Pr.
Airton Evangelista da Costa
O presente trabalho, elaborado em outubro de 1997 e revisto em outubro de 1999,
foi mais uma vez atualizado neste ano de 2001, com alguns acréscimos
substanciais.
Para glória de Deus, tenho recebido ao longo desses três anos muitas manifestações
de apoio, como a seguir exemplificadas, que me servem de estímulo para
continuar combatendo as heresias e pregando o Evangelho do nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo. "A VERDADE SOBRE MARIA" tem sido utilizado para
evangelização, e tenho notícias de que, após sua leitura, vários religiosos
se converteram. Vejamos o que dizem os leitores sobre este e outros estudos:
"Sou de Nilópolis/RJ, tive a rica oportunidade de ler o estudo sobre santa
Maria. Ainda não li todo, mas o que pude ler é uma bênção, que Deus
continue o abençoando e lhe concedendo sabedoria para nos esclarecer as coisas
acerca do Reino de Deus.Um abraço e a paz do Senhor Jesus seja contigo e com os
seus (família e rebanho).Sergio de Freitas". "Assíduo freqüentador
das páginas com seus artigos, muito me honraria receber do irmão uma comunicação
dando informação sobre seu ministério. Outrossim, aproveitamos o ensejo para
enviar nossa admiração por tão importante trabalho via Internet, o que nos
leva a rogar a Deus que o conserve nesse ministério, dando assim cumprimento a
magnífica obra que é anunciar a Palavra do Senhor através deste meio de
divulgação.Ao Senhor toda honra, louvor e adoração, por Cristo Jesus, nosso
Senhor e Salvador.Do irmão em Cristo,Cilas Emílio de Oliveira".
"Paz do Senhor, pastor, este ensino sobre Maria é excelente. Sou membro da
Igreja Assembleia de Deus em Port Chester-NY, [Estados Unidos] e sei que este
ensino vai ser muito útil nas minhas visitas de evangelização. Paz do
Senhor". Irmã Rosangela Meloni.
"Sou diácono da Assembleia de Deus aqui na Bahia. Navegando em busca de
estudos bíblicos deparei-me com ''A Verdade sobre Maria''. Tenho certeza que irá
ajudar a muitos irmãos na formação espiritual e moral. Parabéns Pastor
Airton! Continue neste trabalho!" japmenezes@uol.com.br "Amado. Nesta
manhã me detive atentamente à leitura da palavra que o amado escreveu. Dou graças
a Deus por tão grandes verdades relatadas. Sinceramente, animaram meu coração
muitas coisas que sabia e não mais me lembrava. Que o Senhor Deus o capacite a
estar tendo revelação da parte do Senhor Jesus, para ajudar os irmãos a
entender o seu chamamento. Se puder me escrever e me ensinar o que significa : O
que é o reino de Deus. E o reino de Deus está dentro em vós. Em Cristo um
forte abraço Francisco Cascavel-PR".
"Fiquei encantada com o que li - " SINAIS DOS TEMPOS FINDOS"- na
parte que fala sobre a consulta aos mortos. Como eu era cega, ( me converti a
menos de um mês),eu era católica e acreditava no Espiritismo - Allan Kardec, só
hoje é que a Bíblia esta sendo clara pra mim. Peço sempre ao nosso Pai
Eterno, que abra sempre os meus olhos para que eu veja palavras que alimente a
minha fé, e hoje ele me colocou estas, foi demais, fiquei muito feliz. Deus lhe
abençoe, todos os seus caminhos. Fique na PAZ! Sônia Lúci".
"Meu nome é Adriana, e sou do Ceará. Porém atualmente moro no Japão com
meu esposo e meu filho. Parabenizo-lhe, pela excelente matéria a respeito de dízimos
e ofertas. Em verdade nosso povo está cada vez mais caminhando por caminhos que
o homem cria. Nos convertemos aqui no Japão e graças à misericórdia de Nosso
Senhor Jesus Cristo temos aprendido a importância de sermos praticantes da sua
Palavra sobretudo no que se diz respeito aos dízimos e ofertas, e graças a
Deus temos sido abençoados por Deus, não por nossos méritos mas pelo o amor
que o Senhor tem para conosco. Pois o Senhor tem compromisso com sua Palavra e não
com palavras humanas. Adriana Masuko".
"Pastor, a paz do Senhor Jesus, este cartão é para agradecer o estudo
"A Verdade sobre Maria". Nunca havia antes encontrado um estudo sem
nenhuma agressão a idolatria, para eu poder passar aos meus parentes católicos.Muito
Obrigado e que o Espírito Santo o continue iluminando. Atenciosamente, irmã
Marilu (Goiânia-GO)".
"Li o seu estudo sobre Maria e estou impressionado em como você soube
refutar a idéia da Virgem Maria entre outros conceitos estabelecidos pela
igreja católica. O que eu achei mais incrível é o fato de que você soube
fazer um comentário contrário sem ser em momento algum rude ou depreciativo
com este ícone da igreja católica. Irmão, que Deus te abençoe muito mais além
daquilo que você imagina, e saiba que estarei orando por você e pelo seu
ministério. Rafael Florio Castro".
"Como foi edificante para mim ler a matéria 'A VERDADE SOBRE MARIA'. É
triste sabermos que muitas pessoas se esquecem de adorar o Salvador para
idolatrar a "Santa Maria". Peço a Deus que Ele possa te abençoar
ricamente e que você possa estar a cada dia sendo inspirado por Deus para
escrever matérias abençoadoras como esta. A Deus toda honra e toda glória. Amém".
(Remetente não pôde ser identificado).
"Sou Diretor de um Instituto Bíblico no Rio de Janeiro; gostaria de lhe
pedir permissão para utilizar material que encontrei na internet, em diversos
sites, material, por sinal muito bom, em nossos cursos bíblicos.Em muito tem
nos abençoado.Um abraço- Ronaldo"
"Prezados senhores, li a matéria intitulada: A Verdade sobre Maria, do
Pr.Airton Evangelista da Costa, e achei de muito boa qualidade e elucidativa
tanto para os que praticam a "mariolatria", quanto para os cristãos
verdadeiros. É a primeira vez que visito o seu site. Gostei muito do trabalho e
da qualidade profissional apresentada nos serviços oferecidos. Deus os abençoe
e continue a utilizá-los para abençoar outros". Gercílio Alves de
Almeida Júnior
"Pai! Senhor! Jesus! Espírito do Deus Eterno! Louvado seja o seu nome
santo! Glorificado e exaltado seja para todo o sempre! pela vida e unção
derramada a vida de tantos irmãos ! Obrigada, Senhor, por levantar um povo! pra
nos esclarecer, nos ensinar, nos edificar, nos levantar e fazermos prosseguir
nesta caminhada! Senhor obrigada por esta vida preciosa aos teus olhos, o irmão
em Cristo Pastor Airton Evangelista! toda honra e glória seja devolvida ao
Senhor Jesus. Obrigada doce Espírito! que esta unção esteja sempre se
renovando na vida dele e também na vida de todos aqueles que invocarem o nome
do Senhor Jesus". Fátima Rocha.
"O Espírito Santo dá dons aos homens, dons que Ele mesmo escolhe. Ao irmão,
dentre outros, Ele desejou dar o dom da sabedoria, de ser um homem douto, um
pastor-mestre. São raros homens assim, que não são identificados pelos cursos
que fazem, mas pela sabedoria do alto que recebem. Se o senhor não é ph.D.
pelos homens, o é pelo Senhor! E isso é maravilhoso! Há muitos que batem no
peito e não têm nada além de boa palha para 2 minutos de fogos ilusórios. O
senhor é uma tora que pode queimar dias a fio e permanecer firme, fiel, acesa e
abundante. Foi Deus quem quis assim!" Pastor Wagner.
"Pr Airton Evangelista da Costa- Tenho observado que sua escrita flui
livremente e suas idéias são apresentadas de forma clara. Julgo isso muito
importante para a ministração da Palavra. Se o rebanho não consegue
compreender e colocar no coração a Palavra, satanás rouba a Palavra na hora.
Um forte abraço Na Paz do Senhor". Sergio B. Brandão
"A Paz do Senhor. Comecei a ler seus estudos na Revista Vidamix e confesso
que estou maravilhada com sua forma clara e precisa de escrever. Fiz até comentários
com uma colega de trabalho a respeito dos seus estudos. Gostei muito do estudo a
respeito de Maria e está sendo de muita utilidade para mim, pois no meu
trabalho estou tentando evangelizar uma católica e esse estudo está demais.
Parabéns! Graça e Paz" - Conceição Pinheiro, Batista, da cidade do Rio
de Janeiro
"Gostei muito da mensagem sobre espiritismo. É meu ponto fraco. Batizei-me
aos onze anos de idade mas afastei-me mais tarde por um longo período. Sem
pretender justificar-me, mas por desespero, julguei encontrar no espiritismo
algum consolo e cheguei a estudá-lo bastante por um longo período. Já
retornei a Cristo e estou convicta da minha conversão. Mas confesso que às
vezes as dúvidas assaltam-me quando vejo tantas injustiças neste mundo. Por
favor, mande-me as mensagens anteriores, I, II, e III. Muito grata". Ana
Isabel
"Caro Pr. Airton, Que a graça, a paz e a misericórdia do Senhor te sejam
multiplicadas! Meu nome é Klauber Maia, sou diácono da Assembleia de Deus em
Natal e também sou participante da lista Grupo-de-oração, e vi o seu e-mail
sobre Espiritismo. Visto como muito me interessa este assunto, solicito uma cópia
do material referido. Tenho acompanhado vários estudos de sua autoria que
aparece em vários sites de estudos bíblicos que visito e posso dizer que são
muito bons. Rogo a Deus que continue te abençoando, como também à sua família
e o seu ministério". Em Cristo, Klauber".
"Amado Pastor Airton. Mais uma outra "coincidência", ainda não
havia lido esta sua mensagem quando enviei a minha agradecendo o seu artigo em
Seitas e Heresias e como o senhor pode notar me referi justamente ao fato do
qual suas palavras não ofendem mas ao contrário faze-os pensar. Para mim é de
grande ajuda no tipo de evangelismo que pratico. Quero reiterar meu
agradecimento e total apoio a esta forma de procedimento e desde já ponho-me ao
seu dispor com um bom material de refutação ao espiritismo que possuo e pelo
meu passado espírita kardecista cristã esotérica que era a forma como eu me
designava. A paz do Senhor. Iara"
"Pastor Airton, O seu material está excelente. Digno de publicação!
Seria interessante termos um folheto desse conteúdo para distribuição evangelística.
Que o Senhor o continue inspirando. Parabéns! Abordou o assunto de forma muito
inteligente e prática. Cordiais saudações em Cristo Jesus. Pastor Neucir
Valentim"
"Pr. Airton, muito obrigado pela sua resposta e que o Senhor Deus esteja
sempre lhe usando como um vaso para ensinar e alertar os seus servos - tanto nos
estudos bíblicos, como nas demais áreas do conhecimento pastoral. Saudações
em Cristo Jesus, Jackson Douglas" "Meu querido Pastor, Li o seu enorme
artigo A Verdade sobre Maria. Ali está tudo muito bem explicado para quem quer
conhecer a verdade. Mas infelizmente, não é este o caso dos católicos.Cada
parágrafo que li do artigo fiquei angustiada, pois inclusive esta angústia foi
passada pelo Pastor, quando o texto "gritava" através de letras maiúsculas
as verdades e mentiras sobre Maria. Sou convertida há mais de dois anos ao
evangelho do Meu Salvador Jesus Cristo, e sofro muito ao ver o que a Igreja Católica
tem feito a tantos fiéis, ao proclamar uma tão vergonhosa mentira. Se esta
mentira fosse apenas mentira... mas pior do que isto é uma mentira acrescida da
contradição à Palavra de Deus. E é contra isto que eu me indigno. Ore por
mim, pois sinto uma enorme dor no peito, quando alguém trás a luz as verdades
sobre Maria e eu penso nos católicos que há séculos vêm sendo enganados. Mas
como disse o senhor em alguma parte do texto, algumas destas pessoas vivem do
"me engana que eu gosto".Deus o abençoe. Leila Araújo".
"A Paz do Senhor Jesus Cristo! É com muito prazer que parabenizo-lhe, caro
Pastor, pelo maravilhoso estudo sobre Maria (A verdade sobre Maria) publicado na
Web, li e fiquei maravilhado. Sou Presbítero da Assembleia de Deus em Mutum-MG-,
e superintendente da EBD. Se o Sr. tiver estudos sobre seitas e heresias,
astrologia, etc, e quiser enviar-me serei muito grato. Que Deus o abençoe
muito. Ezequias - 6.1.2002".
O AUTOR
O fanatismo pode levar muitos a não prestarem honras aos que honras
merecem. Honrar significa considerar a virtude, o talento, a coragem, a
santidade ou as boas qualidades de alguém. A mulher escolhida por Deus para dar
à luz a Luz do mundo - a santa Maria - nos deixou exemplos de fé, obediência,
coragem, humildade, de amor e temor a Deus. Então, honremos a Maria porque Deus
a honrou primeiro.
Maria foi escolhida para tão nobre missão porque era justa e reta aos olhos do
Senhor. "EIS AQUI A SERVA D0 SENHOR. CUMPRA-SE EM MIM SEGUNDO A TUA
PALAVRA." (Lucas 1.38). Este foi um exemplo de fé, obediência e humildade
que nos deixou Maria. Com estas palavras ela acatou a missão que lhe acabara de
ser anunciada pelo anjo Gabriel, ou seja, a missão de ser a mãe de Jesus, de
servir de veículo para que o Verbo se fizesse carne e habitasse entre nós. Foi
exemplo também de coragem: ela não ficou a meditar se o seu casamento com José
seria desfeito ou se José gostaria ou não; se iria compreender ou não a sua
gravidez. Ela confiou no Senhor e na Sua Palavra. Seguindo seu exemplo, sejamos
submissos à Palavra de Deus e à Sua vontade, ainda que isso nos cause algumas
dificuldades no meio em que vivemos. Que bom seria se todos dissessem:
"Cumpra-se em mim, Senhor, segundo a tua palavra".
Também Maria não se envaideceu diante das declarações de sua prima Isabel,
que lhe disse: "Bendita és tu entre as mulheres, e é bendito o fruto do
seu ventre". Tão logo ouviu estas palavras, dirigiu-se ao Senhor em oração:
"A MINHA ALMA ENGRANDECE AO SENHOR E O MEU ESPÍRITO SE ALEGRA EM DEUS, MEU
SALVADOR, PORQUE ATENTOU NA HUMILDADE DE SUA SERVA, POIS EIS QUE, DESDE AGORA,
TODAS AS GERAÇÕES ME CHAMARÃO BEM-AVENTURADA" (Lucas 1.39-55). Maria
também não se abalou quando um certo homem chamado Simeão, cheio do Espírito
Santo, profetizou a respeito do Menino: "Eis que é posto para queda e
elevação de muitos... e uma espada traspassará também a tua própria
alma" (Lucas 2.34-35). A missão seria difícil tanto para Maria quanto
para Jesus. Maria foi uma mãe sofredora. Sofredora, porém resignada. Sofreu na
apressada fuga para o Egito, livrando Jesus das mãos de Herodes; sofreu diante
das perseguições e das ameaças com vistas a tirar a vida de seu filho; e,
finalmente, sofreu muitíssimo ao ver seu filho traído, condenado sem justa
causa e morto numa cruz.
Muitos outros santos bíblicos são merecedores, também, de nossa admiração e
honra por haverem cumprido fielmente, com fé, obediência e humildade, os
encargos que Deus lhes confiou. Exemplo do santo Noé, homem reto e justo, que
recebeu de Deus a incumbência de anunciar o Dilúvio a uma geração depravada,
e de construir uma enorme barca. Exemplo do santo Abraão, que deixou sua cidade
natal e seus parentes, e seguiu em busca de uma terra desconhecida. Exemplo de
Moisés, ao qual Deus confiou a espinhosa missão de livrar seu povo da escravidão
do Egito. Exemplo de Josué que, atendendo ao Senhor, passou o Jordão e
conquistou a Canaã prometida. Exemplos de tantos profetas que não vacilaram em
transmitir as mensagens do Altíssimo, ainda que colocando em risco a própria
vida. Exemplos como os do santo João Batista, que pagou com sua vida por haver
falado a verdade. Exemplos dos discípulos de Jesus, que não recuaram diante
das dificuldades e das perseguições no cumprimento da elevada missão de
"pregar o Evangelho a toda criatura". E muitos foram perseguidos,
torturados e mortos.
Maria faz parte, portanto, dessa galeria de santos que souberam cumprir com
firmeza, determinação, coragem e fé os encargos que Deus lhes confiou. Que nós,
os santos vivos, nós os santos de nossa geração, saibamos cumprir a nossa
missão como filhos de Deus, tendo como exemplo os santos do passado, tudo para
honra e glória do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Como vimos, honrar a Maria significa reconhecer que a sua missão aqui na Terra
foi uma das mais nobres e importantes, qual seja, a missão de carregar em seu
ventre, alimentar com seu sangue, amamentar e criar o nosso Redentor.
Todavia, não se deve dispensar a Maria honrarias superiores às que ela merece.
Nada podemos fazer para aumentar a sua posição diante de Deus. Como justo
juiz, Deus não dará a Maria nada mais nada menos do que ela merece, do que ela
conquistou com sua fé, humildade e obediência. E o que ela mais desejou foi a
sua salvação, ou seja, viver com Cristo na eternidade. Maria dedicou toda a
sua vida ao cumprimento da sua honrosa missão. Ela nunca teve a intenção de
ofuscar o ministério de Jesus. E não poderia fazê-lo. Ela sabia que a missão
de Jesus era incomparavelmente superior à sua. A missão de Jesus era a do
Verbo que se fez carne para trazer aos homens, na linguagem dos homens, a
mensagem redentora do Pai.
Em momento algum Maria avocou a qualidade de mãe de Jesus para usufruir
regalias. Ela nunca demonstrou qualquer intenção de ser alvo das atenções,
de roubar a cena, de ofuscar o Filho de Deus. Ademais, as atenções dos discípulos
estavam voltadas para o Mestre, porque dEle emanava a verdade, e nEle se via o
resplendor da glória do Pai. Não há registro na Bíblia de qualquer adoração
a Maria - ou recomendações nesse sentido - enquanto viva ou após a sua morte.
Maria manteve uma posição discreta com relação ao trabalho de Jesus. Uma única
vez interferiu no ministério de Jesus, nas bodas em Caná da Galiléia, com uma
discreta participação. Vejamos o diálogo:
"E, no terceiro dia, fizeram-se uma bodas em Caná da Galiléia; e estava
ali a mãe de Jesus. E foram também convidados Jesus e os seus discípulos para
as bodas. E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho.
Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha
hora. Sua mãe disse aos empregados: "Fazei tudo quanto ele vos
disser" (João 2.1-5).
Ao informar a Jesus que acabara o vinho, Maria deixa implícito que seu filho
teria condições de resolver aquele problema. A resposta de Jesus - "que
tenho eu contigo, mulher"- não desrespeita sua mãe, não significando uma
repreensão, mas é uma recusa. Não era dos planos de Jesus iniciar a manifestação
da sua glória naquela oportunidade. Ele disse que a hora dele não havia
chegado.
Porém, tudo indica que Maria continuou esperançosa de que algo poderia
acontecer.
Certamente, ela voltou a falar a Jesus sobre os vexames por que passariam os
anfitriões em não havendo mais vinho para servir. Percebeu no seu coração
que Jesus estava inclinado a reavaliar sua posição. Então, segura de si,
chamou os empregados e disse: "FAZEI TUDO QUANTO ELE VOS DISSER". E o
milagre aconteceu.
Embora a mensagem de Maria tenha sido específica para aquela ocasião, quando
ela orienta os empregados para obedecerem a Jesus, nada impede de estendermos
esse apelo aos dias atuais, ou seja, fazermos tudo de acordo com os mandamentos
e ensinos de Jesus: "Se me amarem guardarão os meus mandamentos, e eu
rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para
sempre" (João 14.15-16).
Então, para que tenhamos o Espírito Santo, ou seja, o outro Consolador, é
necessário que guardemos os mandamentos de Jesus. E o grande mandamento de
Jesus foi este: "AMARÁS O SENHOR TEU DEUS DE TODO O TEU CORAÇÃO, DE TODA
A TUA ALMA, E DE TODO O TEU ENTENDIMENTO. ESTE É O PRIMEIRO E GRANDE
MANDAMENTO. O SEGUNDO, SEMELHANTE A ESTE É: AMARÁS O TEU PRÓXIMO COM A TI
MESMO" (Mateus 22.37-39).
Se de alguma forma quisermos, nos dias de hoje, atendermos aos apelos de Maria -
"fazei tudo quanto Ele vos disser"- estaremos na obrigação de adorar
somente a Deus e só a Ele servir.
Assim, Maria está excluída de nossa adoração. Ela própria se excluiu.
Nenhum santo vivo ou falecido aceita adoração. Nem os anjos aceitam-na. Maria
ficou excluída, também, quando Jesus revelou que "ninguém vem ao Pai se
não for através de Mim" (João 14.6). Portanto, através da mãe de Jesus
ninguém chegará a Deus. Os santos falecidos ficaram de fora quando Jesus disse
que todos deveriam buscar nEle a solução para seus problemas: "VINDE A
MIM TODOS VÓS QUE ESTAIS CANSADOS E OPRIMIDOS E EU VOS ALIVIAREI" (Mateus
11.28). Aqui, Ele não dá oportunidade para irmos a outra pessoa viva ou
falecida, a outro espírito, a outro santo que não seja Ele, o Santo dos
santos. Leia também Atos 4.12.
Conclui-se, portanto, que a santa Maria deve ser honrada, e o seu exemplo -
exemplo de fé, obediência, amor e humildade - deve ser seguido. Ela cumpriu
sua missão aqui na Terra com bastante zelo, dedicação e confiança no Senhor.
Deve ser adorada por isso? Não. As Escrituras Sagradas não apontam nessa direção.
Jesus nos ensinou a orar ao Pai ("Pai nosso que estás nos céus"), e
a adorar ao Pai ("Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás").
Convidou todos os homens a irem a Ele, diretamente a Ele: "VINDE A MIM
TODOS VÓS..." Aqui Ele não deixa qualquer dúvida de que somente Ele pode
resolver nossos problemas, porque somente Ele, e não Maria, recebeu autoridade
e poder. Vejamos:
"Tudo me foi entregue por meu Pai" (Lucas 10.22-A). "Ora, para
que saibas que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados,
levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa" (Mateus 9.6). "É-me
dado todo o poder no céu e na terra" (Mateus 28.18).
A santa Maria, quando viva, recebeu os mesmos poderes outorgados por Jesus aos
seus discípulos:
"Tendo convocado os doze discípulos, Jesus deu-lhes poder e autoridade
sobre todos os demônios, e para curarem enfermos" (Lucas 9.1); "Estes
sinais hão de seguir os que crerem: em meu nome expulsarão demônios... imporão
as mãos sobre enfermos, e os curarão" (Marcos 16.17-18). Observem que
esses poderes foram outorgados AOS QUE CREREM. Logo, Maria estava incluída. Ela
era, obviamente, crente em Jesus. Ela poderia ter exercido o ministério de
pregação do Evangelho, ou de libertação. O Espírito Santo estava sobre ela.
Se não o fez é porque já cumprira sua missão. A dura batalha de divulgar as
boas novas ficaria para os homens, fisicamente mais fortes. Os afazeres domésticos,
a criação dos filhos, o desgaste decorrente da crucificação de Jesus não
lhe permitiriam correr mundo, viajar, enfrentar tribulações. É óbvio que ela
passou o resto de sua vida atenta aos acontecimentos; acompanhando à distância
o movimento e sofrendo com as más notícias de prisões, perseguições e
torturas por que passaram os discípulos; e alegrando-se com as boas notícias
de muitas conversões, e com o crescimento do cristianismo.
Como vimos, só Jesus salva, perdoa pecados, cura e liberta. Jesus veio salvar a
humanidade; colocou-se em nosso lugar na cruz; pagou o preço da remissão de
nossos pecados com Seu sangue.
Foi Ele quem morreu em nosso lugar. Quem derramou sangue foi Ele. Somente Jesus
e mais ninguém. Não foi José, Benedito, Paulo, João ou Maria. A Ele toda a
honra e glória. Portanto, HONREMOS A MARIA, MAS ADOREMOS O NOSSO SALVADOR;
HONREMOS A MARIA, MAS ADOREMOS A JESUS; HONREMOS A MÃE, ADOREMOS O FILHO DE
DEUS.
A falsa adoração a uma deusa-mãe, rainha dos céus, senhora, madona etc.
teve início na antiga Babilônia e se espalhou pelas nações até chegar a
Roma. Os gregos adoravam Afrodite; em Éfeso, a deusa era Diana; Isis era o nome
da deusa no Egito. Muitos desse tipo de adoradores "aderiram" ao
catolicismo em Roma para ficarem mais próximos do poder, haja vista que o Império
Romano no século III adotou o cristianismo como religião oficial. Então,
esses "cristãos" nominais levaram suas práticas idólatras e pagãs
para a Igreja de Roma. Em vez de coibir o abuso e conduzir os fiéis pelos
caminhos da fé exclusiva em Deus, os líderes do catolicismo romanos
contemporizaram a situação: aos poucos as imagens pagãs foram substituídas
por imagens cristãs; os deuses pagãos, substituídos pelos deuses cristãos
(os santos bíblicos) e, na esteira desse sincretismo religioso, a santa Maria
surgiu como "Mãe de Deus", "Senhora", "Sempre
Virgem", "Concebida sem Pecado", "Assunta aos céus",
"Mediadora e Advogada", Co-Redentora.
A seguir, algumas inovações dogmatizadas pela Igreja Católica Romana,
aprovadas em concílios a partir do terceiro século depois de Cristo:
Ano 270 - Origem da vida monástica no Egito, por Santo Antonio.
Ano 320 - Uso de velas.
Ano 370 - Culto dos santos, professado por Basílio de Cesaréia e Gregório
Nazianzo.
Ano 400 - Iniciadas as orações pelos mortos e sinal da cruz.
Ano 431 - Maria é proclamada "Mãe de Deus".
Ano 500 - Origem do Purgatório,por Gregório,o Grande.
Ano 609 - Culto da Virgem Maria, por Bonifácio IV. Invocação da Virgem Maria,
dos santos e dos anjos, estabelecida por lei na Igreja pelo Concílio de
Constantinopla.
Ano 670 - Celebração da missa em latim, língua desconhecida do povo, pelo
Papa Gregório I.
Ano 758 - Confissão auricular, e absolvição, estabelecida como doutrina pelo
IV Concílio de Latrão, em Roma.
Ano 787 - Culto das imagens ordenado pela Igreja no II Concílio de Nicéia. Ano
880 - Canonização dos santos, por Adriano II.
Ano 965 - O Batismo de Sinos.
Ano 998 - Dia de Finados, Quaresma,jejum às sextas-feiras e na Páscoa.
Ano 1000 - Sacrifício da missa.
Ano 1074 - Instituição do celibato do Clero, por Gregório VII.
Ano 1095 - Venda de indulgências plenárias,por Urbano II.
Ano 1125 - As primeiras idéias sobre a Imaculada Conceição de Maria,
combatidas por São Bernardo.
Ano 1164 - Os Sete sacramentos, por Pedro Lombardo, no Concílio de Trento.
Ano 1184 - A diabólica INQUISIÇÃO, chamada santa, pelo Concílio de Verona.
Ano 1200 - O rosário, por São Domingos.
Ano 1215 - Transubstanciação, pelo Concílio de Latrão.
Ano 1220 - A Hóstia e respectiva adoração, por Inocêncio III.
Ano 1229 - Proibição da leitura das Bíblia aos leigos, pelo Concílio
deTolosa.
Ano 1264 - Festa do Sagrado Coração, papa Urbano IV.
Ano 1311 - Procissão do SS. Sacramento, papa João XXII.
Ano 1317 - Oração da Ave-Maria, papa João XXII.
Ano 1414 - Proibição de vinho aos fiéis, na Santa Comunhão, pelo Concílio
de Basiléia, determinando o uso do CÁLICE somente pelos sacerdotes.
Ano 1546 - Aceitação dos livros apócrifos, pelo Concílio de Trento.
Ano 1563 - Igualdade entre a Tradição e a Palavra de Deus, Concílio de
Trento.
Ano 1854 - A Imaculada Conceição da Virgem, papa Pio IX.
Ano 1870 - A infalibilidade do papa, Concílio do Vaticano.
Ano 1950 - Assunção de Maria transformado em artigo de fé.
Além desses atos, as rezas da Ave-Maria chamam-na de "Sempre Virgem",
"Rainha", "Advogada", ''Mãe de Deus", Concebida Sem
Pecado. Então, iremos examinar um por um esses títulos à luz da verdade
contida na Palavra de Deus, lembrando que a Bíblia é a única regra de fé e
prática do cristão.
"E assim invalidastes, por vossa tradição, o mandamento de Deus. Hipócritas,
bem profetizou Isaías, a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os
seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram,
ensinando doutrinas que são mandamentos dos homens" (Mateus 15.6-9).
Segundo o entendimento do Vaticano, a Tradição tem valor igual à Palavra de
Deus. Vejamos o que diz essa Igreja no "Catecismo da Igreja Católica"
(C.I.C.):
"Fica, portanto, claro que segundo o sapientíssimo plano divino, a Sagrada
Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja estão de tal modo
entrelaçados e unidos que um não tem consistência sem os outros, e que
juntos, cada qual a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem
eficazmente para a salvação das almas" (C.I.C. p. 38, # 95).
"O que Cristo confiou aos apóstolos, estes o transmitiram por sua pregação
e por escrito, sob a inspiração do Espírito Santo, a todas as gerações, até
a volta gloriosa de Cristo. A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura
constituem um só sagrado depósito da Palavra de Deus." (C.I.C. p.38, # 96
e 97).
Como a Tradição é sagrada e tem autoridade igual à Palavra de Deus, ela dá-se
ao luxo de criar dogmas, inventar coisas e até ir contra a Bíblia Sagrada.
Exemplo: A Tradição diz que Maria é nossa advogada, auxiliadora, protetora e
medianeira (C.I.C. p. 274, # 969). A Bíblia diz que "só há um Deus e um
só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" (1 Timóteo 2.5).
A Tradição diz que Maria é a Mãe de Deus. A Bíblia diz que Deus é eterno,
imutável, onipotente, onisciente, onipresente, sendo, como tal, um ser incriado,
não gerado; não podendo ter mãe, nem pai. Temos de admitir que é um absurdo
a declaração de que a Palavra de Deus só pode contribuir eficazmente para a
salvação das almas se atuar junto com a Sagrada Tradição (C.I.C. p.38, #
95). Vejamos mais:
"O encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus foi confiado
exclusivamente ao Magistério da Igreja, ao Papa e aos bispos em comunhão com
ele" (C.I.C. p. 38, # 100).
Seria o caso de se perguntar quem foi que confiou à Igreja Católica a
exclusiva missão de bem interpretar as Escrituras? Eis aí a razão por que
essa denominação não incentiva a leitura da Bíblia entre seus fiéis. Se os
católicos não sabem, não podem e não devem interpretar a Palavra de Deus -
ainda que formados em Teologia - para que usariam a Bíblia? Vejamos o que diz a
Palavra:
"Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para
redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus
seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra" (2 Timóteo
3.16).
"Sabendo primeiramente, isto, que nenhuma profecia da Escritura provém de
particular interpretação" (2 Pedro 1.20).
Paulo recomenda o estudo da Bíblia: "Procura apresentar-te a Deus
aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja bem a
palavra da verdade" (2 Timóteo 2.15).
Jesus recomendou: "Examinai as Escrituras..." (João 5.39).
Como vimos, a Bíblia Sagrada deve ser lida, analisada, interpretada por todos,
principalmente pelos filhos de Deus, ou seja, os que se convertem ao Senhor
Jesus e são "feitos filhos de Deus" (João 1.12). Cabe às denominações
cristãs orientar os irmãos na leitura, mas nunca lhes tirar o direito ao livre
exame das Escrituras.
Analisemos os vários títulos atribuídos a Maria, não à luz da Tradição,
mas da santa e verdadeira Palavra de Deus.
O que diz a Tradição:
"Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa
original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória
celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos
senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha
do universo. A Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na
Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros
cristãos" (C.I.C. p. 273, # 966).
Contestação - "Assunção de Maria" significa que Maria subiu ao céu
em corpo e alma, levada por seu Filho. Tal ensino não encontra amparo nas
Sagradas Escrituras. É claro que a santa Maria está no céu, lugar para onde vão
todos os que morrem em Cristo. Diz o ex-padre José Barbosa de Sena Neto, em
suas "confissões": "A coisa mais espantosa dessa doutrina é que
não tem nenhuma prova bíblica". E o ex-padre conclui: "O Papa Pio
XII (que promulgou essa doutrina) disse que "qualquer um que doravante
duvide ou negue esta doutrina apostatou totalmente da divina fé católica; isto
- continua o ex-padre - significa que é pecado mortal para qualquer católico
romano recusar-se a crer nessa fantasiosa doutrina!" A Tradição diz que
Maria foi assunta ao céu de corpo e alma, e o Senhor a elegeu Rainha do
Universo. É o caso de se perguntar: Quem viu? Quem escreveu? Onde está
escrito?
Que Maria está na glória não há dúvida, mas não que tenha ressuscitado. São
incontáveis os santos que se encontram no Paraíso, aguardando a plenitude dos
tempos para ressuscitarem num corpo espiritual (1 Tessalonicenses 4.16-17).
O que diz a Tradição:
"Desde o primeiro instante de sua concepção, foi totalmente preservada da
mancha do pecado original e permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de
toda a sua vida" (C.I.C. p. 143, # 508). "Pela graça de Deus, Maria
permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida" (C.I.C.
p. 139, # 493).
Contestação - As expressões "concebida sem pecado" e
"imaculada" são comuns nas rezas e escritos romanos. O dogma da
Imaculada Conceição de Maria foi definido no ano de 1854.
A única forma de Maria ter sido gerada sem pecado seria mediante a intervenção
direta do Espírito Santo no ventre de sua mãe, tal como aconteceu com Jesus. E
essa exceção teria registro prioritário na Bíblia.
Contrariando a Tradição, a Palavra de Deus declara de modo enfático, sem
rodeios: "POIS TODOS PECARAM E DESTITUÍDOS ESTÃO DA GLÓRIA DE DEUS, E SÃO
JUSTIFICADOS GRATUITAMENTE PELA SUA GRAÇA, PELA REDENÇÃO QUE HÁ EM CRISTO
JESUS" (Romanos 3.23). Como resultado da desobediência de Adão e Eva,
TODOS somos pecadores; todos herdamos a natureza pecaminosa do primeiro casal;
todos fomos atingidos pelo "pecado original". A Bíblia fala em TODOS.
Todos, sem exceção. Dos santos do Antigo Testamento (Noé, Abraão, Moisés,
Josué, Davi, Elias, Isaías, dentre outros) aos do Novo Testamento (Mateus, João,
João Batista, Paulo, Pedro, José, Maria e outros), todos pecaram e
necessitaram da graça de Deus para serem justificados. No Salmo 51.5, Davi
reconhece a sua propensão natural para o pecado: "Eis que em iniqüidade
fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe". Maria venceu essa
natureza pecaminosa porque confiava e cria em Deus, seu Salvador (Lucas
1.46-47).
E ainda: "PELO QUE, COMO POR UM HOMEM ENTROU O PECADO NO MUNDO, E PELO
PECADO A MORTE, ASSIM TAMBÉM A MORTE PASSOU A TODOS OS HOMENS, PORQUE TODOS
PECARAM" (Rm 5.12). Ora, "semente gera semente da mesma espécie".
Uma semente de manga vai gerar manga. Assim acontece com a laranja, com o
abacate e com as demais frutas. Assim aconteceu com os homens. Somos da semente
de Adão. Jesus foi o único que não herdou a maldição do pecado porque Ele
foi gerado pelo Espírito Santo. "Todos estão debaixo do pecado. Não há
um justo. Nem um sequer" (Rm 3.9c, 10). Em lugar nenhum da Bíblia está
escrito que a santa Maria foi uma exceção. Maria está incluída no
"TODOS PECARAM". A própria Maria, mãe de Jesus, reconheceu ser
pecadora, quando disse: "A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito
se alegra em Deus meu Salvador" (Lc 1.46-47). Ora, uma pessoa sem mácula,
sem mancha, sem pecado não precisa de Salvador. Ela declarou que sua alma
necessitava ser salva. Ela clamou pela graça salvadora de Deus, pois "pela
graça somos salvos, mediante a nossa fé" (Efésios 2.8).
De Jesus, porém, a Bíblia diz que "Ele não cometeu pecado, nem na sua
boca se achou engano" (1 Pedro 2.22). Jesus era humano, contudo sem pecado
(2 Co 5.21; Hb 4.15; 1 Pe 3.18; 1 Jo 3.3). A Bíblia não faz semelhante afirmação
com respeito a Maria, porquanto ela está inclusa no "Todos pecaram".
Assim diz a Palavra de Deus.
Em oposição a essa verdade, dizem os romanistas que para gerar um ser puro -
Jesus - Maria teria que ser de igual modo pura, porque um ser impuro não
poderia acolher um ser puro. Ora, se admitido como verdadeiro e correto tal
raciocínio, teríamos de admitir que a mãe de Maria deveria ser também pura
para carregar no seu ventre uma pessoa imaculada. A avó de Maria, por sua vez,
teria que ser pura. E, nesse passo, chegaríamos ao primeiro casal Adão e Eva.
E estaríamos dizendo que a Palavra de Deus é mentirosa, quando afirma: Todos
pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Romanos 3.23; 5.12).
Vejamos mais alguns versículos que confirmam a extensão do pecado de Adão e
Eva a todos: "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós;
para que nele fôssemos feitos justiça de Deus" (2 Coríntios 5.21).
"Não há justo, nem sequer um" (Romanos 3.10). "Mas a Escritura
encerrou tudo sob o pecado." (Gálatas 3.22). "Não há homem justo
sobre a terra que faça o bem e que não peque" (Eclesiastes 7.20).
A Igreja de Roma assegura que a santa Maria, mãe de Jesus, conservou-se
virgem até a sua morte:
"Maria permaneceu Virgem concebendo seu Filho, Virgem ao dá-lo à luz,
Virgem ao carregá-lo, Virgem ao alimentá-lo de seu seio, Virgem sempre" (C.I.C.
p. 143, # 510).
Contestação - Antes do nascimento de Jesus, Maria e José não
mantiveram relações íntimas. Nascido Jesus, e passado o período pós-parto,
o casal passou a ter uma vida normal de marido e mulher e teve os seguintes
filhos: Tiago, José, Simão, Judas e, no mínimo, duas filhas. Esta opinião
está alicerçada nos textos abaixo:
"Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e
seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Não estão entre nós todas as suas
irmãs?" (Mateus 13.55-56; Marcos 6.3).
Corroborando essa afirmação, lemos no mesmo livro de São Mateus:
"Estando Maria, sua mãe (mãe de Jesus), desposada com José, antes que
coabitassem, achou-se grávida pelo Espírito Santo. José, seu marido, sendo
justo e não querendo difamá-la, resolveu deixá-la secretamente. Projetando
ele isso, em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de
Davi, não temas receber a Maria tua mulher, porque o que nela foi gerado é do
Espírito Santo. José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe
ordenara, e recebeu a sua mulher. Mas não a conheceu até que ela deu à luz um
filho. E ele lhe pôs o nome de Jesus" (Mt 1.18-20, 24-25).
A expressão "ATÉ QUE" - "não a conheceu até que ela deu à
luz um filho" - indica um limite de tempo. Poderíamos traduzir assim: José
não manteve relações íntimas com Maria enquanto ela estava grávida de
Jesus, aliás, em cumprimento à profecia: "a virgem conceberá e dará à
luz um filho ..." (Isaías 7.14). Isto é, até o nascimento de Jesus ela
manteve-se virgem. Os romanistas interpretam o texto de forma diferente. Dizem
que a abstinência de José manteve-se depois do parto de Maria. Para mim, a
expressão é clara. Veja o exemplo de uma ordem de uma mãe ao filho: "Você
deve ficar em casa até que eu volte". Então, enquanto a mãe não voltar,
o filho ficará em casa. A proibição alcança o tempo em que aquela mãe
estiver fora de casa. Depois do seu retorno, o filho poderá sair de casa.
Comparativamente, enquanto não nasceu Jesus, José respeitou a virgindade de
sua mulher. Jesus realmente nasceu de uma virgem, conforme a Escritura, mas nada
prova que Maria tenha continuado virgem.
Lembremo-nos, finalmente, de que Maria "deu à luz a seu filho primogênito..."
(Lucas 2.7a).
Primogênito, segundo o Dicionário Aurélio, diz-se "daquele que foi
gerado antes dos outros, que é o filho mais velho". Jesus foi, portanto, o
filho mais velho de José e Maria, conforme Mateus 13.55-56. Já na relação
Deus Pai e Deus Filho, Jesus é chamado de unigênito, único, tal como definido
em João 3.16. São Mateus não iria usar uma expressão que causasse alguma dúvida.
Se Jesus fosse o único filho, Mateus usaria certamente a expressão UNIGÊNITO,
que significa filho único, conforme diz o Dicionário Aurélio.
Mais adiante, sob o título "Os Irmãos de Jesus", apresentamos uma análise
mais detalhada sobre essa questão.
Como diz Raimundo F. de Oliveira, "a essência da adoração na Igreja Católica
Romana não gira em torno do Pai, do Filho e do Espírito Santo, mas da pessoa
da Virgem Maria". A esse respeito vejamos o que diz a Tradição no
Catecismo da Igreja Católica:
"Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos
de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira" (C.I.C. p. 274, # 969).
Contestação - Nosso raciocínio deve ser norteado não pelo que os homens
afirmam, declaram, proclamam ou decidem. Em assuntos tais, a Bíblia é a nossa
bússola, nosso guia, nossa regra
. "Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para
repreender, para corrigir, para instruir em justiça, a fim de que o homem de
Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra" (2 Timóteo
3.16-17).
A Bíblia declara que só Jesus é Mediador, Intercessor e Advogado nosso junto
ao Pai . Vejamos: "PORQUE HÁ UM SÓ DEUS, E UM SÓ MEDIADOR ENTRE DEUS E
OS HOMENS, CRISTO JESUS, HOMEM" (1 Timóteo 2.5).
"SE, PORÉM, ALGUÉM PECAR, TEMOS UM ADVOGADO PARA COM O PAI, JESUS CRISTO,
O JUSTO" (1 João 2.1). "PORTANTO, PODE TAMBÉM SALVAR PERFEITAMENTE
OS QUE POR ELE SE CHEGAM A DEUS, VIVENDO SEMPRE PARA INTERCEDER POR ELES"
(Hebreus 7.25).
Além dessas afirmações inequívocas, o próprio Jesus disse: "EU SOU O
CAMINHO, A VERDADE E A VIDA. NINGUÉM VEM AO PAI, SENÃO POR MIM" (João
14.6).
Não podemos passar por cima da Escritura. Devemos ser submissos à vontade
soberana de Deus. Se Ele declara na Sua Palavra que Jesus é o único Advogado,
Intercessor e Mediador, não há razão para acreditarmos que exista outro
exercendo as mesmas funções. E se o fizermos, estaremos chamando Deus de
mentiroso, dizendo que a Sua Palavra não é a expressão da verdade, e que o próprio
Jesus mentiu quando revelou que ninguém iria a Deus Pai se não fosse através
dEle, isto é, por Seu intermédio. Logo, não há outros intermediários entre
Deus e os homens.
Jesus declarou que somente através dEle os homens teriam comunhão com Deus
Pai. Logo, não chegaremos a Deus através da Santa Maria, nem por meio de
qualquer outro santo. Em Hebreus 7.25, vimos que Jesus salva os que por Ele se
chegam a Deus, confirmando que Cristo é verdadeiramente o caminho. Não há
outro caminho. A Santa Maria não é o caminho, nem um dos caminhos. Jesus
declara que Ele é O CAMINHO. Note-se o artigo definido - "o" -
definindo a existência de um único caminho.
Jesus convidou todos a irem a Ele, sem intermediários:
"Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos
aliviarei" (Mateus 11.28). Aqui, Jesus faz um convite e uma promessa. Ele não
deixa chance para irmos a outros intercessores ou mediadores, ainda que seja a
Santa Maria. Jesus é categórico: venham a mim, me procurem, peçam-me,
busquem-me e eu resolverei seus problemas. Não há na Bíblia qualquer indicação
para procurarmos os santos para o atendimento de nossas necessidades.
Ademais, Maria não ouve os pedidos a ela dirigidos. Por que ela é surda? Não.
Porque ela não possui o atributo na ONIPRESENÇA. Não só ela. Os santos
falecidos não são dotados da capacidade de estarem em todos os lugares ao
mesmo tempo. O atributo da onipresença pertence a Deus Pai, Deus Filho, Deus
Espírito Santo. É atributo intransferível, exclusivo da Trindade. Em meu
estudo "Jesus Cristo, o Santo dos Santos", apresento dez razões para
não adorarmos os santos e não dirigirmos a eles nossas súplicas. Logo, se a
Santa Maria não se encontra em todos os lugares, inútil é falarmos a ela. Se
porventura ela ouvisse nossas súplicas, não as poderia levar a Deus. E qual a
razão? Ela estaria contrariando a palavra de Deus, que diz claramente:
"Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo
Jesus, homem" (1 Timóteo 2.5).
De maneira nenhuma a santa Maria iria tomar a posição de Jesus. Contrariar a
palavra de Deus é contrariar o próprio Deus. Vejamos: "Eu velo sobre a
minha palavra, para a cumprir" (Jeremias 1.12).
Nossas ações devem ser dirigidas pelo que diz a palavra de Deus, e não pelo
que os homens afirmam ou a Tradição nos ensina. Vejamos:
"Assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus"
(Mateus 15.6).
"Deixando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens..."
(Marcos 7.8).
"Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de
filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os
rudimentos do mundo, e não segundo Cristo" (Colossenses 2.8). Sei o quanto
é difícil de
etar de nossa mente anos e anos de ensino contrário à palavra do Senhor. Mas não
existe outra saída para o cristão que deseja realmente reconciliar-se com o
Pai, arrepender-se de seus pecados e deixá-los, e permanecer firme na fé em
Cristo Jesus. Convém que apaguemos de nossa memória todos os ensinos, dogmas e
doutrinas contrários ao que ensina e recomenda a Bíblia. Reflita:
"Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar e buscar a
minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus,
e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra" (2 Crônicas 7.14).
Vejam bem que Deus estabelece uma condição para atender aos pedidos. Ele
requer humildade. Humildade significa reconhecermos que somos pó, somos
pecadores e precisamos da Sua GRAÇA para sermos salvos. Ele requer oração.
Orar significa falar com Deus, não apenas na hora do aperto, da aflição, da
angústia, do sufoco. Falar com Ele, também, quando tudo vai bem: "Em tudo
daí graças. Ele requer que busquemos a Sua face, ou seja, devemos clamar
somente a Ele. Ele requer conversão dos maus caminhos. Impõe que deixemos os
pecados, a idolatria, os intermediários. Conversão implica arrependimento. Sem
arrependimento não há perdão; sem perdão não há salvação. Jesus, e não
Maria, é o nosso advogado, intercessor, auxiliador, ajudador:
"Assim, com confiança, ousemos dizer: O Senhor é o meu auxílio; não
temerei" (Hebreus 13.6).
"Certamente Deus é o meu ajudador" (Salmos 54.4). "O Senhor é o
meu auxílio..." (Hebreus 13.6).
"Jesus, o Mediador de uma nova aliança..." (Hebreus 12.24).
"Meus Filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, porém,
alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo" (1
João 2.1). Aqui a confirmação de que dentre os homens só existiu um justo,
Jesus.
Nada devemos pedir à santa Maria, nem a qualquer outro santo. Os santos
falecidos nada podem fazer por nós. As suas imagens, as imagens de escultura
que os representam, também nada podem fazer em nosso benefício. Não podemos
esquecer de que somente JESUS pode mediar no céu em nosso favor. Não há
outro. Se houvesse, Deus revelaria. O primeiro mandamento de Deus é direto,
taxativo, claro, objetivo, sem circunlóquio:
"NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM" (Êxodo 20.3) E o segundo
mandamento ainda é mais preciso, categórico, cristalino, direto, sem rodeio ou
meias palavras:
"Não farás para ti imagens de escultura, nem semelhança nenhuma do que há
em cima nos céus... não te encurvarás a elas nem as servirás..."(Êxodo
20.4).
Deus proíbe o uso de imagens com semelhança do que há nos céus. Quem está
nos céus? Está Deus (Pai, Filho e Espírito Santo), os anjos e os santos.
Logo, não se deve usar imagens de Jesus, nem de qualquer pessoa falecida que,
por sua fé em Deus, esteja na glória.
A Tradição pensa diferente:
"Na trilha da doutrina divinamente inspirada de nossos santos Padres e da
tradição da Igreja católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo
que habita nela, definimos com toda certeza e acerto que as veneráveis e santas
imagens, bem como as representações da cruz preciosa e vivificante, sejam elas
pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser
colocadas nas paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de
Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, como a de Nossa Senhora, a puríssima
e santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos
justos." (C.I.C. p.326/327, # 1161). "A beleza e a cor das imagens
estimulam minha oração. É uma festa para os meus olhos, tanto quanto o espetáculo
do campo estimula meu coração a dar glória a Deus" (C.I.C. p.327, #
1162).
Como se vê, o catolicismo incentiva o uso de ícones e diz que são necessários
à verdadeira adoração a Deus. Tudo contra a Palavra. Ainda bem que reconhecem
que essas coisas são decorrentes da Tradição. Mas falam de doutrina
divinamente inspirada, soprada pelo Espírito Santo. Por que o mesmo Espírito
que em nós habita, nos evangélicos, também não nos conduz ao uso de imagens?
Jesus disse que "Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem
em espírito e em verdade" (João 4.24). Outra proibição é para não nos
encurvarmos diante das imagens.
Isto compreende: baixar a cabeça, inclinar o corpo, tirar o chapéu,
ajoelhar-se, ou qualquer outro gesto de submissão, reverência ou respeito. A
proibição "não as servirás" compreende: não servir as imagens com
lágrimas, com toques, com beijos, com pedidos, com velas, procissão, flores, cânticos,
saudações, ofertas em dinheiro ou em alimentos; com promessas e sacrifícios;
com cuidados especiais, com jejuns e rezas. É bom não esquecermos que Jesus,
na qualidade do Verbo que se fez carne e habitou entre nós, estava presente no
Monte Sinai, e escreveu o Segundo Mandamento em tábuas de pedra, e as entregou
a Moisés. "Fazei tudo o que Ele vos disser", disse Maria aos
serventes nas bodas de Caná da Galiléia (João 2.1-5) Devemos, portanto,
atender ao pedido de Maria, de satisfazermos a Sua vontade, que é a vontade de
Deus.
Imaginei de início que o titulo "Mãe de Deus" atribuído à
humilde mãe de Jesus fosse apenas uma demonstração de carinho. Com o passar
dos anos, notei que se tratava de algo mais sério. Muitas crianças, jovens e
adultos estão convictos de que Maria é a Mãe de Deus. Sei que estas palavras
escritas não alcançarão a massa de 30 milhões de analfabetos, 30 milhões de
alfabetizados, mais 30 milhões que não desejam confrontar suas tradições e
crenças com a verdade. Apresentaremos alguns argumentos com vistas a deixar bem
claro que Deus não tem mãe, e que por haver sido mãe de Jesus, homem, Maria não
é mãe de Deus.
A palavra da Tradição:
"Maria é verdadeiramente a "Mãe de Deus", visto ser a mãe do
Filho Eterno de Deus feito homem, que é ele mesmo Deus" (C.I.C. p.143, #
509).
"Por isso o Concílio de Éfeso proclamou, em 431, que Maria se tornou de
verdade Mãe de Deus pela concepção humana do Filho de Deus em seu seio"
(C.I.C. p.131, # 466).
"Denominada nos Evangelhos "a Mãe de Jesus" (Jo 2.1; 19.25).
Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito, desde antes do nascimento de seu
Filho, como "a Mãe de meu Senhor" (Lc 1.43). Com efeito, Aquele que
ela concebeu do Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu
Filho segundo a carne não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda Pessoa
da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de
Deus" (C.I.C. p. 140. # 495).
Contestação - A Bíblia causa uma certa inquietação e até temor. O temor do
confronto. A Palavra, como um espelho, coloca às claras nossas imperfeições,
rugas, pecados. E, em face disso, somos movidos a tomar uma decisão.
Desprogramar de nossa mente o que foi armazenado durante cinco séculos é
tarefa árdua. Bom para muitos é deixar rolar, na onda do "me engana que
eu gosto".
A Bíblia nos revela, de Gênesis a Apocalipse, que Deus é o nosso Pai, o
Criador de todas as coisas. A oração-modelo ensinada por Jesus começa assim:
"PAI NOSSO QUE ESTÁS NOS CÉUS".
Todos os que aceitam a Jesus como Senhor e Salvador passam a ser filhos de Deus:
"PORQUE TODOS SOIS FILHOS DE DEUS PELA FÉ EM CRISTO JESUS" (Gálatas
3.26). "Vós sois filhos do Deus vivo" (Oséias 1.10c).
Maria sempre foi temente a Deus; era justa aos olhos de Deus; creu em Jesus, nas
suas palavras, na Sua morte e ressurreição. E, assim, ela foi constituída
filha de Deus.
Quando Jesus disse a Nicodemos que era necessário nascer de novo para ver o
reino de Deus, Ele não excluiu sua mãe do processo (Jo 3.3). Também, a
declaração de Jesus, a seguir, confirma que sua família - mãe, pai e irmãos
- necessitava de submissão a Deus e obediência à Sua Palavra para ser salva:
"Chegaram então seus irmãos e sua mãe e, estando de fora, mandaram-no
chamar". A multidão estava assentada ao redor dele, e lhe disseram:
"Tua mãe e teus irmãos te procuram, e estão lá fora". Jesus lhes
perguntou: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?" Então,
olhando em redor para os que estavam assentados junto dele, disse: "Aqui
estão minha mãe e meus irmãos. Portanto, "QUALQUER QUE FIZER A VONTADE
DE DEUS, ESTE É MEU IRMÃO, IRMÃ E MÃE (Marcos 3.31-35). Jesus nivelou sua mãe
e seus irmãos a todos os que obedecem a Deus.
Em certa ocasião Jesus não permitiu que tivesse prosseguimento a tentativa de
exaltar sua mãe. Vejamos:
"Dizendo Ele estas coisas, uma mulher dentre a multidão levantou a voz, e
lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste! Mas
Jesus respondeu: Antes bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a
guardam." (Lucas 11.27-28).
Muito mais bem-aventurados são os que obedecem a Deus, disse Jesus. Para
defender sua Tradição, os líderes romanistas agarram-se à seguinte fala de
Isabel a Maria: "De onde me provém que me venha visitar a mãe do meu
Senhor?" (Lucas 1.43). Ora, está claro e evidente que a parenta de Maria não
estava se referindo ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó; ao Deus de Israel, ao
nosso Deus, nosso Pai celestial, nosso Senhor. Seria até hilariante, se não
fosse assunto tão sério, imaginar que Isabel estivesse ali saudando Maria como
mãe de Deus. Isabel reconheceu Maria como a mãe do Messias tão esperado. As
palavras de Simeão e de Ana, no templo, também tiveram este mesmo significado
(Lucas 2.25-38). O Deus Filho que se fez carne sempre existiu.
A Bíblia diz que os que morreram em Cristo ressuscitarão na Sua volta, num
corpo celestial e incorruptível (1 Tessalonicenses 4.16-17). Logo, de acordo
com esta Palavra, a santa Maria aguarda, como todos, esse dia glorioso. Como,
nesse estágio, poderia ser mãe de Deus? Por outro lado, para ser mãe de Deus
a santa Maria, por óbvias razões, deveria possuir os mesmos atributos da
Trindade, ou seja, ser onipresente, onisciente e onipotente, eterna e imutável.
Sabemos que estes atributos são exclusivos de Deus, absolutos e incomunicáveis.
Em resumo, para ser mãe de Deus ela teria que ser igual a Deus. Se admitirmos a
hipótese da existência de uma mãe para Deus, seria válido esquecermos a
doutrina da Santíssima Trindade e, em seu lugar, instituirmos a do Santíssimo
Quarteto, assim compreendido: Deus Pai, Deus Mãe, Deus Filho e Deus Espírito
Santo, o que seria uma extravagância teológica.
Deus é eterno, não teve começo, não foi gerado, e não terá fim. Deus não
tem mãe, nem pai. Maria não pode ser mãe do seu Criador e Salvador. Maria não
pode ser mãe do seu próprio Pai. A criatura não pode ser mãe do Criador. A
santa Maria foi escolhida foi por Deus para que em seu ventre o Verbo se fizesse
carne. Mas o Verbo, o Deus Filho, este sempre existiu porque eterno. O Verbo não
foi gerado por Maria. Leia-se:
"No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele... e o
Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vemos a sua glória, como a glória
do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade" (João 1.1-3, 14).
Esta é uma afirmação da eternidade de Jesus: Ele estava no princípio, esteve
presente na Criação, estava com Deus, é Deus. Logo, um ser humano finito e
limitado (Maria) não poderia gerar um ser eterno, divino, infinito e ilimitado.
A Tradição confirma a eternidade de Jesus, quando diz que Maria é a Mãe do
Filho Eterno de Deus. Ora, o eterno não é gerado e não cabe na vida finita de
um ser que precisou ser gerado.
Vejamos as palavras de Maria:
"EU SOU A SERVA DO SENHOR. CUMPRA-SE EM MIM SEGUNDO A TUA PALAVRA"
(Lucas 1.38). Jesus disse que "o servo não é mais do que o seu
senhor" (Mt 10.24). Maria não desejava outra coisa senão ser serva de
Deus. Jamais passou por sua cabeça ser mãe do Altíssimo. Seria completamente
impossível uma mulher ser mãe, ou um homem ser pai de Deus. Mais adiante ela
declara, dando ênfase à sua condição de serva:
"A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus meu
Salvador, pois olhou para a humildade da sua serva. Desde agora todas as gerações
me chamarão bem-aventurada" (Lucas 1.46-48). Vê-se que Maria não almejou
nada mais nada menos do que se colocar na posição de serva do Senhor. E assim
ela fez por toda a sua vida.
Por qual razão Jesus não exaltou as qualidades espirituais de sua mãe,
sabendo Ele de antemão que ela seria aclamada por "sua" Igreja Católica
Romana como Mãe do Universo, Mãe de Deus, Rainha do Céu, a Mãe dos Vivos,
Intercessora, Advogada, Medianeira, Co-Redentora? Por que Jesus não dividiu Sua
glória com sua mãe? Por que Jesus, durante todo o seu ministério, não nos
deixou uma única revelação, uma única palavra conduzindo-nos a exaltar a sua
mãe? Por que a "Mãe de Deus" não foi exaltada ou glorificada nas
cartas paulinas, nas mensagens inspiradas do apóstolo Paulo? Por que a Bíblia
só registra o nome de Maria no que é estritamente necessário? A existência
da Mãe de Deus não deveria constituir uma das doutrinas básicas do
cristianismo?
A santa e humilde Maria nunca desejou tomar o lugar do Salvador, do Filho de
Deus. A sua posição foi de serva ciente de sua missão, a missão de trazer à
luz a Luz do mundo, o Pão da vida, o Verbo de Deus. Até nas suas palavras a mãe
de Jesus foi discreta. 0 registro mais extenso das palavras por ela pronunciadas
está em Lucas 1.46-55, sob o título "O cântico de Maria." Nessa oração,
como já vimos atrás, Maria se mostra muito feliz e agradecida a Deus por haver
sido agraciada com tão nobre missão: "Pois olhou para a humildade da sua
serva. Desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada". Nos
versículos 46 e 47, Maria se declara necessitada de salvação: "A minha
alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu
Salvador".
Não se encontra nas Escrituras qualquer tipo de adoração a Maria, ou qualquer
ensino nesse sentido. Muitas pessoas interpretam mal o título
"Bem-aventurada". Uma pessoa bem-aventurada quer dizer uma pessoa
feliz, ditosa e bendita. É o estado "daqueles que, por seu relacionamento
com Cristo e com a sua Palavra, receberam de Deus o amor, o cuidado, a salvação
e sua presença diária. O arcanjo Gabriel disse: "Bendita és tu ENTRE as
mulheres", e não bendita ACIMA das mulheres. A mesma declaração foi
feita por Isabel a Maria acrescentando: "... e bendito o fruto do teu
ventre" (Lucas 1.42). E a própria Maria afirmou que "desde agora
todas as gerações me chamarão bem-aventurada" (Lucas 1.48b).
Jesus, no "Sermão da Montanha", chamou de "BEM-
AVENTURADOS" os pobres de espírito, os que choram, os mansos, os que têm
fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os
pacificadores, os que sofrem perseguição por causa da justiça e os
perseguidos por causa dele (Mateus 5.3-11). E bem-aventurada é Maria em razão
da missão a ela confiada. Então, os salvos somos bem-aventurados, isto é,
somos felizes porque agraciados com bênçãos de Deus. Não há a menor
possibilidade de, após a nossa morte - a morte dos bem-aventurados - chegarmos
à condição elevada de Senhor ou Senhora, Pai ou Mãe de todos. Vejamos o que
diz a Bíblia:
"Ouve, ó Israel: o Senhor nosso Deus é o único Senhor"; "Amarás
o Senhor teu Seus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de toda a tua
força. Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração."
(Deuteronômio 6.4-5-6). Este mandamento foi confirmado por Jesus, quando
afirmou que não existia outro mandamento maior do que este (Marcos 12.30-31),
porque quem ama cumpre a Lei Moral. Ora, um coração completamente cheio do
amor a Deus não possui espaço para adorar outros deuses, seja
"senhor" ou "senhora", ou qualquer pessoa falecida. Ademais,
fazer pedidos aos mortos e acreditar que eles sejam mensageiros de Deus, faz
parte da doutrina espírita.
"Eu e a minha casa serviremos ao Senhor... nunca nos aconteça que deixemos
ao Senhor para servirmos a outros deuses" (Josué 24.14-16). Devemos
confiar no Senhor e somente a Ele dirigir nossas súplicas. Em nenhuma parte da
Bíblia a santa Maria é elevada à posição de Senhora, Padroeira, Protetora
ou Co-Redentora. Nenhum homem ou mulher pode, depois da morte física, receber
tal sublimação. Quem morreu em nosso lugar foi Jesus, e Ele não divide sua
obra redentora com mais ninguém:
"E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe
nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos
salvos" (Atos 4.12). "Eu sou o Senhor; este é o meu nome! A minha
glória a outrem não a darei, nem o meu louvor às imagens de escultura"
(Isaías 42.8).
Mas, pela palavra da Tradição, Maria cooperou na obra do Salvador e hoje, no céu,
é instrumento de salvação:
"Mas seu papel em relação à Igreja e a toda a humanidade vai mais longe.
De modo inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança e ardente
caridade, ela cooperou na obra do Salvador para restauração da vida
sobrenatural das almas" (C.I.C. p. 273, # 968). "Assunta aos céus, não
abandonou este múnus salvífico, mas, por sua múltipla intercessão, continua
a alcançar-nos os dons da salvação eterna" (C.I.C. p. 274, # 969).
Entenda-se como "múnus salvífico" a função de salvar, de
Co-Redentora.
"Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele
escolheu para sua herança" (Salmos 33.12). Daí porque não foi feliz a idéia
de, por decreto, eleger Maria à posição de "Padroeira do Brasil",
isto é, defensora e protetora de nosso País. Mais coerente com a nossa fé
cristã, seria declararmos o que está na Bíblia, ou seja, que Deus é o nosso
Senhor, Salvador, Protetor e Pai:
"Adorarás ao Senhor teu Deus, e só a ele servirás" (Lucas 4.8).
Vamos repetir. Jesus, respondendo a Satanás, citou o versículo 13 de Deuteronômio
6. Jesus foi categórico, direto, claro, objetivo. Ele disse que a nossa adoração
deve ser dirigida exclusivamente a Deus, e só a Ele devemos servir, servir com
o nosso louvor, com o nosso exemplo, com a nossa fé, com nossas orações,
nossas lágrimas, nossos jejuns, e obediência à Sua Palavra. Se as nossas lágrimas,
súplicas e louvores forem dirigidos à santa Maria, logo estaremos em oposição
à palavra do Senhor Jesus. Oposição significa desobediência; desobediência
significa rebeldia; rebeldia significa pecado, e "o salário do pecado é a
morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso
Senhor" (Romanos 6.23).
"Há um só Deus e pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em
todos" (Hebreus 4.6). Se até aqui o leitor ainda estava em dúvida, creio
que este versículo colocou as coisas no devido lugar. Como já disse, a Bíblia
não fala na existência de uma "Senhora" ou de um outro
"Senhor". O Deus da Bíblia é o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó;
o Deus que tirou seu povo da escravidão do Egito; que abriu o Mar Vermelho e o
seu povo fez passar; que lhe entregou a Terra da promessa; que não está de braços
cruzados, impassível, assistindo à rebeldia da humanidade. Ele é por todos.
Como vimos, a eleição da humilde serva Maria, mãe de Jesus, à posição de
Senhora ou de Padroeira não encontra respaldo nas Escrituras. A nossa adoração
não pode ficar dividida entre o Senhor Deus e a Senhora Maria. Não se pode
"coxear entre dois pensamentos", seguir dois caminhos, ter dois
senhores. Devemos aprender com Maria e declararmos que a "nossa alma exalta
e engrandece ao Senhor, e que o nosso espírito se alegra porque estamos em
comunhão com Jesus nosso Salvador". A Tradição fica longe da Bíblia
quando diz que em Maria há salvação. Vimos que em nenhum outro nome há salvação.
(Atos 4.12). E mais: "Eu, eu Sou o Senhor, e fora de mim não há salvação"
(Isaías 43.11). Leiam:
"Eu sou o caminho e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por
mim" (João 14.6). "Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de
JESUS, porque ele salvará o povo dos seus pecados" (Mateus 1.21).
"...E sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo" (João
4.42). Tradição insiste em afirmar:
"...Maria, por um vínculo indissolúvel está unida à obra salvífica de
seu Filho: em Maria a Igreja admira e exalta o mais excelente fruto de redenção..."
(C.I.C. p. 300, # 1172).
A palavra da Tradição:
"A Virgem Maria cooperou para a salvação humana com livre fé e obediência.
Pronunciou seu "fiat" (faça-se) em representação de toda a natureza
humana. Por sua obediência, tornou-se a nova Eva, Mãe dos viventes" (C.I.C.
p. 143, # 511).
Contestação - Somente Jesus recebeu o título de "o último Adão"
na Palavra de Deus: "O primeiro homem, Adão, foi eleito alma vivente; o último
Adão, espírito vivificante" (1 Coríntios 15.45).
Nenhum registro há concedendo a Maria o título de segunda Eva e mãe da
humanidade, até porque Eva foi a mulher de Adão, e Maria não foi a mulher de
Jesus. Se Maria fosse realmente a mãe de Deus, poderíamos dizer que ela é a
nossa mãe, assim como Deus é o nosso Pai.
A palavra da Tradição:
"Porque nos dá Jesus, seu Filho, Maria e Mãe de Deus e nossa Mãe;
podemos lhe confiar todos os nossos cuidados e pedidos: ela reza por nós como
rezou por si mesma: "Faça-se em mim segundo a tua palavra"(Lucas
1.38). Confiando-nos à sua oração, abandonamo-nos com ela à vontade de Deus:
"Seja feita a vossa vontade" (C.I.C. p.687,# 2677).
Contestação - Maria orou na sua existência humana e terrena, e sua oração
não foi diferente das orações dos santos de ontem e de hoje, ou seja, dando
graças a Deus pela vida, pela salvação, pelos dons, pela missão. No céu as
coisas são diferentes. Ela não pode ser intermediária ou mediadora de nossas
preces porque a Palavra diz claramente que o único Mediador é Jesus (1 Timóteo
2.5). Maria, a "humilde serva", desejaria ser igual a Jesus em poder e
glória e com Ele sentar-se à destra do Pai? A orientação para lhe confiarmos
"nossos cuidados e pedidos" - o que sugere uma entrega total - está
totalmente em desacordo com o padrão da Palavra de Deus
. Vejamos:
"Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos
aliviarei" (Mateus 11.28). "Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e ele
te susterá; jamais permitirá que o justo seja abalado" (Salmo 55.22).
"Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás"
(Salmo 50.15). "Orareis assim: Pai nosso que estás nos céus..."
(Mateus 6.9). "Confia no Senhor e faze o bem...deleita-te no Senhor, e ele
te concederá o que deseja o teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor;
confia nele, e ele tudo fará; descansa no Senhor e espera nele" (Salmo
37.3-7).
Se houvesse uma única oração na Bíblia dirigida a Maria, poderíamos até
acreditar nesse ensino. Mas não há. Atos dos Apóstolos foi escrito por volta
do ano 63 depois de Cristo; e o apóstolo Paulo escreveu suas cartas (aos
romanos, aos coríntios, aos tessalonicenses, etc) mais ou menos no mesmo período.
Todavia, não há nesses escritos qualquer referência a Maria, na qualidade de
"depositária de preces", ou qualquer indicação, por menor que seja,
no sentido de confiarmos a ela nossos cuidados.
A Bíblia nos ensina a quem devemos confiar nossas súplicas.. Vejam:
"Não andeis ansiosos de coisa alguma, em tudo, porém, sejam conhecidas
diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações
de graça" (Filipenses 4.6). "Invoca-me no dia da angústia; eu te
livrarei, e tu me glorificarás" (Salmo 50.15).
Portanto, devemos confiar no que diz a Palavra de Deus. As pessoas falecidas,
ainda que estejam na glória, não são detentoras de poderes para livrar-nos do
mal, para nos socorrer na angústia, para perdoar pecados.
A palavra da Tradição:
"É neste sentido que a Tradição da Igreja muitas vezes leu, com relação
a Maria, os mais belos textos sobre Sabedoria. Maria é decantada e representada
na Liturgia como o "trono da Sabedoria" (C.I.C. p. 209, # 721).
Contestação - A Bíblia diz que a sede da Sabedoria é Deus. Vejamos:
"Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça a Deus, que a todos dá
liberalmente, e não censura, e ser-lhe-á dada" (Tiago 1.5). "A
sabedoria que vem do alto é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada,
tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade,e sem
hipocrisia" (Tiago 3.17). "Com Deus está a sabedoria e a força"
(Jó 12.13). "Os mais belos textos sobre Sabedoria relacionada a
Maria" não se encontram na Bíblia Sagrada.
Nenhum espírito humano pode se igualar a Deus em sabedoria, poder, graça e
amor. A Tradição fala que Maria é o "trono da Sabedoria", talvez
desejando afirmar que ela, sendo "Rainha do Céu", deva também
possuir esse título. Tiago não sabia disso, pois nos orientou a pedirmos
sabedoria a Deus. Como se vê, as intenções da Tradição não encontram
amparo nas Sagradas Escrituras.
A palavra da Tradição:
"Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa
original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta de corpo e alma à glória
celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos
senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha
do Universo". (C.C. p. 273, # 966).
Contestação- Nada do que foi dito acima bate, como já analisado, com a
Bíblia. Ao afirmar que Maria detém a posição de Rainha do Universo, a Tradição
admite que ela é Rainha de Todas as Coisas. Lamentavelmente, o Catecismo Católico
não cita uma só passagem bíblica que confirme essa declaração. Deus não
divide a sua glória com ninguém. Vejam o que está escrito na Bíblia a
respeito da adoração a uma falsa deusa, chamada de "Rainha dos Céus":
"Os filhos apanham a lenha, os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a
farinha, para fazerem bolos à rainha dos Céus; e oferecem libações a outros
deuses, para me provocarem à ira" (Jeremias 7.18).
Ora, eles faziam isso em nome da Tradição. Vejam:
"... Queimaremos incenso à deusa chamada Rainha dos Céus e lhe
ofereceremos libações, como nós e nossos pais, nossos reis e nossos príncipes
temos feito..."(Jeremias 44.17).
A Bíblia ensina que honra e glória pertencem ao Senhor: "Digno é o
Cordeiro que foi morto, de receber poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e
honra, e glória, e ações de graças" (Apocalipse 5.12). O nome que está
exaltado é o de Jesus, não é o da "Rainha do Universo"
. Vejam: "Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que
está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que
estão nos céus, na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que
Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai" (Filipenses 2.9-10).
Portanto, só devemos dobrar nossos joelhos para adorar ao Rei dos reis e Senhor
dos senhores.
A palavra da Tradição:
"Da Igreja [o cristão] recebe a graça dos sacramentos, que o sustenta
"no caminho". Da Igreja aprende o exemplo de santidade; reconhece a
figura e a fonte (da Igreja) em Maria, a Virgem Santíssima" (C.I.C. p.534,
# 2030).
Contestação - O nosso maior modelo de santidade é Jesus. Vejamos:
"Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis
descanso para a vossa alma" (Mateus 11.29). "Porque eu vos dei o
exemplo, para que, como eu fiz, façais vós também"(João 13.15).
"Porque para isto sois chamados, pois também Cristo padeceu por nós,
deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas" (1 Pedro 2.21).
"Aquele que diz que está nele [em Jesus] também deve andar como ele
andou" (1 João 2.6). Devemos ser santos porque Deus é santo, e não
porque Maria é santa: "Eu sou o Senhor, vosso Deus; portanto vós vos
consagrareis e sereis santos, porque eu sou santo..." (Levíticos 11.44).
Leia também 1 Pedro 1.15-16. Maria clamou por salvação e se declarou pecadora
quando fez a seguinte oração: "A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu
espírito se alegra em Deus MEU SALVADOR" (Lucas 1.46-47, realce do autor).
O apóstolo Paulo confirmou a necessidade de salvação de Maria, quando
registrou: "Pois TODOS pecaram e destituídos estão da glória de
Deus" (Romanos 3.23). Logo, uma pecadora não pode ser modelo de santidade,
como não o foram Pedro, João, Mateus, Lucas, Elias, e tantos outros.
As orações mentirosas não são agradáveis a Deus. Mentirosas são as orações
que não estão em consonância com a Sua Palavra. Vejamos alguns exemplos:
1) Se nossos pedidos são dirigidos a Maria, ou a qualquer santo, estamos
dizendo que a oração do "PAI NOSSO", ensinada por Jesus, não é
correta ou está incompleta. Então, a nossa posição é de rebeldia, de
desobediência. Todas as orações registradas na Bíblia, de Gênesis a
Apocalipse, são dirigidas a Deus. Não há um só pedido feito ao santo Noé,
santo Moisés, santo Isaías, são Pedro, ou a qualquer outro. Deus quer que
busquemos a Ele. Vejam: "Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei
coisas grandes e ocultas, que não sabes" (Jeremias 33.3); "Vinde a
mim todos os que estás cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei"
(Mateus 11.28). "Deus é galardoador dos que O buscam" (Hebreus 11.6).
2) Quando chamamos a santa Maria de Advogada, Intercessora ou Mediadora, estamos
declarando que a palavra de Deus é mentirosa. A Bíblia declara que só Jesus
é Advogado, Mediador e Intercessor entre Deus e os homens (1 Timóteo 2.5; 1 João
2.1; Hebreus 7.25). Além disso, temos a declaração do próprio Jesus, em João
14.6: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por
mim". Somente Jesus morreu numa cruz pela redenção da Humanidade .Por
isso a posição de Medidor é dele e não pode ser dividida com mais ninguém.
3) Se em nossas orações dissermos que Maria foi "concebida sem
pecado", também estaremos duvidando da Palavra. Em Romanos 3.23 está dito
que "Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus". A única
pessoa não gerada em pecado, porque gerada pelo Espírito Santo, foi Jesus
Cristo. As demais - Pedro, Paulo, José, Maria e todos nós - herdaram a
natureza pecaminosa da semente de Adão e Eva. A Palavra é cristalina, objetiva
e direta. E seguindo esse raciocínio, podemos detectar onde estamos pecando por
discordar da Bíblia Sagrada. 4) Se fizermos repetidamente a mesma oração,
dezenas de vezes, estaremos desobedecendo ao Senhor, que disse para não usarmos
de "vãs repetições", como fazem os pagãos, "que pensam que,
por muito falarem, serão ouvidos" (Mateus 6.7-13). Quando estamos falando
com Deus, isto é, quando estamos orando, não devemos ficar preocupados em
contar quantas vezes a mesma oração foi repetida. A oração deve ser espontânea,
livre de fórmulas, de forma a expressar o que sentimos em nossos corações.
Extraímos do livro "Babilônia: A Religião dos Mistérios", de
Ralph Woodrow, o seguinte a respeito desse assunto:
"Um dos exemplos mais destacados de como o paganismo babilônico tem
continuado até nossos dias pode ser visto na maneira como a igreja romanista
inventou a adoração a Maria para substituir a antiga adoração à deusa-mãe".
"A história da mãe e do filho foi largamente conhecida na antiga BABILÔNIA
e desenvolveu-se até ser uma adoração estabelecida. Numerosos monumentos da
Babilônia mostram a deusa-mãe Semíramis com seu filho Tamuz nos braços.
Quando o povo da Babilônia foi espalhado para as várias partes da terra,
levaram consigo a adoração da mãe divina e de seu filho. Isto explica porque
muitas nações adoravam uma mãe e um filho - de uma forma ou de outra - séculos
antes do verdadeiro Salvador, Jesus Cristo, ter nascido neste mundo. Nos vários
países onde este culto se espalhou, a mãe e o filho foram chamados por
diferentes nomes pois, relembramos, a linguagem foi confundida em Babel".
"Os chineses tinham uma deusa-mãe chamada Shingmoo ou "Santa Mãe.
Ela é representada com um filho nos braços e raios de glória ao redor da cabeça.
Os antigos germanos adoravam a virgem Hertha com o filho nos braços. Os
escandinavos a chamavam de Disa, que também era representada com um filho. Os
etruscos chamavam-na de Nutria, e entre os druidas a Virgo-Patitura era adorada
como a "Mãe de Deus". Na Índia, era conhecida como Indrani, que também
era representada como o filho nos braços".
"A deusa-mãe era conhecida como Afrodite ou Ceres pelos gregos; Nana,
pelos sumérios; e como Vênus ou Fortuna, pelos seus devotos nos velhos dias de
Roma, e seu filho como Júpiter. Por várias eras, Ísis, a "Grande
Deusa"e seu filho Iswara, tem sido adorados na Índia, onde templos foram
erigidos para sua adoração. Na Ásia, a mãe era conhecida como Cibele e o
filho como Deoius. "Mas, a despeito de seu nome ou lugar", diz um
escritor, "ela foi a esposa de Baal, a virgem rainha dos céus, que ficou
grávida, sem jamais ter conhecido varão".
"Quando os filhos de Israel caíram em apostasia, eles também foram
enganados por esta adoração da deusa-mãe. Como lemos em Juízes 2.13:
"Eles deixaram ao Senhor e serviram a Baal e a Astarote". Astarote ou
Astarte era o nome pelo qual a deusa era conhecida pelos filhos de Israel. É
penoso pensar que aqueles que haviam conhecido o verdadeiro Deus, o abandonassem
e adorassem a mãe pagã. Ainda assim era exatamente o que faziam repetidamente
(Juízes 10.6; 1 Samuel 7.3-4; 12.10; 1 Reis 11.5; 11 Reis 23.13). Um dos títulos
pelos quais a deusa era conhecida entre eles era o de "rainha dos céus"(Jeremias
44.17-19). O profeta Jeremias repreendeu-os por adorarem, mas eles se rebelaram
contra sua advertência".
"Em Éfeso, a grande mãe era conhecida como Diana. O templo dedicado a
ela, naquela cidade, era uma das sete maravilhas do mundo antigo. Não somente
em Éfeso, mas em toda a Ásia e em todo o mundo a deusa era adorada (Atos
19.27). No Egito, a mãe era conhecida como Ísis e seu filho como Horus. É
muito comum os monumentos religiosos do Egito mostrarem o infante Horus sentado
no colo de sua mãe".
"Esta falsa adoração, tendo se espalhado da Babilônia para diversas nações,
com diferentes nomes e formas, finalmente estabeleceu-se em Roma e em todo o Império
Romano. Diz um notável escritor com relação a este período: á adoração da
grande mãe foi muito popular sob o Império Romano. Inscrições provam que os
dois (a mãe e o filho) recebiam honras divinas, não somente e especialmente em
Roma, mas também nas províncias, especialmente na África, Espanha, Portugal,
França, Alemanha, e Bulgária".
"Foi durante esse período quando o culto da mãe divina foi muito
destacado, que o Salvador, Jesus Cristo, fundou a verdadeira Igreja do Novo
Testamento. Que gloriosa Igreja ela foi naqueles dias primitivos! Pelo terceiro
e quarto século, contudo, o que era conhecido como a "igreja" havia,
em muitas maneiras abandonado a fé original, caindo em apostasia a respeito do
que os apóstolos haviam avisado. Quando essa "queda" veio, muito
paganismo foi misturado com o cristianismo. Pagãos n~!ao convertidos eram
tomados como professos na igreja e em numerosas ocasiões tinham a permissão de
continuar muitos doas seus rituais e costumes pagãos - usualmente com umas
poucas reservas ou mudanças, para fazer suas crenças parecerem mais
semelhantes à doutrina cristã".
"Um dos melhores exemplos de tal transferência do paganismo pode ser visto
na maneira como a igreja professa permitiu que o culto da grande mãe
continuasse - somente um pouquinho diferente na forma - com um novo nome! Veja
você, muitos pagãos tinham sido trazidos para o cristianismo, mas tão forte
era sua adoração pela deusa-mãe, que não a queriam esquecer. Líderes da
igreja comprometidos viram que, se pudessem encontrar alguma semelhança no
cristianismo com a adoração da deusa-mãe, poderiam aumentar consideravelmente
o seu número. Mas, quem poderia substituir a grande mãe do paganismo? É claro
que Maria, a mãe de Jesus, pois era a pessoa mais lógica para eles escolherem.
Ora, não podiam eles permitir que as pessoas continuassem suas orações e devoções
a uma deusa-mãe, apenas chamando-a pelo nome de Maria, em lugar dos nomes
anteriores pelos quais era conhecida? Aparentemente foi esse o raciocínio
empregado, pois foi exatamente o que aconteceu! Pouco a pouco, a adoração que
tinha sido associada com a mãe pagã foi transferida para Maria".
"Mas a adoração a Maria não fazia parte da fé cristã original. É
evidente que Maria, a mãe de Jesus, foi uma mulher excelente, dedicada e
piedosa - especialmente escolhida para levar em seu ventre o corpo de nosso
Salvador - mesmo assim nenhum dos apóstolos nem mesmo o próprio Jesus jamais
insinuou a idéia da adoração a Maria. Como afirma a Enciclopédia Britânica,
durante os primeiros séculos da igreja, nenhuma ênfase, fosse qual fosse, era
colocada sobre Maria. Este ponto é admitido pela The Catholic Encyclopedia também:
'A devoção a Nossa Bendita Senhora, em última análise, deve ser olhada como
uma aplicação prática da doutrina da Comunhão dos Santos. Vendo que esta
doutrina não está contida, pelo menos explicitamente,nas formas primitivas do
Credo dos Apóstolos, não há talvez qualquer campo para surpresa de não
descobrirmos quaisquer traços claros do culto da Bendita Virgem nos primeiros séculos
cristãos, sendo o culto de Maria um desenvolvimento posterior".
"Não foi até o tempo de Constantino - a primeira parte do quarto século
- que qualquer um começou a olhar para Maria como uma deusa. Mesmo neste período,
tal adoração foi combatida pela igreja, como é evidente pelas palavras de
Epifânio (403 d.C.) que denunciou alguns da Trácia, Arábia, e qualquer outro
lugar, por adorarem a Maria como uma deusa e oferecerem bolos em seu santuário.
Ainda assim, dentro de apenas uns poucos anos mais, o culto a Maria foi apenas
ratificado pela que conhecemos hoje como a Igreja Católica, mas tornou-se uma
doutrina oficial no Concílio de Éfeso em 431". "Em Éfeso? Foi nessa
cidade que Diana tinha saído adorada como a deusa da virgindade e da
fertilidade desde os tempos primitivos! Dizia-se que ela representava os
primitivos poderes da natureza e foi assim esculpida com muitos seios. Uma coroa
em forma de torre, símbolo da torre de Babel, adornava sua cabeça".
"Quando as crenças são por séculos conservadas por um povo, elas não são
facilmente esquecidas. Assim sendo, os líderes da igreja em Éfeso - quando
veio a apostasia - também raciocinaram que se fosse permitido às pessoas
conservarem suas idéias a respeito de uma deusa-mãe, se isto fosse misturado
com o cristianismo e o nome de Maria fosse colocado no lugar, eles poderiam
ganhar mais convertidos. Mas este não era o método de Deus. Quando Paulo veio
para Éfeso nos dias primitivos, nenhum compromisso foi feito com o paganismo.
As pessoas eram realmente convertidas e destruíram seus ídolos da deusa (atos
19.24-27). Quão trágico que a igreja em Éfeso, em séculos posteriores, se
comprometesse e adotasse uma forma de adoração à deusa-mãe, tendo o Concílio
de Éfeso finalmente transformado isto em uma doutrina oficial".
"Uma posterior indicação que o culto a Maria passou a existir partindo do
antigo culto à deusa-mãe, pode ser visto nos títulos que são atribuídos a
ela. Maria é freqüentemente chamada de "A Madona". De acordo com
Hislop, esta expressão é a tradução de um dos títulos pelos quais a deusa
babilônica era conhecida. Em forma deificada, Nimrode veio a ser conhecido como
Baal. O título de sua esposa, a divindade feminina, seria o equivalente a
Baalti. Em português, esta palavra significa "minha Senhora"; em
Latim, "Meã Domina", e em Italiano, foi corrompida para a bem
conhecida "Madona". Entre os fenícios, a deusa-mãe era conhecida
como "A Senhora do Mar", e até mesmo este título é aplicado a Maria
- embora não exista qualquer conexão entre Maria e o mar!"
"As escrituras tornam claro que existe apenas um mediador entre Deus w os
homens, Jesus Cristo homem (1 Tm 2.5). Ainda assim o catolicismo romano ensina
que Maria também é uma "mediadora". As orações para ela formam uma
parte muito importante no culto católico. Não existe base escriturística para
esta idéia,embora este conceito não fosse estranho às idéias ligadas à
deusa-mãe. Ela trazia como um dos seus títulos "Milita", que é a
"Mediatrix", "Medianeira", ou "Mediadora".
"Maria é freqüentemente chamada "rainha dos céus". Mas Maria,
a mãe de Jesus, não é a rainha dos céus. "A rainha dos céus" foi
um título da deusa-mãe que foi adorada séculos antes de Maria ter ao menos
nascido. Bem antes, nos dias de Jeremias, o povo estava adorando a "rainha
dos céus" e praticando rituais que eram sagrados para ela. Como lemos em
Jeremias 7.18-20: "Os filhos apanham a lenha, os pais acendem o fogo, e as
mulheres amassam a farinha, para se fazerem bolos à rainha dos céus".
"Um dos títulos pelos quais Ísis era conhecida era a "mãe de
Deus". Mais tarde este mesmo título foi aplicado a Maria pelos teólogos
de Alexandria.Maria era, é claro, a mãe de Jesus, mas somente no sentido de
sua natureza humana, sua humanidade. O significado original de "mãe de
Deus" ia além disto; acrescentava uma posição glorificada à MÃE e a
igreja católica da mesma maneira foi muito ensinada a pensar assim a respeito
de Maria".
"A imagem da deusa-mãe com o filho nos braços estava tão firmemente
gravada na mente pagã quando vieram os dias da apostasia que, de acordo com um
escritor, a antiga imagem de Ísis e do filho Horus foi finalmente aceita, não
somente na opinião popular, mas, por sanção episcopal formal, foi aceita como
a imagem da Virgem e do seu filho. Representações de Ísis e do seu filho
foram freqüentemente colocadas em uma moldura de flores. Esta prática também
foi aplicada a Maria, como aqueles que tem estudado arte medieval bem o
sabem".
"Astarte, a deusa fenícia da fertilidade, era associada com a lua
crescente. A deusa egípcia da fertilidade, Ísis, era representada como estando
de pé sobre a lua crescente com estrelas rodeando sua cabeça. Nas igrejas católicas
romanas por toda a Europa podem ser vistas pinturas de Maria exatamente da mesma
maneira!"
"De numerosas maneiras,líderes da apostasia tentaram fazer Maria parecer
semelhante às deusas do paganismo e exalta-la a um plano divino. Uma vez que os
pagãos tinham estátuas da deusa, assim também estátuas eram feitas de
"Maria". Diz-se que em alguns casos as mesmas estátuas que tinham
sido adoradas como Ísis (com seu filho) simplesmente ganharam outro nome, como
de Maria e Cristo menino. "Quando o cristianismo triunfou",diz um
escritor, "estas pinturas e figuras tornaram-se as figuras da madona e do
filho sem qualquer quebra de continuidade: nenhum arqueólogo, de fato, pode
agora dizer se alguns desses objetos representam uma ou outra".
'Muitas dessas figuras renomeadas foram coroadas e adornadas com jóias -
exatamente da mesma maneira das imagens das virgens hindus e egípcias. Mas
Maria, a mãe de Jesus,não era rica (Lucas 2.24;Levíticos 12.87). De onde, então,
vieram essas jóias e coroas que são vistas nestas estátuas que supostamente são
dela?"
"Através de compromissos - alguns muito óbvios, outros mais ocultos - a
adoração da antiga mãe continuou dentro da "igreja" da apostasia,
misturada, com o nome de Maria sendo substituto dos antigos nomes".
Continuamos destacando alguns pontos contidos no livro "Babilônia: a
Religião dos Mistérios", de Ralph Woodrow.
"Talvez a prova mais destacada que a adoração a Maria foi decorrente
do velho culto da deusa-mãe pagã, possa ser vista no fato que na religião pagã
a mãe era tão (ou mais) adorada do que seu filho. Isto fornece uma chave
importante para ajudar-nos a resolver o mistério da Babilônia hoje. O
verdadeiro cristianismo ensina que o Senhor Jesus - e somente ELE - é o
caminho, a verdade, e a vida; que somente ELE pode perdoar pecados; que somente
ELE de todas as criaturas da terra, viveu uma vida sem qualquer mancha de
pecado; e ELE é que tem que ser adorado - nunca sua mãe. Mas, o catolicismo
romano - mostrando a influência que o paganismo tem tido em seu desenvolvimento
- de muitas maneiras também exalta a MÃE".
"Alguém pode viajar o mundo inteiro, e seja numa imponente catedral seja
na capela de um vilarejo, a estátua de Maria sempre ocupará posição de
destaque. Recitando-se o Rosário, a "Ave-Maria" é repetida nove
vezes mais do que a "Oração do Senhor". Os católicos são ensinados
que a razão para rezarem para Maria é que ela pode levar a petição para seu
filho, Jesus; e desde que ela é sua mãe, ele responderá ao pedido por causa
dela. A inferência é que Maria é mais compassiva, compreensiva e
misericordiosa do que seu filho Jesus. Certamente isto é contrário às
Escrituras. Ainda assim, esta idéia tem sido freqüentemente repetida nos
escritos católicos".
"Um notável escritor, Alfonso de Liguori, católico, escreveu
extensamente, dizendo quão mais eficiente são as orações dirigidas a Maria
do que as que são dirigidas a Jesus Cristo. Liguori, incidentalmente, foi
canonizado como um "santo" pelo papa Gregório XIV em 1839 e foi
declarado "doutor" da igreja católica pelo papa Pio IV. Em uma porção
dos seus escritos, ele descreveu uma cena imaginária na qual um homem pecador
viu duas escadas suspensas do céu. Maria estava no topo de uma;Jesus no topo da
outra. Quando o pecador tentou subir por uma das escadas, viu o rosto irado de
Cristo e caiu vencido.. Mas, quando subiu a escada de Maria, subiu com
facilidade e foi abertamente recebido por Maria que o levou ao céu e
apresentou-o a Cristo. Daí em diante tudo estava bem. A história tinha a intenção
de mostrar quão mais fácil e mais eficiente é ir a Cristo através de
Maria".
Interrompo aqui a transcrição referida para lembrar que ainda hoje é ensinado
que através de Maria as coisas são mais fáceis. Tenho lido e ouvido,
inclusive em programas televisivos, a frase: "TUDO COM JESUS. NADA SEM
MARIA". Esse extravagante ditado declara que Maria é tudo, e que sem ela não
teremos Jesus. Isto confirma que o catolicismo na sua essência não mudou em
nada. Os terços continuam sendo rezados da mesma forma, dando maior destaque à
figura de Maria e deixando em segundo plano o Filho, aquele que derramou seu
sangue para remissão de pecados. Entretanto, e graças a Deus, as pessoas estão
despertando para as verdades bíblicas. Todos os dias neste Brasil um grande número
de religiosos dá um passo à frente, aceita Jesus como único Senhor, Salvador,
e Mediador, e passa a declarar: "Tudo posso naquele que me fortalece".
Continuemos:
"O mesmo escritor disse que o pecador que se aventurar a ir diretamente a
Cristo poderá enfrentar o terror de sua ira. Mas, se ele rezar para a Virgem,
ela terá apenas de "mostrar" ao filho "os peitos que o
amamentaram" e sua ira será imediatamente amenizada. Tal raciocínio está
em conflito direto com um exemplo escriturístico."Bem-aventurado o ventre
que te trouxe", disse uma mulher a Jesus, "e os peitos em que
mamaste!" Mas Jesus respondeu, "Antes bem-aventurados os que ouvem a
palavra de Deus e a guardam" (Lucas 11.27-28).
"Tentativas posteriores de exaltar Maria a uma posição glorificada dentro
do catolicismo podem ser observadas na doutrina da "imaculada conceição".
Esta doutrina foi pronunciada e definida por Pio IX em 1854 - que a Bendita
Virgem Maria "no primeiro instante de sua concepção...foi preservada
isenta de toda mancha do pecado original". Este ensinamento pode parecer
que é apenas um esforço posterior de fazer Maria parecer ainda mais com a
deusa do paganismo, pois nos antigos mitos, a deusa foi criada como tendo uma
concepção sobrenatural. As histórias variam, mas todas falam de
acontecimentos sobrenaturais em conexão com sua entrada no mundo, que ela era
superior aos demais mortais, que era divina Pouco a pouco, de modo que os
ensinamentos a respeito de Maria não parecessem inferiores aos da deusa-mãe,
foi necessário ensinar que a entrada de Maria neste mundo envolveu também um
elemento sobrenatural".
"A doutrina de que Maria nasceu sem a mancha do pecado original é escriturística?
Respondemos isto nas palavras da própria The Catholic Encyclopedia:
"Nenhuma prova direta, ou categórica e estrita do dogma pode ser
encontrada nas Escrituras". É indicado, antes, que estas idéias foram um
desenvolvimento gradual dentro da igreja".
"Bem aqui deveria ser explicado que esta é uma talvez a única diferença
básica entre o entendimento que a Igreja Católica tem do cristianismo e o que
revela a posição geral do protestantismo. A Igreja Católica Romana, como ela
mesma afirma, tem há muito crescido e se desenvolvido ao redor de um grande número
de tradições e idéias manipuladas por padres da igreja através dos séculos,
até mesmo crenças trazidas do paganismo, se elas pudessem ser
"cristianizadas" e também das Escrituras. Conceitos de todas estas
fontes tem sido misturados e desenvolvidos, para finalmente tornarem-se dogmas
em vários concílios da igreja. Por outro lado, o ponto de vista que a Reforma
Protestante procurou reviver, foi um retorno às verdadeiras escrituras como uma
base mais sólida para a doutrina, com pouca ou nenhuma ênfase sobre as idéias
que se desenvolveram nos séculos seguintes".
"Indo diretamente às Escrituras, não somente não existe qualquer prova
para a idéia da imaculada conceição de Maria, como existe evidência do contrário.
Apesar de ter sido um vaso escolhido do Senhor, uma mulher virtuosa e piedosa -
uma virgem - ela foi tão humana como qualquer outro membro da família de Adão.
"Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23),
sendo a única exceção o próprio Jesus Cristo. Como qualquer outra pessoa,
Maria precisou de um salvador e admitiu isto plenamente quando disse: Ë o meu
espírito se alegra em Deus meu SALVADOR" (Lc 1.47)".
"Se Maria necessitou de um salvador, ela não era em si mesma uma
salvadora. Se necessitou de um salvador, então precisou ser salva, perdoada, e
redimida - assim como os outros. O fato é que a divindade de nosso Senhor não
dependia de sua mãe ser algum tipo de pessoa exaltada ou divina. Em lugar
disto, Ele foi divino porque foi o unigênito filho de Deus. Sua divindade veio
de Seu Pai celestial".
"A idéia que Maria era superior aos outros seres humanos não foi o
ensinamento de Jesus. Certa vez alguém mencionou sua mãe e seus irmãos. Jesus
perguntou: "Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos?"Em seguida,
estendendo sua mão na direção dos seus discípulos, disse: "Eis minha mãe
e meus irmãos! Pois QUALQUER UM que fizer a vontade do meu Pai que está nos céus,
o mesmo é meu irmão, e irmã, e MÃE" (Mt 12.46-50). Plenamente o
bastante, qualquer um que fizer a vontade de Deus está, em um sentido definido,
no mesmo nível de Maria".
"Cada dia católicos no mundo inteiro recitam a Ave Maria, o Rosário, o Ângelus,
as Litanias da Bendita Virgem, e outras rezas semelhantes. Multiplicando o número
dessas orações, vezes o número de católicos que as recitam a cada dia, alguém
tem calculado que Maria teria que escutar 46.296 petições por segundo!
Obviamente ninguém a não ser Deus mesmo poderia fazer isto. Não obstante, os
católicos acreditam que Maria escuta todas essas orações; e assim sendo, por
uma questão de necessidade, tiveram que exaltá-la ao nível divino - seja
escriturístico ou não!" "Tentando justificar a maneira pela qual
Maria tem sido exaltada, alguns tem citado as palavras de Gabriel a Maria,
"Bendita sois entre as mulheres" (Lucas 1.28). Porém Maria sendo
"bendita entre as mulheres" não podem fazer dela uma pessoa divina,
pois muitos séculos antes disto, uma bênção semelhante foi pronunciada sobre
Jael, de quem foi dito: "Bendita acima das mulheres será Jael, esposa de
Heber, o Quenita..." (Juízes 5.24)".
"Antes do Pentecostes, Maria reuniu-se com os outros discípulos esperando
pela promessa do Espírito Santo.Lemos que os apóstolos "todos continuaram
de um só acordo em oração e súplicas, com mulheres, e Maria, a mãe de
Jesus, e seus irmãos" (Atos 1.14). Os discípulos não estavam olhando
para Maria naquela ocasião. Eles estavam olhando para seu CRISTO ressuscitado e
elevado aos céus, esperando que ele derramasse sobre eles o dom do Espírito
Santo".
"Tentativas posteriores para glorificar Maria podem ser vistas na doutrina
católica romana da virgindade perpétua. Este é o ensinamento que Maria
permaneceu virgem por toda a sua vida. Mas, como o explica a The Encyclopedia
Britannica, a doutrina da virgindade perpétua de Maria não foi ensinada até
uns trezentos anos após a ascensão de Cristo. Não foi antes do Concílio de
Calcedônia em 451 que esta fabulosa qualidade ganhou o reconhecimento oficial
de Roma".
"De acordo com as Escrituras, o nascimento de Jesus foi o resultado de
concepção sobrenatural (Mt 1.23), sem um pai terrenal. Mas, após Jesus ter
nascido, Maria deu à luz a outros filhos - os rebentos naturais de sua união
com José, seu marido.Jesus foi o "primogênito" filho de Maria (Mt
1.25); não diz que ele foi seu único filho. Jesus sendo seu filho primogênito
pode inferir que mais tarde ela teve um segundo filho, possivelmente um
terceiro, etc. Que tal foi o caso parece aparente, pois os nomes dos quatro irmãos
são mencionados: Tiago, José, Simão e Judas (Mt 13.55). Irmãs também são
mencionadas. As pessoas de Nazaré disseram: "...e suas irmãs, não estão
todas entre nós?"(versículo 56). A palavra "irmãs" é
plural,pelo que ficamos sabendo que Jesus teve pelo menos duas irmãs e
provavelmente mais, pois este versículo fala de "todas" as suas irmãs.
Usualmente se estamos nos referindo a somente duas pessoas, diríamos
"ambas", não todas elas"
"As Escrituras dizem: "José não a conheceu até que ela deu a luz ao
seu filho primogênito: e ele chamou seu nome JESUS (Mt 1.25). José "não
a conheceu" até que Jesus nasceu, mas depois disto,Maria e José uniram-se
como marido e mulher e filhos foram, nascidos deles. A idéia de que José
conservou Maria como uma virgem toda a sua vida é claramente não escriturística".
"Durante os tempos da apostasia, como se para mais intimamente identificar
Maria com a deusa-mãe, alguns ensinaram que o corpo de Maria jamais viu corrupção,
que ela ascendeu corporalmente aos céus, e é agora a "rainha dos céus".
Não foi até este presente século,contudo, que a doutrina da "assunção
de Maria foi oficialmente proclamada como doutrina romana. Foi em 1951 que o
papa Pio XII proclamou que o corpo der Maria não viu corrupção, mas foi
tomado para os céus". "As palavras de São Bernardo resumem a posição
católica romana: "Ao terceiro dia após a morte de Maria, quando os apóstolos
se reuniram ao redor da sua tumba, eles a encontraram vazia. O corpo sagrado
tinha sido levado para o Paraíso Celestial... o túmulo não teve qualquer
poder sobre aquela que fora imaculada...Mas não foi o bastante que Maria fosse
recebida nos céus. Ela não era para ser qualquer cidadã comum... ela teve uma
dignidade além da alcançada até pelo mais alto dos arcanjos. Maria teve que
ser coroada Rainha dos Céus pelo Pai eterno: ela teve que ter um trono à mão
direita do seu Filho... Agora, dia a dia, hora a hora, ela está rogando por nós,
obtendo graças por nós, preservando-nos do perigo, escudando-nos contra a
tentação, derramando bênçãos sobre nós".
"Todas estas idéias a respeito de Maria estão ligadas à crença que ela
ascendeu corporalmente aos céus. Mas, a Bíblia não diz absolutamente nada a
respeito da assunção de Maria. Ao contrário, João 3.13 diz: "Ninguém
subiu aos céus, a não ser aquele que desceu dos céus, o Filho do homem que
está nos céus" - o próprio Jesus Cristo. ELE é aquele que está à mão
direita de Deus; ELE é único que é nosso Mediador; ELE é único que derrama
bênçãos sobre nós - não sua mãe!".
"Intimamente ligado à idéia de rezar para Maria, está um instrumento
chamado rosário. Ele consiste de uma cadeia com quinze conjuntos de pequenas
contas, cada conjunto marcado por uma conta maior, nas extremidades da qual está
um crucifixo. As contas no rosário são para contar as rezas - rezas que são
repetidas sempre e sempre. Embora este instrumento seja largamente utilizado
dentro da igreja católica romana, está claro que ele não é de origem cristã.
Ele tem sido conhecido em muitos países".
"A The Catholic Encyclopedia diz: "Em quase todos os países, então,
encontramo-nos com algo na natureza de contas de oração ou contas de rosário".
Continua até citar um número de exemplos,incluindo uma escultura da antiga Nínive,mencionada
por Layard, de duas mulheres com asas, rezando diante de uma árvore sagrada,
cada uma segurando um rosário. Por séculos, entre os maometanos, uma corrente
de contas consistindo de 33, 66, ou 99 contas tem sido usada para contar os
nomes de Alá. Marco Pólo, no século treze, ficou surpreso de encontrar o rei
de Malabar usando um rosário de pedras preciosas para contar suas orações. São
Francisco Xavier e seus companheiros ficaram igualmente atônitos em ver que os
rosários eram universalmente familiares aos budistas do Japão".
"Entre os fenícios um círculo de contas parecendo um rosário era usado
no culto a Astarte, a deusa-mãe, em torno de 800 a.C. este rosário é visto em
algumas moedas fenícias mais recentes.
Os brâmanes desde tempos primitivos têm usado rosários com dezenas e centenas
de contas Os adoradores de Vishnu dão aos seus filhos rosários de 108 contas.
Um rosário semelhante é usado por milhões de budistas na Índia e no Tibete.
O adorador de Shiva usa um rosário sobre o qual repete, se possível, todos os
1.008 nomes do seu deus".
"Contas para contagem de orações eram conhecidas na Grécia Asiática.
Tal era o propósito,de acordo com Hislop, do colar visto na estátua de Diana.
Ele também indica que em Roma certos colares usados por mulheres eram para
contagem de orações memorizadas, a monila, significando "recordação".
A oração mais freqüentemente repetida, que é a principal do rosário, é a
"Ave Maria", que é assim: "Ave Maria, cheia de graça, o Senhor
é convosco. Bendita sois vós entre todas as mulheres e bendito é o fruto do
vosso ventre,Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e
na hora der nossa morte, Amém". A The Catholic Encyclopedia diz: "Não
existe qualquer traço da Ave Maria como uma fórmula devocional aceita antes de
em torno de 1050". O rosário completo envolve a repetição da Ave Maria
53 vezes, a oração do Senhor 6 vezes, 5 mistérios, 5 meditações sobre os
mistérios, 5 glórias ao Pai,e o Credo Apostólico". "Observe que a
oração para Maria, a Ave Maria, é repetida quase NOVE vezes mais do que a oração
do Senhor. É uma oração composta pelos homens e dirigida a Maria, nove vezes
mais importante ou eficiente do que a oração ensinada por Jesus e dirigida a
Deus? Aqueles que adoram a deusa Diana repetem uma frase religiosa várias vezes
- "...todos unanimemente levantaram a voz, clamando por espaço de quase
duas horas: Grande é a Diana dos efésios" (Atos 19.34). Jesus falou a
respeito de orações repetidas como sendo uma práticas dos pagãos.
"Quando orares" disse Ele, "não useis de vãs repetições como
o fazemos gentios (ou pagãos); pois eles pensam que por muito falar serão
ouvidos. Não vos assemelheis pois a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é
necessário, antes de vós lho pedirdes" (Mt 6.7-13). Nesta passagem Jesus
claramente disse aos seus seguidores para NÃO ficar repetindo várias vezes uma
pequenina oração. É significativo observar que foi logo após dar esta advertência,
no próprio próximo versículo, que Ele disse:
"Vós orareis assim: Pai nosso que estás nos céus..."e deu aos discípulos
a que nos referimos como ä Oração do Senhor". Jesus deu esta oração
como um oposto ao tipo de oração dos pagãos. Ainda assim os católicos
romanos são ensinados a repetir várias vezes esta oração. Se esta oração não
era para ser repetida várias vezes, quão menos uma pequenina oração feita
por homens para Maria! Parece-nos que memorizar orações, em seguida repeti-las
várias vezes enquanto conta as contas de um rosário, poderia facilmente
tornar-se mais um "teste de memória" do que uma espontânea expressão
de oração vinda do coração".
Comentários
Como a verdade é uma só, o que vimos acima ratifica com riqueza de
detalhes os termos do presente trabalho, relativamente à refutação aos vários
títulos atribuídos pela Igreja Católica à humilde mãe de Jesus; esclarece a
origem da adoração à "deusa-mãe" e abre-nos o entendimento para
compreendermos o porquê de tantos descaminhos; enfim, oferece subsídios a
quantos desejem examinar os dois lados - a palavra da Bíblia e a palavra da
Tradição - para tirar suas próprias conclusões.
"Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há
em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não
re encurvarás a elas nem as servirás" (Êxodo 20.4-5).
"Não farás para ti" - Entende-se a posse do objeto quando destinado
ao culto, à homenagem, à prece, à veneração. Deus não condena as obras de
arte, escultura ou pintura de valor histórico e cultural.
"Nem alguma semelhança do que há em cima nos céus" - Não
encontramos diferenças relevantes de tradução nas versões consultadas. A
proibição não alcança apenas as imagens dos deuses, mas diz respeito, também,
ao que existe nos céus: A Trindade (Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito
Santo), os anjos e os salvos em Cristo. Logo, estátuas de Jesus, dos santos apóstolos,
de Maria, e de quantos, pelo nosso julgamento, estejam no céu, não devem ser
objeto de culto.
"Não te encurvarás a elas" - Deus proíbe qualquer atitude de reverência
ou respeito, tais como inclinar respeitosamente o corpo ou ajoelhar-se diante
das imagens; prostrar-se com o rosto no chão; tocá-las; beijá-las; levantar
os braços em atitude de adoração; tirar o chapéu; ficar em pé diante delas
em estado contemplativo. Enfim, Deus proíbe fazer qualquer gesto com o corpo
que expresse admiração, contemplação, fé, devoção, homenagem, reverência.
"Não as servirás" - Não servi-las com flores, velas, cânticos,
coroas, festas, procissões, lágrimas, alegria, rezas, vigílias, doações,
homenagens, devoção, sacrifícios, incenso. Não lhes devotar fé, confiança,
zelo, amor, cuidados. Não alimentar expectativas de receber delas amparo, curas
e proteção. Não colocá-las em lugar de destaque, em redoma ou em lugares
altos.
A Igreja de Roma reconhece a proibição, mas decide por não acatá-la, como
adiante: "O mandamento divino incluía a proibição de toda representação
de Deus por mão do homem. O Deuteronômio explica: "Uma vez que nenhuma
forma vistes no dia em que o Senhor vos falou no Horebe, do meio do fogo, não
vos pervertais, fazendo para vós uma imagem esculpida em forma de ídolo..."(Dt
4.15-16)... No entanto, desde o Antigo Testamento, Deus ordenou ou permitiu a
instituição de imagens que conduziriam simbolicamente à salvação por meio
do Verbo encarnado, como são a serpente de bronze, a Arca da Aliança e os
querubins. Foi fundamentando-se no mistério do Verbo encarnado que o sétimo
Concílio ecumênico, em Nicéia (em 787), justificou, contra os iconoclastas, o
culto dos ícones : os de Cristo, mas também os da Mãe de Deus, dos anjos e de
todos os santos. Ao se encarnar, o Filho de Deus inaugurou uma nova
"economia "das imagens. O culto cristão das imagens não é contrário
ao primeiro mandamento, que proíbe os ídolos. De fato, "a honra prestada
a uma imagem se dirige ao modelo original, e quem venera uma imagem venera a
pessoa que nela está pintada. A honra prestada às santas imagens é uma "
veneração respeitosa", e não uma adoração, que só compete a Deus. O
culto às imagens sagradas está fundamentado no mistério da encarnação do
Verbo de Deus. Não contraria o primeiro mandamento" (C.I.C. p. 560-562, #
2129-2132, 2141).
Analisando as explicações acima
a) "O mandamento divino INCLUÍA a representação de toda representação
de Deus por mãos do homem".
O mandamento divino incluía? Não, o mandamento inclui, está vigente. A
cruz não aboliu as Dez Palavras. As leis cerimoniais sim, foram abolidas. O Decálogo
é, no varejo, o que Jesus disse no atacado: "Amarás o Senhor, teu Deus,
de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento",
e "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mateus 22.35-40; Deuteronômio
6.5; 10.12; 30.6; Levítico 19.18). Num coração cheio do amor de Deus e do
amor a Deus não há espaço para a adoração de pessoas ou de coisas. Em
Mateus 5.17, Jesus afirma: "Não cuideis que vim destruir a lei ou os
profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir" (ARC) ou: "Não pensem que
eu vim acabar com a Lei de Moisés e os ensinamentos dos profetas. Não vim
acabar com eles, mas para dar o seu sentido completo." (BLH). A seguir
Jesus exemplifica o novo sentido à lei: se pensar em matar, já pecou e
descumpriu a lei; se pensar em adulterar, já pecou.
b) "No entanto, Deus ordenou... a serpente de bronze, a Arca da Aliança,
os querubins"...
A Arca da Aliança e os querubins passaram. Eles faziam parte de cerimônias
e símbolos instituídos por Deus, de acordo com sua infinita sabedoria e
soberana vontade, para melhor conduzir o povo em sua fé. Agora, vindo Cristo,
temos "um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é,
não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio
sangue..." (Hebreus 9.11).
A serpente de bronze - Este símbolo tão zelosamente defendido pela
Igreja de Roma foi um remédio específico para um mal específico numa situação
especial (Números 21.7-9). Agora, já não precisamos de figuras para nossos
males físicos e espirituais. Como disse João Ferreira de Almeida, "o
poder vivificante da serpente de metal prefigura a morte sacrificial de Jesus
Cristo, levantado que foi na cruz para dar vida a todos que para Ele olharem com
fé". O próprio Jesus assim se manifestou: "E, como Moisés levantou
a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para
que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João
3.14-15). Deus não recomendou o culto, a homenagem ou a veneração à
serpente. Por isso, o rei Ezequias, temente e reto aos olhos do Senhor,
destruiu-a ao perceber que o povo lhe prestava culto (2 Reis 18.4). Ademais, não
se vê em Atos dos Apóstolos qualquer indício de uso de figuras, ícones ou
imagens destinados a facilitar a compreensão e conduzir os fiéis à salvação.
Com relação a símbolos e cerimônias do Antigo Testamento, devemos considerar
que em Cristo estamos sob a égide de uma Nova Aliança ou Novo Testamento
firmada em Seu sangue (1 Coríntios 11.25). Logo, "dizendo novo concerto,
envelheceu o primeiro. Ora, o que foi tornado velho e se envelhece perto está
de acabar" (Hebreus 8.13). Devemos observar que a idéia de fazer imagens e
querubins foi de Deus, e não de Moisés. Com relação a nós, Deus proíbe
terminantemente o uso de imagens. É Deus que nos proíbe, que nos condena. Os
querubins estavam no propiciatório - espécie de lâmina retangular de ouro -
sobre a Arca da Aliança que era guardada no lugar santíssimo do Tabernáculo (Êxodo
25.17-22).O acesso a esse lugar, só uma vez por ano, era restrito ao Sumo
Sacerdote (Êxodo 25.17-22; 40.13; Hebreus 9.7). Ao povo não era permitido ver
os querubins ou adorá-los. Aos fiéis não foi permitido reproduzir as imagens
da serpente e dos querubins para serem veneradas.
c) "... o sétimo Concílio ecumênico, em Nicéia (em 787),
justificou... o culto dos ícones : os de Cristo, mas também os da Mãe de
Deus, dos anjos e de todos os santos. O culto cristão das imagens não é contrário
ao primeiro mandamento, que proíbe os ídolos. De fato, "a honra prestada
a uma imagem se dirige ao modelo original, e quem venera uma imagem venera a
pessoa que nela está pintada. A honra prestada às santas imagens é uma
"veneração respeitosa", e não uma adoração, que só Não
contraria o primeiro mandamento".
Ora, se o mandamento proíbe o culto aos ídolos, então o culto aos ídolos
é proibido. Desculpem-me os leitores pelo óbvio. Portanto, o culto às imagens
contraria o mandamento. Se contraria, é pecado cultuá-las. O Concílio de Nicéia
justificou, mas são justificativas de homens. A Palavra é o padrão. A tradição
deverá ajustar-se à Palavra. A honra ao modelo original via imagem parte de
uma premissa falsa, porque as imagens não são em sua grande maioria cópias fiéis
dos originais, exemplos de Jesus, Maria, José e dos santos apóstolos. Seus traços
físicos não foram revelados nem por fotografias nem por pinturas. Jeremias foi
direto: "Suas imagens são mentira" (Jr 10.14).
d) "A honra prestada às santas imagens é uma " veneração
respeitosa", e não uma adoração, que só compete a Deus".
Venerar: "Tributar grande respeito a; render culto a,
reverenciar"; Culto: "Adoração ou homenagem à divindade em qualquer
de suas formas, e em qualquer religião". Adorar: "Render culto a
(divindade); reverenciar, venerar, idolatrar" (Dicionário Aurélio). Como
se vê, é muito tênue a linha entre honrar, venerar, adorar e prestar culto.
Vejamos o que Deus afirma: "Eu sou o Senhor. Este é o meu nome. A minha glória
a outrem não a darei, nem a minha honra às imagens de escultura" (Isaías
42.8). Na Bíblia Linguagem de Hoje: Eu sou o Deus Eterno: este é o meu nome, e
não permito que as imagens recebam o louvor que somente eu mereço." Na Bíblia
Ecumênica, católica: "Eu sou o Senhor, este é o meu nome: eu não darei
a outrem a minha glória, nem consentirei que se tribute aos ídolos o louvor
que só a mim pertence".
Dizer que o culto a Maria e à sua imagem esculpida é apenas uma veneração, não
condiz com a realidade. Há um descompasso enorme entre o discurso e a prática.
Não pode ser negado o que é público e notório. Maria é realmente adorada
como Rainha dos Céus, Senhora, Padroeira, Protetora, Mãe dos Vivos, Mãe da
Igreja, Mãe de Deus, etc. E isso constitui pecado. Jesus disse e está escrito
em Mateus 4.10: "Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás".
E o primeiro mandamento diz: "Não terás outros deuses diante de mim"
(Êxodo 20.3). Maria foi constituída a PROTETORA do Brasil e, especificamente,
de muitas cidades brasileiras (Nossa Senhora de Aparecida, Nossa Senhora de
Santana, Nossa Senhora do Ó, etc). Parece até que, para os romanistas, a
evangelização via Maria se torna mais fácil do que pregando Cristo
ressuscitado. Não foi essa a via utilizada pelos apóstolos nas primeiras pregações.
Eles não endeusavam os santos, mas apresentavam Jesus, o Santo dos santos, como
o único caminho.
Façamos de conta que o culto a Maria e à sua imagem esculpida é apenas uma
respeitosa admiração. Ora, essa veneração se manifesta de vários modos, por
exemplo: as imagens de Maria são tocadas, beijadas, coroadas; levadas em
procissão; diante delas os fiéis se ajoelham, choram e fazem pedidos; imagens
da santa, cópias ou originais, percorrem os estados brasileiros para serem
homenageadas; são levantadas pelos sacerdotes no altar e os fiéis acenam para
elas; são colocadas em redomas nas praças ou em grutas; em muitas casas as
imagens são iluminadas continuamente; muitos carregam a imagem em pulseiras,
colares, fitas, ou guardam-nas no ambiente de trabalho; ao passar pela imagem,
muitos inclinam o corpo ou tiram o chapéu, etc.
Pergunta-se o seguinte: se essas práticas não constituem adoração e
idolatria, o que mais deveria ser feito, qual prática deveria ser adicionada às
já existentes, o que os fiéis romanistas deveriam fazer além de tudo que
fazem para então se configurar uma adoração e uma idolatria? O que mais
deveriam fazer?
Outras referências (Os destaques são meus)
"Não fareis para vós ídolos, nem para vós levantareis imagem de
escultura nem estátua, nem poreis figura de pedra na vossa terra para
inclinar-vos diante dela. Eu sou o Senhor vosso Deus" (Levítico 26.1).
"No dia em que o Senhor vosso Deus falou convosco em Horebe, do meio do
fogo, não vistes figura nenhuma. Portanto, guardai com diligência as vossas
almas, para que não vos corrompais, fazendo um ídolo, UMA IMAGEM DE QUALQUER
TIPO, FIGURA DE HOMEM OU DE MULHER..." (Deuteronômio 4.15-16). "As
imagens de escultura de seus deuses queimarás no fogo. Não cobiçarás a prata
nem o ouro que haja nelas, nem os tomarás para ti, para que não sejas iludido,
pois É ABOMINAÇÃO AO SENHOR, TEU DEUS" (Deuteronômio 7.25).
"As suas imagens de fundição são vento e nada" (Isaías 41.29b)
"Eu sou o SENHOR; este é o meu nome! A minha glória a outrem não a
darei, nem o meu louvor às imagens de escultura" (Isaías 42.8)
"Todo homem se embruteceu e não tem ciência; envergonha-se todo fundidor
da sua imagem de escultura, porque sua imagem fundida é mentira, e não há espírito
nela" (Jeremias 10.14). "Arrancarei do meio de ti as tuas imagens de
escultura e as tuas estátuas; e tu não te inclinarás mais diante da OBRA DAS
TUAS MÃOS" (Miquéias 5.13).
"Também está cheia de ídolos a sua terra; inclinaram-se perante a OBRA
DAS SUAS MÃOS, diante daquilo que fabricaram os seus dedos" (Isaías 2.8).
"Nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura,
feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar" (Isaías 45.20).
"Mas o nosso Deus está nos céus e faz tudo o que lhe apraz. Os ídolos
deles são prata e ouro, OBRA DAS MÃOS DOS HOMENS. Têm boca, mas não falam; têm
olhos, mas não vêem; têm ouvidos, mas não ouvem; nariz têm, mas não
cheiram. Têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum
sai da sua garganta. Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e todos os que
neles confiam" (Salmos 115.3-8).
"Eles trocam a verdade de Deus pela mentira e ADORAM E SERVEM O QUE DEUS
CRIOU, em vez de adorarem e servirem o próprio Criador, que deve ser louvado
para sempre. Amém" (Romanos 1.25). Anjos e espíritos humanos são
criaturas de Deus.
"Filhinhos, guardai-vos dos ídolos" (1 João 5.21).
A proibição divina abrange:
a) Qualquer coisa (estátua, imagem, ídolo, presépio) produzida por mãos
humanas para ser objeto de veneração, adoração, culto ou louvor.
b) Imagens de toda a criação de Deus (anjos, pessoas, espíritos humanos,
corpos celestes, animais) com o mesmo objetivo.
c) Imagens de qualquer uma das três Pessoas da Trindade.
Estão, portanto, em desacordo com o Segundo Mandamento cultos de louvor, adoração,
homenagem ou veneração prestados às imagens representativas de pessoas
falecidas, qualquer que tenha sido o grau de santidade que tenham alcançado na
vida terrena.
A seguir, analisemos alguns dos argumentos dos que defendem o culto a Maria
e os títulos a ela atribuídos.
1) "Todas as gerações me chamarão bem-aventuradas" (Lucas
1.48). Esta declaração é apresentada como justificativa ao culto a ela
prestado. Contestação - Segundo o Dicionário Aurélio,
"bem-aventurado" quer dizer muito feliz. É também a situação
"daquele que, depois da morte, desfruta da felicidade celestial e
eterna". É sinônimo de santo. Jesus chamou de bem-aventurados os pobres
de espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os
misericordiosos, os puros de coração, os pacificadores, e os que sofrem
perseguição por causa da justiça (Mateus 5.3-10). Em Salmos 112.1, lemos:
"Bem-aventurado o homem que tema ao Senhor, em seus mandamentos tem grande
prazer". Em Apocalipse 20.6: "Bem-aventurado e santo aquele que tem
parte na primeira ressurreição". Jesus disse: "bem-aventurado és
tu, Simão Barjonas [Pedro], pois não foi carne e sangue quem to revelou, mas
meu Pai que está nos céus" (Mateus 16.17). Outras referências: Salmos
1.1; 2.12; 32.1; 106.3; 119.1; 146.5; Mateus 24.46; Apocalipse 22.7. Como se vê,
bem-aventurados somos todos nós que seguimos a Jesus. Todavia, tal felicidade não
nos confere o direito de sermos adorados ou cultuados, quer em vida, quer na
morte. A bem-aventurança que asseguramos em vida, pela aceitação do senhorio
de Jesus, se estende por toda a eternidade. O fato de a santa Maria haver sido
chamada de bem-aventurada não significa uma doutrina, mandamento ou ensino para
lhe prestarmos culto. Note-se que Isabel, sua prima, declarou que Maria era "bendita
entre as mulheres" (Lucas 1.48), e não "bendita acima das
mulheres".
2) "Fazei tudo o que ele vos disser" (João 2.5). Esta palavra de
Maria tem sido muito usada pelos romanistas para justificar a crença da
intermediação entre Maria e Jesus. A partir daí, ensinam que o Filho jamais
negará um pedido de sua mãe.
Contestação - Não vejo aí nenhum motivo para colocar Maria na posição
de mediadora a quem Jesus atenderá sempre. Se a declaração fosse de Jesus,
ordenando que os serviçais obedecessem à sua mãe, até que poderíamos
refletir melhor. Mas não foi assim. Maria, vendo que Jesus estava disposto a
operar o milagre da transformação da água em vinho, disse aos empregados que
seguissem à risca suas instruções. Só isso e nada mais do que isso. Se o
desejo é espiritualizar a fala de Maria e trazê-la para os dias atuais, nada
melhor do que obedecermos a vontade de Jesus, que disse: "Ao Senhor teu
Deus adorarás, e só a ele servirás". (Mateus 4.10). Logo, por este
mandamento, Maria está excluída de qualquer espécie de adoração e culto.
Portanto, atendendo a Maria, façamos o que Jesus ordenou.
Observemos também que a santa Maria, ao transferir o problema para Jesus,
mostrou-se incapacitada de operar qualquer milagre. A "Mãe de Deus" não
teria poderes para transformar água em vinho? Naquela época ela ainda não era
mãe de Deus? Só passou a sê-lo após sua morte?
3) Maria é a nossa mãe espiritual, porque Jesus a entregou aos cuidados de
João.
Contestação - Jesus, já prestes a falecer, disse à sua mãe: Mulher, eis
aí o teu filho". E ao discípulo a quem amava, disse: "Eis aí tua mãe".
"E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa" (João
19.26-27). Em resumo, Jesus entregou sua mãe aos cuidados do querido discípulo
João. Jesus deu exemplo de amor filial, lembrando-se de sua mãe num momento de
grande agonia. A intenção dele não foi elevar sua mãe à posição de mãe
espiritual da humanidade. Desejou apenas que ela não ficasse desamparada na sua
velhice. Se agiu assim, havia motivos para que o amparo de sua mãe não ficasse
confiado apenas aos seus irmãos mais jovens (Mateus 13.55-56).
4) Maria é mãe de Deus porque Jesus é Deus e ela é mãe de Jesus Contestação
- Se válido esse raciocínio, poderíamos afirmar que Deus é filho de criação
ou filho adotivo de José. Ou José seria padrasto de Deus? Maria foi um
instrumento usado por Deus, na consecução do Seu plano de salvação para o
homem. Nessa concepção, ela foi mãe do Jesus homem, mas nunca o foi do Verbo
Eterno, do Deus Filho. Como Pessoa da Trindade, Jesus sempre existiu.
Veja. "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós" (João 1.1,14).
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que enviou o seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna"
(João 3.16). "Porque Deus ENVIOU seu Filho ao mundo, não para que
condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele" (João 3.17).
Esses versículos falam da divindade de Jesus e, claro, da Sua eternidade. O
Verbo que é Deus não se originou em Maria, mas em Maria se fez carne. A
criatura não pode ser mãe do Criador, do Senhor e Juiz dos vivos e dos mortos.
O finito não pode gerar o infinito. Aquela que foi criada não pode gerar o
incriado.
5) Maria, na qualidade de mãe de Jesus, é co-redentora
Contestação - A palavra de Deus não eleva Maria à condição de
igualdade com o nosso Salvador. O Redentor é Jesus,e como tal Ele foi esperado:
E virá um redentor a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó,
diz o Senhor" (Isaías 59.20).Não se lê que paralelamente viria uma
Redentora ou uma ajudante-do-Redentor ou uma co-Redentora. A santa Maria não
recebeu a mesma missão de Jesus, tal como definido em Lucas 4.18 e Isaías
61.1-2. Ademais, Maria não poderia ser salvadora e ao mesmo tempo precisar de
salvação. Leiam mais uma vez: "Disse, então, Maria: A minha alma
engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, MEU SALVADOR, porque
atentou na humildade de sua SERVA..." (Lucas 1.46-48, com realce de minha
parte). Já o nosso Salvador Jesus Cristo nunca se dirigiu ao Pai declarando-se
necessitado de salvação. Quando a santa Maria fez esta oração, com plena
convicção e segurança, ela igualou-se a todos os homens e mulheres herdeiros
da natureza pecaminosa originada na desobediência de Adão e Eva. Nivelou-se a
todos os mortais. Jesus não pensava diferente. Quando alguém lhe disse que sua
mãe e seus irmãos "estão lá fora e querem falar-te", Ele
respondeu: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E, estendendo a mão
para os discípulos, disse: Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Pois todo
aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão,
irmã e mãe" (Mateus 12.47-50). Em Lucas 8.21, a resposta de Jesus está
assim: "Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus
e a executam" (veja também Marcos 3.35). Somente são membros da família
de Deus os que ouvem e obedecem a Palavra de Deus. Jesus ressaltou aqui a
necessidade de fé obediente, necessidade esta a que estavam sujeitos, também,
sua mãe e seus irmãos. "Quando recebeu o recado do lado de fora, Jesus
respondeu de uma maneira que não desprestigia, nem por um momento, a santidade
das relações familiares. Ele asseverou que os laços que unem espiritualmente
a família de Deus são mais seguros e mais preciosos,pois se baseiam na obediência
à vontade divina" (O Novo Comentário da Bíblia, 1990, Edições Vida
Nova). A Trindade é soberana, auto-suficiente, onipresente, onisciente,
onipotente, imutável e eterna Não precisa, portanto, do auxílio de santos
falecidos para executar seu plano de redenção. Na história contada por Jesus,
conforme Lucas 16.19-31, os santos Lázaro e Abraão não se sentiram em condições
de prestarem qualquer assistência aos irmãos do rico, que estava em tormentos.
Abraão não acenou nem com a hipótese interceder por eles, mas indicou o
caminho mais seguro: ouvir a Palavra de Deus. Ouvir e obedecer. Obedecer e
permanecer.
6) Veneramos a imagem de Maria como alguém que venera os retratos de
familiares falecidos.
Contestação - Esse argumento é um dos mais ingênuos. Ninguém em sã consciência
adota os seguintes procedimentos com relação às fotografias de seus
familiares falecidos: não as carrega em procissão; não canta louvores diante
delas; não se ajoelha aos seus pés,nem na sua presença faz inclinação com o
corpo em sinal de reverência; não faz qualquer pedido a esses mortos, salvo se
numa sessão espírita; não usa essas fotos como amuletos, para alcançar algum
benefício espiritual ou material. Por isso, o uso que fazemos dos retratos de
entes queridos é completamente diferente do uso que os católicos fazem das
imagens dos santos.
7) "Entrando o anjo disse-lhe: 'Ave, cheia de graça, o Senhor é
contigo" (Lucas 1.28).
Diz a Tradição: "Eis aqui, proclamado pelo próprio anjo Gabriel o
privilégio extraordinário da Imaculada Conceição de Maria e sua santidade
perene. Quando a Igreja chama Maria de "Imaculada Conceição" quer
dizer que a mesma, desde o momento de sua concepção foi isenta - por graça
divina - do pecado original. Se Maria Santíssima tivesse sido gerada com o
pecado herdado de Adão ou tivesse qualquer pecado pessoal, o Arcanjo Gabriel
teria mentido chamando-a de "cheia de graça". Pois, onde existe esta "graça
transbordante" não pode coexistir o pecado" (Extraído de um site
de apologética católica).
Contestação - Somente nas traduções católicas romanas lê-se "Salve,
cheia de graça", para Lucas 1.28. A interpretação mais correta é
"Salve, muito favorecida" ou "Salve agraciada".
Maria "achou graça diante de Deus" (Lucas 1.30). É bom lembrar que a
graça de Deus se derrama sobre todos os santos - os salvos em Cristo - de forma
abundante: "Deus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça..."
(2 Coríntios 9.8), porque "a graça foi dada a cada um de nós segundo a
medida do dom de Cristo" (Efésios 4.7). "Porém, onde abundou o
pecado, a graça transbordou" (Romanos 5.20).
A santa Maria não possui graça em si mesma. A graça foi trazida por Jesus (Jo
1.17; Rm 3.24; Tt 2.11). Ela é digna do nosso respeito, sim, mas somente o
Filho é digno da nossa adoração.
Maria não entendeu que a saudação do anjo a colocaria na situação de
IMACULADA, como pensam os romanistas. Por isso, na sua humildade ela clamou por
salvação, assim: "A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se
alegra em Deus, MEU SALVADOR, porque atentou na humildade de sua serva; pois eis
que, desde agora, todas as gerações me chamarão bem-aventurada" [feliz]
(Lucas 1.46-48).
8 - Por que os católicos cultuam Maria e os Santos, quando está escrito que
Jesus é o único Mediador?
Diz a Tradição: "Realmente, São Paulo afirma em sua primeira epístola
a Timóteo (2.5), que "há um só Deus e há um só mediador entre Deus e
os homens que é Jesus Cristo". Essa afirmação não exclui que possa
haver outros mediadores secundários, pois o próprio Apóstolo dos Gentios é o
primeiro a pedir a intercessão de outros junto a Deus. Assim, diz aos romanos:
"Rogo-vos, pois, irmãos, por Nosso Senhor Jesus Cristo, e pelo amor do Espírito
Santo, que me ajudeis com as vossas orações por mim a Deus" (Rm 15.30).
Contestação - Se a Palavra diz que só há um Mediador é porque só há um
Mediador. A afirmação exclui a possibilidade de haver outros mediadores. Os
exemplos citados se referem a vivos intercedendo por vivos, e não vivos pedindo
a intercessão de pessoas falecidas. Este procedimento mais se apropria ao
espiritismo.
9 - "Com relação à expressão "Filho primogênito",
cumpre ressaltar, diz a Tradição, que entre os orientais (até mesmo hoje em
dia em vários países) o primeiro filho nascido de um matrimônio tinha uma
ascendência moral sobre todos os outros irmãos e irmãs que viessem a nascer.
Assim se ressaltava que era o primogênito, ainda que ele viesse a ser o filho
único. Por isso vê-se aparecer freqüentemente nas Sagradas Escrituras a
expressão "primogênito": "todo o primogênito do sexo masculino
será meu" (Ex 34, 19-20); "Resgatarás o primogênito dos teus
filhos: e não aparecerás na minha presença com as mãos vazias" (Num 18,
15). A expressão "filho primogênito" em São Lucas é entendida
assim, e o foi pela Tradição oral durante quase um milênio e meio, até
surgir Lutero, que "descobriu" esse detalhe para tentar
"provar" que Maria não permaneceu virgem".
Contestação - A questão do filho primogênito. O dicionário Aurélio diz.
"Primogênito: Que ou aquele que foi gerado antes dos outros. Que ou o que
é o filho mais velho". Vejamos os exemplos bíblicos: (a) Gn 27.19:
"Jacó disse: eu sou Esaú, teu primogênito". A palavra aqui está no
sentido próprio, como aquele que nasceu em primeiro lugar, o primeiro dentre
outros. (b) Êx 22.29: "O primogênito de teus filhos me darás". Ou
seja: o primeiro dos filhos (veja Ex 34.20); (c) Nm 3.40: "Conta todo
primogênito varão dos filhos de Israel"; (d) 1 Rs 16.34: "Em seus
dias, Hiel, o betelita, edificou a Jericó; morrendo Abirão, seu primogênito,
a fundou: e, morrendo Segupe, seu último, pôs as suas portas". Segupe foi
o filho mais novo de Hiel, e Abirão, o primogênito, ou seja, o primeiro. (e)
Rm 8.29: ... "o primogênito entre muitos irmãos". Não se pode
aludir, então, que a Bíblia quando fala em PRIMOGÊNITO está falando de filho
único. O primogênito pode ser o único, se não vierem outros, mas no caso de
Maria, não foi assim. A Bíblia registra que Jesus teve outros irmãos. Logo,
acertadamente o evangelista Lucas registrou: "E deu à luz o seu filho
PRIMOGÊNITO...". Quando este evangelho foi escrito (60-63 d.C.) Maria já
havia dado à luz outros filhos (Mt 13.55-56).
10 - "Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida
de sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze
estrelas" (Ap 12.1) Extraímos os seguintes comentários de uma página
de apologética católica:
"No Apocalipse, João contempla nesta visão três verdades: a Assunção
de Nossa Senhora, sua glorificação, sua maternidade espiritual. O Apocalipse
descreve que esta mulher "estava grávida e (...) deu à luz um Filho, um
menino, aquele que deve reger todas as nações..." (Ap 12.2,5).
Qual mulher, que de fato, esteve grávida de Jesus senão a Santíssima Virgem?
(cf. Is 7.14 ). Outros contestam, dizendo que esta mulher é símbolo da Igreja
nascente. Mas, a Igreja nunca esteve "grávida" de Jesus Cristo!
Antes, foi Cristo que gerou a Igreja, foi ele que a estabeleceu e a sustenta. E
para provar que esta mulher é exclusivamente Nossa Senhora, em outro lugar está
escrito: "O Dragão vendo que fora precipitado na terra, perseguiu a Mulher
que dera à luz o Menino" (Ap 12.13 ). A Igreja teria dado à luz a um
Menino? Evidente que não! Portanto esta mulher refulgente é unicamente, Nossa
Senhora, pois foi ela unicamente que gerou "o menino" prometido (cf.
Is 9.5). Diz ainda a Sagrada Escritura que: "(o Dragão) deteve-se diante
da Mulher que estava para dar à luz (...) para lhe devorar o Filho (...) A
Mulher fugiu para o deserto, onde (...) foi sustentada por mil duzentos e
sessenta dias" (AP 12.4, 6). De fato, o demônio maquinou contra a vida de
Jesus desde seu nascimento, na pessoa do perseguidor Herodes. Maria fugiu então
com o filho para o deserto (Egito). Lá ficou por aproximadamente mil e duzentos
e sessenta dias (três anos e meio). Ou seja, do ano 7 AC, ano do nascimento de
Jesus, conforme atualmente se acredita, até março-abril do ano 4 AC, ano da
morte de Herodes. Perfazendo os três anos e meio de exílio, nos quais foi
sustentada pela Providência..." Contestação - Vejamos o que diz a
palavra oficial da Igreja Católica, contrapondo-se ao que acima foi dito:
1) "A cena corresponde a Gn 3.15-16. A mulher dá a luz na dor (v.2) aquele
que será o Messias (v.5). Ela é tentada por Satanás (v.9; cf. 20.2) que a
persegue, bem como a sua descendência (vv. 6,13,17). ELA REPRESENTA O POVO
SANTO dos tempos messiânicos (Is 54;60;66.7; Mq 4.9-10) e portanto a Igreja em
luta. É possível que João pense também em Maria, a nova Eva, a filha de Sião,
que deu nascimento ao Messias (cf.Jo 19.25+)". (Realce acrescentado. Comentários
de A Bíblia [católica] de Jerusalém, Soc. Bíblica Católica Internacional e
Paulus).
2) "Uma mulher: NÃO É O SÍMBOLO DA SS. VIRGEM, mas sim o do Povo de
Deus, primeiro Israel, que deu ao mundo Jesus Cristo segundo a carne e depois o
"Israel de Deus", i.e. a Igreja que enfrentaria as perseguições do
Dragão. O sol, a lua e as estrelas são apenas figuras para expressar seu
esplendor. POR ACOMODAÇÃO A IGREJA APLICA ESTE V. À SS. VIRGEM" (Realce
acrescentado. Comentários da Bíblia [católica] Sagrada, tradução do padre
Antonio Pereira de Figueiredo, com notas do Monsenhor José Alberto L. de Castro
Pinto, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro, 1964).
Comentários - 1) A contestação aos argumentos iniciais é dada pela própria
Igreja Católica. Ou o Vaticano mudou de idéia e agora admite que Maria é a
"mulher revestida de sol", ou está havendo um descompasso entre o que
essa Igreja ensina e o que seus fiéis aprendem. Ao final dos comentários 1 e 2
acima, nota-se uma tentativa de forçar uma interpretação que reforce a
justificativa do culto a Maria. As expressões "é possível que João
pense" e "por acomodação a Igreja" estão fora de sintonia com
o restante do enunciado, onde lemos a afirmação categórica de que a
"mulher" de Apocalipse 12 nada tem a ver com a santa Maria.
2) Em linhas gerais, a palavra oficial da Igreja Católica não difere da dos
evangélicos. Vejam: "Esta mulher [de Ap 12.1] simboliza os fiéis de
Israel, através dos quais o Messias (i.e., o menino Jesus, vv.2,4,5) veio ao
mundo (cf. Rm 9.5). Isso é indicado não somente pelo nascimento do menino, mas
também pela referência ao sol e à lua (ver Gn 37.9-11) e às doze estrelas,
que naturalmente se referem às doze tribos de Israel". "Ap 12.6 A
mulher fugiu - Aqui, a mulher simboliza os fiéis de Israel na última parte da
tribulação (cf.os 1260 dias, metade exata do período da tribulação).
Durante a tribulação, esses fiéis de Israel, judeus tementes a Deus, opor-se-ão
à religião do Anticristo. Examinando com sinceridade as Escrituras, eles
aceitam a verdade de que Jesus Cristo é o Messias (Dt 4.30,31; Zc 13.8,9). São
socorridos por Deus durante os últimos três anos e meio da tribulação, e
Satanás não poderá vencê-los (ver vv.13-16, de Ap 12). Quem de Israel
aceitar a religião do Anticristo e rejeitar a verdade bíblica do Messias será
julgado e destruído nos dias da grande tribulação (ver Is 10.21-23;Ez
11.17-21; 20.34-38; Zc 13.8,9)" (Bíblia de Estudo Pentecostal, João
Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida, 1995).
Os "irmãos de Jesus", de que fala a Bíblia, seriam apenas seus
primos? José continuou sem conhecer sua esposa mesmo depois do nascimento de
Jesus? O que dizem os comentaristas nas bíblias aprovadas pela Igreja Católica?
É admissível supor que os irmãos de Jesus, que não criam nele, fossem seus
apóstolos? Tentaremos encontrar respostas para essas indagações. Usaremos as
seguintes versões bíblicas:
(a) A BÍBLIA DE JERUSALÉM, Paulus Editora, 1973, 8a impressão em
janeiro/2000, rubricada em 1.11.1980 por Paulo Evaristo Arns, Arcebispo
Metropolitano de São Paulo. O trabalho de tradução foi "realizado por
uma equipe de exegetas católicos e protestantes e por um grupo de revisores
literários". Nas referências, será assim mencionada: Bíblia de Jerusalém.
(b) BÍBLIA SAGRADA, Edição Ecumênica, tradução do padre Antônio Pereira
de Figueiredo; notas e dicionário prático pelo Monsenhor José Alberto L. de
Castro Pinto, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro; edição aprovada pelo cardeal
D. Jaime de Barros Câmara, Arcebispo do Rio de Janeiro; BARSA, 1964. Nas referências,
será designada assim: Bíblia [católica] Sagrada.
(c) BÍBLIA APOLOGÉTICA, João Ferreira de Almeida, Corrigida e Revisada, ICP
Editora, 2000, notas do Instituto Cristão de Pesquisas. Será assim indicada: Bíblia
Apologética.
(d) BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, Almeida, revista e corrigida, Casa
Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), 1995. será referida: Bíblia de
Estudo Pentecostal.
Inicialmente, veremos os versículos que falam dos "irmãos de Jesus",
extraídos da Bíblia [católica] de Jerusalém:
"Não é ele o filho do carpinteiro? E não se chama a mãe dele Maria e
seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E as suas irmãs não vivem todas
entre nós? Donde então lhe vêm todas essas coisas? E se escandalizavam dele.
Mas Jesus lhes disse: "Não há profeta sem honra, exceto em sua pátria e
em sua casa" (Mateus 13.55-58; Marcos 6.3-6).
"Estando ainda a falar às multidões, sua mãe e seus irmãos estavam
fora, procurando falar-lhe. Jesus respondeu àquele que o avisou: "Quem é
minha mãe e quem são meus irmãos?" E apontando para os discípulos com a
mão, disse: "Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos, porque aquele que
fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, irmã e mãe".
(Mateus 12.46-50; Marcos 3.32-35; Lucas 8.19-21).
"Depois disso, desceu a Cafarnaum, ele, sua mãe, seus irmãos e seus discípulos,
e ali ficaram apenas alguns dias". (João 2.12).
"Aproximava-se a festa judaica das Tendas. Disseram-lhe, então, os seus
irmãos: 'Parte daqui e vai para a Judéia, para que teus discípulos vejam as
obras que fazes, pois ninguém age às ocultas, quando quer ser publicamente
conhecido. Já que fazes tais coisas, manifesta-te ao mundo!' Pois nem mesmo os
seus irmãos criam nele"(João 7.2-5).
"Tendo entrado na cidade, subiram à sala superior, onde costumavam ficar.
Eram Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus;Tiago,
filho de Alfeu, e Simão, o Zelota; e Judas, filho [nota de SolaScriptura-TT: o correto
é "irmão de", em itálicas] de Tiago.Todos estes, unânimes,
perseveravam na oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de
Jesus, e com os irmãos dele" (Atos 1.13-14). Comentários da Bíblia de
Jerusalém: "O apóstolo Judas é distinto de Judas, irmão de Jesus (cf.
Mt 13.55; Mc 6.3) e irmão de Tiago (Judas 1). Não se deve também, parece,
identificar o apóstolo Tiago, filho de Alfeu, com Tiago, irmão do Senhor (At
12.17; 15.13, etc)".
"Não temos o direito de levar conosco, nas viagens, uma mulher cristã,
como os outros apóstolos e os irmãos do Senhor e Cefas?" (1 Coríntios
9.5).
"Em seguida, após três anos, subi a Jerusalém para avistar-me com Cefas
e fiquei com ele quinze dias.Não vi nenhum apóstolo, mas somente Tiago, o irmão
do Senhor. Isto vos escrevo e vos asseguro diante de Deus que não minto"
(Gálatas 1.18-20). Comentários da Bíblia de Jerusalém: "Outros
traduzem: "a não ser Tiago", supondo que Tiago faça parte dos Doze e
se identifique com o filho de Alfeu (Mt 10.3p), ou tomando "apóstolo"
em sentido lato (cf.Rm 1.1+)".
A Igreja Católica assim se manifestou em seu Catecismo:
"A isto objeta-se por vezes que a Escritura menciona irmãos e irmãs de
Jesus. A Igreja sempre entendeu que essas passagens não designam outros filhos
da Virgem Maria: Com efeito, Tiago e José, "irmãos de Jesus" (Mateus
13.55), são os filhos de uma Maria discípula de Cristo (Mateus 27.56), que
significativamente é designada como "a outra Maria" (Mateus 28.1).
Trata-se de parentes próximos de Jesus, consoante uma expressão conhecida do
Antigo Testamento (Gênesis 13.8; 14.16; 29.15, etc.)" (Catecismo da Igreja
Católica, p. 141. # 500).
De uma página de apologética católica na Internet colhemos a seguinte explicação
extra-oficial: "São Lucas esclarece que Tiago e Judas eram filhos de Alfeu
ou Cléofas (Lucas 6.15-16). Portanto o eram também José e Simão. Mas não
Jesus, que sabemos era filho de "José, o carpinteiro".
Portanto, não poderiam ser irmãos carnais. Por outro lado, São Mateus dá o
nome da mãe deles: "Entre as quais estava... Maria, mãe de Tiago e de José"
(Mateus 27.56). Não se pode confundir esta Maria com sua homônima, esposa de
José, o carpinteiro. São João deixa bem clara essa distinção: "Junto
à cruz de Jesus estava sua mãe e a irmã (prima) de sua Mãe, Maria, mulher de
Cléofas" (João 19.25), cuja filha se chamava Maria Salomé. São as bem
conhecidas "três Marias". Aliás, atualmente os protestantes mais
cultos já nem levantam mais essa objeção".
Vejamos agora quais as "Marias" citadas nos evangelhos (Bíblia [católica]
de Jerusalém):
Na crucificação
"Estavam ali muitas mulheres, olhando de longe. Haviam acompanhado
Jesus desde a Galiléia, a servi-lo. Entre elas, Maria Madalena, Maria, mãe de
Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu" (Mt 27.56).
"E também ali estavam ali algumas mulheres, olhando de longe. Entre elas,
Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé" (Mc
15.40). Comentário da referida Bíblia:
"Provavelmente, [Salomé] é a mesma que Mt 27.56 denomina a mãe dos
filhos de Zebedeu".
"Perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe,
Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena" (Jo 19.25). Comentários da
referida Bíblia, referindo-se "a irmã de sua mãe": "Ou se
trata de Salomé, mãe dos filhos de Zebedeu (cf. Mt 27.56p) ou, ligando essa
denominação ao que se segue, "Maria, mulher de Clopas".
Na ressurreição
"Após o sábado, ao raiar do primeiro dia da semana, Maria Madalena e
a outra Maria vieram ver o sepulcro" (Mt 28.1). Comentário da referida Bíblia
sobre a "outra Maria": "Isto é, "Maria [mãe] de
Tiago" (Mc 16.1; Lc 24.10; cf. Mt 27.56)".
"Passado o sábado, Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago, e Salomé
compraram aromas para ir ungi-lo" (Mc 16.1-2).
"Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago" (Lc 24.10),
Vejamos agora quais os "Tiagos" citados nos evangelhos, conforme
consta do Dicionário na parte final da Bíblia [católica] Sagrada, item
"b" retro:
1. Tiago - "O Maior (mais velho), filho de Zebedeu e Salomé e irmão de São
João Evangelista (Mt 4.21). era de Betsaida na Galiléia, pescador (Mc 1.19) e
companheiro de São Pedro como seus irmãos (Lc 5.10)."
2. Tiago - "O Menor (mais moço), filho de Alfeu ou Cléofas (Mt 10.3; Mc
3.18; Lc 6.15; At 1.13) e de Maria (Jo 19.25). Foi chamado "irmão do
Senhor" (Gl 1.19), no sentido semita [relativo aos judeus] que tem essa
palavra que pode se aplicar aos primos e outros consangüíneos em linha
colateral mais afastados, e até mesmo aos simples conacionais. Tiago Menor era
primo de Jesus por ser sobrinho de S. José. N. Senhor apareceu-lhe uma semana
depois da Ressurreição (1 Co 15.7). Foi o primeiro bispo de Jerusalém depois
da dispersão dos Apóstolos.O fato de Paulo o ter procurado (Gl 1.19) e de ter
ele feito o discurso final no Concílio de Jerusalém parece provar isto (At
15.13) Foi morto no Templo por instigação do sumo Sacerdote Anás II, tendo
sido lançado de uma galeria e espancado até à morte (62 depois de
Cristo)".
3. Epístola de S. Tiago - "Uma das epístolas católicas atribuída a São
Tiago, o menor..."
Vejamos agora quais os "Judas" citados nos evangelhos, segundo Dicionário
da Bíblia [católica] Sagrada, item "b" retro:
1. Judas - "Habitante de Damasco que hospedou S.Paulo (At 9.11)".
2. Judas Iscariotes - "O Apóstolo que traiu N. Senhor (Mt 10.4; Mc 3.19;
Lc 6.16). Iscariot quer dizer "homem de Cariot", aldeia de Judá".
3. Judas Tadeu - "Um dos doze apóstolos (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.16; Jo
14.22). É o irmão de Tiago o Menor e "irmão", isto é, primo do
Senhor (At 1.13); Mt 13.55; Mc 6.3)".
4. Epístola de S. Judas Tadeu - Um dos livros canônicos do Novo Testamento,
classificado entre as chamadas "Epístolas Católicas". [Nota de
SolaScriptura-TT: a epístola foi escrita por Tiago, o irmão de Jesus]
A partir dessas informações surgem algumas indagações:
Primeiro - Os apóstolos Tiago (o Menor) e Judas (Tadeu) são os mesmos chamados
de "irmãos de Jesus" em Mateus 13.55 e Marcos 6.3? Que dizem as bíblias
católicas retrocitadas?
O que vimos foram interpretações discordantes. A Bíblia de Jerusalém diz nos
comentários sobre Atos 1.13 que "o apóstolo Judas é distinto de Judas,
irmão de Jesus", isto é, não são a mesma pessoa, ou seja, o apóstolo
Judas é uma pessoa e o irmão de Jesus, com idêntico nome, é outra pessoa. No
mesmo passo, diz que o apóstolo Tiago, filho de Alfeu, não é o mesmo Tiago,
irmão do Senhor. Reiterando a sua posição, referida Bíblia afirma nos comentários
sobre Gálatas 1-18-20: "Outros traduzem: "a não ser Tiago",
supondo que Tiago faça parte dos Doze e se identifique com o filho de Alfeu (Mt
10.3p), ou tomando "apóstolo" em sentido lato (cf. Rm 1.1+)".
Por outro lado, a Bíblia Sagrada, católica, como discriminada no início deste
trabalho, assume posição diferente. O dicionário que compõe essa Bíblia diz
que "Tiago, o Menor, filho de Alfeu ou Cléofas (Mt 19.3; Mc 3.18; Lc 6.15;
At 1.13) e de Maria (Jo 19.25), foi chamado "irmão do Senhor". Diz
mais que "Tiago Menor era primo de Jesus por ser sobrinho de S.José".
Confirmando, diz que "Judas Tadeu, um dos apóstolos (Mt 10.3; Mc 3.18...)
é o irmão de Tiago, o Menor, e "irmão", isto é, primo do Senhor
(At 1.13; Mt 13.55; Mc 6.3)". O descompasso é lamentável, a menos que se
configure aí o "livre-exame" - situação em que comentaristas ou
exegetas católicos interpretam livremente os textos bíblicos sem guardar coerência
com a cúpula do Vaticano.
No particular, concordo plenamente com a Bíblia [católica] de Jerusalém. Os
irmãos de Jesus (Mt 13.55 e Mc 6.3, etc.), não foram apóstolos ou mesmo discípulos,
pelo seguinte:
a) Os irmãos de Jesus não criam nEle. No registro de João 7.2-5 nota-se
claramente essa incredulidade. Entende-se, também, que Jesus evitou a companhia
deles nesse episódio (Jo 7.8-10). Ao dizerem "para que teus discípulos
vejam as obras que fazes" seus irmãos se excluíram do rol dos seguidores
de Jesus. Ademais, Jesus não iria escolher para apóstolo alguém que não cria
nEle.
b) A Bíblia estabelece distinção entre ser discípulo e ser irmão de Jesus
(Jo 2.12; At 1.13-14; 1 Co 9.5; Gl 1.18-20). Por exemplo, em certa ocasião
Jesus estava com seus discípulos em determinado local, e lá fora estavam sua mãe
e seus irmãos (Mt 12.46-50; Mc 3.32-35; Lc 8.19-21).
Segundo - A tia de Jesus - irmã de sua mãe Maria - era Salomé, mãe dos
filhos de Zebedeu, ou era Maria, mulher de Cléofas?
Vejamos mais uma vez o que relata João 19.25: "Perto da cruz de Jesus,
permaneciam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e
Maria Madalena".
A frase como está admite duas interpretações. A primeira é a de que "a
irmã de sua mãe" é uma pessoa, e Maria, mulher de Cléofas, outra. A
segunda hipótese é a de que o nome da tia de Jesus é Maria, a mulher de Cléofas.
A Bíblia [católica] de Jerusalém concorda comigo quando diz: "Ou se
trata de Salomé, mãe dos filhos de Zebedeu (Mt 27.56) ou, ligando essa
denominação ao que se segue, "Maria, mulher de Clopas".
A Bíblia Sagrada, edição católica, afirma no seu "dicionário"
que:
"Maria de Cléofas" é irmã da SS. Virgem Maria, i.e. sua prima, pois
em hebraico a palavra tem um sentido mais lato. Segundo uns seria a mãe de
Tiago (o menor), José, Simão e Judas Tadeu e esposa de Cléofas também
chamado Alfeu (Mt 27.56; Mc 3.18; 6;3; 15.40). Segundo outros são duas pessoas
com o mesmo nome, uma, irmã de S. José, seria a esposa de Alfeu e mãe de
Tiago Menor e José; e a outra seria cunhada de S. José por ser casada com Cléofas,
irmão de S. José, e seria a mãe de Simão e Judas Tadeu. Como quer que seja,
uma Maria de Cléofas e uma Maria, mãe de Tiago, aparecem nos Evangelhos como
tendo acompanhado o Senhor até o Gólgota e preparado os aromas... (Jo 19.25;
Lc 24.10; Mt 28.9)".
Terceiro - De quem seriam filhos os irmãos de Jesus?
Não eram filhos de Zebedeu e de sua provável mulher Salomé, porque os filhos
destes eram João e Tiago (Mt 4.21). Ora, os irmãos de Jesus foram Tiago, José,
Simão e Judas, afora algumas irmãs (Mt 13.55-56, Mc 6.3). João está excluído
dessa relação. Além disso, os irmãos de Jesus não criam nEle (Jo 7.5).
Logo, João, apóstolo, não foi seu irmão. Não eram filhos de Maria, mulher
de Alfeu ou Cléofas, cujo filho Tiago, o menor, foi apóstolo (Mt 10.3; Mc
15.40), e como tal não poderia ser irmão de Jesus, porque estes não criam
nEle (Jo 7.5). Ademais, não consta que Tiago, José, Simão e Judas, irmãos do
Senhor, fossem filhos do referido casal.
A Bíblia [católica] de Jerusalém é de parecer semelhante quando diz: "O
apóstolo Judas é DISTINTO de Judas, irmão de Jesus (cf. Mt 13.55; Mc 6.3) e
irmão de Tiago (Judas 1). Não se deve também, parece, IDENTIFICAR o apóstolo
Tiago, filho de Alfeu, com Tiago, irmão do Senhor (At 12.17; 15.13, etc)".
Realce acrescentado. Contrapondo-se, a outra Bíblia, católica, diz que Judas,
apóstolo, é o irmão de Tiago o menor e "irmão", isto é, primo do
Senhor (Mt 13.55; Mc 6.3). Ou seja, Tiago e Judas, eram ao mesmo tempo irmãos
(ou primos) e apóstolos.
Se os irmãos de Jesus não eram filhos de Zebedeu, nem o eram de Alfeu, seria
da tia de Jesus, não devidamente identificada em João 19.25? Não pode ser
porque essa tia de Jesus já foi devidamente identificada pelo catolicismo, ao
dizer que ou se chamava Salomé,mãe dos filhos de Zebedeu, ou era Maria, mulher
de Cléofas.
Vamos agora ler o que dizem outros comentaristas a respeito dos irmãos de
Jesus.
IRMÃOS DO SENHOR - "Aqueles de quem se fala em Mateus 12.46 e 13.55, e
outros lugares,como irmãos de Jesus, seriam filhos de José e Maria? Segundo
uma opinião que já vem do segundo século pelo menos, esses "irmãos de
Jesus" eram filhos de um primeiro matrimônio de José. Mais tarde foram,
por alguns críticos considerados primos do nosso Salvador. Podem, contudo, ter
sido filhos de José e Maria. Em todas as passagens, menos uma, em que esses irmãos
de Jesus são mencionados nos Evangelhos, acham-se associados com Maria. Se eram
eles filhos mais velhos de José, não seria então Jesus o herdeiro do trono de
Davi, segundo as nossas noções de primogenitura. Eles não acreditavam em
Jesus no princípio da Sua missão, e até, segundo parece (Jo 7.5), depois que
os apóstolos foram escolhidos; e por essa razão eles não puderam ser do número
dos Doze, dos quais, na verdade, eles particularmente se distinguem, quando num
período posterior são vistos na companhia deles (At 1.14). Não devem,
portanto, ser confundidos com os filhos de Alfeu, embora tenham os mesmos nomes.
Além disso, as palavras "filho" e "mãe", sendo empregadas
nesta passagem (Mt 13.55) no seu natural e principal sentido, semelhantemente
devem ser tomados os nomes "irmão" e "irmã" , pelo menos,
até ao ponto de excluir o termo "primo".
O fato de terem os filhos de Alfeu, bem como os irmãos do Senhor, os nomes de
Tiago, José e Judas, nada prova, visto que esses nomes eram muito vulgares nas
famílias judaicas. Estranha-se que não fossem lembrados estes irmãos, quando
Jesus confiou a sua mãe aos cuidados de João; mas isso explica-se pela razão
de que a esse tempo ainda eles não criam Nele. A conversão deles parece ter
sido quando se realizou a aparição de Jesus a Tiago, depois da Sua ressurreição
(1 Co 15.7)." (Dicionário Bíblico Universal, pelo Rev Buckland, Editora
Vida, 1993).
IRMÃOS DO SENHOR - "Relação de parentesco atribuída a Tiago, José, Simão
e Judas, Mt 13.55;Mc 6.3, que aparecem em companhia de Maria, Mt 12.47-50; Mc
3.31-35; Lc 8.19-21, foram juntos para Cafarnaum no princípio da vida pública
de Jesus, Jo 2.12, mas não creram nele senão no fim de sua carreira. Jo 7.4,5.
Depois da ressurreição, eles se acham em companhia dos discípulos, At 1.14, e
mais tarde os seus nomes aparecem na lista dos obreiros cristãos, 1 Co 9.5.
Tiago, um deles, salientou-se como líder na Igreja de Jerusalém, At 12.7;
15.13; Gl 1.19; 2.9, e foi autor da epístola que traz o seu nome. Em que
sentido eram eles irmãos de Jesus? Tem sido assunto de muitas discussões. Nos
tempos antigos, julgava-se que eram filhos de José, do primeiro matrimônio. O
seu nome não aparece mais na história do evangelho. Sendo José mais velho que
Maria é provável que tivesse morrido logo e que tivesse casado antes. Esta
opinião é razoável, mas em face das narrativas de Mt 1.25 e Lc 2.7, não é
provável. No quarto século, S. Jerônimo deu outra explicação, dizendo que
eram primos de Cristo, pelo lado materno, filhos de Alfeu ou Cléofas com Maria,
irmã da mãe de Jesus. Esta explicação se infere, comparando Mc 15.40 com Jo
19.25, e a identidade dos nomes Alfeu e Cléofas. Segundo esta idéia, Tiago,
filho de Alfeu, e talvez Simão e Judas, contados entre os apóstolos, fossem
irmãos de Jesus. Porém, os apóstolos se distinguiam dos irmãos, estes nem ao
menos criam nele, e não é provável que duas irmãs tivessem o mesmo nome.
Outra idéia muito antiga é que eles eram primos de Jesus pelo lado paterno e
outros ainda supõem que eram os filhos da viúva do irmão de José, Dt
25.5-10. Todas estas opiniões ou teorias parecem ter por fim sustentar a perpétua
virgindade de Maria.
O que parece mais razoável e mais natural é que eles eram filhos de Maria
depois de nascido Jesus.Que esta teve mais filhos é claramente deduzido de Mt
1.25 e Lc 2.7 que explica a constante associação dos irmãos do Senhor com
Maria" (Dicionário da Bíblia, John D. Davis, 21a Edição/2000, Confederação
Evangélica do Brasil).
SEUS IRMÃOS - "Não há razão para supor que estes irmãos, tanto como as
irmãs mencionadas (Mt 13.55-56), não eram filhos de José e Maria" (O
Novo Comentário da Bíblia, vol. II, Nova Vida, 1990, 9a Edição).
IRMÃOS DO SENHOR (Mateus 12.46-50) - "Por insistir na teoria da virgindade
perpétua de Maria, o Catolicismo Romano os levou a explicar erroneamente o
sentido da expressão irmãos. Assim, eles acreditam que Jesus não tinha irmãos
no verdadeiro sentido dessa palavra e o grau de parentesco que ela exprime. No
entanto, esse raciocínio não desfruta de nenhum apoio escriturístico. A Bíblia
é clara ao afirmar que Jesus tinha quatro irmãos, além de várias irmãs (Mt
13.55,56; Mc 3.31-35; 6.3; Lc 8.19-21; Jo 2.12; 7.2-10; At 1.14; 1 Co 9.5; Gl
1.19). A teoria desenvolvida pelos católicos romanos e por alguns protestantes,
que visa defender que Maria permaneceu virgem, é totalmente fútil. Esse
conceito só passou a fazer parte da teologia muitos séculos depois de Jesus.
Seu objetivo, é claro, era exaltar Maria, criando, assim, a mariolaria" (Bíblia
Apologética, João F. Almeida, ICP Editora, 1a Edição, 2000).
Quarto - José e Maria se "conheceram" após o nascimento de Jesus?
A nossa análise terá como base o seguinte registro: "José, ao despertar
do sono, agiu conforme o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu em casa sua
mulher.Mas não a conheceu até o dia em que ela deu à luz um filho. E ele o
chamou com o nome de Jesus" (Mateus 1.24-25, Bíblia [católica] de Jerusalém).
A passagem acima diz claramente que José, atendendo ao anjo, recebeu em sua
casa a sua esposa Maria, e foram viver como marido e mulher. Está dito que
Maria foi a mulher de José; que José não conheceu a sua esposa enquanto ela
estava grávida de Jesus; que Jesus nasceu de uma virgem, porque José somente
conheceu sua mulher - ou seja, teve relações com ela - depois do nascimento de
Jesus.
Católicos há que contestam o que está escrito na Bíblia, e dizem que
"nas Sagradas Escrituras a expressão "até que" é empregada
muitas vezes para indicar um tempo indeterminado, e não para marcar algo que
ainda não aconteceu". Não iremos nos estender na refutação dessa tese
porque as duas bíblias de início citadas, aprovadas pelo catolicismo,
interpretam corretamente referido versículo, como a seguir:
"Mas [José] não a conheceu até o dia em que ela deu à luz um filho, e
ele o chamou com o nome de Jesus": "O texto não considera o período
ulterior [depois do parto] e por si não afirma a virgindade perpétua de Maria,
mas o resto do Evangelho, bem como a tradição da Igreja, a supõem"
(Comentário da Bíblia [católica] de Jerusalém).
Em outras palavras, os exegetas católicos, que trabalharam na edição da
referida Bíblia, reconheceram o óbvio, ou seja, que até o nascimento de
Jesus, José e Maria não se "conheceram". Todavia, dizem bem quando
entendem que a Tradição "supõe", isto é, o dogma da perpétua
virgindade de Maria é uma suposição, não uma realidade bíblica. O comentário
acima coloca por terra argumentos outros não oficiais, segundo os quais José não
conheceu sua esposa nem antes nem depois do nascimento de Jesus.
Outro comentário: "Enquanto (ou até que): esta palavra portuguesa traduz
o latim donec e o grego heos ou, que por sua vez estão calcados sobre a expressão
hebraica ad ki que se refere ao tempo anterior a esse limite sem nada dizer do
tempo posterior, cf. Gn 8.7;Sl 109.1; Mt 12.20; 1 Tm 4.13. A tradução exata
seria: "sem que ele a tivesse conhecido, deu à luz...", pois a nossa
expressão "sem que" tem o mesmo valor" (Bíblia [católica]
Sagrada).
O que a Bíblia acima está dizendo em seus comentários é que o "ATÉ"
não foi ALÉM do nascimento de Jesus, ou seja, enquanto grávida e até dar à
luz não houve "conhecimento" mútuo do casal.
Concordando com as Bíblias Católicas, a Bíblia Apologética, usada pelos
evangélicos, assim esclarece: "Veja a preposição "até" em
qualquer concordância bíblica e ficará surpreso a respeito do seu
significado. Observe alguns exemplos: Levíticos 11.24-25: "E por estes
sereis imundos: qualquer que tocar os seus cadáveres, imundo será ATÉ à
tarde". E depois da tarde, eles permaneceriam imundos? Vejamos agora
Apocalipse 20.3: "E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo
sobre ele, para que não mais engane as nações, ATÉ que os mil anos se
acabem. E depois importa que seja solto por um pouco tempo". Assim, a relação
existente antes do nascimento de Jesus se modificou [como se modificou a situação
de Satanás após os mil anos de prisão], não a conheceu até que ela deu à
luz. Essa passagem declara que, depois do nascimento de Jesus, José Maria
tiveram uma vida conjugal normal, como qualquer outro casal. Nenhum autor do
Novo Testamento ensina a doutrina da virgindade perpétua de Maria. Se se
tratasse de uma doutrina ou ensinamento vital ou essencial como requer o
catolicismo romano, certamente Paulo e os outros discípulos teriam mencionado a
respeito. Assim resta ao catolicismo romano apegar-se à tradição, porque a Bíblia
não aceita essa teoria (Colossenses 2.8)".
A expressão "não coabitou com Maria ATÉ QUE nascesse Jesus" está
muito clara. Ligada à fala do anjo que disse a José que RECEBESSE Maria, sua
mulher, ficou entendido que passado o período da gravidez e do descanso depois
do parto, José e Maria, marido e mulher, continuariam uma vida a dois como
todos os casais do mundo. Assim aconteceu, pois tiveram muitos filhos, conforme
está em Mateus 13.55-56. José e Maria constituíram um casal muito feliz e
foram abençoados por Deus. E por ter filhos, por amar o seu esposo, por ter
sido mãe, Maria não pecou nem perdeu a sua santidade. Maternidade e santidade
podem caminhar juntas, sem que uma prejudique a outra.
Sexo no casamento não é pecado.
Quinto - Houve ordem divina para que José não "conhecesse" sua
mulher?
Se não havia a intenção formal nem de José nem de Maria de viverem sem relações
íntimas, embora residissem sob o mesmo teto, teria havido alguma ordem divina
nesse sentido? O leitor deverá ler cuidadosamente Mateus 1.18-25 e Lucas
1.26-38 para verificar a inexistência de qualquer tipo de impedimento. A
resposta de Maria ao anjo - "Como é que vai ser isso, se eu não conheço
homem algum?" (Lc 1.34) - pode ser interpretada como um voto de virgindade?
A Bíblia [católica] de Jerusalém, em seus comentários, responde: "A
"virgem" Maria é apenas noiva (v.27) e não tem relações conjugais
(sentido semítico de "conhecer", cf. Gn 4.1; etc.). Esse fato, que
parece opor-se ao anúncio dos vv. 31-33, induz à explicação do v. 35. NADA
NO TEXTO IMPÔE A IDÉIA DE UM VOTO DE VIRGINDADE" (realce acrescentado).
Sexto - O que diz a Igreja Católica sobre o Matrimônio?
a) "Os atos com os quais os cônjuges se unem íntima e castamente são
honestos e dignos e a sexualidade é fonte de alegria e prazer"? (Catecismo
da Igreja Católica, p. 612, # 2362). Por que com Maria seria diferente?
b) "Pela união dos esposos realiza-se o duplo fim do matrimônio: o bem
dos cônjuges e a transmissão da vida", pois que "esses dois
significados ou valores do casamento não podem ser separados sem alterar a vida
espiritual do casal" (C.I.C. p. 612, # 2363). Por que com o casal José e
Maria seria diferente? Esses "valores" não diziam respeito também a
eles?
c) "A sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja vêem nas famílias
numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais"? (C.I.C.,
p. 615, # 2373). Por que Maria não podia ter muitos filhos?
d) "Exige a indissolubilidade e a fidelidade da doação recíproca e
abre-se à fecundidade"? (C.I.C. p. 449 #1643). Por que doação recíproca
e fecundidade deveriam ficar fora do casamento de José e Maria?
e) "O instinto do Matrimônio e o amor dos esposos estão, por sua índole
natural, ordenados à procriação e à educação dos filhos... e por causa
dessas coisas são como que coroados de sua maior glória"? Se "os
filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e contribuem grandemente para o
bem dos próprios pais... pois "Deus mesmo disse: "Crescei e
Multiplicai" (Gn 2.18)" (C.I.C. p.452 #1652). José e Maria não
deveriam crescer e multiplicar? Eles não tinham essa índole natural à procriação?
f) "A sexualidade está ordenada para o amor conjugal entre o homem e a
mulher,e no casamento a intimidade corporal dos esposos se torna um sinal de um
penhor de comunhão espiritual"? (C.I.C., p.611 #2360). Por que eles não
podiam?
Além das considerações sobre o matrimônio, acima registradas, expendidas
pela Igreja Católica, o apóstolo Paulo adverte que "Por causa da
prostituição cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio
marido"; "a mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas
tem-no o marido"; e que "não vos defraudeis [negar relação íntima]
um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos
aplicardes à oração; mas que "depois ajuntai-vos outra vez para que
Satanás não vos tente por causa da incontinência [ausência de relações
sexuais]", (1 Coríntios 7.2-5). A abstinência do casal José e Maria não
estaria fora dos propósitos de Deus?
1) Lemos em João 2.12: "Desceu [Jesus] a Carfanaum, com sua mãe, seus irmãos
e seus discípulos. E ficaram ali muitos dias". Não pode ser outro o
entendimento: Jesus com sua família, a mãe com seus filhos ficaram muitos dias
naquela cidade. Não há como forçarmos uma interpretação que nos levaria a
pensar que Maria, não tendo filhos com José, resolvera criar seis ou mais
parentes. Vejam também a distinção entre "discípulos" e "irmãos".
2) Quando o termo "irmãos e irmãs" é empregado em conjunto com
"pai" ou "mãe", o sentido não pode ser o de primos e
primas, mas de irmãos biológicos, filhos de um mesmo pai ou mãe. Exemplo:
"Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e
filhos, e irmãos, e irmãs, e até mesmo a sua própria vida, não pode ser meu
discípulo" (Lucas 14.26).
3) Vejamos quais as palavras usadas no grego - a língua original do Novo
Testamento - para designar IRMÃOS, IRMÃS, PARENTES, PRIMOS e SOBRINHOS,
conforme a Concordância Fiel do Novo testamento, dois volumes, Editora Fiel, 1a
Edição, 1994:
Adelphos - Usada 343 vezes para designar pessoas que têm em comum pai e mãe,
ou apenas pai ou mãe; indicar duas pessoas que têm um ancestral comum ou que
faz parte do mesmo povo, ou membros da mesma religião. Com essa palavra são
nomeados os irmãos de Jesus (Mt 12.46-4813.55; Mc 6.3; Jo 2.12; 7.3,5,10; At
1.14; 1 Co 9.5; Gl 1.19; Jd 1).
Adelphe - O termo é traduzido 26 vezes como irmã, indicando (poucas vezes) a
participante de uma mesma fé, e (a maioria dos casos) a filha de um mesmo pai
ou mãe. Foi usado, por exemplo, para designar as irmãs de Jesus (Mt 13.56; Mc
3.32; 6.3), a irmã da mãe de Jesus (Jo 19.25), as irmãs de Lázaro, Marta e
Maria (Jo 11.1,3,5,28,39).
Syngenis - Usado como o feminino de "parente" para indicar o
parentesco de Maria, mãe de Jesus, com Isabel: "Também Isabel, tua
parenta..." (Lucas 1.36).
Syngenes - Termo usado para designar pessoa consangüínea, da mesma família,
ou da mesma pátria (compatriota). Vejamos alguns dos 11 casos em que o termo
foi usado:
"Um profeta só é desprezado em sua pátria, em sua parentela e em sua
casa" (Marcos 6.4).
Nota: Quando se trata dos "irmãos de Jesus", o termo usado é "adelphos"
ou "aldephe". "Isabel tua parenta [ou prima] concebeu um filho em
sua velhice..." (Lucas 1.36). Nota: Se Isabel fosse irmã de Maria (filhas
de pais comuns) o termo teria sido "adelphe", de igual modo como foi
usado em João 19.25 para designar a irmã da santa Maria.
"... e começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos" (Lucas
2.44).
"Sereis traídos até por vosso pai e mãe, irmãos, parentes, amigos, e
farão morrer pessoas do vosso meio..." (Lucas 21.16). Nota: Muito
importante registrar que nesse versículo são usadas as palavras "adelphos",
para irmãos, e "syngenes", para parentes. Entende-se que o termo
"adelphos", quando associado às palavras pai ou mãe tem o natural
significado de filhos carnais.
Anepsios - Usada somente uma vez para identificar o termo "primo", na
seguinte passagem: "Saúdam-vos Aristarco, meu companheiro de prisão, e
Marcos, PRIMO de Barnabé..." (Colossenses 4.10, Bíblia [católica] de
Jerusalém). Nota: Havia portanto na linguagem grega palavras para identificar
irmãos, primos e parentes. Logo, se Tiago, José, Simão, Judas e mais algumas
mulheres (Mt 13.55-56; Mc 6.3) fossem parentes de Jesus, e não filhos de Maria,
a palavra grega mais correta seria "anepsios" ou "syngenes".
4) Gostaria de chamar a atenção dos leitores para o que está em Atos 1.13-14:
"Tendo chegado, subiram ao cenáculo, onde permaneciam. Os presentes eram
Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus; Tiago, filho
de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, filho de Tiago. Todos estes perseveravam
unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e
com seus irmãos".
Maria, as outras mulheres e os irmãos de Jesus eram pessoas distintas dos apóstolos
acima citados. Tiago e Judas, irmãos de Jesus, não estavam incluídos naquela
relação. Juntaram-se aos apóstolos naquela ocasião.
Não me parece justo procurarmos outra mãe para os irmãos de Jesus. A outra
Maria, que pode ser a de Alfeu ou Cléofas, era mãe de Tiago e de José. Vejam:
"Maria, mãe de Tiago e de José" (Mt 27.56); "Maria, mãe de
Tiago, o menor, e de José" (Mc 15.40); "Maria, mãe de Tiago"
(Lc 24.10); "Tiago, filho de Alfeu" (Mt 10.3; Lc 6.15; At 1.13). Ora,
os irmãos de Jesus se chamavam Tiago, José, Simão e Judas. O mesmo cuidado
com o que os evangelistas Mateus e Marcos citaram os nomes de todos os irmãos
de Jesus, um por um, teria usado para descrever os filhos dessa Maria.
Entretanto, só foram citados Tiago e José. E Simão, com quem fica? A Bíblia
descreve a existência das seguintes pessoas com esse nome: Simão, irmão de
Jesus (Mt 13.55; Mc 6.3); Simão, chamado Pedro, apóstolo (Mt 4.18; 10.3); Simão,
o Zelote, apóstolo (Mt 10.4; Mc 3.18; Lc 6.15; At 1.13). Ainda há outros com o
nome Simão, como por exemplo Simão Iscariotes, pai de Judas, o traidor (Jo
6.71). A Bíblia com muita propriedade identifica cada um com o detalhe do
apelido ou do parentesco. E Judas? A Bíblia diz que Judas, apóstolo, era filho
deTiago (Lc 6.16). Não há nenhum registro afirmando que a outra Maria ou
Maria, de Cléofas, tenha um filho com o nome de Judas. É quase certo que o
autor da Epístola de Judas seja o irmão do Senhor, como descrito em Mateus
13.55 e Marcos 6.3, pelos seguintes motivos: 1) Ele não se apresenta como apóstolo
de Cristo, mas como "servo" e irmão de Tiago (Jd 1.1); 2) A sua
exortação no v. 17 sugere que ele não fazia parte dos Doze.
Os dados levantados apontam para o entendimento de que Tiago, Simão, José
Judas, e mais algumas mulheres, eram realmente irmãos carnais de Jesus, filhos
de Maria e de José.
Airton Evangelista da Costa, Pastor da
Assembleia de Deus Palavra da Verdade, em Aquiraz (CE)
E-Mail: aecosta SinalDeArroba secrel.com.br
Importante: Este material foi impresso, por favor não o imprima do seu computador, saírá mais caro, precisará ser encadernado, nunca terá a qualidade e valor de um livro, desrespeitará a ética, é ilegal. Prestigie o trabalho do autor, compre o livro numa livraria da CPAD, não é caro.
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.