Programação Neuro-Linguística e Psicoheresia

Martin & Dreide Bobgan

 


          Durante anos, temos visto a ascensão e queda de vários sistemas de aconselhamento psicológico. Temos escrito que estes influenciam fortemente os cristãos, os quais têm buscado incorporar os sistemas de aconselhamento secular, ao que eles chamam “Psicologia Cristã” ou “Aconselhamento Cristão”. Nosso livro “The End of Christian Psychology”  (O Fim da Psicologia Cristã) inclui descrições e análises de alguns dos principais teoristas e dos seus modelos. (1).

          Um sistema psicológico que não foi incluído [no livro] naquela ocasião, é a Programação Neuro-Linguística [N.T. - No Inglês Neuro-Linguistic Programming, com a sigla NLP, que passaremos a usar  nesta tradução], a qual é uma combinação de métodos de comunicação, aconselhamento, dinâmicas de grupo, manipulação e hipnose. Entretanto, agora achamos ser necessário informar e admoestar os crentes sobre a Programação Neuro-Linguística  (NLP).

          Apesar dos fracos resultados da pesquisa sobre a NLP, ela continua sendo usada, hoje em dia, por muitos conselheiros, incluindo conselheiros cristãos professos. (itálicos da tradutora). É verdade que existem alguns [conselheiros] que a estão reembalando especialmente para os cristãos. Por exemplo, o website “Christian NLP 2008” declara que sua missão é:

          “Ser uma das organizações mundiais de liderança centrada em Cristo, cujo foco é ensinar e treinar pastores e conselheiros cristãos e os crentes do dia-a-dia, com fórmulas e processos que facilitem o cumprimento da vocação e do comando de Romanos 12:2, de serem ‘transformados pela renovação da mente’.” (2).

          Este website é ligado ao site da NLP intitulado “Patterns for Renewing  Your Mind International”  (Modelo Internacional Para Renovar Sua Mente), especialmente destinado aos cristãos.

          O website inclui artigos, técnicas, testemunhos, informações de programas de treinamento e até mesmo sermões para os pastores que utilizam as ferramentas da NLP. A seção intitulada “About Us”  (Sobre Nós) mostra um homem chamado Bobby G. Bodenhamer (DM), o qual, junto com L. Michael Hall (Ph.D) escreveu um livro intitulado “Paterns for Renewing the Mind: Christian Communicating & Counseling”, com o objetivo de encorajar os cristãos ao uso da NLP.

          A introdução do livro pelo Rev. Carl Lloyd, Ph.D, professor e presidente do Depto. de Sociologia e Obra Social, da Universidade George Fox, em Newberg, Oregon, diz:

          “Eu seria negligente se não expressasse minha enorme e profunda apreciação, tanto a Michael (Hall) como a Bob (Bodenhamer), por tão diligentemente dedicarem suas mentes e dons à tarefa de integrar a NLP à perspectiva judaico-cristã”  (3).

          Lloyd apresenta suas próprias qualificações [N.T. - quanta modéstia cristã!], como sejam: quatro graus universitários, seis licenciaturas em saúde mental, “experiência clínica” de mais de “duas décadas” de pastoreio e a posição atual, que ele ocupa, ensinando “tanto a nível graduado como a não graduado”. Ele diz ainda:

          “Conheço um bocado sobre aprendizagem, pessoas, terapia e reintegração da fé com a aprendizagem. Contudo, este volume me abençoou com novo conhecimento, novas técnicas e uma renovada paixão no sentido de trazer o Cristo vivo tanto ao processo de aconselhamento como ao educacional.” (4)

Em seu livro, Bodenhamer e Hall apressam os cristãos ao uso da NLP, para aconselhamento, pregação e transformação de si mesmos. Confiantemente, eles expõem a NLP como um meio pelo qual os cristãos podem conseguir transformação espiritual, muito embora a própria NLP seja uma metodologia secular, vista e usada pelos incrédulos. Conquanto Bodenhamer e Hall usem versos bíblicos ao longo da NLP, seu modelo carnal não pode alcançar uma vida em Cristo. Em vez disso, ele apela à carne, a qual pode ser manipulada pela NLP. De fato, os autores até admitem que a NLP pode ser usada para o mal. Em seu prefácio, eles dizem: “Alguns descobriram o tremendo poder no modelo da NLP e têm usado o mesmo para manipular pessoas”  (5).

Mesmo assim, eles usam, promovem e ensinam a NLP, porque acreditam que ela contém o que eles chamam de modelos de comunicação de estado-de-arte e ferramentas de cura” (itálico deles), os quais podem ser usados pelos cristãos a serviço do bem. O livro está repleto de promessas como: “Na NLP, nós descobrimos modelos incrivelmente poderosos para renovar rápida e efetivamente a mente. (6). Mesmo assim, não existe evidência alguma já pesquisada para substanciar as afirmações da NLP, além dos testemunhos pessoais”. Usar testemunhos pessoais carentes de suporte científico é uma das principais características de um charlatão.  Contudo, as promessas e expectações continuam a atrair as pessoas para esta perigosa teia de engodo.

 

Uma Ímpia Mistura



 

          Através de todo o livro, os autores tomam passagens bíblicas e as adaptam ao método NLP. Por exemplo, eles conectam as técnicas da NLP do “Running Your Own Brain” (Dirigindo o Seu Próprio Cérebro)  com uma admoestação bíblica na seção intitulada ““Running Your Own Brain” ou “Guard Your Heart With All Dilligence”, dizendo:

          “Quem dirige o seu cérebro? Se não for você, alguém mais vai se adiantar a fazê-lo para você. Ora, ‘Dirigir o seu próprio cérebro’ significa ter os seus próprios pensamentos e assumir responsabilidade pelas suas próprias respostas. Isto corresponde à vida cristã da responsabilidade (Josué 24:15; Atos 11:24; Colossenses 3:1).

          ‘Dirigir o seu próprio cérebro’? Alguém precisa que os cérebros dirijam imagens, sons, palavras, sensações, olfato e paladar. Controlar tudo isto é dirigir o nosso próprio veículo. Biblicamente, isto nos possibilita a ‘renovar nossa mente’ e a experimentar transformação.”  (Romanos 12:2) (7).

          O livro dá uma clara impressão de que precisamos conhecer a NLP, a fim de podermos progredir efetiva e suficientemente na vida cristã. Neste caso, ele reduz a santificação à mesma metodologia usada pelos incrédulos no sentido do automelhoramento. Ao contrário, a Bíblia é clara a respeito da fonte da nova vida em Cristo e de como um crente deve andar segundo o Espírito, em vez de andar segundo a carne. Sempre nos surpreendemos quando nos deparamos com métodos e técnicas carnais, os quais são usados pelas pessoas em suas fúteis tentativas de crescer espiritualmente. Nossa preocupação maior é sobre a invasão de teorias e métodos psicoterapêuticos no Cristianismo.

 

Origens da NLP



 

          Embora muitos cristãos nunca tenham ouvido falar da NLP, ela procede dos anos 1970 e tem sido usada pelos terapeutas, conselheiros, preletores motivacionais, vendedores e muitos outros, ao longo dos anos. A NLP é tanto um sistema de aconselhamento psicológico individual como de programas de conscientização inicialmente criados por dois não cristãos – Richard Bendler e John Grinder. Estes homens tentaram construir um sistema de técnicas de comunicação modelado em três psicoterapeutas influentes, os quais eram aparentemente efetivos: Virginia Satir, Fritz Perls e Milton Erickson.

          Satir era conhecida pela sua maneira natural de tratar as pessoas, por isso Bendler e Grinder  tentaram modelar e codificar o seu maneirismo, sua maneira de lançar mão dos mesmos e até refletiram os maneirismos e discursos daqueles por ela aconselhados. Fritz Pearls parecia ser cuidadoso com as pessoas e, desse modo, Bandler foi o primeiro a entrar na voz e no uso da linguagem de Pearls, tentando copiar e codificar o que Pearls fazia e dizia em sua terapia. Erickson era um superterapeuta, capaz de levar os clientes ao transe, através da conversa. Desse modo, a NLP foi primeiramente formada pela modelagem e codificação da maneira pela qual estes três terapeutas se comunicavam. Grinder era um linguista, daí se interessar pelo uso de palavras e expressões. Bandler se interessava por computadores e imaginava que as pessoas poderiam ser programadas do mesmo modo, através de várias técnicas obtidas pela observação destes três terapeutas. Exatamente como Franz Anton Mesmer usava técnicas para conseguir a empatia dos pacientes, Bandler e Grinder codificaram específicas técnicas psicológicas, a fim de obter a empatia e fazer com que o aconselhado se sentisse ligado ao terapeuta. Outras técnicas da NLP incluem a imaginação dirigida, a visualização, a hipnose e a manipulação emocional.

          Algumas das antigas teorias da NLP tinham a ver com a idéia de que é possível influenciar outra pessoa, quando se usa qualquer “sistema representacional” que esteja sendo usado por essa outra pessoa. Por exemplo, se alguém usa termos visuais, tais como “eu vejo o que você quer dizer”, o terapeuta também buscará termos visuais. Ou, se o aconselhado usa termos sentimentais, como: De Fato, sinto-me decepcionado”, o terapeuta usará palavras relacionadas tanto ao emocional como aos sentimentos cinestésicos.

          A certa altura, a NLP se gloria de seis sistemas representacionais: “... construindo imagens visuais, recordando imagens visuais; construindo imagens auditivas, recordando imagens auditivas; tentando sensações cinestésicas e mantendo diálogos interiores” (8) A teoria era que uma pessoa poderia ser mais facilmente influenciada pela outra com quem pode se identificar, ou seja, alguém que usasse a linguagem representacional.

          Outra técnica da NLP é a de observar o movimento dos olhos do cliente, enquanto ele está falando. Se, por exemplo, ele estiver falando de um incidente do passado, o conselheiro supostamente consegue vislumbres sobre se o cliente está falando a verdade ou criando alguma coisa nova, e se ele está usando simplesmente a maneira visual, auditiva e mental, pela observação dos olhos.

          Mesmo assim, um livro publicado pela Comission on Behavioral and Social Sciences and Education of the Research Council revelou que “Não existe qualquer apoio direto citado para a relação postulada pela NLP entre a direção dos olhos e o sistema representacional”  (9). O livro diz também:

          “Em resumo, o sistema NLP do olhar, postura, tonalidade e modelos de linguagem como indexando modelos representacionais não é derivado de qualquer obra científica conhecida. Além disso, não existe  qualquer evidência ou documentação interna para comprovar as suposições ou a efetividade da NLP (11). A NLP não é um esforço cientificamente comprovado. Ela se apoia nos ‘dizem, sugestões e vendagem’.”

          Em resposta à pergunta “O que é a NLP?” O Dicionário do Céptico diz: “É difícil definir a NLP porque os que a iniciaram e os que estão nela envolvidos costumam usar uma linguagem tão vaga e ambígua que ela significa coisas diferentes para pessoas diferentes”  (12).

          Numerosas pessoas foram treinadas na NLP, mas depois continuaram a desenvolver suas próprias formas da mesma. Mais tarde, com pessoas afirmando direitos sobre suas próprias versões da NLP, Bandler agiu através de processos de registros de propriedade, quando afirmou propriedade privada com a NLP. Ele também tentou registrar aspectos da NLP e controlar os variados treinamentos e programas de certificação.



A Vida da NLP de Bandler





De fato, Bandler desenvolveu muito do chamado sistema de transformação, que os cristãos usam agora, na tentativa de se tornarem semelhantes a Cristo. Contudo, uma olhada no uso pessoal de suas próprias técnicas conta a história de um homem que está perdido em sua própria pretensão, quando confunde suas audiências, nas numerosas sessões de treinamento. Ele e Grinder ensinaram a re-imaginar o passado: “Se alguém teve uma (história pessoal) ruim antes, volte  agora e construa ele mesmo uma (história) melhor. Cada pessoa, de fato, deve ter várias histórias”  (13).Bandler seguiu sua própria técnica, a ponto de Frank Clancy e Yorkshire registrarem:

          “Bandler contou uma vasta quantidade de histórias sobre sua vida pessoal e profissional... Ele contou às pessoas que já havia sido um músico profissional do rock e possuía um bar de topless, aos 16 anos, que aos 18 anos era milionário e que foi um faixa preta no karatê”. (14). Estes são apenas alguns ínfimos exemplos de suas mentiras. Clany e Yorkshire dizem:

          “As mentiras de Bandler correm soltas. Através da NLP ele aprendeu a estabelecer empatia, observando a postura e imitando a linguagem; ele levou mais longe suas idéias, combinando a história e identidade dos seus companheiros... Ele se perdeu dentro de um vórtice de imitação, engodo e manipulação”. (15).

          Clancy e Yorkshire também registram que Bandler “usava grandes quantidades de cocaína e de álcool e que ele tinha “obsessão pela violência”. Eles prosseguem:

          A estória de Bandler é, de algum modo, uma parábola da Nova Era. Tendo rejeitado muitas das fronteiras que governam  as relações entre as pessoas, ele era como um marinheiro sem âncora e sem velas, à deriva, num mar, especialmente de Nova Era”  (16).

        Com referência à responsabilidade pessoal pelo que estavam ensinando, Bandler e Grinder “tipicamente descartavam as questões éticas com uma perturbadora semelhança: uma pessoa não pode evitar manipular as outras, eles insistiam; com o treinamento NLP, pelo menos ele ou ela estarão conscientes disto - e poderão controlar a manipulação”(17).

          Se Bandler tivesse inventado uma co-abertura melhor, sua própria vida pessoal de engodo não teria afetado o seu produto, mas quando o seu produto é um amontoado  de métodos para ajudar as pessoas a viverem vidas melhores, alguém precisa questioná-lo. Ou se ele tivesse feito uma descoberta científica, a qual pudesse ser cientificamente comprovada, então alguém poderia dizer que ele tem algo a dar ao homem natural. Contudo, ele não descobriu coisa alguma sobre o mundo físico. Pelo contrário, ele desenvolveu um amontoado de técnicas destinadas a manipular o reino não físico da alma.

          Conquanto o termo “neuro-linguística”  pareça muito científico, como se tivesse algo a ver com a neuro-biologia e a linguística, e um sistema teórico tenha sido desenvolvido sobre o mesmo, a NLP nada tem de esforço científico. De fato, quando lhes foi exigida uma prova científica, Bandler e Grinder declararam que “não eram cientistas fazendo ciência e por isso não podiam oferecer prova alguma do que estavam fazendo”  (18). NLP não está embasada na descoberta científica, mas na observação subjetiva. Seus métodos exigem uma observação científica, uma vez que o seu suposto sucesso repousa sobre  testemunhos individuais e subjetivos, os quais a Bíblia chama de “fábulas” e “contos de viúvas”.

        Mesmo assim, a NLP continua a circular em vários ambientes, inclusive numa brochura destinada a uma conferência, intitulada “Neuroscience Meets Recovery”, Setembro 2008.  O subtítulo da conferência é muito claro:“Integrating Neurobiology With Pharmacoterapy, Psychoterapy and Spiritual Practices”. Os cristãos que puderem achar que as práticas espirituais ali incluídas sejam uma boa coisa precisam dar uma segunda olhada, porque as práticas espirituais ali oferecidas incluem os doze passos espirituais do Budismo, com uma palestra intitulada “NLP, Uma Ferramenta Para Viver Melhor”.



Uma Poderosa Mente Inconsciente



          Basicamente, a NLP é uma coleção de idéias e técnicas, muitas das quais são embasadas nas crenças freudianas de que a mente inconsciente influencia fortemente o pensamento e o comportamento, que os psicólogos podem ajudar a conseguir insight em seu conteúdo e que revelamos coisas do nosso inconsciente através de palavras e ações metafóricas.Mesmo assim, tudo isso é um mito.

          Em seu livro “Therapy Delusions: The Myth  of the Unconscious and the Exploitation of Today’s Walking Worried”,o Prof. Richard Ofshe, da University of California , diz:

          “Conquanto esteja claro que todos nós nos engajamos nos processos mentais  de falta de concentração, a ideia do inconsciente dinâmico pressupõe uma mente sombria, a qual, desconhecida pelo seu anfitrião, voluntariamente influencia o mais ínfimo pensamento e comportamento. Não existe evidência científica  deste tipo de suposto inconsciente, nem evidência de que os psicoterapeutas tenham métodos especiais para manter processos de falta de conscientização” (? Não entendi coisa alguma, Hélio).  Mesmo assim, a afirmação do terapeuta de ser capaz de expor e recompor a mente inconsciente continua a ser a enganosa promessa de muitas terapias (19).

          Além disso, o Dicionário do Céptico revela:

          “Os benefícios sobre a mente inconsciente, a hipnose e a capacidade de influenciar pessoas, apelando diretamente à mente subconsciente não têm respaldo.  Toda a evidência científica que existe em tais coisas mostra que a afirmação da NLP não é verdadeira. Não se pode aprender a  ‘falar diretamente à mente inconsciente’ , como afirma Erickson da NLP,exceto na mais óbvia maneira de usar o poder da sugestão” (20).

        Desconsiderando, evidentemente, a pesquisa Bodenhamer e Hall acreditam e ensinam a noção de um poderoso inconsciente controlando as pessoas, sem que estas o percebam. Eles dizem:

        “Durante o tempo em que estes processos e mecanismos (da mente) permanecem fora de nossa percepção, eles nos controlam.  À medida em que se desenvolve a familiaridade com estes processos inconscientes, vamos aprendendo a gerenciá-los.”  (21).

          De fato, eles prometem que quando uma pessoa aprende a controlar os chamados processos inconscientes, “ela vai cumprir o desafio de Paulo de levar cativo todo o entendimento à obediência de Cristo (2 Coríntios 10:5)” (22). Além de revelar sua crença numa poderosa maneira freudiana de controlar pessoas, esta citação é um exemplo de como eles fazem mau uso da Escritura. Paulo não está falando sobre pensamentos inconscientes sendo levados à conscientização, a fim de serem controlados.

        Visto como os usuários da NLP e os seus promotores acreditam que a pessoa pode ser controlada  pelos processos inconscientes, suas técnicas tentam captar o pensamento consciente do passado para influenciar a pessoa na conscientização sensorial, a nível de sentimento profundo. Pelo fato de ganharem empatia e confiança, e até mesmo o controle, várias técnicas da NLP colocam o paciente num estado mental de repetição (com um poderoso pensamento e um avaliador colocado ao lado), pronto a ser manipulado pela linguagem dos sentidos, através da imaginação e da visualização e pelo estímulo emocional.

        A ideia de programação do cérebro como um computador tem sido constantemente usada. De fato, a NLP afirma ser este o programa manual para o cérebro. Ela afirma ajudar as pessoas a programar os próprios cérebros, através da conscientização, visualização, imagem do passado, meditação, autosugestão sensorial e outras técnicas usadas na hipnose.

          Essas manipulações são exatamente as mesmas que os ocultistas usam para se colocar e colocar os outros em estado de transe. O terapeuta que usa a NLP com um cliente vai usar as ferramentas da mesma para ganhar uma empatia semelhante àquela obtida por um hipnotizador. O terapeuta poderá operar às pessoas através do ensino das técnicas da NLP para programar os seus próprios cérebros, mas a maneira como isto funciona é o terapeuta fazendo a reprogramação (ou seja, manipulação) através do poder de sugestão e imaginação dirigida.



Ferramentas da NLP




        Os cristãos que usam e promovem a NLP tentam mostrar que as ferramentas são exatamente os meios de conseguir fazer as coisas. Conquanto algumas das técnicas da NLP tenham marca registrada,  o seu emprego tem existido desde muito tempo antes da NLP. Muitas delas nasceram da observação de como as pessoas se relacionam umas com as outras e como se influenciam mutuamente. Outras ferramentas incorporam técnicas ocultistas. Descrevemos aqui apenas algumas das ferramentas da NLP: empatia, abordagem, manipulação sensorial, modelagem, pensamento exteriorizado e hipnose.

 

Empatia e Abordagem




          Na empatia da NLP, a estratégia de se ligar a outras pessoas é comparar ou mirar essa pessoa. Muitas pessoas estabelecem naturalmente uma empatia, ao se relacionarem com as outras. Elas se identificam com elas, refletindo o seu vocabulário e maneirismos.  A NLP tem sistematicamente codificado essas coisas, a fim de que as pessoas possam conseguir essa empatia, não através da compaixão natural que carregam, ou se identificando inteiramente com elas, mas porque aprenderam técnicas.

          A empatia fica reduzida a uma coleção de artimanhas, de modo que, mesmo sem existir uma empatia verdadeira, ela possa ser comunicada.  Isto é feito através de cuidadosa observação da outra pessoa e, em seguida, fazendo uma abordagem ou algo semelhante, ou seja, combinando o ritmo da respiração da pessoa ou usando os mesmos tipos de palavras, expressões olhares, postura e ações.

       Existe uma estória da NLP sobre uma mulher que estava tentando se aproximar de outra, tão intencionalmente, que entrou numa espécie de transe místico, de modo que, quando a outra pessoa se inclinou para a frente, caindo de sua cadeira, o mesmo aconteceu com a mulher que tentava a aproximação.  Bodenhamer e Hall dizem: “Experimentamos uma empatia como este estado místico, quando escutamos tão exclusivamente o outro que perdemos a concentração em nós mesmos”. (Bodenhamer acrescentou aqui que Jesus escutava dessa maneira) (23). Contudo, Jesus nunca Se perdeu num estado místico.

 

Conscientização Sensorial e Manipulação




          À primeira vista, a ideia de conscientização sensorial soa bem, porém um exemplo de Bodenhamer e Hall revela o que ela de fato significa. Eles pedem que o leitor entre numa experiência, instruindo-o; “lembre-se de uma experiência agradável do seu passado”. Em seguida, eles levam a pessoa a visualizá-la, lembrando os sons, as sensações, etc.  Depois eles mandam que a pessoa torne a imagem cada vez maior, indagando: “Quando você aumenta a imagem, o que acontece com as suas sensações nesta experiência? Elas se intensificam?”  Em seguida, eles mandam que a pessoa vá diminuindo mais e mais a imagem, até um tamanho confortável, levando para mais perto e mais distante, a fim de mostrar como as pessoas podem “se distanciar das experiências” (24). Eles também mandam que as pessoas mudem as cores e a claridade da visão, etc. [N.T. - Estes charlatães copiaram este processo de algum consultório de Oftalmologista].

          Mesmo que estas atividades sejam inócuos exercícios para alguns, para outros, elas podem conduzir a um estado alterado de  consciência. Elas podem parecer seguras, mas podem ser uma porta de entrada para penetrações demoníacas.



Modelagem




          Esta ferramenta é usada para imitar aspectos de outras pessoas que admiramos. Por isso, os que desejam tornar a NLP atraente aos cristãos dizem que este seria um meio deles se tornarem iguais a Jesus, de copiarem o caráter de Jesus, a fim de conseguirem, aos poucos, imitá-Lo em suas próprias vidas. A verdade é que não podemos nos tornar iguais a Cristo, minimizando o caráter Dele, a fim de imitá-Lo. (25). Esta é uma técnica de atividade carnal, levando a parecer semelhante a Cristo para conduzir a um crescimento espiritual. Quando uma pessoa segue o modelo da NLP ela pode até desenvolver uma forma de piedade, porém negando a sua eficácia (2 timóteo 3:5).

 

Pensamento Exteriorizado




          Na NLP, o pensamento não se resume apenas ao futuro. Ela ensina a fabricar imagens sensoriais, a fim de produzir o futuro e, para tanto, ela usa a visualização. Bodenhamer registra:

          “Eu, (BB) escutei o Rev. Charles Stanley utilizar o modelo NLP, quando instruía os membros de sua congregação a tomar a mente de Cristo. Ele usa o modelo acima, quando quer ensinar a criar uma imagem, mostrando de onde Jesus deseja que eles prossigam suas vidas. Em seguida, o Dr. Stanley menciona que não é errado visualizar. O que vocês acham disto?” (26). De fato, nem toda visualização é pecado, mas este tipo [ensinado na NLP] pode conduzir à visualização ocultista. Tentar fazer algo acontecer no futuro é uma prática ocultista promovida no popular livro -  “O Segredo”.

 

Hipnose




          A hipnose tem ocupado uma grande parte da NLP, desde o início, com Bodenhamer e Hall tentando fazer a hipnose parecer uma resposta natural a certas formas de conversa, a fim de fazer a pessoa se sentir relaxada, confortável, aceita e confiante. Eles acreditam que a hipnose ajuda a alcançar a mente inconsciente. Eles dizem:

        “Visto como nossa mente inconsciente contém vários reservatórios de conhecimento e experiências, precisamos aprender a alcançar esta reserva. Infelizmente, muitas pessoas mantêm este reservatório completamente fechado. Embora a maior parte do nosso comportamento funcione inconscientemente, apenas o deixamos correr... pensando (erroneamente) que não podemos controlá-lo” (27).

        Eles entendem que a “faceta do transe” e a “hipnose” correspondem maravilhosamente “ao evangelho da graça de Deus” (28). Eles dizem:

          “Então, a fim de lidar com os nossos profundos inconscientes, os programas das boas novas de Jesus começam nos enviando, não ordens, nem comandos, mas segurança, de modo que possamos relaxar, sentir-nos seguros,  e descansar na certeza da obra redentora de quem fez por nós o que não podemos fazer por nós mesmos e que ela nos dá força interior e o testemunho do Espírito em nossas profundezas. Que estado interior tremendamente positivo e rico para se conseguir! (29). [N. T. - Isto soa ao engodo da espiritualidade contemplativa!]

          Mas, em seguida, como alguém pode acessar esse estado interior e cheio de recursos? Entrando em estado hipnótico, segundo eles dizem:

          “Como especificamente, a linha da NLP provê, a tempo,  as ferramentas para desvendar estas partes do inconsciente? Utilizando o transe como um estado alterado, como um estado de mente e emoções (relaxado, seguro, aberto, confortável, receptivo, expectante, etc.), o qual nos possibilita funcionar efetiva e diretamente a nível inconsciente. Ele nos permite o acesso àquela parte  de nossa mente que o Senhor fez para armazenar e codificar nossos modelos habituais - e se refere a nada mais que aquele estado nada misterioso, ocultista e demoníaco. Isto descreve o dom de Deus dentro de nós” (30).

          Claro que discordamos de sua garantia de que nada existe aí de misterioso, ocultista e demoníaco quando se entra em estado alterado de consciência através da hipnose e já escrevemos um livro sobre esta perigosa atividade (31).

 

Cuidado com a NLP em Outros Lugares




          Os vários ensinos, técnicas e ferramentas da NLP são usados por incontáveis terapeutas, por outros operadores psicologicamente treinados em saúde mental, por instrutores, líderes de grupos, pastores e líderes eclesiásticos. Estas coisas são ensinadas nas aulas de aconselhamento, tanto nos colégios e universidades seculares como nos estabelecimentos cristãos.  Os ensinos, técnicas e ferramentas da NLP têm sido usados também nas várias formas de cura interior e na terapia de regressão. Eles contribuem para manipular táticas nas dinâmicas de grupo (32).

 

Os Perigos Implícitos na NLP




          Podem-se ver, a partir das práticas da NLP supracitadas, os perigos que existem no seu uso. Os cristãos precisam ficar atentos ao que está escondido por trás das premissas da NLP, ou seja - outro evangelho - um evangelho de obras, de auto-esforço, de manipulação, de hipnose e outras práticas ocultistas.    Através da instigação dos promotores da NLP, os cristãos são levados ao afastamento da Palavra de Deus e da obra do Espírito Santo, sendo enganados e passando a usar um caminho carnal, em busca da transformação espiritual. A NLP acaba sendo uma das imitações de Satanás para o crescimento espiritual, a qual agrada a carne e inibe o espírito. De fato, ela é um engodo do inimigo, a fim de conduzir as pessoas para longe de Deus, ao mesmo tempo em que imaginam estar crescendo espiritualmente.

          Finalmente, as pessoas se colocam numa posição vulnerável de espiritualidade, diante das forças ocultas do mal. Em vez de usarem a armadura espiritual que Deus lhes deu, essas pessoas relaxam a guarda e deixam de usar a Palavra de Deus, a fim de resistir ao que está sendo dito, deixando, assim, de levar cativo o seu pensamento a Cristo. A Escritura nos conduz ao pensamento consciente, não à passividade de um transe. Cuidado com os que misturam a sabedoria humana [às verdades bíblicas], um perigo contra o qual Deus admoesta o Seu povo na Escritura. [Este tipo de sabedoria] incita os cristãos com promessas de transformação espiritual, através de técnicas, metodologias e ferramentas.

 

“Neuro-Linguistic Programming” (NLP) - Martin & Dreide Bobgan

Traduzido por Mary Schultze, em 15/10/2009.

 

 


 

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