[a RE-salvação segundo os arminianos]
Em igrejas com hiper-arminianismo, é muito comum expressões como *restituir*,
*restaurar*, dando sempre a impressão de que o crente pecador deve reconquistar
a sua salvação, para conseguir bênçãos etc.
Um verdadeira nuvem de heresias são criadas, para tentar sustentar
biblicamente tais idéias que são insustentáveis.
Uma destas heresias é a do *barro especial*
ENTENDENDO A SITUAÇÃO
Primeiramente é feita uma associação de Jr 18:1-6, uma mensagem para Israel,
com Is 53:4-5 a profecia da vinda da salvação, com o objetivo de associar o ato
de refazer o vaso, com a reconquista da salvação.
Jr 18:1 A palavra do SENHOR, que veio a Jeremias,
dizendo:
Jr 18:2 Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas
palavras.
Jr 18:3 E desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra
sobre as rodas,
Jr 18:4 Como o vaso, que ele fazia de barro, quebrou-se na mão do oleiro,
tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos olhos do oleiro
fazer.
Jr 18:5 Então veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
Jr 18:6 Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel?
diz o SENHOR. Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha
mão, ó casa de Israel.
A mensagem de Jr 18:1-6 traz a esperança de Deus para a nação de Israel, mas
Jesus traz a esperança de salvação todos os povos.
Is 53:4 Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas
enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito,
ferido de Deus, e oprimido.
Is 53:5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por
causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e
pelas suas pisaduras fomos sarados.
De repente a bispa decreta:
“A vinda de Cristo *que vem Restaurar* (!?!?!?!)”
Após muitas explicações, fica entendido, que assim como o vaso de barro se
quebrou, e foi refeito por Deus - o crente salvo que pecou e perdeu a salvação
(e por conseqüência a benção), pode agora fazer uma confissão positiva, e uma
oração junto com a pastora, e que isso lhe irá restituir a salvação(e por
conseqüência a benção).
MAS a salvação é sempre comparada com um tesouro de infinito valor, e não com
barro
2Co 6:10 Como contristados, mas sempre alegres; como
pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, e possuindo tudo.
Ef 3:8 A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar
entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo,
Cl 1:27 Aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória
deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória;
2Co 5:1 Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se
desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos
céus.
Ef 2:5 Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente
com Cristo (pela graça sois salvos),
Ef 2:8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós,
é dom de Deus.
Ef 2:9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie;
Esse 2Co 4:6-7 é ainda mais contundente: Nosso corpo é material é como barro,
mas a salvação é um tesouro.
2Co 4:7 Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência
do poder seja de Deus, e não de nós.
Mas então, em uma evidente tentativa de desconversar o versículo, eles citam
2Co 4:6-7 e através de gregoismo, tentam ligar com Gn 2:7, afirmando que a
salvação seria como barro - para justificar o hiper-arminianismo, associando a
salvação com barro, e reinterpretando Jr 18:1-6 - Deus refazendo o vaso - como
sendo a reconquista da salvação.
Como há muitos versos que falam do valor infinito da salvação, então eles
tentam fugir desse sofisma, e acabam fazendo a incrível afirmação de que o barro
de Gn 2:7 era um *barro especial*.
2Co 4:6 Porque Deus, que disse que das trevas
resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do
conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.
2Co 4:7 Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência
do poder seja de Deus, e não de nós.
O gregoismo aplicado a palavra BARRO em 2Co 4:7, relacionando a palavra barro
com fragilidade, NÃO TEM NADA A VER com o suposto fato, do “barro” de Gn 2:7 ser
um barro especial. Isso por que:
1) Gn 2:7 fala em pó de terra, e não em barro.
2) Gênesis foi escrito originalmente em hebraico, e não em grego.
3) A Bíblia em nenhum momento afirma que o pó de terra usada por Deus foi
especial.
4) O pó de terra se transformou em ser humano pelo sopro de Deus (Gn 2:7), e
não pelo fato de ser especial
5) Para justificar o hiper-arminianismo e associar a salvação com barro, esse
gregoismo está contrariando o conteúdo do próprio versículo citado, 2Co 4:7, que
afirma que nossos corpos materiais são como barro, mas a salvação é como tesouro
(conteúdo do vaso)
CONCLUSÃO
A teoria do *Barro Mágico* é mais uma heresia grotesca a serviço de
interpretações totalmente subjetivas das escrituras, para tentar apoiar
doutrinas que não existem.
Até agora, só vi a bispa Rodovalho pregando isso na TV, mas acho que é uma
doutrina que deve estar se espalhando pelas igrejas neo-pentecostais.
Marcelo Gross, Fev. 2006.
Todas as citações bíblicas são da ACF (Almeida Corrigida Fiel, da SBTB). As ACF
e ARC (ARC idealmente até 1894, no máximo até a edição IBB-1948, não a SBB-1995)
são as únicas Bíblias impressas que o crente deve usar,
pois são boas herdeiras da Bíblia da Reforma (Almeida 1681/1753),
fielmente traduzida somente da Palavra de Deus infalivelmente preservada
(e finalmente impressa, na Reforma, como o Textus Receptus).
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.