso e financeiro da Igreja, a fim de acorrentar os católicos aos seus dogmas fraudulentos].

         E foi assim que surgiu Maria Madalena, a prostituta salva!

 

Como foi ela criada - Os papas foram os mestres no jogo da “prostituição” de Maria Madalena, embora esse processo tenha começado com os Pais Latinos da Igreja. O Papa Gregório I logo deu o seu selo de aprovação, em 591 d.C., quando se apossou de todos os lances dos Pais Latinos e estabeleceu claramente  o assunto.

         Por outro lado, as igrejas orientais haviam cuidadosamente rejeitado três Marias nas Escrituras. Elas haviam se esfalfado bastante na tentativa de distinguir a “pecadora” de Lucas 7:37-50, tanto da Maria, irmã de Marta (Lucas 10:38-42 e João 11) como de Maria Madalena de Lucas 8:2.

         Mas o Papa Gregório I, no Ocidente, insistiu em que “aquela que Lucas chama a mulher pecadora e que João chama Maria (de Betânia) acreditamos que seja a Maria, da qual sete demônios foram expelidos, conforme Marcos.” (Marcos 16:9).

 

Cresce o mito - Nada existe na Escritura indicando que Maria Madalena tenha sido uma prostituta. Roma criou esse mito, asseverando que os sete demônios dos quais ela foi liberta, eram espíritos impuros, os quais a haviam conduzido à depravação moral.

         Maria Madalena e a mulher pecadora são claramente diferenciadas na Escritura. Em Lucas 7:50, o último verso do capítulo, e final da história, lemos: “E disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz”. O capítulo seguinte (8) começa assim: “E aconteceu, depois disto, que andava de cidade em cidade, e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus; e os doze iam com ele...” Somente, então, Maria Madalena é apresentada, ministrando-O com os seus bens.

 

As Lavanderias Maria Madalena em Dubllin - Então, para Roma “a pecadora” de Lucas 7 é Maria Madalena. Os pecados da mulher descritos como “muitos” tornaram-se os pecados de Maria Madalena. Logo a seguir, simplesmente por lúbrica dedução, os seus pecados tornaram-se sexuais, associados à possessão demoníaca.

         O argumento decisivo para Roma é que essa Maria é encontrada na narrativa sobre a unção dos pés de Jesus (João 12:3). Mas convém notar que essa Maria que ungiu os pés de Cristo está em companhia da humilde Marta e de Lázaro, não sendo a Maria Madalena, que estava com Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e com outras mulheres da alta classe. Mesmo assim, Roma insiste em que esta [pecadora] é Maria Madalena.

         O círculo social de Maria Madalena era rico, a ponto de ministrar Jesus com os seus bens. Para elas, derramar um ungüento de nardo puro dificilmente iria significar um ato tão altruísta a ponto de ter merecido de Jesus uma declaração de que o mesmo seria lembrado (Marcos 14:9).

         O passar dos séculos e a arte renascentista, sempre encomendada pelos papas, encarregaram-se do resto, no sentido de estabelecer o mito de Maria Madalena.

         O recente escândalo de Dublin, que se seguiu à descoberta de 133 sepulturas sem inscrição, dentro de um convento romanista, deu o que falar. Elas estavam numa das Lavanderias Maria Madalena, onde haviam sido enterrados os órfãos resultantes do pecado sexual [dos padres e freiras], ali sepultados em condições subumanas. Esta é apenas uma ilustração do terrível fruto da falsa noção de que Maria Madalena teria sido uma prostituta redimida, segundo a imaginação romanista.

 

A Biblioteca de Nag Hammadi – Contudo essa visão de Maria Madalena foi confrontada, logo após a II Guerra Mundial, com a descoberta, em dezembro de 1945, da Biblioteca Nag Hammadi, próxima à vila do mesmo nome, distante três milhas ao sul de Cairo. Sete beduínos estavam ocupados em extrair fertilizante rico em nitratos, no vale egípcio do Nilo, quando encontraram  “uma grande jarra de barro, com cerca de 2 pés de altura, contendo uma tigela no topo, selada com betume”. A jarra não continha pergaminhos, mas 13 códigos em sacos de couro, parecidos com livros.  Os coloridos eventos relacionados à descoberta, incluíram sete assassinatos, antes que as obras chegassem a ser pacificamente arquivadas no Museu Copta do Cairo.

 

O Evangelho de Filipe - A Biblioteca de Nag Hammadi continha uma mistura de escritos cristãos e filosóficos, incluindo o Evangelho de Filipe. Este evangelho apócrifo contém um notório texto: “e o companheiro de [...] Maria Madalena [...] a amava mais do que todos os seus discípulos e costumava beijá-la frequentemente [...]” Os intervalos no texto foram causados por formigas brancas.

         O Código Da Vinci, que não passa de uma novela, defende a teoria de que “Qualquer erudito aramaico lhe dirá que a palavra “companheiro”, naquele tempo, significava literalmente “esposo”.  Contudo, o documento não é aramaico, mas copta. E os eruditos coptas afirmam que “companheiro” significa realmente “companheiro”.  Qualquer leitor interessado pode acompanhar todas as meias verdades e pressuposições do Código Da Vinci, retrocedendo até suas fontes duvidosas, no “Evangelho de Filipe”, de R. MCl Wilson (1962).

         Os chamados Evangelhos de Nag Hammadi são um veneno proveniente da febril imaginação dos hereges gnósticos, os quais criaram uma linha de sangue dos descendentes de Jesus Cristo com sua suposta esposa Maria Madalena.

         O achado de Nag Hammadi elevou Maria Madalena de prostituta a grande sacerdotisa aristocrática e esposa de Cristo, responsável  pela Sua descendência sacerdotal, fato que a Igreja de Roma vinha, supostamente, tentando esconder (Os teóricos da teoria de conspiração se apóiam fortemente na idéia dos sinistros segredos ocultos do Vaticano).

         O livro de Baigent, Leigh e Lincoln - Holy Blood, Holy Grail  - estabelecendo essa nova teoria, adaptou-se ao Movimento Feminista, num tempo em que as mulheres católicas estavam desertando, aos montes,  dos confessionários. A característica tradicional de Maria Madalena - a prostituta redimida - foi descartada em favor dessa idéia ainda menos aceitável de que ela foi uma sacerdotisa, esposa de Cristo e mãe dos Seus filhos.

         Até aqui falou o Dr. Gillis, desmascarando o Código Da Vinci, um livro que chegou, junto com o filme, para macular, diante deste mundo totalmente utilitarista e hipócrita,  a figura do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo. Contudo, vamos confiar na Palavra de Deus, pois,  “Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida”. (1 João 5:5,11,12).

 

Dr. Clive Gillis/Mary Schultze, julho 2006.






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