Pr Airton Evangelista da Costa
“Mas o bode, sobre que cair a sorte para ser bode
emissário, apresentar-se-á vivo perante o Senhor, para fazer expiação com ele, a
fim de enviá-lo ao deserto como bode emissário” (Lv 16.10).
O bode expiatório ou emissário da lei mosaica simbolizava um dos aspectos da
obra redentora de Cristo, ou apontava para Satanás?
No Dia da Expiação, conforme Levítico 16, um bode era sacrificado como
oferecimento pelo pecado. Sobre a cabeça de outro bode, a ser enviado ao
deserto, fazia-se a confissão de pecados.
“O primeiro bode era morto e o seu sangue, derramado (Lv 16.15), representava a morte substitutiva de Cristo e o derramamento do Seu sangue por nossos pecados. O sumo sacerdote tinha então de tomar o bode emissário, confessar os pecados de Israel sobre a cabeça daquele bode, e enviá-lo para o deserto. Isso representava o efeito de levar embora, para sempre, os pecados de Israel, e simbolizava a obra de Cristo, que era levar para sempre os nossos pecados, como Isaías profetizou: “Mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos” (Is 53.6). Os vários aspectos da obra de Cristo ns redenção são simbolizados pelo que os dois animais desempenhavam no Dia da Expiação, cada um como seu papel” (Norman Geisler).
Mas a quem pense diferente. Vejam:
“Quando Cristo, pelo mérito de seu próprio sangue, remover do santuário celestial os pecados de seu povo, ao encerrar-se o seu ministério, Ele os colocará sobre Satanás, que, na execução do juízo, deverá arrostar a pena final. O bode emissário era enviado para uma terra não habitada, para nunca mais voltar à congregação de Israel. Assim será Satanás para sempre banido da presença de Deus e de seu povo, e eliminado da existência na destruição final do pecado e dos pecadores. (O Grande Conflito, Ellen G. White, p. 421, cf. http://www.cacp.org.br/bode.htm )
“Quando Deus fez com que o Senhor Jesus levasse os nossos pecados na cruz para sofrer o julgamento e a punição de Deus em nosso lugar, Ele também fez com que todos os nossos pecados fossem postos sobre Satanás, a fim de que este arcasse com eles para sempre. Isso é revelado em tipologia na expiação registrada em Levítico 16. Quando o sumo sacerdote fazia expiação pelos filhos de Israel, ele tomava dois bodes e os apresentava diante de Deus. Um era para Deus e devia ser morto para fazer expiação pelos filhos de Israel, enquanto que o outro era 'por Azazel', isto é, para Satanás, para levar os pecados dos filhos de Israel. (Lv 16.7-10, 15-22). Porquanto Azazel está em contraste com Jeová, ele é um tipo de Satanás, que está em oposição a Deus (Lições da Verdade, Witness Lee da Igreja Local - Nível Um, p. 126, ibidem).
Depreende-se do ensino acima que (01) é Satanás quem leva nossos pecados; (2)
que fará expiação por nossos pecados, quando, no Juízo, for aniquilado no
inferno; (03) que na sua morte nossos pecados serão cancelados.
A figura do “bode emissário” ou “bode expiatório” em nada simboliza o “deus
deste século”. Vejamos:
(01) O simbolismo do Dia da Expiação no Antigo Testamento aponta para obra
redentora de Cristo. Nós interpretamos que o bode do sacrifício simbolizava a
morte vicária e sacrificial de Cristo pelos pecadores, como remissão pelos seus
pecados (Rm 3.24-26; Hb 9.11,12-24-26). O bode expiatório, conduzido para longe,
levando os pecados da nação, tipifica o sacrifício de Cristo, que remove o
pecado e a culpa de todos quantos se arrependem (Sl 103.12; Is 53.6,11, 12; Jo
1.29; Hb 9.26). Os sacrifícios no Dia da Expiação proviam uma "cobertura" pelo
pecado, e não a remoção do pecado. O sangue de Cristo derramado na cruz, no
entanto, é a expiação plena e definitiva que Deus oferece à raça humana;
expiação esta que remove o pecado de modo permanente (cf. Hb 10.4, 10, 11).
Cristo como sacrifício perfeito (Hb 9.26; 10.5-10) pagou a inteira penalidade
dos nossos pecados (Rm 3.25,26; 6.23; Gl 3.13; 2 Co 5.21) e levou a efeito o
sacrifício expiador que afasta a ira de Deus, que nos reconcilia com Ele e que
restaura nossa comunhão com Ele (Rm 5.6-11; 2 Co 5.18,19; 1 Pe 1.18, 19; 1 Jo
2.2)”. (Extraído da Bíblia de Estudo Pentecostal).
(02) “Expiação – Cancelamento pleno do pecado com base na justiça de Cristo,
propiciando ao pecador arrependido a restauração de sua comunhão com Deus”
(Claudionor C. de Andrade). “Expiar – Remir (a culpa), cumprindo pena. Sofrer as
conseqüências de” (Aurélio). Impossível não atribuir tais situações Àquele que
morreu para remissão de pecados (Ef 1.7).
(03) “Expiação - (gr katallagê) - "O termo expiação é encontrado muitas
vezes no Antigo Testamento (Lv 16-17). As correspondentes palavras no Novo
Testamento são hilasmos, "propiciação" (1 Jo 2.2; 4.10), e hilasterion,
"propiciatório" (Rm 3.25; Hb 9.5), que é a tampa da arca do concerto. Estes
termos descrevem o meio (em e através da Pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo,
na morte na cruz pelo derramamento do Seu sangue vicário que fez pelo pecado),
pelo qual Deus mostra misericórdia aos pecadores. Através do Seu sacrifício
EXPIATÓRIO [pagar o preço pelos pecadores] voluntário no derramamento do Seu
sangue, no julgamento divino sobre o pecado, e por Sua ressurreição, Jesus se
torna o assento da misericórdia para o Seu povo (v. Rm 3.25)” (W. E. Vine).
(04) Sugerir que o bode emissário tipifica Satanás é uma interpretação
equivocada. A tipificação se ajusta com plena convicção à obra redentora de
Cristo. Foi Ele quem levou sobre Si nossas dores (Is 53). Nossos pecados não
serão cancelados somente quando o diabo for lançado no inferno. Já foram
cancelados (Sl 51.1, 9; Is 43.25; At 3.19).
(05) A lei mosaica foi sombra dos bens futuros (Hb 10.1). "Mas vindo Cristo, o
sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo... não
por sangue de bodes...” (Hb 9.11-13). De modo algum a simbologia dos “bens
futuros” figurados no bode emissário se ajustaria ao diabo. Nenhum bem pode ser
atribuído ao adversário que está ao nosso derredor, buscando a quem possa tragar
(1 Pe 5.8).
(06) Finalmente, o diabo não será exterminado, como ensinam os
aniquilacionistas. Vejam: “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de
fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão
atormentados para todo o sempre” (Ap 20.5). Por mais que os contradizentes
apresentem suas razões, não podem fugir à realidade da Palavra.
01.11.05
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