Esequias Soares da Silva
( Revista Defesa da Fé: WWW.ICP.COM.BR)
Um novo movimento está surgindo entre o povo, denominado
Igrejas de Deus das Testemunhas de Iehoshua, conhecido também por Testemunhas de
Iehoshua. Fizemos um levantamento sobre esta nova seita, pesquisamos seu
material (algumas apostilas) e entrevistamos, via telefone, o fundador da nova
religião. O movimento foi fundado em 1987, em Curitiba, PR, por Ivo Santos de
Camargo. O fundador não possui formação teológica formal. Diz que estudou
hebraico durante dois anos, após a suposta revelação.Atualmente dirige a Igreja,
segundo ele, com cerca de 100 membros. Afirma que seu movimento está do Rio
Grande do Sul ao Rio Grande do Norte.
O fundador afirma nunca pertencer a uma igreja evangélica, mas diz haver
visitado algumas delas. Diz que recebeu uma revelação de Deus sobre a pronúncia
exata do tetragrama (nome divino, as quatro consoantes [YHWH] e que esse nome é
o mesmo do Salvador. Segundo o fundador, o nome "Jesus" é uma abominação, é o
paganismo do catolicismo romano. O nome que veio do céu, diz, é Iehoshua. Afirma
ainda "ser filho direto da revelação", portanto sua ordenação é direta com Deus.
É contra a todas as igrejas evangélicas, admite que a salvação depende do
conhecimento e da revelação do nome Iehoshua, e mesmo assim, dentro de sua
organização religiosa.
Os adeptos do referido movimento, sob a orientação de seu fundador, negam a
doutrina da Trindade, embora defenda a deidade absoluta de Jesus. É o
sabelianismo modal, como a Igreja Local de Witness Lee e a Igreja Voz da
Verdade, do conjunto musical de mesmo nome. São sabatistas, defendem a guarda do
sábado, como os adventistas do sétimo dia. Defendem duas categorias de salvos,
mais ou menos como as Testemunhas de Jeová: Os cristãos salvos vão para céu,
exceto os judeus, assírios e egípcios, estes herdarão a terra. São exclusivistas
como as demais seitas pseudo-cristãs.
Os adéptos da nova seita costumam visitar os templos evangélicos em grupos, para
tumultuar o ambiente. Um membro do grupo pergunta ao pregador sobre Iehoshua e
Jesus. É óbvio que dificilmente vai encontrar alguém que saiba hebraico, nem
elas mesmas o sabem, são pedantes. Quando o pregador se embaraça os demais
membros do grupo começam a gritar criando uma verdadeira balbúrdia no culto. São
proselitistas. Estão preocupados em arrebanhar os cristãos evangélicos, pois são
pescadores de aquários.
É uma seita inexpressiva e seus argumentos só podem convencer as pessoas mais
simples e os incautos. Suas crenças são inconsistentes e de uma pobreza
franciscana. É bom lembrar que C. T. Russell, fundador das Testemunhas de Jeová,
começou com suas idéias subjetivas, posteriormente transformando suas ficções em
"verdades", pelo processo de lavagem cerebral. Sua religião conta hoje com quase
seis milhões de adeptos em todo o mundo. A Igreja do final do século passado e
do início do século vinte subestimou o tal grupo. Com o trabalho ferrenho de
casa em casa, aos poucos eles vão crescendo.
Se as igrejas da atualidade subestimarem a seita Testemunhas
de Iehoshua, poderemos ter o mesmo problema no futuro, pois a mentira repetida
vinte vezes se torna "verdade", como dizia Mussolini. Apesar das crenças dessas
seitas serem ficções, doutrinas subjetivas, sem base bíblica, todavia elas estão
fazendo proselitismo. O povo precisa saber que a crença delas é um combate
contra o Cristianismo bíblico.
O nome Jesus vem do hebraico (Yehoshua) —
"Josué", que significa "Iavé é salvação". Josué era chamado de Oshea ben Num
"Oséias filho de Num" (Nm 13.8; Dt 32.44). "Oshea" significa "salvação".
Moisés mudou seu nome para Yehoshua ben Num "Josué filho de Num" (Nm
13.16).
A Septuaginta usou o nome (Iesus) para Yehoshua, portanto Iesus
é a forma grega do nome Yehoshua, exceto I Cr 7.27, que transliterou por
(Iousue) — "Josué". Depois do cativeiro de Babilônia, o
nome Yehoshua era conhecido por (Yeshua). Em Neemias 8.17 Josué é
chamado Yeshua ben Num. Yeshua é o nome hebraico para Jesus até
hoje em Israel. Isso pode ser comprovado em qualquer exemplar do Novo Testamento
hebraico.
O sumo sacerdote Josué, filho de Joazadaque, é chamado em hebraico
simultaneamente de Yeshua (Ed 3.2, 8; 4.3; 5.2; Ne 7.7) e Yehoshua
(Ag 1.1, 12, 14; 2.2, 4; Zc 3.1, 3, 6, 8, 9; 6.11). Embora nossas versões usem
Jesua (Almeida Corrigida, Atualizada e Contemporânea) Jesuá (Revisada)
Jeshua (Brasileira), contudo a Septuaginta não faz essa distinção — Usa Iesus
para ambos. Iesus é o nome do Messias, o nosso Salvador, registrado no
Novo Testamento, que chegou para nossa língua como Jesus.
O que as Testemunhas de Jeová fazem com o nome "Jeová", assim
o fazem as Testemunhas de Yehoshua com relação ao Deus-Pai e ao Deus-Filho. O
fundador disse que recebeu uma revelação de que a pronúncia correta do
tetragrama não é Jeová, Javé, Iahweh e nem Yehovah, mas Iehoshua. Agora procuram
justificar esta "descoberta" em Êx 23.20, 21, que diz: "Eis que eu envio um Anjo
diante de ti, para que te guarde neste caminho e te leve ao lugar que te tenho
aparelhado. Guarda-te diante dele, e ouve a sua voz, e não o provoques à ira;
porque não perdoará a vossa rebelião; porque o meu nome está nele". Afirma que
esse Anjo é Josué, com base na expressão: "o meu nome está nele". Como o nome
"Josué" em hebraico é Yehoshua assim explica sua teoria.
Negando a doutrina bíblica da Trindade afirma que Iehoshua é o nome do Deus de
Israel, revelado no Velho Testamento, e que esse nome é o mesmo do Messias, que
deve ser invocado por "Iehoshua" e não por "Jesus". Segundo eles: "Jesus é o
nome que os papas introduziram nas Sagradas Letras, blasfemando do nome que veio
do céu". Em outra literatura diz: "No fim do III século da era cristã, quando o
bispo Jerônimo traduziu as Escrituras para o latim, a língua oficial do império
romano. Nesta ocasião o nome original IERROCHUA foi substituído pelo nome
grego-romano <JESU> (IESOUS)".
É pena que essas vítimas estejam tão mal-informadas. Há textos do Novo
Testamento anterior a data apresentada pela seita, que mostram que a infirmação
dessas vítimas não é verdadeira. Por exemplo: Os papiros 45, 46 e 47, conhecidos
como Chester Beatty, que se encontram atualmente no museu Beatty, em Dublin,
Irlanda, são do início do terceiro século, e trazem a forma abreviada de (Iesus)
— IS ou IC. Da mesma forma os Papiri Bodmeriani, 66, 75 e 76, que
se encontra na Biblioteca Bodmer, em Geneve, Suiça. O papiro 75 contém os
evangelhos de Lucas e João, é datado entre 175 e 225 AD. Esse argumento de que o
nome Iesus é coisa de Jerônimo, no fim do século III não procede.
Ensinam que o Pai é Filho e o Filho é Pai: Doutrina sabelianista. Jesus disse:
"E na vossa lei também está escrito que o testemunho de dois homens é
verdadeiro. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o
Pai, que me enviou" (Jo 8.17, 18). Essa passagen bíblica, por si só, destrói
completamente o sabelianismo e qualquer doutrina unicista. Além disso,
encontramos vezes, nios evangelhos, Jesus se dirigindo ao Pai como outra pessoa.
Negam, como as Testemunhas de Jeová, a personalidade do Espírito Santo.
O primeiro problema dessa interpretação, para não dizer invenção, é que a
pronúncia Yehoshua, não comporta no tetragrama. Diz o fundador do
referido movimento: "Essa vocalização foi feita pelo ANJO, não por homens". Isso
que a seita fez não é vocalização, pois as letras hebraicas (ayin)
e (shin), que aparecem no nome Yehoshua são consoantes. O problema
da pronúncia exata do tetragrama diz respeito meramente com as vogais, e o
fundador acrescenta duas consoantes. As letras y (yiud), h (he) e
w (vav) aparecem no nome Yehoshua, mas no tetragrama o he
aparece duas vezes. O nome (Yehudah) "Judá" traz as quatro consoantes
hdwhy, eliminando a letra dalet d fica o tetragrama hwhy. O nome "Judá",
em hebraico, se aproxima mais do tetragrama que o nome de "IEHOSHUA". Nem com
uma camisa-de-força seria possível ser essa a pronúncia exata do tetragrama, é
impossível tal pronúncia. Yehoshua não é o nome do Deus de Israel e nem
de seu Filho Jesus, mas o nome de dois personagens que são figuras de Cristo:
Josué filho de Num e Josué filho de Jozadaque.
Por que o referido Anjo deveria se Josué, segundo a seita?
Alegam esses adeptos que isso é pelo fato de o texto afirmar: "o meu nome está
nele". A Bíblia diz que Deus pôs o seu nome sobre os filhos de Israel (Nm 6.27);
sobre o Templo de Jerusalém (II Cr 7.15); sobre a cidade Santa e assim por
diante. Por que só nessa passagem os adeptos de Ivo dos Santos Camargo afirmam
que esse Anjo é Josué? Assim, essa expressão "o meu nome está nele" não
justitica a teoria das Testemunhas de Iehoshua.
O Anjo nesta passagem é um ser sobrenatural que haveria de proteger Israel até a
total extinção dos amorreus, heteus, ferezeus, cananeus, heveus e jebuseus (Êx
23.23). A fortaleza dos jebuseus só foi conquistada por Davi, mais de 350 anos
depois da morte de Josué (2 Sm 5.6-9). Logo esse anjo não pode ser Josué.
Deus se manifestou como anjo diversas vezes. Esse misterioso Anjo aparece a
Agar, no relato do nascimento de Ismael (Gn 16.7-13). No v. 10 o Anjo diz:
"Multiplicarei sobremaneira a tua semente". No v. 13 "E Ela chamou o nome do
SENHOR, que com ela falava: Tu és o Deus da vista". Quem falava com ela era Deus
ou o Anjo? Da mesma forma, encontramos na teofania do sarçal ardente: "E
apareceu-lhe o Anjo do Senhor em uma chama de fogo... e vendo o SENHOR que se
virava... bradou Deus... Eu sou o Deus de teu pai... (Êx 3.2, 4, 6). Ora, quem
apareceu a Moisés foi Deus ou o seu Anjo? Como se explica isso Esse Anjo, que
além de apresentar atributos divinos, diz explicitamente que é Deus. Ele é o
Messias pré-encarnado, portanto, o próprio Deus. É esse o significado de "o meu
nome está nele". (Êx 23.21). O próprio Josué teve um encontro com esse Anjo (Js
5.13-15).
Assim fica claro que Yehoshua é um nome e o tetragrama é outro. O que nos
espanta é o fato de alguém afirmar de maneira aleatória que "isso é aquilo" sem
sustentação alguma baseado exclusivamente no subjetivismo e em cima disso criar
uma religião. O pior de tudo isso é que ainda consegue adeptos!
Questão da letra j. Diz o fundador das
Testemunhas de Iehoshua que o nome correto de nosso Salvador não pode ser
"Jesus" por não existe a letra j na língua hebraica. Esse argumento é de
uma pobreza franciscana! É verdade que o j não existe no hebraico, grego
e latim. No hebraico a letra y yud representante tanto o som vogal i
como a consoante y. O mesmo acontecia com o latim com as letras i
e u. O emprego das letras j e v para representar i e
u consonânticos ocorreu na época do Renascimento, e difundido por Pierre
de la Ramée. Por isso lemos Jerusalém, e não Yerushalayim; Jeremias, e
não Yeremiahu; Jonas, e não Yonah; Joaquim, e não Yehoiacin;
e assim por diante.
O número 666. Alegam que a expressão "Jesus Cristo Filho de Deus" equivale
ao número 666, isso para consubstanciar sua teoria de que o nome "Jesus" é
satânico. Antes de tudo, convém salientar que, com um pouco de criatividade, é
possível tomar o nome de qualquer personagem e adaptar com seus títulos
selecionados até que se chegue ao número 666. Isso é possível fazer com o nome
do próprio líder do movimento Testemunhas de Iehoshua. Quando se quer rotular
alguém de 666 há muitas maneiras de fazê-lo. Se não funcionar em caracteres
latinos, pode-se usar caracteres hebraicos. Se um título não encaixar, substitui
por outro, ou adiciona mais um adjetivo. Se mesmo assim não for possível, basta
criar cálculos cabalísticos. Esse artifício das Testemunhas de Iehoshua só
convence quem prefere trevas à luz.
Outro ponto importante é que não existe na Bíblia a expressão "Jesus Cristo
Filho de Deus". Essa construção não é bíblica. A Bíblia ensina inúmeras vezes
que Jesus é o Filho de Deus, mas não com essa construção. Colocar essa
construção em latim para depois adaptar ao número 666 é um artifício maligno
para atacar o cristianismo bíblico.
Nome não se traduz. É verdade que nome não se traduz, mas se translitera
conforme a índole de cada língua. Os nomes Eva, David e outros que levam a letra
w wav, "v" em hebraico aparecem como Eua, Dauid, nos textos
gregos. No grego moderno a letra b beta b na antigüidade", hoje é
v. Hoje se escreve Dabid para David e Eba para Eva.
Há nomes que permanecem inalteráveis em outras línguas, mas não são todos. O
nome "João", por exemplo é Yohanan, em hebraico; Ioannes, em grego; John, em
inglês; Jean, em francês; Giovani, em italiano, Juan, em espanhol; Johannes, em
alemão. Jacó, em hebraico é Yaakov; Iakobo (Tiago), em grego; Jacques, em
francês; Giácomo, em italiano; Jacob, em inglês. Há nomes que mudam
substancialmente de uma língua para outra. Eliazar, em hebraico, é Lázaro em
grego. Elisabete é a forma hebraica do nome grego Isabel. O argumento, portanto,
de o nome deve ser preservado na forma original, em todas as línguas é
inconsistente, sem apoio bíblico.
Iesus. Alegam que o nome Iesus é uma zombaria do nome de Deus,
pois sUs (sus) significa "cavalo" em hebraico. Esse argumento é um
insulto à inteligência humana, porque Iesus é nome grego e sus é
hebraico. O nome Iesus é a forma grega do nome hebraico Ieshua.
Segundo O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, o
"s" foi acrescido para facilitar a declinação: "Iesus é a forma gr. Do antigo
nome judaico Yesua, forma esta que se obtém mediante a transcrição do heb.,
acrescentando-se um -s para facilitar a declinação".
"Cavalo", em grego, é hyppos, e não sus.
Apesar de o movimento ser tão novo, já saiu outro grupo dele.
Os dissidentes do movimento, que também se identificam como Testemunhas de
Iehoshua, defendem os mesmos princípios do fundador, indo mais além: Negam a
autoridade do evangelho de Mateus; ser Jesus o Filho de Deus, dizem que Jesus é
filho de José e Maria, negando o nascimento virginal de Jesus, alegam que só
após a ressurreição ele "tornou-se" Filho de Deus.
Os dissidentes das Testemunhas de Iehoshua catalogam todas as
passagens bíblicas que revelam a linhagem humana de Jesus para questionar a sua
filiação divina. Isso para consubstanciar a sua doutrina de que Jesus tornou-se
Filho de Deus pela sua ressurreição, e citam para isso Romanos 1.4. Onde eles
citam tais passagens, deveriam acrescentar as passagens bíblicas que provam ser
Jesus o Filho de Deus, mesmo durante o seu ministério terreno, portanto, antes
de sua morte e ressurreição, mas isso não o fazem.
A fé cristã nos obriga a crer que Jesus é o verdadeiro Deus e o verdadeiro
homem. Jesus possuía duas naturezas: Humana e divina. A Bíblia está repleta de
passagens que mostram o lado humano de Jesus, tanto nas características: Nasceu,
cresceu, sentiu fome, sede, cansaço, sono etc., bem como a sua origem humana,
traçada desde a genealogia. Isso, em nada neutraliza o lado divino e a sua
filiação divina. Disse o apóstolo João: "Qualquer que confessar que Jesus é o
Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus" (1 João 4.15). "Quem é o que
vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?" (1 João 5.5).
"Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê,
mentiroso o fez; porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu"(1
João 5.10).
Eles recusam o evangelho de Mateus chamando-o de "Evangelho
Duvidoso", pois se diz que foi escrito originalmente escrito em hebraico e
depois traduzido para o grego. Nessa tradução, segundo eles, o texto foi
corrompido. Alegam que é o único dos evangelhos que tem o batismo em nome da
Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo (Mateus 28.19); permissão para o divórcio
(Mateus 19.9) salvação pelas obras (Mateus 25.34-36); substancia o papado
(Mateus 16.16-19); considera o nascimento virginal de Jesus cumprimento de
Isaías 7.14.
Só pelo fato de este grupo rejeitar o Evangelho de Mateus já tem o repúdio dos
cristãos. Não é um grupo de pessoas obscuras e de conhecimento bíblico duvidoso
que vai por em xeque uma obra que passou por escrutínio da mais alta erudição
durante esses vinte séculos de cristianismo. Seus argumentos são artificiais e
inconsistentes.
Ainda não está confirmado que Mateus escreveu o seu evangelho em hebraico ou
aramaico. Apesar dos fortes testemunhos da patrística, desde o segundo século,
contudo, nada há no conteúdo deste evangelho que confirme essa versão. Antes, o
contrário, a expressão encontrada nele: "Que traduzido é: Deus conosco" (Mateus
1.23) mostra que não haveria necessidade de se traduzir o significado de
"Emanuel", uma vez que o texto já está em hebraico. Outro ponto interessante, é
que há duas formas gregas de se escrever o nome" Jerusalém": Jierosovluma, (Ierosolyma)
— grega e jIerousalhv;m (Ierusalem) — hebraica. Mateus usa
a forma grega, o que seria estranho para uma obra escrita originalmente em
hebraico.
"Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem
conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel" (Isaías 7.14).
O substantivo hebraico para "virgem" usado nesta passagem é (almah).
Isto tem dado espaço para intermináveis controvérsias, principalmente por
eruditos judeus e por teólogos "cristãos" modernistas, na tentativa de
neutralizar a doutrina do nascimento virginal de Jesus. Alguns afirmam que a
palavra mais apropriada para "virgem" seria (b'tulah) e com isso querem
dissociar Mateus 1.23 de Isaías 7.14. Nessa linha estão também os dissidentes
iehoshuolitas.
A palavra b'tulah aparece 51 vezes no Velho Testamento hebraico e é
traduzida 44 vezes por (parthenos), na Septuaginta. Ela pode se
aplicar a uma mulher casada (Jl 1.8) o que não ocorre com o substantivo almah,
que só se aplica a mulher solteira. W. E. Vine, com base em Joel 1.8, diz
que b'tulah nos textos aramaicos tardios era aplicada a uma mulher
casada. Isso, portanto, segundo Vine, traria muita confusão: "Não ficaríamos
sabendo o que era exatamente o que tinha em mente. Estava se referindo a uma que
era verdadeiramente virgem, ou uma que estava desposada, ou uma que já havia
conhecido marido? À luz destas considerações, parece que a eleição da palavra
almah foi deliberada. Parece que é a única palavra hebraica disponível que
indicaria com clareza que aquela a que ele designa não estava casada".
O substantivo almah aparece 9 vezes no Velho Testamento hebraico (Gn
24.43; Êx 2.8; 1 Cr 15.20; Sl 46 (título, pois a palavra hebraica alamoth
é plural de almah); 68.25; Pv 30.19; Ct 1.3; 6.8; Is 7.14). Em dois
lugares a Septuaginta traduziu por parthenos, que significa "virgem" (Gn
24.43; Is 7.14). A mesma Rebeca que é chamada "virgem, [b'tulah, em
hebraico] a quem varão não havia conhecido", no v. 16 desse mesmo capítulo, é
chama de almah. A Septuaginta foi traduzida antes do nascimento de Jesus
(285 a. C., segundo Josefo e a carta de Aristéia). Há muitas controvérsias
quanto a essa data. Qualquer que seja, o certo é que foi antes do nascimento de
Jesus. A tradução foi feita por rabinos, portanto, entendiam que almah em
Isaías 7.14 se tratava de uma "virgem". Assim era o significado dessa palavra na
época.
É muito suspeito que só depois do surgimento do cristianismo que os judeus
procuraram reavaliar o significado dessa palavra. As versões gregas do Velho
Testamento, que vieram após o cristianismo substituíram parthenos por
neanis "jovem". Áquila era judeu e discípulo do rabino Akiva (morto em 132
AD). A outra versão é a de Teodócio, apóstata do cristianismo, que voltou ao
judaísmo (final do segundo século AD); e finalmente a de Símaco, que era
ebionita (seita judaica que negava a divindade de Cristo) preparada em 170 AD.
Diz o Dr. Aage Bentzen, nada ortodoxo, contra a nossa linha conservadora, mas
admite que parthenos veio dos próprios judeus: "Contra a Igreja os judeus
sustentavam que Is 7.14 não fala de uma `virgem' (parthenos), mas de uma
`mulher jovem' (neanis). Os cristãos respondiam acertadamente que a
tradução parthenos provém de tradutores judeus". Até hoje, para fazer
frente contra o nascimento virginal de Jesus, os judeus, em Israel usam almah
para "senhorita".
Há quem diga que o contexto do Velho Testamento não fornece luz suficiente para
o significado de "virgem", contudo, muitos eruditos afirmam o contrário. Gerard
Van Groningen cita cinco autoridades no assunto sobre a palavra ugarítica
galmatu encontrada nos documentos de Ras Shamra. Uma dessas autoridades, H.
Wolf, em sua obra Interpreting and Glory of the Messiah, p. 450, diz:
"Nos três lugares onde glmt, o equivalente exato de almah, é
usado, ele refere-se a uma jovem procurada para casamento".
Gerard Van Groningen apresenta a seguinte conclusão: "Um exame dos materiais
disponíveis a estudiosos e peritos, como indicado acima, leva-nos à segura
conclusão de que, com base no uso do termo tanto em hebraico quanto em ugarítico
o termo almah deve ser traduzido por `virgem'. A Septuaginta dá pleno
apoio a isto e o testemunho do Novo Testamento (Mt 1.23) dá a palavra final.
Isaías disse e pretendeu dizer virgem".
Tanto as Testemunhas de Iehoshua como seus dissidentes, ambos
negam a Trindade, como é característica das seitas. Segundo Jo 17.3, a doutrina
de Deus é uma questão de vida ou morte. Jesus classificou o assunto como o
primeiro de todos os mandamentos (Mc 12.29).
O nome "Deus" é polissêmico na Bíblia. Aparece com referência ao Pai sozinho,
como Deus verdadeiro e absoluto (Fp 2.11), em Jo 1.1: "...e o Verbo estava com
Deus..."; com referência ao Filho, como sendo Deus absoluto, com toda a sua
plenitude (I Jo 5.20; Cl 2.9; e na terceira parte de Jo 1.1: "...e o Verbo era
Deus". Da mesma forma com relação ao Espírito Santo (At 5.3-4); e muitas vezes
esse termo "Deus" se aplica à Trindade (I Co 15.28; Mc 12.32). O mesmo acontece
com o tegragrama hwhy (YHWH) "YAHWEH", ou "SENHOR", conforme nossas versões do
Velho Testamento. Refere-se ao Pai (Sl 110.1), ao Filho (Jr 23.5-6), ao Espírito
Santo (II Sm 23.2-3), e à Trindade (Dt 6.4; Sl 83.18).
A Bíblia ensina que cada uma destas pessoas é Deus absoluto em toda a sua
plenitude. Contudo não ensina um triteísmo, pois enfatiza a existência de um só
Deus. A Trindade, portanto, é a união de três Pessoas distintas em uma só
Divindade, e não em uma só Pessoa, pois a unidade de Deus é composta e não
absoluta.
Os dissidentes do movimento de Ivo dos Santos Camargo, além de negarem a
Trindade, recusam aceitar a autoridade do evangelho de Mateus. A Trindade está
em toda a Bíblia e não meramente em Mateus. Nenhum cristão está autorizado a
rejeitar certos livros da Bíblia pelas suas peculiaridades. O fato de Mateus ser
o único a registrar a fórmula batismal não significa que o texto seja espúrio,
pois cada livro da Bíblia sem as suas peculiaridades. Marcos foi o único
registrou o moço desnudo que fugiu por ocasião de prisão de Jesus (Marcos 14.51,
52). Lucas foi o único que registrou a origem de João Batista, a infância de
Jesus, a parábola do filho pródigo, as passagens do Rico e Lázaro e do Bom
Samaritano. João foi o único que registrou o milagre de Caná da Galiléia,
transformando água em vinho, a ressurreição de Lázaro, o lava pés etc. Isso, por
si só, destrói completamente o interpretação das Testemunhas de Iehoshua.
Quanto à salvação pelas obras, convém salientar que a passagem de Mateus
25.34-36 não diz respeito à salvação. O texto fala do julgamento das nações. O
divórcio não é peculiaridade de Mateus, Paulo também admitia o divórcio em
certas circunstâncias (I Co 7.10-15). O nascimento virginal de Jesus é também
confirmado em Lucas 1.34 "Então Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, uma
vez que não conheço varão?"
Ultimamente tem havido inúmeras inovações no meio do povo de
Deus. Tanto fora da Igreja como no seio dela surgem as heresias. O apóstolo
Paulo disse que Deus permite que isso aconteça para provar os fiéis (1 Co
11.19). É verdade que cada ser humano tem a liberdade pensamento e de expressão.
Tem o direito de expressar seus pensamentos por mais exóticos que sejam.
Causa-nos estranheza o fato de esses agentes dessas idéias excêntricas
encontrarem adeptos, acharem quem acredite nessas invenções.
Os fundadores de seitas costumam dizer que receberam revelação direta de Deus.
Geralmente essas revelações contradizem a Bíblia. Seus adeptos, muitas vezes,
deixam a Bíblia para seguirem seus líderes. Isso aconteceu com Joseph Smith Jr,
fundador do mormonismo; William Miller, depois Ellen Gould White, com o
adventismo do sétimo dia; Charles Taze Russell, fundador das Testemunhas de
Jeová; etc., e agora Ivo dos Santos Camargo, com as Testemunhas de Iehoshua.
Todo líder que procura impor uma inovação com base em suas supostas revelações,
como doutrina básica de sua religião, deve ser rejeitado. A dona Valnice
Milhomens resolveu defender a guarda do sábado porque, segundo ela, recebeu essa
"iluminação" quando estava visitando Israel. Agora se insurge contra a ortodoxia
cristã. Ainda que, no seu caso, não seja propriamente uma inovação, mas um
retrocesso, pois os adventistas do sétimo dia já vem defendendo essa doutrina
desde os dias da Sra. Ellen Gould White.
O nosso alerta às igrejas se encontra no apóstolo Paulo: "Tem cuidado de ti
mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás,
tanto a ti mesmo como aos que te ouvem" (I Tm 4.16).
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.