(Procurarei representar o que considero que é
a veia mais comum dos que, HOJE, se afirmam ou são considerados
"arminianos", e com quem eu tive contato. Mas fica o aviso de que há
variações entre eles, portanto é natural que alguns se considerarão mal representados
por mim, em alguns pontos. Armínio também se sentiria mal representado em algum
ponto? Talvez sim, mas ele também se consideraria mal representado por alguns
dos "arminianos" mais influenciais de HOJE. Portanto, veja-se o que
se segue apenas como um resumo dos "arminianos" de HOJE, e com quem
EU tive mais contato.)
O embasamento do arminianismo é que o homem não é totalmente depravado -- seu
arbítrio (capacidade, poder de decisão) permanece plenamente livre e todo poderoso
para decidir, sozinho, seu próprio destino. A máxima do arminianismo sobre a
salvação é "A minha parte é estar desejoso de crer e decidir fazê-lo, e
a parte da graça de Deus é a de apenas me ajudar nisto". Para o
arminianismo, "preconhecimento" apenas significa que Deus antevê
aqueles que receberão o Salvador, e, com base nisto, Deus os elege. Quanto
àqueles que rejeitam o Salvador, Deus os condena.
Uma vez que a decisão final é feita pelo homem e Deus age com base e em (mera)
conseqüência daquela decisão, então, afinal, é o homem quem é soberano: Deus
não determina nada, Ele não concede nada (exceto a assim chamada "graça
comum", aquela que remove a inabilidade de O escolher) e Ele não assegura
nada. Assim, o fator final e decisivo na salvação arminiana é a escolha que o
pecador faz de Deus, não a escolha que Deus faz do pecador. É o homem quem
escolhe Deus, e não Deus que escolhe o homem. Aqueles que a Bíblia chama de
"eleitos por Deus" são escolhidos somente no sentido de que Ele viu de
antemão a sua decisão e fé e boas obras (as quais brotam deles mesmos e não são
obra de Deus). A vontade do homem é exaltada ao trono de soberana e o homem
torna-se seu próprio salvador. Graça é simplesmente a restauração da habilidade
natural do homem agir por si mesmo; graça nunca realmente o salva, mas somente
o capacita a salvar a si mesmo ... se ele assim o desejar e determinar.
HOMEM SOBERANO? -- Uma vez o homem tem todo poder para sozinho decidir entrar
na salvação, então também tem toda a responsabilidade de sozinho lá se manter,
e todo risco de decidir dela sair, pelo seu livre arbítrio. Qualquer medida de
objetiva imperdibilidade da sua salvação, e qualquer medida de subjetivo
sentimento de segurança que ele algum instante tenha da sua salvação, são fundadas
sobre seu sentimento de próprio mérito momentâneo, ajudados por qualquer tipo
de experiências emocionais que ele possa ajuntar ao longo do caminho. Por isso
todos arminianos têm testemunhos semelhantes a: "Mesmo depois que aceitei
Jesus eu tinha dúvidas se era realmente salvo. Mas, quando tive meu batismo com
o Espírito Santo e comecei a falar em línguas, então eu tive a certeza. Isto é,
tive-a até que ... Mas então eu REALMENTE ganhei certeza quando ... Mas depois
eu fiquei em dúvida de novo, até que ...". Consequentemente, a existência
do arminiano é baseada em experiências e subjetivismo, olha para dentro dele
mesmo e não para a obra consumada de Cristo, é tragicamente perseguida por
medos, por incertezas, por desviar-se, e por fracassos (e por fingimentos).
Imperdibilidade da salvação (salvação que é eterna e imperdível e incondicional
e baseada somente na fé na obra consumada do Senhor Jesus Cristo), doutrina
mais que provada pela Bíblia, é completamente rejeitada (e ferozmente odiada)
pelo arminiano. Ele odeia e incansavelmente evita toda Escritura que estabelece
segurança eterna; ou, na melhor das hipóteses, procura desacreditar e negar
tais Escrituras, desviando-se para referências que estão fora do contexto
apropriado (o contexto de salvação na dispensação das igrejas), referências que
lhe pareçam militar contra a eterna segurança.
O exame da seguinte lista de dogmas nos dá uma visão mais clara do arminianismo
(sigla PACIP):
- Parcial depravação: A depravação humana não é tal que o torne incapaz de, por si só, desejar e buscar e encontrar a Deus, e de exercer seu livre arbítrio para decidir confiar e receber Jesus como seu Salvador.
- Afrontável graça de Deus: A graça de Deus é resistível no sentido final, de modo que o homem pode, no final das contas, frustar, impedir, derrotar o propósito de Deus para salvá-lo.
- Condicional eleição: A eleição por Deus é condicionada a Ele ter visto de antemão a fé em certos homens a quem Ele, então, passa a os chamar de Seus eleitos.
- Ilimitada expiação: A obra de expiação por Jesus foi exatamente a mesma para todos, sem nenhuma diferenciação quanto ninguém, fazendo todos os homens igualmente possíveis de serem salvos, mas realmente não garantindo a salvação de nenhum homem.
- Perdível salvação: A salvação final (isto é, ao final da sua vida terrestre) é possível aos crentes, mas a vitória final depende deles mesmos, depende deles perseverarem em fé. Assim, a apostasia final (sem tempo de arrependimento e de volta à fé), com conseqüente perda final de salvação, é possível a todos salvos. Cada um que se cuide, até à hora da morte, senão ...
Hélio de M. Silva (não sou arminiano! (nem calvinista!) ),
(baseado em pequeno trecho do excelente artigo "Arminius, to Calvin, to
Paul", em http://withchrist.org/MJS/armcalpaul.htm
, de Miles J. Stanford, e em email do Prof. Josias Macedo Baraúna
Júnior).
Todas as citações bíblicas são da ACF (Almeida
Corrigida Fiel, da SBTB). As ACF e ARC (ARC idealmente até 1894, no máximo até
a edição IBB-1948, não a SBB-1995) são as únicas Bíblias impressas que o crente
deve usar, pois são boas herdeiras da Bíblia da Reforma (Almeida 1681/1753),
fielmente traduzida somente da Palavra de Deus infalivelmente preservada (e finalmente
impressa, na Reforma, como o Textus Receptus).
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo
link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
(retorne a http://solascriptura-tt.org/
SoteriologiaESantificacao/
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Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.