O estudo abaixo é da Way of Life Encyclopedia of the Bible & Christianity, copyright 1994:
A segurança eterna é a confiança, baseada na Bíblia, de que todo nascido de novo tem perfeita, completa e eterna salvação em Jesus Cristo. Logo que um pecador recebe Cristo, ele possui completa e infindável salvação. Ter Cristo é ter uma posição segura diante de Deus (1 Jo. 5:10-13).
“10 Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu. 11 E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. 12 Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. 13 Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus.” (1Jo 5:10-13)
Embora a Bíblia não use o termo “segurança” para descrever o relacionamento do crente em Cristo, ela não deixa dúvida de que o filho de Deus está eternamente salvo em Cristo. A segurança eterna se refere somente àqueles que são nascidos de novo através do arrependimento e da fé em Jesus Cristo. Não se refere aos hipócritas ou àqueles que estão meramente chapinhando nas coisas de Cristo. Os que caem permanentemente nunca nasceram de novo.
1. Por
causa dos termos usados para descrever salvação: “vida eterna” (Jo. 3:16; 1 Jo. 5:11); “completa certeza” (He. 6:11; Col. 2:2); “firme consolação” (He. 6:18); “esperança...segura e firme” (He. 6:19).
2. Por causa do que somos.
As frases seguintes estão no tempo presente; esta é a condição presente de cada
verdadeiro crente
(a) Perdoados (Ro. 4:7; 1 Jo. 2:12).
(b) Justificados (Ro.
5:1,9; Tit. 3:7).
(c) Reconciliados (Ro. 5:10).
(d) Ressuscitados juntamente com
Cristo (Ro. 6:3-6; Co. 3:1,2).
(e) Para sempre filhos de Deus (Ro. 8:15; Ga.
4:4-7; 1 Jo. 3:1).
(f) Santificados em Cristo (1 Co. 1:2).
(g) Nova criatura (2
Co. 5:17).
(h) Aceitos no Amado (Ef. 1:6).
(i) Salvos (Ef. 2:8,9; 2 Ti. 1:9).
(j) Luz no Senhor (Ef. 5:8).
(k) Feitos idôneos para o Paraíso (Col. 1:12).
(l) Completos nEle (Col. 2:10).
(m) Cidadãos do Céu (Fl. 3:20).
(n) Filhos
da Luz (1 Th. 5:5).
(o) Eleitos (1 Pe 1:2).
(p) Nascidos de novo (1 Pe
1:2,23).
(q) Santificados de uma vez por todas (He. 10:10).
(r) Perfeitos
para sempre (He. 10:14).
(s) Passados da morte para a vida (1 Jo. 3:14).
3. Por causa de onde estamos.
(a) Na família de Deus (Ga. 3:26; 1
Jo. 3:2).
(b) Trazidos para perto (Ef. 2:13).
(c) Nos céus com Cristo (Ef.
2:5-6).
(d) Transladados para dentro do reino do Seu querido Filho (Co. 1:13).
4. Por causa do que temos.
(a) Vida eterna (Jo. 3:16).
(b) Paz com Deus (Ro. 5:1).
(c) Um Intercessor no Céu
(Ro. 8:34).
(d) Todas as bênçãos espirituais (Ef. 1:3).
(e) Perdão dos pecados
(Ef. 1:7; Co. 1:14; 2:13).
(f) Selo do Espírito Santo (Ef. 1:12-14).
(g) Acesso
a Deus (Ef. 2:18).
(h) Consolo eterno (2 Tim. 2:16).
(i) Glória eterna (2 Ti.
2:10).
(j) Redenção eterna (He. 9:12).
(k) Misericórdia (1 Pe 2:10).
(l) Um
Advogado para com o Pai (1 Jo. 2:1-2).
5. Por causa do que é
passado
(a) Condenação (Jo. 5:24).
(b) A lei do pecado e da morte (Ro.
8:2).
(c) Morte e ira (Col. 3:3; Ro. 6:11; 1 Ti. 5:9).
(d) Noite e trevas (1
Ti. 5:5).
6. Por causa do que nos foi prometido
(a) Nunca pereceremos (Jo.
10:27-28).
(b) Nunca morreremos (Jo. 11:26).
(c) Receberemos da glória de Deus
(Ro. 5:2). Isto fala da Glória do Reino de Deus.
(d) Seremos salvos da ira (Ro.
5:9).
(e) Gloriosa liberdade dos filhos de Deus (Ro. 8:21).
(f) Redenção do
corpo (Ro. 8:23-24; Fl. 3:21).
(g) Predestinados a sermos conforme a imagem de
Cristo (Ro. 8:28-29).
(h) Não podemos ser separados do amor de Deus (Ro.
8:31-39).
(i) Deus nos confirmará até o fim (1 Co. 1:8).
(j) Aquele que
começou em ti a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Jesus Cristo (Fl. 1:6).
(k) Apareceremos juntamente com Cristo, na Sua glória (Col. 3:3-4).
(l)
Libertos da ira por vir (1 Ti. 1:10).
(m) Não indicados à ira mas à salvação
(1 Th. 5:9).
(n) Herança eterna (He. 9:15).
(o) Herança incorruptível (1 Pe
1:4).
1. As
bênçãos da salvação não podem ser perdidas por causa da natureza da
salvação:
(a) A salvação é eterna (Jo. 3:16,36).
(b) A salvação é uma possessão
presente (Ro. 5; 1 Pe 2:24-25).
(c) A salvação é por imputação e substituição
(2 Co. 5:17; Ga. 2:20; He. 9:10; Ro. 3:24).
(d) A salvação é posicional (Ef.
1:3 -- "em Cristo"; Ro. 6:7; Col.
2:10; 3:1-4,12).
(e) A salvação não é por mérito humano; é um presente da graça
de Deus que não pode ser confundido com nossas obras (Ef. 2:8-9; Tit. 3:3-7;
Ro. 3:19-28; 4:4-5; 11:6).
2. As bênçãos da salvação não podem ser perdidas por causa dos resultados
da salvação:
(a) Vida eterna (Jo. 3:16).
(b) Justificação (Ro. 5:1;
3:19-28).
(c) Paz com Deus (Ro. 5:1).
(d) Assegurada possessão da futura glória
(Ro. 5:2; Col. 3:1-4).
(e) Salvação da ira futura (Ro. 5:9).
(f) Ressuscitados
juntamente com Cristo (Ro. 6).
(g) Transladados das trevas para a luz (Col.
1:12-14).
3. As bênçãos da salvação
não podem ser perdidas por causa do ensino da eleição: a
Eleição não elimina a responsabilidade humana (2 Te. 2:10-13; At. 13:46,48),
mas a eleição promete segurança ao crente (Ro. 8:28-39; Ef. 1; 1 Pe 1:2-7).
4. As bênçãos da salvação
não podem ser perdidas pois a perda de boas obras envolve a perda das
recompensas e oportunidades de ser frutífero, não a perda do relacionamento
eterno com Cristo (1 Co. 3:15; Tit. 3:14; 2 Jo. 8).
5. As bênçãos da salvação
não podem ser perdidas por causa da união do crente com Cristo. O pecador
crente é colocado “em Cristo” e permanece ou cai com Ele (Col. 1:14; Ef. 1-3
-- "em Cristo" mencionado 25 vezes; (He. 9:10; 1 Pe 1:18-23;
2:6,24-25).
1. Não, a
salvação demanda arrependimento (Lc. 13:3-5; At. 2:38-42; 17:30-31). O
arrependimento significa mudança da mente resultando em mudança de vida (2 Co.
7:8-11). A pessoa que nunca mudou sua mente sobre Deus, pecado, Cristo, a
Bíblia, etc. e quem nunca evidenciou esta sua mudança de mente através de
mudança de vida, nunca se arrependeu e nunca foi salvo. Os crentes de
Tessalônica exemplificaram o arrependimento bíblico. Eles “se voltaram para Deus afastando-se dos ídolos, para servir
ao Deus vivo e verdadeiro” (1 Tes. 1:9-10).
2. Não, a salvação requer um novo nascimento e o novo nascimento sempre muda
a vida de um homem (2 Co. 5:17-21; Mt. 18:3-4; Jo. 3:1-18; 1 Jo. 3:10; 3
Jo. 11).
3. Não, a salvação é
evidenciada pela perseverança (Jo. 10:27-28; Col. 1:21-23; He. 3:12-14;
10:38-39; 1 Jo. :19; 3:3). Conforme essas Escrituras, aquele que é
verdadeiramente nascido de novo perseverará em Cristo, ou pode ser melhor dito,
Cristo perseverará nele!
4. Não, a fé salvadora
sempre produz obras (Ef. 2:8-10; He. 11:4, 7, 8; Tiago. 2:14-26). Se alguém
afirma ter fé em Cristo, mas sua vida não reflete as obras de Cristo, esse não
tem a fé bíblica. Uma profissão não frutífera não pode reclamar as promessas de
Deus para a segurança eterna.
A segurança
eterna não implica nas pessoas viverem sem cuidados. A verdade é extremamente
oposta. A Bíblia ensina que a graça de Deus realmente motiva os crentes a
servirem a Deus com um coração grato (Ro. 2:4; Ef. 3:14-19; Tit. 2:11-14).
Quanto mais o crente entende o amor insondável que Deus tem por ele em Cristo,
mais ele quer agradar a Deus.
É importante ainda enfatizar o fato de que a doutrina da
segurança eterna não promete segurança para ninguém que somente professe a
Cristo. No estudo abaixo vemos que a Bíblia liga a eterna segurança apenas ao
verdadeiro crente, aquele que nasceu de novo e o diferencia com o mero
professante. Quem tem a segurança eterna:
(1) Aqueles que permanecem na Palavra
(Jo. 8:31,32).
(2) Aqueles que
seguem a Cristo (Jo. 10:27-28).
(3) Aqueles que geram frutos (Jo. 15:2; Luc.
3:9).
(4) Aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus (Ro. 8:14-15).
(5)
Aqueles que nasceram de novo (2 Co. 5:17; Efé. 2:10; Ga. 6:15).
(6) Aqueles que
foram santificados, separados para longe de um modo errôneo de vida (1 Co.
6:9-11).
(7) Aqueles que demonstraram sua eleição (1 Th. 1:4-10).
(8) Aqueles
que deixaram a iniqüidade (2 Ti. 2:19).
(9) Aqueles que mantêm sua confiança em
Cristo (He. 3:14).
(10) Aqueles que têm uma fé individida & indivisível,
convincente (He. 4:10,11).
(11) Aqueles que evidenciam as “coisas que acompanham a salvação” (He. 6:9-12).
(12) Aqueles que esperam a volta de Cristo (He. 9:28).
(13) Aqueles que se
mantém pacientes e firmes nas tribulações (He. 10:35-39).
(14) Aqueles que
estão na verdade e continuam na verdade 1 Jo. 2:19-21; 2 Jo. 1-2).
(15) Aqueles
que estão se purificando (1 Jo. 3:1-3).
(16) Aqueles que amam seus irmãos (1 Jo.
3:14).
(1) Os
que professam mas não se arrependem (Lc. 3:7-14; Atos 26:20).
(2) Os que
tem mero consentimento intelectual (Jo. 2:23-25; Tiago 2:17-20).
(3) Aqueles
que têm fé conforme arbitram, só acreditando no que querem acreditar, ao
invés de crerem no testemunho das Escrituras (Jo. 6:60-66).
(4) Aqueles que
têm zelo religioso afastado do evangelho (Ro. 10:1-4).
(1) O
cristão pecador está fora de comunhão com o Senhor e com o seu povo (1 Jo.
1:3-7).
(2) O cristão pecador é ajudado e amado pelo Senhor Jesus Cristo (1 Jo.
2:1-2).
(3) O pecador cristão é castigado pelo Pai (He. 12:5-11).
(4) O pecador cristão perde irreparáveis oportunidades de servir e
frutificar (Ef. 5:14-17; Mt. 9:36-38; 1 Th. 5:4-10). O pecador cristão pode
ser perdoado, mas não pode recuperar as oportunidades perdidas e as feridas que
causou por seus pecados
(5) O pecador cristão sofrerá perda no trono do julgamento de Cristo (1
Co. 3:11-15; 2 Co. 5:10; 1 Ti. 6:17-19; 1 Jo. 2:28).
Os seguintes comentários
introdutórios oferecem uma base para lidar com “passagens problemáticas”.
Primeiro, as poucas passagens que apresentam aparentes problemas com a
doutrina da segurança eterna devem ser interpretadas cuidadosamente à luz do
contexto. É fato que o Novo Testamento promete segurança eterna ao
verdadeiro crente. Eu não acredito que Deus não teria dado ensino tão claro e
simples sobre a natureza eterna da salvação, somente para derrubá-lo com um par
de passagens relativamente obscuras. Interpretamos as passagens menos claras
à luz das claras como cristal. Este é um princípio de trabalho que,
acredito, honra a Palavra de Deus, e é o modo adequado de lidar com esta
Palavra. Falsos mestres, por outro lado, se comprazem em usar as [poucas] partes
mais obscuras das Escrituras para derrubar as [muitas] partes claras. [Se
comprazem em] interpretar qualquer das passagens que você mencionou dizendo que
um filho de Deus nascido de novo pode perder seu caminho para a salvação em
face de centenas de passagens claras das Escrituras. Quando o contexto de uma
passagem Bíblica é claramente [indisputadamente] dirigido ao assunto da
salvação [eterna], nunca há dúvida nenhuma sobre a segurança do crente.
Segundo, um problema chave neste assunto é forçar a doutrina da insegurança para
dentro de várias passagens. A isto se chama
eisegesis
(o homem forçar sua opinião
externa [pré-escolhida] para dentro das Escrituras), em contraste com o método
adequada de exegesis
(o
homem formar sua opinião a partir de dentro das Escrituras). Muitas passagens
usadas para apoiar a idéia de que a salvação pode ser perdida nada
absolutamente tem a ver com tal idéia, se a passagem for abordada sem idéias
preconcebidas.
Terceiro, muitos dos que ensinam segurança eterna o fazem de modo não
bíblico. Falhar em enfatizar a necessidade do arrependimento, falhar em
advertir o “professante” casual que professar fé não é o mesma que realmente
possuí-la (de modo bíblico), confortar e partilhar segurança a um professante
que não tenha evidência de regeneração, [tudo isto] é fazer injustiça à
doutrina bíblica da segurança eterna. A Bíblia freqüentemente adverte sobre a
possibilidade de parecer ter sido salvo, enquanto realmente estando perdido;
sobre chegar perto da salvação sem realmente ter sido salvo. Aqueles entre nós
que ensinam segurança eterna não devem ignorar os encargos solenes da Palavra
de Deus tal como em João 8:47 e 1 Jo 3:10.
“Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso
vós não as escutais, porque não sois de Deus.” (Jo 8:47 BRP)
“Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do diabo. Qualquer que não
pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus.” (1Jo 3:10 BRP)
Um exemplo é o ganhador de almas que lidera um descrente na “oração do
pecador” após breve apresentação do “Mapa Romano para Salvação 1-2-3-4” então
lhe dá garantia [de salvação] ali, naquele momento, antes de ter havido
qualquer evidência de que a pessoa genuinamente nasceu de novo.
Vamos agora a algumas passagens mais freqüentemente usadas para minar a
segurança eterna:
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.”
Isto não tem
nada a ver com um crente perder sua salvação. Fazer a vontade do Pai não é
certamente o caminho para o Céu. Isto é a evidência da genuína fé em Cristo. É
a prova da regeneração.
. “11 Mas eu vos digo que muitos virão do
oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no
reino dos céus; 12 E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores;
ali haverá pranto e ranger de dentes.”
Os “filhos do Reino” aqui são os judeus da nação de Israel. Um dos
ensinamentos chave dos Evangelhos é a rejeição de Jesus Cristo por Seu próprio
povo, os judeus. Várias vezes Cristo adverte e reprova os judeus e seus
líderes, mas muitos deles O rejeitam. A primeira metade de Mateus, em
particular, documenta esta temerosa situação.
“... 8 E as loucas disseram às
prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. ... 12
E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. ...”
A parábola das dez virgens foi dada no contexto da vinda de Cristo e do
estabelecimento do reino de Deus em Israel (ver Mt 25:31-34). As virgens tolas
não são verdadeiras crentes mas são descrentes que ouviram falar do retorno de
Cristo mas não agiram a respeito. (1) Elas não tinham nenhum óleo (vv. 3,4), e
o óleo é símbolo do Espírito Santo. (2) Elas esperaram até muito tarde para
obter salvação (v.9). À luz de tudo que o Novo Testamento promete aos filhos de
Deus, as virgens tolas TÊM que ser aquelas pessoas que não estão salvas.
Interpretar isto de outra forma é jogar muitas das mais claras Escrituras para
dentro de confusão.
“.... 24 Mas, chegando também o que
recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que
ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; 25 E, atemorizado,
escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. ... 30 Lançai, pois, o
servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.”
(1) O conceito do homem em relação ao Senhor mostra que ele é um
homem perdido. Ele considera o Senhor “um homem duro” que colhe onde não
plantou. É óbvio que ele não conhece o abençoado Senhor Jesus Cristo! O Senhor
é exatamente o oposto de como este homem O descreve. Ele é doador de Graça e
misericordioso e paciente e manso e longânimo de coração. Ele nos dá MUITO mais
do que merecemos. O fato desse homem ser chamado de servo não significa
necessariamente que ele é salvo. Os judeus são chamados os servos do Senhor,
mas eles não foram todos salvos (Is. 43:10).
(2) O destino daquele homem
também mostra que ele é um homem perdido. Ele é jogado nas trevas externas,
o que é uma descrição do inferno (2 Pedro 2:17; Judas 13). Em nenhum lugar nas
Escrituras se diz que um filho de Deus está nas trevas externas. A Bíblia diz
que os crentes são filhos da luz e não das trevas (1 Tes. 5:5).
(3) Ainda mais, o choro e ranger de
dentes são associados com a danação eterna e o inferno (Mat. 13:42,50;
22:13; 24:51; Lc 13:28). Não é sábio estabelecer doutrina apoiadas [somente]
sobre parábolas. Cada Parábola tem um ponto central [que o único que deve
ser seguramente entendido] e se você tentar entender cada detalhe da parábola
você poderá ter todo o tipo de problemas doutrinários.
“Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a
vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.”
Esta passagem não diz que um verdadeiro crente será jogado no inferno. Ela diz
que a pessoa que não prova ser um verdadeiro crente será jogada no inferno.
Aqueles que ensinam que isso se aplica a um verdadeiro crente forçam tal
interpretação para dentro da passagem. O resto do Evangelho de João torna este
assunto muito claro. Considere João 1:12,13; 3:14-18,36; 4:14; 5:25;
6:37,40,47; 10:27-30; 11:25; 17:2,3; 20:31. Qualquer que seja, portanto, o
significado de João 15:6, em referência ao filho de Deus, NÃO PODE significar
que o verdadeiro crente será rejeitado e jogado no inferno. Isto tornaria as
promessas de Jesus Cristo ao crente uma mentira. Cristo está se referindo aqui
à diferença entre os crentes sinceros e os não sinceros; à diferença entre os
verdadeiros e o falsos crentes. Ele menciona isso em outras passagens do
Evangelho de João. Considere João 2:23-25 e 6:64. João 15 é uma advertência de
que a evidência da verdadeira fé em Cristo é frutificar para Sua Glória.
“... 22 Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus:
para com os que caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se
permaneceres na sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado.
....”
Considere o contexto: Paulo não está se referindo ao assunto da salvação
pessoal. Ele se refere ao assunto dos JUDEUS e seu lugar no programa de Deus.
Paulo está falando no sentido geral sobre os gentios e sobre a nação judaica.
Hoje Deus temporariamente voltou Sas costas aos judeus e está chamando, para
fora das nações dos gentios, um povo que se chame pelo Seu nome. Chegará o dia
em que Deus novamente se voltará para a nação judaica, a fim de cumprir Suas
promessas a ela feitas. Os versículos 24-26 tornam isso claro. Paulo está
falando em sentido geral, não no sentido pessoal. Uma leitura cuidadosa deste
capítulo lustra isso.
“Antes subjugo o meu corpo, e o
reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma
maneira a ficar reprovado.”
O contexto aqui não é a salvação de Paulo mas seu serviço cristão [isto
é, a usabilidade de Paulo no servir a Deus]. Paulo estava preocupado em não ser
lançado de lado no sentido de ser como que colocado numa prateleira [para não
ser usado] durante sua vida, ou que seu serviço fosse rejeitado ou reprovado no
julgamento do trono de Cristo. A mesma palavra grega é traduzida como
“rejeitado”. Paulo não estava com medo de estar perdido. Na mesma epístola ele
ensinou que Cristo preserva o crente(1:7-9). O que ele temia era cair fora do
chamado de Deus para sua vida. O contexto torna isto claro. Ele está falando
sobre correr uma corrida e ganhar um prêmio. Confundir esta passagem com a
salvação é um mal entendido sobre o evangelho de Jesus Cristo. A salvação não é
uma recompensa por um serviço fiel. A Bíblia afirma claramente que a salvação é
pela graça e a graça é a misericórdia de Deus livremente concedida sem a
merecermos (Ef 2:8-9). Qualquer coisa merecida ou recompensada não é graça
(Romanos 11:6). Por outro lado, após termos sido salvos pela maravilhosa graça de
Deus, somos chamados a servir a Jesus Cristo. Somos criados em Cristo Jesus “para
as boas obras” (Ef. 2:10). Se um cristão é preguiçoso e carnal, ele será castigado
pelo Senhor (Heb. 12:6-8) e, se ele não responder corrigindo-se, Deus o mandará
para casa [“como que antes do devido tempo”] (Rom. 8:13; 1 Cor. 11:30; 1 João
5:16).
“De sorte que, meus amados, assim como
sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha
ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor;”
Este versículo não diz que o filho de Deus deve trabalhar PARA [por
isso] ser salvo, nem trabalhar PARA CRIAR OU COMPLETAR sua salvação. Ao
contrário, este versículo diz que o filho de Deus deve trabalhar ME
CONSEQÜÊNCIA de sua salvação. Estas são coisas bem diferentes. Criar minha
salvação, ou trabalhar para obtê-la, significa que eu tenho uma parte em minha
salvação e que, a menos que eu faça minha parte, eu não serei salvo. Por outro
lado deixar minha salvação operar significa que Deus me deu salvação eterna
como um dom livre de Jesus Cristo e é Sua vontade que eu O obedeça, não para me
salvar ou para ajudar a Deus a me salvar, mas PORQUE eu já estou salvo. O
versículo 13 torna claro que é Deus que provê a completa salvação. Obediência,
vida em santidade, é a evidência da salvação. A vida cristã é um milagre de
Deus criado por Ele. O poder da vida cristã é abrigar o Santo Espírito, mas o
cristão não é passivo. Ele é exortado a se deixar ser controlado pelo Espírito
(Ef.5:18), a se deixar ser dirigido pelo Santo Espírito (Rom. 8:14), a caminhar
com o Santo Espírito (Rom. 8:4; Gal. 6:25), a pensar as coisas do Espírito
(Rom. 8:5).
“... 11 Para ver se de alguma
maneira posso chegar à ressurreição dentre os mortos. 12 Não que já a tenha
alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que
fui também preso por Cristo Jesus. ...”
Como podemos saber que o versículo 11 não está se referindo a ganhar a
salvação através de esforço diligente?
(1) o contexto não está se referindo
à salvação de Paulo, mas ao seu chamado. Ele se esforçou para cumprir a
perfeita vontade de Deus para sua vida. Os versículos 10 e 14 não deixam dúvida
sobre o sentido da passagem. Divorciá-lo do contexto, dizendo que Paulo estava
inseguro de possuir a eterna salvação nega o claro ensinamento das Escrituras e
joga a Bíblia em confusão contraditória.
(2) Paulo disse estar tentando
ganhar um “prêmio” [recompensa por bons serviços] (Fl. 3:14), mas,
em contraste, salvação é um “presente” [logo recebido
gratuitamente, sem ser uma recompensa por obras] a ser usufruído (Ef
2:8,9).
(3) Sabemos que Paulo não estava afirmando em Filipenses 3 que
estava inseguro de que iria ser ressuscitado para fora da morte, porque em sua
própria epístola e em outros pontos ele enfatizou a certeza da ressurreição e a
eterna segurança do crente (Fl. 2:20,21; 1:6; 1 Cor. 15:51-58). O Senhor
Jesus Cristo prometeu ressurreição a todo crente (João 11:25,26).
(4) Filipenses
3:11 é explicado em 1 Timóteo 6:12 e 2 Pedro 1:10-11, que ensina que nós “tomamos
posse da vida eterna” e preparamos uma abundante entrada no reino eterno de
Cristo por nosso serviço a Cristo neste mundo. Isto está falando de
recompensas e coroas.
“Vedes então que o homem é justificado
pelas obras, e não somente pela fé.”
Os católicos
romanos, os membros das seitas, e outros que negam o Evangelho da Graça de
Jesus Cristo, gostam de se voltar a Tiago 2:24 para “provar” que a salvação não
é somente pela graça de Cristo e somente através da fé, mas que
as obras são necessárias. Considere as três observações seguintes:
Primeiro: o contexto é crucial para se entender qualquer passagem bíblica.
Ignorar o contexto é encher a Bíblia de contradições. Tiago não se referia a
salvação, ele se referia à vida cristã. Observe o versículo 14...
“meus
irmãos...” Ele está contrastando a fé morta com a verdadeira fé bíblica
(vers.14-17). “Assim também a fé, se não tiver as
obras, é morta em si mesma” (versículo 17). Ele está dizendo que a
verdadeira fé é evidenciada
pelas obras. Paulo, por outro lado, se refere diretamente à salvação, no livro
de Romanos. O pecador deve crer exclusivamente na graça de Jesus Cristo para a
salvação. “4 Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe
é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. 5 Mas, àquele que
não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada
como justiça. 6 Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus
imputa a justiça sem as obras, dizendo:” (Romanos 4:4-6). Não há
contradição se alguém considera o contexto de cada afirmativa. Paulo se refere
à perspectiva do pecador não salvo. O pecador deve confiar exclusivamente em
Jesus Cristo para sua salvação. Ele deve rejeitar suas próprias obras
torpes(Isaias 64:6) e toda a sua própria justiça (Romanos 9:30-33) e confiar
inteiramente no Senhor Jesus Cristo, confiando completamente em Sua perfeita e
completa redenção. Tiago, por outro lado está se referindo à perspectiva
cristã. O cristão afirma ter fé em Jesus Cristo. Ele deve, portanto,
diligentemente servir a Deus e andar em Seus mandamentos. Os que vivem em
rebelião e ignoram a Palavra de Deus demonstram que não possuem a verdadeira fé
salvadora e estão se enganando.
Segundo, Tiago e Paulo estão se referindo a dois eventos diferentes na vida
de Abraão. Paulo em Romanos 4:1-4 se refere à salvação de Abraão que
ocorreu cedo em sua vida e que está registrada em Gn 15:5-6. Tiago, por outro
lado, se refere ao teste de Abraão que ocorreu 20 anos depois (Tg 2:21-24;
Gênesis
22:1-18). Abraão foi salvo pela fé sem obras, mas sua salvação e sua fé foram
EVIDENCIADAS e DEMONSTRADAS por sua obediência.
Terceiro, o ensino de Tiago não é diferente do dos outros apóstolos. Todos
eles ensinaram que a verdadeira fé produz obras. Considere a clássica
passagem em Efésios 2:8-10 “8 Porque pela graça sois
salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. 9 Não vem das
obras, para que ninguém se glorie; 10 Porque somos feitura sua, criados em
Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que
andássemos nelas.” Esta passagem põe a fé e as obras em sua ordem
adequada. É só a fé que nos liga à gratuita salvação oferecida por Jesus
Cristo. Esta salvação é um dom. Nossas obras nada têm a ver com ela e nada podem
acrescentar à completa salvação em Jesus Cristo. As obras, ao invés, vêm depois
da salvação e são dela o resultado, a conseqüência, sendo criadas por Deus no
pecador crente. Considere também Tito 3:4-8; Hebreus 6:9; 10:39; 1 João 3:6; 3
João 11. Isto é exatamente o que Tiago ensina. Ele diz haver dois tipos de fé:
a fé que salva e a falsa fé. Os demônios têm fé mas não a fé salvadora (v. 19).
Alguns dirão não ser importante como se reúne essas coisas. Um homem diria: as
obras seguem a salvação; outro diria: as obras são uma parte da salvação. Qual
a diferença? A diferença é ENORME. É a diferença entre salvos e perdidos, entre
céu e inferno. Se eu penso que minhas obras e minha justiça e minha obediência
e me manter dentro da lei é uma parte da salvação, mesmo uma pequena parte da
salvação, estarei negando a perfeita suficiência de Jesus Cristo e da Sua
expiação. (Heb 10:14): “Porque com uma só oblação
aperfeiçoou para sempre os que são santificados.” Eu não posso
acrescentar um jota que seja a esta perfeita salvação que é gratuitamente
oferecida através de Jesus Cristo. Romanos 3:24: “Sendo
justificados GRATUITAMENTE pela sua graça, pela redenção que há em Cristo
Jesus.” Se as obras ou os sacramentos da Igreja ou obedecer à lei são
necessários em qualquer sentido e também para a salvação, a salvação não é
GRATUITA
e a Bíblia é uma mentira. Acrescentar qualquer coisa ao evangelho da graça de
Cristo é trazer a maldição de Deus (Gal. 1:6).
“Alcançando o fim da vossa fé, a salvação
das vossas almas.”
Primeiro, consideremos o que este versículo não significa. Ele
não significa que a salvação é um processo ou que a salvação é incerta. O
contexto extrapola tal ensinamento. Os versículos 3-5 nos dizem que a salvação
do crente está estabelecida e é certa. O crente é nascido de novo, tem uma
esperança viva, possui uma herança que já está reservada no céu e é mantida
pelo poder de Deus. Quando a Bíblia fala da esperança do crente, ela usa o
termo diferentemente do modo como a esperança é comumente usada hoje. A
esperança do crente não tem elemento de incerteza. Em Heb 6:18-19 ela é descrita
como “uma firme consolação” e “uma âncora da alma, segura e firme”. A razão do
crente ter tal confiança e segurança é que sua salvação é completamente
dependente de Jesus Cristo e nada tem a ver com suas próprias obras.
O que o versículo significa, então? Dois de seus maravilhosos
ensinamentos são:
(1) A salvação tem evidências (Heb. 10:38,39). A
verdadeira fé funciona [isto é, produz obras]. A salvação é pela graça somente,
somente através da fé em Jesus Cristo sem obras. (Ef. 2:8-9), mas a salvação
também produz o fruto das boas obras (Ef. 2:10).
(2) A salvação tem
diferentes aspectos. Há um aspecto passado, presente e futuro da salvação.
O crente foi salvo das eternas conseqüências do pecado; ele está
sendo salvo do poder do pecado em sua existência terrena; e em seu futuro
lar celestial ele terá sido salvo da própria presença do pecado. Quando
1 Pedro 1:19 diz que o crente receberá a salvação como o produto final de sua
fé, isto é a que ele está se referindo. Isto não implica que sua salvação seja
incerta até o fim.
“E, se o justo apenas se salva, onde
aparecerá o ímpio e o pecador?”
O justo com dificuldade será salvo no sentido de que a salvação é impossível longe
do dom gratuito de Deus através de Jesus Cristo. Se julgados por nossas vidas
terrenas, se julgados por nossas obras, todos nós pereceremos. Mesmo as vidas
retas dos cristãos nascidos de novo ficam longe da glória de Cristo e da
santidade que Deus requer de nós. Nossa única esperança é a retidão de Jesus
Cristo que nos é oferecida como um dom gratuito, imerecido (2 Cor. 5:21). Mesmo
a retidão dos religiosos fariseus foi insuficiente (Mt 5:20). Deus requer
obediência perfeita à Sua lei e nenhum homem pode consegui-lo. Assim, a
salvação deve ser um dom da retidão de Deus dada através de Jesus Cristo.
“20 Porquanto se, depois de terem
escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus
Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último
estado pior do que o primeiro. 21 Porque melhor lhes fora não conhecerem o
caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que
lhes fora dado; ....”
Embora essa passagem seja freqüentemente usada para provar que a eterna
segurança não é verdadeira, ela realmente não diz nada a respeito da salvação. O
contexto é o de falsos mestres que promovem heresias que levam à condenação
[no inferno] e que negam o Senhor (v.1). Deveria ser óbvio que os
homens salvos não são o foco dessa passagem, mas os hipócritas e enganadores.
Qualquer interpretação que diga que esses são homens salvos que perdem sua
salvação foge do contexto. O fato de que “tornou-se-lhes o último estado pior
do que o primeiro” e “melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça” não
implica que eles foram salvos e agora estão perdidos. Eles são cães e porcos
que não foram mudados (v. 22). O fato de terem voltado à sua perversão
prova que eles nunca se regeneraram. Quando o contexto é levado em conta, não
há realmente problema nessa passagem em relação à doutrina da eterna segurança.
“4 Porque é impossível que os que já uma
vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes
do Espírito Santo. 5 E provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do século
futuro, 6 E recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois
assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao
vitupério.”
Esta passagem se refere aos falsos crentes. Como sabemos?
(1) Eles
experimentaram (provaram) mas nunca [realmente engoliram e, assim,
realmente] beberam ou comeram (contraste com João 6:54).
(2) Os que recaem
não podem ser salvos novamente. Isto mostra o erro daqueles que ensinam que
um crente pode perder sua salvação [e reganhá-la depois de se arrependerem e
crerem de novo, perdê-la depois de ... e reganhá-la depois de ... , e ... num
ciclo de muitas voltas].
(3) A diferença entre o verdadeiro crente e o falso
é o fruto e a evidência (vs. 7,8).
(4) Paulo afirma claramente que ele
não está se referindo aos verdadeiros crentes (v.9).
“26 Porque, se pecarmos
voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não
resta mais sacrifício pelos pecados, 27 Mas uma certa expectação horrível de
juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários. 28 Quebrantando
alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três
testemunhas. 29 De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor
aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com
que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?”
O pecado proposital no v.26 não se refere ao pecado em geral, mas a
um pecado particular, descrito no resto da passagem. A Bíblia nos ensina
claramente que os cristãos pecam após terem sido salvos (1 João 1:8-10; 2:1-2).
Não há perfeição sem pecado na vida cristã. Nossa perfeição e retidão estão em
Jesus Cristo posicionalmente (1 Cor. 1:30; 2 Cor. 5:21). O pecado para o
qual não há perdão é o pecado de “considerar o sangue da aliança como coisa não
santa”. Isto significa negar que a salvação foi somente pelo sangue e
graça de Cristo. No contexto imediato a que o livro de Hebreus se refere, ele
se refere aos judeus que professaram confiança em Cristo; mas, por causa da
pressão e perseguição, retornaram à sua religião morta e assim desistiram da
confiança em Cristo. A falsa religião, então e agora, tentar substituir
a salvação de Cristo por um sistema feito por homens, ou acrescentam à
salvação de Cristo um sistemas feito por homens. O catolicismo é um exemplo
deste último caso. Ela prega a Cristo, mas interpõe seus próprios sacramentos e
sacerdócio e santidade juntamente com a graça de Cristo. Este é um falso
evangelho que rouba a glória de Cristo como único Salvador e Mediador. Se
Cristo não é o Salvador completa e exclusivamente, Ele não é de todo o Salvador
de modo nenhum. Se, em qualquer sentido, a graça é misturada com as obras [como
causas ou complementadoras ou asseguradoras da salvação], o Evangelho está
pervertido, e não há salvação num evangelho pervertido (Rom. 11:6; Gal. 1:6-9).
“15 Tendo cuidado de que ninguém se
prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos
perturbe, e por ela muitos se contaminem. 16 E ninguém seja devasso, ou
profano, como Esaú, que por uma refeição vendeu o seu direito de primogenitura.
....”
Falhar em relação à graça de Deus não significa que se perde a
salvação; significa deixar de ser salvo. O contexto torna isto claro, com o
exemplo dado de Esaú. Ele não era um crente, embora fosse nascido numa família
de crentes. Ele era um homem do mundo e nunca fez caso de nada das coisas de
Deus. Ele pensou que uma tigela de sopa era mais valiosa que seu direito de
primogenitura como filho de Isaac.
Alguns
pensam que o livro de Hebreus coloca problemas irrespondíveis sobre a doutrina
da segurança eterna, mas o oposto é verdade. Dos seguintes modos, o livro de
Hebreus afirma fortemente esta doutrina bíblica:
1. A Purificação por Cristo promete segurança (Heb. 1:3).
2. O Repouso de Cristo promete
segurança (Heb. 4:10).
3. A Esperança em Cristo
promete segurança (Heb. 6:17-19).
4. O Sumo sacerdócio de Cristo promete segurança (Heb. 7:25,26).
5. O Sangue de Cristo promete
segurança (Heb. 9:12,26; 10:14).
(a) Temos a eterna redenção através de Seu sangue (Heb.
9:21).
(b) O pecado é aniquilado através do Seu sangue (Heb. 9:26).
(c) Somos santificados de uma vez por todas através do Seu sangue (Heb. 10:10).
(d) Somos aperfeiçoados para sempre através do Seu sangue (Heb. 10:14).
6. A Aliança
de Cristo promete segurança (Heb. 8:12; 10:16-19).
Eu não
professo estar apto a responder a qualquer questão que possa surgir deste
assunto. Nenhum homem pode. A segurança eterna, porém, é uma doutrina bíblica
que tem satisfeito e abençoado meu coração por 29 anos. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo
3:16 BRP)
A Bíblia ensina claramente que aqueles que são verdadeiramente nascidos de novo
evidenciarão sua salvação [sem perfeição mas sem dúvidas com alguns frutos] e prosseguirão
[incessantemente, sem perigo de interrupção final nem temporária] com o Senhor
(João 10:27-28; 1 Cor. 15:1,2; Col. 1:21-23; Heb. 6:4-9; 10:38; 1 João 3:3).
Aquele que permanentemente peca demonstra que não pertence ao Senhor em
primeiro lugar (Heb. 12:5-8). Se um cristão professo assassina alguém, isto
provavelmente prova que ele não foi genuinamente salvo. O Apocalipse 21:8 é
similar a 1 João 3:9. Essas passagens não estão falando de [somente] um ato de
pecado mas de um modo de vida de pecado. Se essas passagens se referem a [somente]
um ato de pecado, ninguém pode ser salvo. É óbvio, por essas passagens, que um
cristão pode [ainda tem a capacidade de desagradar a Deus e] cometer qualquer
ato de pecado, incluindo idolatria e adultério (1 John 1:8-10). Por isso somos
muitas vezes advertidos a não cometermos esses maus atos (1 Cor. 6:18; 10:6,14;
1 João 5:21). A salvação deve ser colocada numa inteiramente e eternamente nova
posição em Jesus Cristo. A velha carne não pode ser redimida. Ela só pode ser
condenada e crucificada. Nossa nova posição em Cristo é que nosso velho homem
está morto e nós surgimos para uma nova vida em Jesus Cristo. A lei não pode
mais nos condenar. Por favor, estudem Romanos capítulo 1 até capítulo 8 muito
cuidadosamente, pois ali está a chave da adequada compreensão da salvação e a
única perfeição que poderemos ter é aquela que recebemos de Jesus Cristo por
causa da Propiciação que Ele comprou no Calvário. Mesmo um [pecado] pecado me
manterá fora do céu mas, louvado seja Deus, uma vez que eu estou em Cristo, eu
não tenho nenhum pecado restante [quanto o aspecto jurídico da salvação]. Ele
os eliminou para sempre.
David Cloud
Traduzido por Jeanne Rangel, set/2006.
[Tudo entre colchetes são explicações adicionadas por Hélio]
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.