Figas,
fitinhas, pulseiras, arruda, sal grosso, óleo, flores, copo de água, duendes,
pedras, cristais, pirâmides e mais uma lista interminável de objetos, fazem
parte do dia a dia de milhões de pessoas que os possuem na crença de que têm
poderes para curar, afastar "mau-olhado", trazer sorte, afastar
"maus-espíritos" e mais uma inumerável lista de atribuições.
Mas o uso de objetos "abençoados" não é privilégio dos que se
intitulam de místicos. Também nas igrejas de denominações diversas podemos
contemplar o uso de objetos ligados ao exercício da fé, aos quais são
atribuídos poderes espirituais, como no caso das medalhas, crucifixos, terços e
imagens de santos, dentre outros que são adjetivados de sagrados, sendo
considerados ainda mais sagrados aqueles que forem "abençoados" ou
"ungidos".
Antes de prosseguir, desejamos alertar que não somos contra
as pessoas que possuam, façam uso ou simplesmente creiam nos poderes destes
objetos, muito pelo contrário, pois, se estamos escrevendo este texto, é
justamente para permitir que saibam o que a Bíblia diz a respeito e assim,
firmem seu entendimento sobre o assunto. Também advertimos que, sendo todo este
texto fundamentado na Bíblia, só se torna interessante a leitura dele para
aqueles que acreditam que ela é a Palavra de Deus.
Podemos começar a discorrer sobre o assunto apresentando o texto contido em Lv 26.1 que diz:
"NÃO fareis para vós ídolos, nem vos levantareis
imagem de escultura, nem estátua, nem poreis pedra figurada na vossa terra,
para inclinar-vos a ela; porque eu sou o SENHOR vosso Deus."
Pense bem, Deus falou isso obviamente para dizer que Ele e somente Ele, deveria
ser adorado. Só Ele é Deus e não existem outros deuses. O SENHOR nunca mandou
que se fizesse uma estátua ou escultura Dele mesmo. Em toda Bíblia, podemos
concluir que só há uma forma de adorar a Deus que é em espírito. Será então que
Deus se agradará daquele que estiver à frente de uma estátua de um santo, um
anjo, de um "orixá" ou de qualquer outro objeto, para suplicar por
bênçãos ou agradecer pela "graça alcançada", quando sabemos que tudo
o que temos vêm de Deus. Se temos que dar graças por algo, demos graças a Deus,
e só a Ele.
Se restou dúvida, vejamos algumas passagens bíblicas que dizem sobre isso:
Lv 19.4 "Não vos virareis para os ídolos nem vos
fareis deuses de fundição. Eu sou o SENHOR vosso Deus."
1Rs 14.15 "Também o SENHOR ferirá a Israel como se agita a cana nas águas;
e arrancará a Israel desta boa terra que tinha dado a seus pais, e o espalhará
para além do rio; porquanto fizeram os seus ídolos, provocando o SENHOR à
ira."
1RS 16:33 "Também Acabe fez um ídolo; de modo que Acabe fez muito mais
para irritar ao SENHOR Deus de Israel, do que todos os reis de Israel que foram
antes dele."
2RS 17:16 "E deixaram todos os mandamentos do SENHOR seu Deus, e fizeram
imagens de fundição, dois bezerros; e fizeram um ídolo do bosque, e adoraram
perante todo o exército do céu, e serviram a Baal."
1CR 16:25 "Porque grande é o SENHOR, e mui digno de louvor, e mais temível
é do que todos os deuses."
1CR 16:26 "Porque todos os deuses dos povos são ídolos; porém o SENHOR fez
os céus."
Vejamos ainda uma passagem onde um anjo se recusa a receber uma oferta e alerta
que só se deve oferecer à Deus.
JZ 13:15 "Então Manoá disse ao anjo do SENHOR:
Ora deixa que te detenhamos, e te preparemos um cabrito."
JZ 13:16 "Porém o anjo do SENHOR disse a Manoá: Ainda que me detenhas, não
comerei de teu pão; e se fizeres holocausto o oferecerás ao SENHOR."
Na tentativa de agradar o anjo, Manoá lhe fez uma oferta, mas o anjo orientou-a
mostrando que o Senhor é quem deve ser agradado.
Agora que já sabemos que somente Deus deve ser adorado e só a Ele devemos
dirigir as nossas orações de súplica ou de agradecimento, tentaremos entender
porque as igrejas permitem, e até incentivam o uso de alguns objetos e imagens.
Para isso vamos retroceder no tempo para ver o que acontecia antes e, o que
aconteceu para que chegássemos ao ponto em que chegamos.
A igreja primitiva, aquela que surgiu algum tempo depois da morte de Jesus,
cuidava tão somente de proclamar que Jesus era o filho do Deus Vivo, o
Salvador, o Messias de quem falavam os profetas do antigo testamento e faziam
isso com tal convicção que nem diante da pena morte que se lhes impunha,
deixavam de entronizar Jesus como o Rei de suas vidas.
Aqueles cristãos entenderam, pela fé, que só através de Jesus poderiam chegar
ao Pai. Muitos deles foram mortos pelas diversas perseguições feitas pelos
imperadores romanos aos cristãos, pois estes determinavam àqueles que
estivessem sob sua autoridade que adorassem ou prestassem culto somente a eles
ou aos deuses que eles permitissem (alguns se julgavam deuses). Talvez fosse
muito humilhante para aqueles imperadores que os cristãos colocassem a
autoridade de Jesus (um homem morto, para eles) acima da autoridade deles.
Toda a carnificina não foi suficiente para evitar que a Palavra de Deus fosse
divulgada por todo o mundo e que a fé cristã tomasse conta de corações por toda
parte.
Diante do grande número de seguidores do cristianismo espalhados pelo mundo, já
não era interessante para o imperador de Roma se opor a eles. Foi então que
Constantino, o grande, no 4º século da era cristã, em 306 D.C., tornou-se
imperador de Roma e adotou a religião cristã. Unindo o poder político ao
religioso, tornou-se o homem principal da igreja. Tomou para si o poder de
presidir os concílios da igreja, tomar parte nos debates, constituir e
dissolver assembleias e resolver as questões mais importantes da igreja.
A degradação pela qual a igreja passou depois disso foi enorme. O culto cristão
foi perdendo sua simplicidade, sofrendo sempre inovações para dar lugar à pompa
e majestade de rituais cada vez mais sofisticados, deslumbrantes, onde a beleza
e a teatralidade passaram a ocupar o espaço que outrora era dedicado à adoração
do Senhor.
Na idade média, movidos pela superstição, os homens foram levados à crença de
que milagres extraordinários poderiam ser operados pelos ossos dos santos,
pelos crucifixos e pelas velas consagradas que adornavam os altares. Dessa
forma a idolatria (adoração a ídolos, imagens e etc.) tão abominada por Deus em
toda a Bíblia, ia se infiltrando por toda a cristandade. Não demorou para que o
povo começasse a colocar velas acesas em frente de imagens em igrejas, beijando
e adorando de joelhos acreditando na superstição de que faziam milagres.
Sereno, Bispo de Marselha, bem que tentou proibir estas práticas, por serem
contrárias ao ensinamento da Bíblia, destruindo imagens e proibindo o uso
destas, mas o pontífice Gregório I, mais preocupado com o desagrado que isso
causava aos "fiéis" do que com o desagrado que causava a Deus,
escreveu a Sereno dizendo que aprovaria se ele apenas proibisse que fossem
adoradas mas que "uma coisa é adorar objeto e outra aprender por ele a
apreciar o próprio objeto de adoração". Assim se permitiu que essa prática
progredisse até os nossos dias.
O que era um culto de adoração ao Senhor foi se transformando em um mero
instrumento do poder religioso para dominar os religiosos incutindo-lhes o medo
de se tornarem pecadores e atraírem para si a ira de Deus. A "santa"
inquisição, a venda de indulgências (venda do perdão dos pecados), e outras
barbaridades foram sendo acrescentadas ao rol de sandices que assolava a
igreja.
O resultado final de tudo isso é uma grande quantidade de superstição, pouco
conhecimento da Bíblia (que leva o homem a acreditar em tudo o que lhe é dito),
e uma crença mal fundamentada, que cuida muito da liturgia, política, economia
e esquece que nenhuma destas funções destina-se à igreja que deveria estar
ensinando aos homens a forma correta de buscar a face de Deus, através de Jesus
(o único Caminho) e não apenas dizendo a eles o quando podem e quando não podem
fazer alguma coisa, sem sequer fazer com que o homem entenda o que ela
realmente simboliza.
Chegando aos nossos dias deparamo-nos, ainda, com o sincretismo religioso onde
duas ou mais religiões encontram um ponto de intercessão, como no caso das
religiões afro-brasileiras, e também com a idéia do "ecumenismo" que,
em síntese, é uma idéia de reunir todas as religiões, sob a alegação de que
seguimos a um só Deus. Com isso, cada vez mais abrem-se as portas da tolerância
para as atitudes que desagradam a Deus pelo simples fato de que não devemos
desagradar os homens.
Mais uma vez quero lembrar que não somos contrários a quem segue tais práticas
religiosas, que nós mesmos seguimos, um dia. Estamos apenas demonstrando o que
ficou óbvio: O homem, mais uma vez, se corrompeu, se deixou enganar, da mesma
forma que Adão, na Bíblia.
Mas se os apóstolos realizavam milagres, porquê não poderíamos prestar-lhes
homenagens, dando seus nomes a igrejas e realizando festas em suas memórias? A
resposta é simples: só o Senhor é que deve estar em evidência. Vamos deixar que
o próprio apóstolo Pedro fale sobre isto:
AT 3:1 "E Pedro e João subiam juntos ao templo à
hora da oração, a nona."
AT 3:2 "E era trazido um homem que desde o ventre de sua mãe era coxo, o
qual todos os dias punham à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola
aos que entravam."
AT 3:3 "O qual, vendo a Pedro e a João que iam entrando no templo, pediu
que lhe dessem uma esmola."
AT 3:4 "E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para
nós."
AT 3:5 "E olhou para eles, esperando receber deles alguma coisa."
AT 3:6 "E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te
dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda."
AT 3:7 "E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e
artelhos se firmaram."
O milagre se realizou, como se viu, não por poderes de Pedro ou de João.
Aconteceu pela fé. Foi em nome de Jesus Cristo e pelo Seu poder que a cura
ocorreu.
AT 3:11 "E, apegando-se o coxo, que fora curado,
a Pedro e João, todo o povo correu atônito para junto deles, ao alpendre
chamado de Salomão."
AT 3:12 "E quando Pedro viu isto, disse ao povo: Homens israelitas, por
que vos maravilhais disto? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nossa
própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem?"
AT 3:16 "E pela fé no seu nome fez o seu nome fortalecer a este que vedes
e conheceis; sim, a fé que vem por ele, deu a este, na presença de todos vós,
esta perfeita saúde."
Não creio que seja necessário acrescentar mais nada, entretanto, vejamos mais
esta passagem.
AT 10:25 "E aconteceu que, entrando Pedro, saiu
Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés o adorou."
AT 10:26 "Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou
homem."
Assim, fica mais do que claro que Pedro e os demais apóstolos não queriam estar
em evidência, não queriam ser adorados porque sabiam que não tinham mérito nos
milagres, estes se concretizavam pela fé, em nome de Jesus. Eles eram apenas
divulgadores de um novo período: o da salvação através de Jesus Cristo.
Desejavam ensinar a todos quanto pudessem, como viver em santidade, colocando
em prática os ensinamentos deixados pelo Senhor. Mas eram homens como nós.
Provavelmente não tão inclinados ao pecado como a maioria de nós, mas também
não estavam livres dele.
Paulo, por exemplo, vivia se queixando de um "espinho na carne" que o
incomodava. Sabemos que o tal "espinho" estava longe de ser algo
passível de remoção física. Talvez fossem apenas desejos ou maus pensamentos
que o atormentassem. Talvez atitudes suas não condizentes com as de um servo do
Senhor. Quem sabe? Só o Senhor!
Se os apóstolos já declararam, ainda em vida, que não desejavam ser adorados
(porque isto não agradaria a Deus) e que quem realizava os milagre e,
principalmente, salvava, sendo digno de toda a adoração, era o Senhor Jesus,
qual é então a necessidade ou utilidade de se pedir alguma coisa a eles? Ou
pior, a uma estátua deles? Se podemos (e devemos) pedir diretamente ao pai,
através de Jesus, porque insistir numa tradição que obviamente não agrada a
Deus?
Àqueles que estão se sentindo agredidos pelo conteúdo deste texto cabe dizer
que um dia passamos pela mesma situação. Acreditávamos nas religiões, nas
superstições, no ecumenismo, no misticismo e em quase tudo que o mundo
apresentava e quando alguém nos disse que estávamos errados, que não era isso
que Deus esperava de nós, foi um grande choque. Mas, a simples leitura da
Bíblia foi suficiente para que tudo se confirmasse: estávamos realmente
errados! Entretanto, depois da tempestade veio a bonança. Passamos a aprender o
que é do agrado de Deus, e como falar com ele.
Muitos têm sido os argumentos utilizados para justificar o uso de objetos pelas
religiões, mas sempre bastará uma consulta à Bíblia para derrubar qualquer um
desses argumentos. Consulte você mesmo a Palavra de Deus e chegue às suas
próprias conclusões. Faça isso com o coração aberto e escute Deus falar
diretamente com você.
Primeira Igreja Batista de Piraúba
http://www.pibp.com.br/
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas.
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo
link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
(retorne a
http://solascriptura-tt.org/ Seitas/
retorne a http:// solascriptura-tt.org/
)
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.