A Diferença entre Cristãos e Hipócritas

 

A Necessidade de Fazer Diferença entre os que dizem que são verdadeiros crentes e os que são hipócritas

Pr. Calvin Gardner
 
 
 

Existe uma necessidade de distinguir tudo o que é verdadeiro daquilo que é falso. Quando os Coríntios pediram ao Apóstolo Paulo uma prova de que Cristo falava através dele, a prova que ele lhes forneceu era a mesma prova que eles tinham que estavam na fé (II Cor 13:3-6). Ele os instruiu: "examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos." Se eles pudessem distinguir, nas suas próprias vidas, as marcas de um Cristão, eles poderiam reconhecer as marcas de que Cristo falava através dele. Paulo está ensinado-nos que se podemos ter a certeza de que somos em Cristo, da mesma maneira, podemos saber se alguém outro é verdadeiro ou falso.

A nossa fé precisa ser firmada. O Apóstolo Pedro relata aos que alcançaram a fé a necessidade de firmar a nossa vocação e eleição aos que estão ao nosso redor, tanto crentes como incrédulos (II Ped 1:10). Firmar a nossa fé aos outros faz com que alcancemos a confiança em Cristo a ponto de sermos confortados e fortificados a fim de não fazermos desgraça na vida cristã. (Gill).

Existe grande número de enganadores no mundo. Se no tempo do Apóstolo Paulo existiam obreiros fraudulentos (II Cor 11:13) e se os dias estão piorando cada vez mais (II Tim 3:13; Mat. 24:24), como não os teríamos, hoje em dia, em número crescente ao nosso redor? Satanás pode se transformar em um anjo de luz (II Cor 11:14) e, como ele, por que não podem os seus ministros (II Cor 11:15)?

Não podemos confiar em nosso próprio coração. Quem confia no próprio coração é insensato (Próv. 28:26). Ele nos engana por sua própria natureza (Jer 17:9) e pela natureza do pecado (Heb 3:12-14) que habita em nossos membros (Rom 7:23).

O julgamento final conduz a conseqüências eternas (Apoc 20:11-15; Luc 16:26) e isso pede uma certificação antes desse dia (Mat. 7:21-23). Há galardões a serem ganhos pelos Cristãos (I Cor 3:13-16) e posições a serem gozadas na presença de Cristo (Apoc 17:14) que mostram a necessidade da certeza de que se possui Cristo e não só se professa Cristo.

É certo que nem todo aquele que diz "Senhor Senhor!" entrará no reino dos céus (Mat. 7:21), que nem todos os que são de Israel são israelitas (Rom 9:6; Isa 48:1) e que nem todos os que têm zelo de Deus têm entendimento (Rom 10:1-3). Por isso, existe a necessidade de determinar a diferença entre os hipócritas e os verdadeiros.
 
 




As Diferenças Notáveis

A Piedade

Tito 2:11-15

A piedade entre os verdadeiros Cristãos é uma marca distinta. Não são todos os que querem viver piedosos. Para se viver piedoso são necessárias renúncias. Essas renúncias começam bem perto do coração. A primeira coisa a que devemos renunciar é o que antes nos dava tanto prazer: a impiedade e as concupiscências mundanas (Tito 2:12). A impiedade é entendida como pecado, especialmente aquele que nos condena primeiro: o de não amar a Deus sobre tudo (Mar 12:30). As concupiscências são tudo o atrai a carne: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (I João 2:16). Essa renúncia é séria. É de negar, abnegar, abjurar (Strongs, #720), é de sacrificar-se ou mortificar-se em beneficio de Deus (Dicionário Aurélio Eletrônico). Só tendo a renúncia é que se pode ter a piedade, pois não existe meio-termo com Deus (Mat. 6:242; 12:30). Jesus pregava a renúncia desde o princípio do Seu ministério (Mat. 16:24-27; Luc 14:26,27).

Uma das razões, pela qual a piedade não é tão atrativa, é a perseguição que ela nos traz.(II Tim 3:12; Mat. 10:25).

Os únicos que podem viver piedosos são os verdadeiros Cristãos, pois piedade não é obra da carne, esforço humano, mas obra de Deus sobre eles (Fil. 1:6; 2:13; 4:13).

Há muitos que aparentam ser piedosos, mas poucos que são puros de coração, e, são somente estes que "verão a Deus" (Mat. 5:8).



O Crescimento na Graça

II Pedro 3:18

Sabemos que a graça é o favor desmerecido e imerecido de Deus (Favor dispensado ou recebido; mercê, benefício, dádiva. - Dicionário Aurélio Eletrônico). Sabemos que somos salvos pela graça que é evidenciada através da fé (Efés 2:8,9), mas poucos sabem que têm a responsabilidade pessoal de crescer nessa graça.

Uma marca de algo vivo é mudança, amadurecimento ou crescimento. Era desejo de Pedro ver os seus crescerem na vida cristã (II Ped 1:2; I Ped 2:2). Crescimento na graça é desejo e propósito do ministro que Deus coloca na igreja (Efés 4:15).

A graça de Deus é manifestada, primeiramente, por nossa mudança de entendimento de que somos pecadores e inimigos de Deus ao conhecimento íntimo da misericórdia de Cristo para a salvação. O crescimento da graça no crente, leva-o a continuar crescendo em entendimento e capacidade espiritual.

A capacidade espiritual é vista em menor confiança no que é visível (capacidades humanas e qualidades carnais) e maior confiança no que é espiritual (capacidades invisíveis e qualidades divinas - Fil. 3:8-10). É sutil esse crescimento, mas verdadeiro e constante. É como a semente lançada à terra que verdadeiramente, brota e cresce, mesmo que não saibamos como (Mar 4:26-29) ou como o homem que desde seu nascimento se modifica até tornar-se adulto (I João 2:12,13).

A graça se expressa pela fé, virtude, ciência, temperança, paciência, piedade, amor fraternal e divino (II Ped 1:5-7). Essas graças podem aumentar (Rom 15:13; II Cor 8:7; II Tess 1:3; Tiago 1:4) e aumentam através do poder do Espírito Santo (Rom 15:13).

Mesmo que o crescimento na graça ocorra através do poder divino, somos instruídos a crescer na graça (II Ped 3:18). Esse crescimento findará em uma sensibilidade maior às obras e desejos de Deus que às obras do mundo. Se temos responsabilidade de crescer na graça, devemos ter os meios para atingirmos esse fim. Esses meios são: a oração, diligência à Palavra de Deus, lembrança das promessas de Deus e um olhar mais fixo em Cristo - a Sua vida, exemplo, obediência e palavras.

Aqueles que têm somente a confissão, e não a possessão, têm só regras (Col 2:20-23) e formas (II Tim 3:5) que servem de aparências e modos de vida. Aquele que apenas tem uma confissão pode ser moral e, assim, confundir os que não entendem o que é a graça verdadeiramente, mas a pessoa apenas moral nunca finda na conformidade da imagem de Cristo ou amor à Palavra de Deus.

O propósito do crescimento na graça é o nosso bem (resistência melhor ao maligno, pureza de vida) e a Sua glória (luz de testemunho maior, adoração mais pura - Rom 8:28,29). Os que crescem na graça são proveitosos aos crentes, ao mundo pela obra da igreja e brilham mais e mais para a glória de Deus (II Cor 3:18).

Não são estas razões suficientes de verificarmos que somos em Cristo verdadeiramente?

 
 

Arrependimento Verdadeiro

II Cor 7:10

Os salvos ou aqueles que pretendem ser salvos, certamente compreendem o sentido da palavra ‘arrependimento’. Não há salvação verdadeira sem arrependimento (Heb 12:14). Devido o arrependimento ser um elemento básico para a salvação, os hipócritas buscam ter uma aparência de arrependimento. Eles agem dessa maneira, ou para enganar os outros ou porque não conhecem o verdadeiro arrependimento. Existe tristeza segundo Deus e há tristeza do mundo. Podemos distinguir a tristeza, segundo Deus e, segundo o mundo. A primeira conduz à salvação e o segundo, à morte. Convém distinguir as diferenças e, assim, concluir que o arrependimento verdadeiro é uma marca presente naqueles que possuem a salvação verdadeira.

O arrependimento verdadeiro é marcado por cinco distinções. Essas marcas podem ser vistas claramente em I Reis 8:47-50.
 


Essas marcas ou caraterísticas do arrependimento são, "segundo Deus", pois não são obras da lei ou de um mero desgosto advindo das conseqüências do pecado que ,naturalmente, qualquer homem tem. O homem que se arrepende "segundo Deus" evidencia a obra do Espírito Santo na sua vida. O Espírito Santo utiliza-se do amor de Deus e das instruções da Palavra de Deus para apontar a Deus em Cristo (Gal 5:22; João 16:8). Se Deus não dá o arrependimento, não há arrependimento verdadeiro como Esaú nos ensina (Heb 12:17; Gên. 27:34,38; Rom 2:4). O clamor do inferno pediu um sinal forte para que os cinco irmãos do homem rico não viessem onde ele sofria, achando que tal sinal daria o arrependimento. Mas, se Deus não for misericordioso, não há fé ou arrependimento nenhum, apesar do sinal (Luc 16:30,31; II Tim 2:25, "se porventura Deus lhes dará arrependimento ..."). Sinais, que não estão acompanhados da graça de Deus, só endurecem os corações (Faraó, Êx. 9:34,35; Rom 9:15-18; e os homens ímpios em Apoc 9:20; 16:9,11). Então a pergunta: O seu arrependimento é fruto da obra do Espírito Santo ou é uma maquinação da carne?

O arrependimento verdadeiro, que é "segundo Deus", é uma tristeza que agrada a Deus, pois é uma tristeza do pecado igual àquela que Deus tem, ou seja, é um ódio do pecado. Esse arrependimento, "segundo Deus", vê-se em Davi que se contristou do seu pecado (II Sam 12:13, "pequei contra o SENHOR"; Sal 51:3,4) e também no filho pródigo (Luc 15:18, "Pai, pequei contra o céu e perante ti"). Nisso se vê o arrependimento verdadeiro. Aquele que tem ódio do pecado, não só lamenta o pecado, mas confessando o, abandona o. De outra maneira, seria evidência da "tristeza do mundo". O que tem o arrependimento "do mundo" é triste, não pelo pecado, mas por não poder mais gozar das concupisciências da carne (I João 2:16). Caim tinha essa "tristeza do mundo". Ele desgostou das conseqüências terríveis do seu pecado, mas não do pecado em si (Gên. 4:13,14).

A "tristeza segundo Deus", o arrependimento verdadeiro", é fruto da salvação verdadeira. É verdade que pelas graças gêmeas, o arrependimento e a fé’ (Luc 13:3; Atos 16:31; Atos 20:21), chegamos à salvação. Também é verdade que continuamos arrependendo-nos e crendo depois da salvação (Col 2:6; Gal 2:20, "Já estou crucificado com Cristo"; I Tess 4:1, "para que possais progredir cada vez mais"; I João 2:6). O arrependimento verdadeiro, "segundo Deus", nos leva para maiores bênçãos da salvação. Por isso, Paulo diz que é "para a salvação" (Gill). Às bênçãos dessa salvação diária e eterna, verdadeiramente, ninguém se arrependa! Paulo achava aquilo que era glorioso à carne como a escória em comparação às glorias da salvação (Fil. 3:8). Conhecendo a pessoa de Cristo é vida eterna (João 17:3; I João 1:3). Mas aquela "tristeza do mundo" opera a morte (II Cor 7:10). Tanto Judas (Mat. 27:4,5) quanto Aitofel (II Sam 17:23) nos dão testemunhos dessa tristeza. Os dois entenderam que haviam errado e tinham tristeza pelo mal que fizeram, mas em nenhum dos casos não passou de remorso. Não confessaram os erros para serem perdoados e, tampouco não abandonaram o mal ou procuram voltar a fazer o certo. Os que têm a tristeza que vem do mundo, da própria carne, são levados à morte por doenças ou situações que findam em morte ou para a morte pelas suas próprias mãos. É melhor procurar o arrependimento que é para a salvação.

Se você é verdadeiramente um possuidor daquela tristeza que é segundo Deus, ela o levará à uma vida cada vez mais pura. Se você é só um hipócrita, terá a tristeza do pecado, mas essa tristeza não o levará à uma vida mais pura, senão à uma vida cada vez mais suja.

Como é a sua tristeza? É segundo Deus ou do mundo? Ela te conduz a Deus ou ao mundo? Opera gozo da sua salvação, ou opera a morte? Aí é entendida a diferença entre o possuidor verdadeiro e o hipócrita.


 

Reconhecimento Contínuo de Pecado

Esdras 9:6

É marcante, na Bíblia, os casos dos que se encontraram particularmente com o Senhor Deus. Estes, que já se encontraram com o Deus verdadeiro, não se sentem orgulhosos de estar na presença de Deus, mas lamentam a presença dos seus pecados.

Jó - Jó 40:3-5; 42:5,6
Isaías - Isa 6:1-5
Jeremias - Jer 1:4-10
Daniel - Daniel 10:7-11
Paulo - Atos 9:3-8
Os que vivem na luz reconhecem "a chaga do seu coração" (I Reis 8:38) e sentem picadas nos rins e desfalecem os seus corações e ânimos (Sal 73:21-28). Quanto mais o santo crê na fé mais terrivelmente o pecado é conhecido. Mesmo depois de anos de vida espiritual, nota-se que o Paulo usava o verbo no presente quando falava da sua condição pecaminosa (Rom 7:18-24, "Miserável homem que eu sou!"; I Tim 1:15, "dos quais eu sou o principal"). Os Cristãos, os que são possuidores da fé verdadeira, por reconhecerem os seus próprios pecados, tampouco recebem a glória dos homens, pois sabem o que está no homem (Atos 14:8-18, "Nos também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões").

Não resta dúvida que o caminho do justo é como a aurora que vai brilhando cada vez mais nas suas glórias (Próv. 4:18), mas, quanto mais gloriosa é realizada a posição em Cristo, mais é vista a impiedade do pecado (Sal 36:9; 90:8).

Os que somente professam conhecer a Deus, mas não possuem a luz da Sua santidade, são bem diferentes. Esses fraudulentos pensam que a luta com o pecado já acabou e estão prontos a se gabaram dos seus grandiosos feitos de espiritualidade na força da carne (Luc 18:12). Quanto mais atividades fazem, mais se acham com direitos de replicar a sua própria justiça (Mat. 7:22). Os que somente professam Cristo tampouco desprezam a glória do homem (Mat. 23:5). É natural que os professores fraudulentos tenham uma aparência de piedade, mas o poder de Deus nas suas vidas, que leva ao reconhecimento crescente do pecado, está longe das suas experiências (II Tim 3:5-9).

Como é o pecado na sua vida? Ele causa uma luta contínua ou é uma experiência delegada ao passado?

 
 

Um Desejo Maior para a Glória de Deus

Fil. 3:10

O que é pode provocar tais comentários?

 

O que pode originar tais ações?


Uma coisa única provou tais decorações e ações: o desejo de viver para a glória de Deus. Os que conhecem a Deus verdadeiramente se tornam fortes e fazem proezas (Dan 11:32) que redundam para a glória de Deus. Os verdadeiros possuidores de Cristo sabem do que foram salvos. Lembram-se da escravidão da concupiscência da carne e dos olhos e da soberba da vida (I João 2:16; II Cor 4:4; Efés 2:1-3). Não é com sorrisos que se lembram de tais coisas. Os verdadeiros conhecem a transgressão e condenação da lei, pois se julgam pecadores (Rom 7:9-13, 24; I Tim 1:15). Para os Cristãos, os possuidores de Cristo, a ira de Deus não é apenas uma teoria (João 3:36), pois viviam nessa situação. Os que conhecem verdadeiramente a Deus, sabem bem do que foram salvos. Conhecem que a salvação é à santidade; à piedade; à uma vida nova - II Cor 5:17; Efés 4:1-7; ao reino da luz; e a presença eterna com Deus em glória. Sabem que a vida que vivem pela fé, agora está em prol dAquele que se entregou a si mesmo por eles (Gal 2:20). Para o Cristão verdadeiro, viver para a glória de Deus é razão suficiente para passar por qualquer sofrimento na carne.

Os hipócritas, os falsos professores, conhecem feitos grandiosos (Mat. 7:22) e posições prestigiadas entre os homens (Luc 11:43). Os que somente falam de ter Cristo possuem o desejo de ter poder com Deus (Atos 8:19) e até podem conhecer o Espírito Santo nas suas vidas (Saul - I Sam 11:6; 16:14; 19:20; Balaão - Num 22:8-13; II Ped 2:15; Judas 11; Apoc 2:14). Todavia esses desejos não se originam de desejos celestes, mas terrenos (Fil. 3:19), ou seja, nunca para a glória de Deus. Como Balaão, esses amam o lucro que uma profissão de Cristandade pode dar (II Ped 2:15, "amou o prêmio da injustiça") ou a glória entre os homens que pode trazer (Judas 11-16, "admirando as pessoas por causa do interesse"). Na verdade, o seu deus é o seu próprio ventre (Fil. 3:19) e a glória do homem (Mat. 23:5). Os falsos só têm aparência de santidade (II Tim 3:5-9), mas somente para satisfazerem os desígnios ímpios da carne.

O que é que estimula você à obediência à Palavra de Deus? É a glória que Deus recebe pela obediência, mesmo que esta custe à carne, ou é a aceitação entre os homens que a aparência de obediência traz?



 
 

Submissão à Palavra de Deus

Provérbios 1:23-33

A Bíblia é clara: somos conhecidos pelas nossas ações. Sim, "até uma criança se dará a conhecer pelas suas ações, se a sua obra é pura e reta.", (Próv. 20:11). É o mesmo princípio que Jesus ensinou aos discípulos, para que soubessem quem eram hipócritas, os falsos professores (Mat. 7:16, "Por seus frutos os conhecereis"). O homem tem a tendência de justificar suas ações, ou por meio de erros dos outros (Adão e Eva - Gên. 3:12-,13) ou pelas intenções dignas (Saul - I Sam 15:21). A tendência da natureza do homem não modifica a natureza de Deus. Apesar do que o homem queriam pensar, "Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau." (Ecl 12:14).

Uma distinção marcante entre os Cristãos e os hipócritas é a sua reação ao ministério da Palavra de Deus.

Nem todos os que são de Israel são israelitas (Rom 9:6) e a palavra dada por Deus a Israel por Isaías, claramente, mostra isso (Isa 48:1). Entre eles, existiram muitos que foram chamados de Israel, andaram no meio dos Israelitas, participaram dos feitos milagrosos e até, exteriormente, tinham aparência sincera de serem zelosos pelo nome do Senhor. Mas não eram todos possuidores verdadeiros. O Deus que conhece os corações (João 2:25; I Sam 16:7), sabe que a aparência não era em verdade nem em justiça. A prova que Deus deu de serem falsos professores eram as suas obras. Não deram ouvidos à Sua Palavra (Isa 48:8).

Quando uma pessoa não se submete à Bíblia, o seu fim será a perdição e a destruição (Deut 8:19,20; Josué 5:6; Próv. 1:23-33). Verdadeiramente, o hipócrita será conhecido pela sua falta de submissão à Palavra de Deus.

Todavia, os possuidores verdadeiros, os Cristãos, mostram uma submissão e prazer crescente à Palavra de Deus. Ela é o gozo dos seus corações (Jer 15:16), luz para os seus caminhos (Sala 119:105) e o guia para não entrarem no pecado (Sal 119:11). É verdade que a Palavra de Deus não é sempre suave, até para os crentes (Davi - II Sam 12:7, "Tu és este homem."; Paulo ao Pedro, na presença de todos - Gal 2:14, "Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?"). A Palavra de Deus pode ser como um martelo (Jer 23:29) e uma espada (Heb 4:12). Mesmo assim, o verdadeiro possuidor submete-se à Ela. Jamais, o verdadeiro apela para a sua intenção ou para os erros dos outros a fim de desculpar o seu pecado.

Que atitude você toma para com a Palavra de Deus? É um ritual ou um relacionamento? A sua reação é de endurecer o seu pescoço diante dEla ou de aceitar o estímulo que Ela provoca (Heb 10:24)? Não se pode ter um andar com Deus e um coração duro em respeito a Sua Palavra ao mesmo tempo. Se até uma criança se dará a conhecer por suas ações, tanto mais será o crente verdadeiro?

Qual é a sua atitude para com a correção da Palavra de Deus?



 
 

Perseverança na Fé

Fil. 3:14

É fácil falar sobre a vida Cristã, mas é difícil vivê-la. É cômodo levar Cristo no peito, mas é incômodo ter peito para levar Cristo. Não é o que dizem à multidão sobre a sua fé que importa a Deus, mas o que a fé de uma pessoa a faz ser. Uma maneira de distinguir os Cristãos verdadeiros dos hipócritas é olharmos o fim da confissão. A perseverança na fé é uma marca importante da Bíblia que mostra os que realmente têm a graça de Deus nas suas almas.

Jesus fez da obediência a marca característica, quando Ele determinou que aquele que entrará no reino dos céu é "aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus" (Mat. 7:21). Porém, obedecer às regras da Palavra de Deus para que qualquer um seja aceito por Deus não é a vontade de Deus. Atingir o reino dos céus através de obras quaisquer nunca foi e nunca será vontade de Deus (Rom 11:6; Efés 2:8,9). Cristo não está ensinando que pelas obras o pecador é justificado, nem que as obras ajudam a se manter justificado. A justificação eterna é dada pela obra de uma só pessoa: Jesus Cristo (I Ped 3:18, "... Cristo padeceu uma vez pelos pecados ... para levar-nos a Deus ..."; I Tim 2:5,6, "... um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem."; João 14:6, "... ninguém vem ao Pai, senão por Mim."). Jesus quer ensinar-nos que aquele que é dEle fará as obras que agradam ao Pai. Só aquele que depende completamente de Cristo Jesus para a sua salvação eterna é que vai ter o amor que estimula a obediência contínua segundo a vontade de Deus (João 14:5; 15:1-8). Se qualquer um faz qualquer obra para ser justificado ou para se manter justificado, será igual àqueles a quem Deus dirá: "Nunca vos conheci; apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade." (Mat. 7:23). Esses acharam que as obras determinaram e provaram a sua justificação. Jesus os ensina que não são somente as obras que provam a condição do coração, mas a razão pela qual as obras são feitas.

Aquele que, por já ser uma nova criatura em Cristo, e por amor a Deus, obedece a Palavra de Deus, tem nele o que fará tal obediência eternamente. Esse perseverará continuamente e será aceito no reino dos céus.

Aquele que, por razão de emoção, filosofia, intenção nobre, pressão por terceiros ou por causa de uma doutrina falsa, obedece a Palavra de Deus, não tem nele o que fará a obediência à Palavra de Deus eternamente. Esse desistirá um dia e mostrará a sua condição real. Jamais, esse tinha ou terá direito de ser aceito no reino dos céus.

Tiago ensina tal lição de Jesus e, pela inspiração do Espírito Santo, diz: "Aquele porém que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecediço, mas fazedor da obra, este tal será bem aventurado no seu feito" (Tiago 1:25).

Tendo um entendimento claro do que Cristo quer ensinar em Mat. 7:21, podemos regozijar melhor na verdade de Mat. 10:22, "... aquele que perseverar até ao fim será salvo." O salvo, o possuidor verdadeiro, é o único que tem a graça de Deus por Jesus Cristo de continuar até o fim apesar das aflições, perseguições, torturas, tentações ou da morte diária à carne. O salvo irá perseverar "até o fim" (Mat. 24:9-13; I João 2:18,19).

É a graça superabundante de Deus que capacita o Cristão a operar segundo a vontade de Deus, "até ao fim" (I Cor 15:10; II Cor 1:12; I Ped 5:10). É por Cristo que o salvo pode fazer o que deve na vontade de Deus (Fil. 4:13; Judas 25). É Deus que efetua que o verdadeiro sempre triunfa em Cristo (II Cor 2:14-17; Fil. 2:13). Por ser habitado pelo Espírito Santo, o salvo será poupado no dia do julgamento (I Cor 3:14-16).

O hipócrita, porém, é levado para a destruição. Ele depende da sua própria força mental, espiritual e física para ‘viver’ a vida aparentemente Cristã. Podemos observar que a mente é poderosa, mas não Toda-poderosa (Mat. 6:27; Luc 12:25,26). Mais cedo ou mais tarde, os hipócritas cansarão, se decepcionarão, se afastarão ou de outra maneira cessarão de a tentativa de ter uma vida consagrada conforme a vontade de Deus (Próv. 12:7). Há muitos na Bíblia que têm aparência, mas não perseveram. Esses são fontes sem água, nuvens levadas pela força do vento, os quais "a escuridão das trevas eternamente se reserva". Pela falta de perseverança revelaram que eram, realmente, os hipócritas (II Ped 2:12-22).

Como é o seu caminhar? É pela graça de Deus? O próprio Deus está capacitando-o a morrer à carne para a Sua glória? O amor a Deus o incentiva à obediência da Palavra de Deus custe o que custar?

Ou, será que existe uma razão outra (tradição, expectativa familiar ou religiosa, vã glória, etc.) que o incentiva ter aparências convincentes de um crente?

Podemos enganar a nós mesmos e aos outros, mas não a Deus. Ele sabe os que são dEle (II Tim 2:19).

O Cristão verdadeiro perseverará.
Leva esforço - mas é esforço espiritual
Necessita da morte - a morte diária à carne
 
Você tem essa marca característica? Por Cristo essa nova natureza vem.

 
 

 
 

Amor Pela Palavra de Deus

Jer 15:16

A atitude que alguém tem para com a Palavra de Deus, mostra se a sua confissão é verdadeira ou não. Cristo, que conhece os corações (I Sam 116:7; Mat. 9:4; João 16:30), poderia declarar aos Fariseus que velavam apenas a aparência: "Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus." (Mat. 22:29). Os Fariseus eram hipócritas e a atitude deles para com a Palavra de Deus revelava isso.

Para o hipócrita, a Bíblia é insuficiente. Sonhos, sentimentos, visões e experiências são de tanta valia quanto as Escrituras dadas pela inspiração pelo Espírito Santo. Os apóstolos (II Pedro 1:16-19) e os novos convertidos no Novo Testamento (Atos 2:42) ficaram atentos às Escrituras e não às experiências maravilhosas. Para os Cristãos, possuidores verdadeiros, a Palavra de Deus é suficiente.

Os falsos, os hipócritas, têm ações grandiosas (Mat. 7:22), crêem em Deus de maneira apenas intelectual (Tiago 2:19), praticam religião minuciosamente (Luc 11:42), mas não conhecem o amor íntimo pela Palavra de Deus que vem de uma devoção pelo autor das Escrituras. Esse amor é visto somente pelos verdadeiros possuidores, os Cristãos (Rom. 7:22).

A Palavra de Deus é gozo e alegria para o coração do verdadeiro, pois é alimento espiritual (Jer 15:16). Para o cristão, as Escrituras são leite racional (I Pedro 2:2), comida forte (Heb 5:12,14) e mais doces que o mel e o licor dos favos (Sal 19:10). Para o Cristão, as Escrituras Sagradas revelam Jesus Cristo, o pão (João 6:35) e a água da vida (João 4:10-14). Enquanto a Palavra de Deus é lida e obedecida, a sua alma regozija como tendo alimentação deliciosa à vontade (João 10:9; Sal 23:2). Às vezes, pelo engano do coração ou pela opressão que vem com a obra de Deus, o homem de Deus pode ousar deixar de crer e de falar da Palavra de Deus. Mas isso por um pouco de tempo. Logo a Palavra de Deus, que é poderosa e é vida, não permita que seja esquecida ou escondida (Jer 20:9; Heb 4:12).

A Palavra de Deus, para o verdadeiro, é um espelho valioso (Tiago 1:23-25), uma luz necessária para o caminho (Sal 119:105), são suas meditações de dia e de noite (Sal 1:2) e o único meio de ter comunhão com Deus (Sal 119:9). A Bíblia é a ajuda necessária para não se pecar (Sal 119:11); mais preciosa do que qualquer quantia de dinheiro (Sal 119:72) e é a sua sabedoria (Sal 119:98,99). Para o verdadeiro, os seus mandamentos nunca são pesados (I João 5:3), mas suficientes para o sucesso verdadeiro da sua vida (Josué 1:8; I Tim 4:15) e qualquer obra de Deus que faz (I Cor 2:1-5).

Como é a Palavra de Deus na sua vida? Ela é a palavra final para sabedoria, justiça, obediência, amor e adoração? Ou, ela é tida somente como um livro entre muitos que contém idéias boas, história animadora como qualquer literatura de alto padrão? A Palavra de Deus é a sua meditação?

O teu próximo está lendo a sua vida como se fosse um livro. O que ele está lendo da sua vida pela sua atitude da Palavra de Deus?

 

 

Amor Uns para com os Outros

I João 4:20

Amar uns aos outros é uma característica infalível dos que são possuidores verdadeiros da fé Cristã (João 13:35). Esse amor tem que ser qualificado, pois não é da maneira como é descrito pela maioria. Alguns acham que o amor Cristão ignora ou aceita uma ação ou doutrina falsa por um "irmão". Se for assim o amor verdadeiro, Jesus não o conhecia (Mat. 21:12; 12:34), nem o Espírito Santo (João 16:8), nem Paulo (Gal 2:11). Se o amor verdadeiro é a aceitação do erro, os da igreja de Pérgamo foram alertados indevidamente (Apoc 2:14,15) e a instrução de Paulo aos Romanos: "E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviar-vos deles" não teria sentido (Rom. 16:17; Efés. 5:11).

Mas, o amor verdadeiro é aquele que ama a imagem de Cristo no semelhante; que folga com a verdade (I Cor 13:6) e faz a distinção entre os "irmãos" falsos e verdadeiros ("noteis os que ... contra a doutrina que aprendestes", Rom. 16:17; Fil. 3:17). Os verdadeiros amarão a piedade (Tito 2:11-15), terão um crescimento contínuo na graça (II Pedro 3:18), darão testemunho de um arrependimento verdadeiro (II Cor 7:10) e reconhecerão continuamente o seu pecado (Esdras 9:6). Ainda mais, os verdadeiros exemplificarão um desejo crescente de viver para a glória de Deus (Fil. 3:10), submeter-se-ão à Palavra de Deus (Próv. 1:23-33), perseverarão na fé (Fil. 3:14) e terão amor pela Palavra de Deus (Jer 15:16). Assim se conhece um possuidor verdadeiro e o hipócrita.

O amor verdadeiro é mais que uma atitude, uma posição, um sentimento ou uma crença. É uma ação. A fé sem as obras é morta (Tiago 2:20), também o amor verdadeiro procura evidenciar-se. Por causa de amor perdoaremos uns aos outros (Efés. 4:32), oraremos uns pelos outros (João 17:9; Tiago 5:16) e considerar-mo-emos uns aos outros com estímulos ao amor e às boas obras (Heb 10:24). Por causa do amor, colocaremos nosso dinheiro em ação para os nossos irmãos na igreja (Atos 4:32-35; Rom. 15:26) e os especialmente na obra (Gal 6:6,10; Fil. 4:10). Amor verdadeiro é ativo para o bem dos outros (I Cor 13:4-7).

Os hipócritas também têm amor, mas é um amor que opera para a sua própria glória e nunca para a glória de Deus. Os falsos se encontram na cadeira de Moisés atando fardos pesados e difíceis de suportar, pondo os sobre os ombros dos homens, amando os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e serem chamados pelos homens: Rabi, Rabi, mas não querem ajudar ninguém a obedecer o que é honroso (Mat. 23:1-7). Os falsos estão interessados em proclamar as suas próprias justiças, pisando nos de condição inferior (Luc 18:11,12). Os falsos amam sim, mas o que eles amam? Não são uns aos outros que amam, a não ser para proveito pessoal (Mat. 27:25). Eles amam o caminho de Caim (Judas 11), que era o caminho da inveja da aceitação de que Deus favorece os obedientes. Os falsos amam o prêmio de Balaão (II Pedro 2:15; Judas 11; Apoc 2:14), que é a injustiça se tiver o preço certo. Os falsos amam a liberdade se ela permite a satisfação das suas próprias concupiscências, como Coré (Judas 11). O fim desses é a perdição e não aceitação por Deus (Fil. 3:19; II Pedro 2:17; Judas 12,13).

Tenha cuidado quando se fala de amor com certos "crentes". Pode se ver o grau de amor que possuem quando são repreendidos. Como a sabedoria é justificada por seus filhos (Mat. 11:19), o amor verdadeiro é justificado também (João 13:35; Mat. 7:15-20).

Os filhos do amor estão evidentes na sua vida?

 
 
 
 

Conformidade à Imagem de Cristo

Rom. 8:29

A alegria sublime para qualquer criatura de Deus deve ser a de que O Criador seja glorificado. Se o filho deve honrar o pai, e o servo o seu senhor (Malaquias 1:6), então, nada mais racional que o Criador ser honrado pelas criaturas da Sua mão. O homem, pelo pecado, se corrompeu, e parte desta corrupção é a autoconfiança, a auto-admiração e auto-suficiência (Rom. 3:10-18). Para o homem pecador, Deus está relegado à uma posição de ajudante ou colaborador do homem, seja na esfera de religião, psicologia, filosofia ou na praticabilidade de vida.

A mensagem da Bíblia que revela a vontade de Deus é que o sábio não deve se gloriar na sua sabedoria, nem o forte na sua força; e nem o rico nas suas riquezas mas que aquele que se gloriar, glorie-se em entender e conhecer a Deus que Ele é o SENHOR, o soberano (Jer 9:23,24; I Cor 1:31)! Essa glória deve ser contínua por toda vida, até no comer e no beber (I Cor 10:31). Os que vivem somente para a glória de Deus são os que o Senhor louva (II Cor 10:17,18).

Por amor de Deus, Cristo Jesus foi enviado para salvar o que Deus havia se perdido (Luc 19:10). Pela obra divina de regeneração, o homem pecador se torna uma nova criatura que quer e pode glorificar O Criador como O agrada (Efés. 2:4-10; I João 5:18).

A glória que Deus quer receber é por Seu filho Jesus Cristo. O Pai ama o Filho, tanto que entrega tudo em Sua mão (João 3:35; Mat. 28:18). É por Cristo, e Cristo somente, que o Pai é comprazido (Mat. 3:17; 17:5). Deus não divide a Sua glória com outro (Isa 42:8) e não a divide com Cristo, mas Cristo é o próprio Deus (Mat. 1:23; João 10:30; Heb 1:8; Judas 24,25). Se vemos Cristo, conhecemos a Deus (João 14:7-10).

A conformidade à imagem de Cristo é uma marca preeminente dos que conhecem Deus verdadeiramente. O propósito da própria salvação que O Pai opera é a conformidade à imagem de Cristo (Rom. 8:29). Ninguém pode amar a Deus de maneira correta sem amar a Cristo. Cristo é o caminho a Deus, o único caminho (João 14:6). Cristo é o mediador entre o homem e Deus, o único mediador (I Tim 2:5). Ser feito conforme a própria imagem de Cristo é o propósito da salvação. Aqueles que pertencem a Deus tem uma união com Jesus que é única (João 17:20-23). Aqueles que pertence a Deus confessam Cristo de coração, que é uma confissão para a justiça, vida e salvação. A confissão de Cristo é vista através de uma vida de obediência alegre à todas às suas palavras, pois vem de um coração novo e amoroso por Ele, algo que os falsos não têm (Gill, comentário do I João 4:15, Online Bible). Essa conformidade à imagem de Cristo é refletida na vida pública, pois uma imagem é uma representação fiel (Dicionário Aurélio Eletrônico).

Aqueles que têm a imagem de Cristo terão o testemunho de que têm estado com Jesus (Atos 4:13), de que têm sido ensinados por Ele (Luc 10:39) e, no fim desta vida, de que serão como Ele (I João 3:2). Se Cristo perdoou os culpados (Luc 23:34), lavou os pés dos santos (João 13:5), comungou constantemente com o Pai (Luc 6:12; João 17) e glorificou o Pai na terra pela obediência completa (João 17:4; Fil. 2:8), os que estão sendo feitos conforme a Sua imagem agirão de forma igual cada vez mais (Próv. 4:18; I Cor 1:30, "santificação"; I Cor 6:11). Convém nós nos examinarmos para ver se essa representação está sendo feita em nós.

Aqueles que, falsamente, dizem ser de Cristo, os que têm testemunhas vazias, realmente querem passar a imagem de que amam a Deus, mas têm problemas sérios com Cristo. Para esses uma confissão pública de Cristo os envergonha (João 12:42-50). Os que estão fingindo ser de Cristo acham a Sua palavra insuficiente. À mensagem de Cristo como Salvador querem adicionar as obras da igreja (oração, batismo, ceia), as obras do Espírito Santo (línguas, ousadia, emoção), mandamentos ou tradições dos homens (Mar 7:6-9) e as boas obras em prol da humanidade (caridade ou moral). Nisso, estão querendo "estabelecer a sua própria justiça" (Rom. 10:1-3). Os fictícios querem ter uma imagem de amor a Deus, mas na realidade é um amor a si e a glória do mundo (Luc 18:11; II Tim 3:1-5; 4:1-4; Judas 11). O pior de tudo é que esses enganados, que podem crer em Deus ou até fazer obras na esfera da igreja, não são conhecidos por Deus (Mat. 7:23), pois não têm a imagem do Seu Filho.

A imagem de Cristo ou do homem está sendo feita na sua vida?



 
 

Fruto que Agrada a Deus

João 15:1-7
Sal 51:16,17

Pelo texto lido em, Salmos 51: 16,17, percebe-se que o que Deus deseja é diferente do que o homem gosta de produzir. O homem é controlado por um coração enganoso (Jer 17:9), de um entendimento finito (Isa 55:8,9), de olhos obscurecidos pela ignorância (Sal 73:17,26) e de ânimos instáveis (Rom 7:14-20). Deus é infinito em tempo, conhecimento, presença e poder. Além disso, Deus é santo e soberano. Por isso é declarado que Seus caminhos e pensamentos não são os nossos (Isa 55:8,9). Por essa diferença entre Deus e o homem, os cristãos, os verdadeiros possuidores de fé dão fruto diferente dos hipócritas, os falsos professores da fé.

Quando consideramos as diferenças entre os hipócritas e os cristãos, o fruto que cada um produz deve ser considerado. O próprio Deus considera o fruto de cada um, e pelas ações de cada um o julgamento será regido (Ecl 12:14; Luc 12:1,2; os salvos - Rom. 14:10-12; II Cor 5:10; os não salvos - Apoc 20:11-15).

O fruto do verdadeiro Cristão é primeiramente espiritual. Por Cristo ser a videira verdadeira e o Pai o lavrador (João 15:1), o fruto é espiritual. O Cristão verdadeiro é habitação do Espírito de Deus e devido ao Espírito o guiá-lo (Rom. 8:14), ensiná-lo (João 14:26) e testificá-lo de Cristo (João 15:26) o seu fruto é do Espírito (Gal 5:22). Esse fruto cresce da semente incorruptível (Cristo - I Pedro 1:23-25) que foi semeada pela Palavra de Deus junto com a operação do Espírito Santo (Tito 3:5) e imana virtudes graciosas (II Pedro 1:5-7; I Cor 13). O falso não conhece a Cristo e nem é conhecido pelo Pai (Mat. 7:23). O falso não tem fruto que agrada a Deus, pois está sem Cristo e, sem Cristo, não pode fazer nada (João 15:5). Jamais produzirá fruto espiritual, pois não tem o Espírito de Deus (Rom. 8:9).

Esse fruto do verdadeiro Cristão é também prático. O fruto produzido no homem convertido pelo Espírito de Deus é manifestado publicamente e atinge o mundo. Os frutos chamados amor e longanimidade só se expressam aos outros publicamente, pois são apenas qualidades verdadeiras quando são exercitados para com Deus e aos outros (Tiago 2:15-17). A parábola dos talentos ensina que existe a responsabilidade de usar para a glória de Deus o que Deus tem dado a cada um de nós (Mat. 25:14-30). Quando a vida espiritual é exercitada, uma testemunha pública é produzida (Mat. 5:13-16; Efés. 2:10). Cristo tinha fruto durante a Sua vida terrena, e tal fruto (exemplo de vida, igreja, pregações, submissão e morte de cruz, etc.) é visto ainda hoje. O fruto que agrada a Deus não é algo extraordinário e estupendo para com a sociedade, mas pode ser visto nas atitudes de submissão e respeito aos outros (I Pedro 3:1-7), fruto que permanece além das grande obras extraordinárias. O falso não tem tal fruto prático que aponta para o Verdadeiro. O fruto do falso é somente aparência, algo da boca e não da vida (Jer 12:2). A sua doutrina é dos homens (Isa 29:13; Mat. 15:9) o que torna a sua adoração em vão. O falso não tem a vida que vem do céu por não ser regenerado, não podendo, portanto, produzir o fruto que agrada a Deus e nem é proveitoso ao homem. O falso só tem a sua própria justiça (Rom. 10:1-3).

O fruto do verdadeiro é crescente. O lavrador (O Pai) da videira verdadeira (O Cristo) faz a poda entre as varas para que o que dá fruto, dê mais (João 15:2,5). Por essa atenção divina na vida do verdadeiro a sua vereda é como a luz da aurora que vai brilhando cada vez mais até o dia perfeito (Próv. 4:18). Na vida do verdadeiro, há aperfeiçoamento contínuo (Fil. 1:6). A cesta que, hoje, tem o fruto chamado fé, tem logo a virtude também. Depois de um tempo, existe a ciência e, então a temperança é adicionada. Em tempo oportuno, existe a paciência e a piedade que abre caminho para o amor fraternal e a caridade, trazendo assim um crescimento que é visto na santificação (II Pedro 1:5-7). Por outro lado, o fruto dos falsos vai de mal a pior, sempre aprendendo, mas não podendo chegar ao conhecimento da verdade (II Tim 3:7,13).

O fruto do verdadeiro é também eterno (João 15:12). A própria videira é Cristo e quem está nela tem a vida eterna (João 3:16). A pessoa que se alimenta continuamente de Cristo perseverará à santidade tendo, assim, fruto que é gozado na eternidade. Essa pessoa que está na videira levará outros à vida, pois ela tem um testemunho eficaz (Próv. 11:30; Mat. 5:13-16). O fruto do hipócrita é temporário, pois é banhado pelo vento da doutrina dos homens enganosos (Efés. 4:14), doutores que apregoam fábulas e concupiscências (II Tim 4:3,4) que levam para o pecado e à destruição (Próv. 10:7, 16). Esses serão lançados fora, colhidos e lançados no fogo para arderem para todo o sempre (João 15:6; Apoc 20:11-15).

O fruto que existe na sua vida é proveniente de Deus?

 
 
 

Orações Respondidas para a glória de Deus

João 15:7

Oração verdadeira é atividade de um Cristão verdadeiro. Quando Saulo foi convertido, o sinal que convenceu Ananias de que essa era a pessoa a quem Deus o enviava foi: "ele está orando" (Atos 9:11). Oração tem acompanhado muitas bênçãos na Bíblia. A dedicação do templo de Salomão foi com oração (I Reis 8:22-53). A descida do Espírito Santo sobre Jesus e a voz do Pai do céu foi junto com a oração de Jesus (Luc 3:21,22). A escolha de quem tomaria o lugar de Judas, durante a primeira reunião de negócios da igreja, foi associada com oração (Atos 1:24). O envio dos primeiros missionários da igreja primitiva foi com oração (Atos 13:1-3). A consagração dos pastores para apascentar a igreja de Deus foi com oração (Atos 20:28-36). Não era ausente a oração de manifestação da presença do Espírito Santo com os apóstolos (Atos 4:31).

Os patriarcas como Abraão (Gên. 20:17) e Moisés (Núm. 11:2; 21:7), oravam, revelando que obediência e oração andam juntas. Os sacerdotes, como Samuel (I Sam 8:6), oravam. Também oravam os profetas, como Elias (II Reis 6:17; Tiago 5:17,18), Isaías (II Crôn 32:20), Daniel (Daniel 6:10) e Jonas (Jonas 2:1) ensinando-nos que quanto maior a fé mais ativos devemos ser em oração. Achamos Jó (Jó 42:10), Esdras (Esdras 10:1), Neemias (Neemias 1:4) e Ezequias (II Reis 19:15) orando em várias circunstâncias das suas vidas para que nós sejamos ensinados a ponto de termos esperança (Rom. 15:4). Jesus praticava oração a noite toda (Luc 6:12), quando triste (Mat. 26:39), cedo de manhã (Mar 1:35), junto com os discípulos (Luc 22:32) e também sozinho (Luc 5:16), mostrando-nos como aquele que ora está sendo feito conforme à Sua imagem.

Não é somente a atividade de oração que revela um Cristão verdadeiro, mas oração respondida à glória de Deus (João 15:7). Não é excesso de ousadia dizer que quem é Cristão verdadeiro deve ter as suas orações respondidas. As orações do fiel e verdadeiro Cristão serão conforme a palavra (João 15:7), no nome de Cristo (João 15:16; 16:23) e com o propósito que o Pai seja glorificado no Filho (João 14:13,14), e são essas orações que serão, sem a menor dúvida, respondidas. Essas pessoas são os justos, os que têm um coração quebrantado e são contritos de coração. Na verdade, os ouvidos do Senhor estão atentos ao clamor deles (Sal 34:13-18). Não há como não serem respondidos. Esses estão pedindo não que a sua, mas que a vontade de Deus seja feita (Mat. 26:39; Mat. 6:10), e a vontade de Deus, seguramente, será feita em toda instância (Isa 46:10; Efés. 1:11). Esses tem confiança, pois estão ativos em obediência (Mat. 7:24,25). Para fazerem a oração que agrada a Deus, os cristãos verdadeiros têm o auxílio divino nas suas orações. Jesus intercede pelos seus (João 17; Heb 7:25) e o Espírito Santo ajuda o Cristão verdadeiro a orar da maneira que agrada a Deus (Rom. 8:26).

Não são apenas os verdadeiros cristãos que oram. Os hipócritas oram também. Mas as suas orações estão com eles mesmos e não com Deus (Luc 18:11), e não tem o auxílio de Cristo nem do Espírito Santo. Os falsos costumam dirigir as suas orações aos que têm ouvidos mas não podem ouvir (I Reis 18:26-29; Sal 115:4-8; Jer 2:28). As suas orações possuem o intuito de os tornarem vistos pelos homens e, neste sentido, eles recebem o que procuram (Mat. 6:5) e também o que não procuram (Luc 20:47). Esses que oram sem obediência, são enganados (Tiago 1:22) e pedem mal, pois querem gastar tudo em seus deleites (Tiago 4:3). Pode ser que os falsos, os hipócritas, tenham sucesso aparente na oração ("não fizemos muitas maravilhas?" Mat. 7:22; Mar 13:22), mas se as respostas dadas não glorificam o Senhor Deus, conforme os exemplos da Palavra de Deus, pode-se dizer que não foram respondidas pelo Espírito Santo. O Espírito Santo somente testifica Cristo e, em nenhuma maneira, glorifica o homem (João 14:26; 15:26). Há hipócritas que profetizam (Jer 14:14), doutrinam (II Tim 4:3,4) e oram (Luc 20:46,47).

Como vão as suas orações?
Qual condição de coração indicam as respostas das suas orações?


 

 
 

Aflições por Praticar a Justiça

Salmos 7:1-5

Por mais bênçãos nesta vida, posições em lugares celestiais e promessas fiéis a Deus que o servo de Deus tenha, as marcas, que distinguem o verdadeiro possuidor da fé de Cristo do hipócrita, são as aflições que vêm à sua vida pela pratica da justiça. Sabemos que Estêvão era um homem cheio de fé, do Espírito Santo e de sabedoria (Atos 6:3-5), mas, nem por isso, teve sempre uma vida rodeada de sentimentos de bem estar (conforto físico, ou uma vida regalada dos melhores amigos e posições na sociedade). Esse mesmo homem cheio de fé e do Espírito Santo foi mal-entendido pelos religiosos a ponto destes se enfurecerem em seus corações e rangerem os dentes contra ele (Atos 7:54). No fim, esse homem cheio de fé, do Espírito Santo e de sabedoria foi apedrejado até a morte (Atos 7:59,60). Na última pregação, esse servo fiel de Deus fez uma pergunta que nos interessa: "A qual dos profetas não perseguiram vossos pais?" (Atos 7:52). Sim, os profetas fiéis a Deus mostraram uma peculiaridade que existe até hoje: "todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições" (II Tim 3:12). Aflição por praticar uma vida justa é uma marca que os hipócritas não têm.

Aflição por praticar a justiça é algo freqüente. A qual dos profetas não perseguiram os ímpios? Davi, o ungido do Deus de Jacó, e o suave em salmos de Israel, por quem falou o Espírito do SENHOR (II Sam 23:1,2), sofreu com o arco armado e as flechas postas nas cordas para serem atiradas "às escuras" (sem provocação) mesmo sendo reto do coração (Sal 11:2). Ele se sentiu como a ovelha reputada para o matadouro todo o dia (Sal 44:22; Rom. 8:36).

Essas aflições vêm de fora e de dentro. Por fora, o mundo, pela sua vida dissoluta, enfada o coração dos justos (II Pedro 2:7,8). O mundo, que vive para se encher da concupiscência da carne, da concupiscência dos olhos e da soberba da vida (I João 2:16) acha estranho que não corramos com ele no mesmo desenfreamento de dissolução, e por não entender, blasfema de nós (I Pedro 4:4). De dentro, vêm as aflições juntamente. O Cristão luta com o mundo no seu interior. Por causa da nova natureza o Cristão aprova as maneiras do novo homem e se aborrece com que é do homem velho. Mas o homem velho não é morto ainda, mas luta com o homem novo (Rom. 7:18-23; Gal 5:17). Nessa luta, o servo fiel tem o poder de Deus o amparando, mas nem, por isso, a luta é fácil (Rom. 7:24). O segredo é andar em Espírito (Gal 5:16), não se cansando de fazer o bem porque, a tempo propício, ceifará o fruto da justiça (Gal 6:9). Apesar das aflições, o servo fiel é mais do que vencedor nessa luta (Rom. 8:37), por causa das promessas de Deus e a vitória que Jesus já nos trouxe (I Cor 15:55-58). As aflições dos justos agradam a Deus (I Pedro 2:20), testemunham à glória de Deus (Atos 6:15; II Cor 12:9), manifestam a graça de Deus presente (I Cor 15:10), produzem uma vida mais forte (I Pedro 5:10) e cooperam para o bem (Rom. 8:28). Nesse sofrimento, eles estão sendo feitos conforme à imagem de Cristo (I Pedro 2:21).

Os hipócritas não ficam sem as suas aflições. Para eles, conjuntamente, basta a cada dia o seu mal (Mat. 6:34). Mas as aflições dos ímpios são diferentes das dos justos. O justo, por praticar a justiça, é afligido. Os ímpios, por não praticarem a justiça, são punidos por Deus (Sal 11:5,6). Eles não conhecem o amparo de Deus. Quando vêm a sua assolação, a sua perdição, como uma tormenta, não há consolo nenhum da parte de Deus para eles. Nessas horas, os falsos comerão do fruto do seu caminho, e fartar-se-ão dos seus próprios conselhos (Próv. 1:31). Por ouvirem a Palavra de Deus, mas por não praticá-la, a vida construída pela sua soberba cairá e grande será a sua queda (Mat. 7:26,27; Ezequiel 13:11-14).

Qual é a razão das aflições na sua vida? Vêm por viver piamente ou por viver segundo as suas concupiscências? Nessas aflições, pode qualquer um perceber se você está na fé ou não?

Não procure sair dos problemas que vêm por servir o Senhor. Procure a graça de Deus pois vivemos num mundo amaldiçoado (Gên. 3).

 

 

Missionário Calvin Gardner - Rua Santa Cruz das Palmeiras, 333 - 15.800-000 Catanduva, SP - (017) 523-2675

http://www.geocities.com/athens/olympus/1563

 

 

 

 

Bibliografia

 BÍBLIA SAGRADA. São Paulo, Brasil, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, 1/94.

Dicionário Aurélio Eletrônico. Ver 2.0. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Editora Nova Fronteira, baseado no Novo Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Junho 1996.

GILL, John. Commentary of the Whole Bible. Online Bible, ver 7.0. Winterbourne, Canada, Timnatheserah Inc., www.omroep.nl/eo/bible/software/ps, 1997.

STRONG, James LL.D, S.T.D., Exhaustive Concordance of the Bible. Nashville, EUA, Abingdon, 1980.
 

(retorne à PÁGINA ÍNDICE de SolaScripturaTT / SoteriologiaESantificacao)


Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.