Por Steve M. Schissel
Por Steve M. Schissel
* * *
"Ensina a criança no caminho em que deve
andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele." (Pv. 22:6)
O provérbio acima é uma promessa ou uma advertência? Segundo o hebraico, a
frase "no caminho em que deve andar" não está traduzida de
maneira correta. Ela deveria ser "de acordo com seu próprio
caminho". Assim, você tem no capítulo 22, versículo 6, uma predição
proverbial de que a criança educada e ensinada, desde o começo, a seguir seu
próprio caminho, estará, para todo sempre, ligada a ele.
O provérbio pode ser visto como uma "promessa" encorajadora de dois
modos possíveis. Um, o mais comum, o apresenta ensinando que se você
"pai-storear" corretamente seu filho de acordo com o seu chamado da
aliança, isto resultará em fidelidade eterna. A outra forma
"positiva" de entendê-lo, revela um sentido diferente. Salomão aqui,
estaria falando do reconhecimento, de antemão, da propensão vocacional
existente em seu filho. Se esta propensão for cultivada, ela resultará numa
devoção eterna e frutífera para o ofício escolhido. Como tal, o provérbio pode
ser tomado como algum tipo de indução a um aprendizado precoce. Se você observa
que seu filho gosta de cavalos, por exemplo, deixe-o, o quanto antes, ser
treinado nesta área por um perito. A frase ensinar poderia ter então, o sentido
de "dedicar" ou mesmo "estimular". Deixe-o empregar seus
dons naturais o quanto antes, e ele os usará naquela área por toda vida.
Mas há um terceiro modo de entender este verso, e esse não como uma promessa,
mas como uma advertência. A Palavra pode estar nos ensinando que se você educar
a criança de acordo com suas próprias (pecaminosas, naturais) inclinações, você
a terá arruinado para a vida.
Assim, este provérbio poderia ser um complemento a muitos outros provérbios que
tratam do mesmo assunto. Por exemplo, em 22:15 encontramos: Prov. 22:15 A
estultícia está ligada ao coração da criança, mas
a varetinha {* NOTA NO FINAL} do castigo-
instrutivo a afugentará dela. (Bíblia LTT) e
em 19:18 há a admoestação: "Corrige a teu
filho, enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo."
Dizendo enquanto há esperança, encontramos o autor sugerindo que haverá um
tempo quando o treinamento ou a disciplina serão, humanamente falando, vãos,
sem esperança, infrutíferos, inúteis. Se você deixá-lo seguir seus instintos
corrompidos fora da porteira (conforme 22:6), mais tarde você não o terá de volta
ao caminho.
Este último modo de interpretar Pv. 22:6 é o mais recomendado. Primeiro, ele
permite a versão literal a fim de transmitir uma mensagem coerente, sem
emendas. Segundo, ele é apoiado por instruções e admoestações muito
similares quando o mesmo assunto (criação de filhos) é tratado no mesmo livro
inspirado. Terceiro, e este é de vital importância ao testar a interpretação
apropriada de um provérbio inspirado, é que ele é legítimo no que se refere à
vida e a experiência comum. "Há pouca esperança para crianças que são
educadas de maneira imprópria. Se a tinta respingou na lã, é muito difícil
tira-la da roupa" diz Jeremiah Burroughs. E muitos são os que têm
notado, como fez William Gurnall, que a "Religião cristã não cresce sem
que se plante, mas murchará, mesmo onde foi plantada, se não for aguada.
Ateísmo, irreligião e profanidade são ervas daninhas que crescerão sem
semeadura, mas não morrerão sem que sejam arrancadas". Deixe uma
criança seguir seu próprio caminho quando for jovem e ela crescerá para ser um
"jardim" de ervas daninhas.
Acima e abaixo de todas as possíveis interpretações de Provérbios 22:6, está
uma pressuposição da maior importância:
Como os pais
lidam com as dificuldades de suas crianças.
Aqueles que principiam seus conceitos com a eleição ao invés de com a aliança
podem facilmente cair em alguma sorte de fatalismo não bíblico. Mas pelo fato
de Provérbios (para não mencionar o restante das Escrituras) nos falar de
diversas conseqüências provenientes de diferentes ações humanas, somos
seguramente levados a crer que o modo pelo qual eu crio meus filhos é realmente
um assunto muito importante, que, mais do que um modo de falar, pode muito bem
influir na definição de onde eles passarão a eternidade.
Nunca é uma honra a Deus que Seu povo fale de Sua soberania de modo a
desobrigá-los de suas responsabilidades. Somos levados a crer pelas Escrituras
que podemos e devemos ter uma influência tal sobre nossos filhos que não é
incomum que ela os conduza à salvação, com a bênção de Deus e o suporte da
comunidade da aliança, conforme Gn 18: 16-19; 1 Tm 3: 4,5; Tt.1:6 e também 2
Tm. 3: 14,15.
Assim sendo, devemos saber que nossa ação ou inação bem pode conduzi-los à
condenação. E, se falhamos em ouvir os avisos e a direção de Deus encontrados
por toda a Escritura, no último dia não seremos autorizados para suplicar pelos
decretos de Deus em nossa defesa!
Visto que o inferno é a eterna e atormentadora separação de Deus e do conforto,
alguém poderia pensar que o mais fervoroso desejo de um pai seria educar seus
filhos, rigorosa e conscientemente, para que escapassem da perdição e
achassem refúgio e plenitude de vida em Deus através de Cristo e da aliança.
Ainda assim, muitos são os que parecem considerar isto como sendo muito trabalhoso.
Para aqueles tão completamente perversos a ponto de serem indiferentes à
questão, eu apresento um método para fazer com que isto seja uma certeza. Aqui,
através de 18 meios bem fáceis de seguir, está a fórmula comprovada de como
mandar seus filhos para o inferno:
Ignore com todo seu coração o que J. C. Ryle
aconselha em The Duties of Parents (Os Deveres dos Pais):
"Se você for educar seus filhos corretamente, então, em primeiro
lugar, eduque-os no caminho em que devem andar e não no caminho em que eles
escolheriam. Lembre-se: crianças nascem com uma inclinação decidida para o
erro, e portanto, se você permitir que escolham por si mesmas, elas certamente
escolherão errado".
A mãe não pode dizer o que seu frágil infante será ao crescer: alto ou baixo,
fraco ou forte, sábio ou tolo; ele pode ser qualquer uma destas coisas ou
nenhuma delas, pois elas são incertas. Mas uma coisa a mãe pode dizer com
certeza: ele terá um coração corrupto e pecador. É natural para nós portar-nos
mal. "A estultícia", diz Salomão, "está ligada ao
coração da criança" (Pv. 22:15). "A criança entregue a si
mesma vem a envergonhar a sua mãe"(Pv. 29:15). Nossos corações são
como a terra que pisamos; deixe-a abandonada e certamente produzirá ervas
daninhas.
Se então, você for lidar de modo sábio com seu filho, não deve deixá-lo sujeito
a sua própria vontade. Pense por ele, julgue por ele, aja por ele, do mesmo
modo que você faria por uma pessoa fraca e cega; mas, pelo amor de Deus, não o
entregue aos seus próprios gostos e inclinações voluntariosos. Não devem ser
suas preferências e desejos que são consultados. Ele ainda não sabe o que é bom
para sua mente e alma, mais do que o que é bom para seu corpo. Não o deixe
decidir o que ele deve comer, o que ele deve beber, e como ele deve se vestir.
Seja consistente, e lide com a mente dele da mesma maneira. Eduque-o no caminho
que é bíblico e correto e não do jeito que ele imagina.
Se você não pode decidir-se a este primeiro princípio da educação cristã, é
inútil continuar lendo. A vontade própria está perto de ser a primeira coisa
que se manifesta na mente da criança, e precisa ser sua primeira resolução,
resistir a ela.
Ignore este conselho se você for colocar seu filho rumo à destruição, e ao
invés disto, ensine-lhe auto-estima positiva; ensine-o que o maior amor está
dentro dele e que o mundo, de fato, gira ao seu redor".
Os provérbios que sugerem punição corporal, são bárbaros e ultrapassados.
Nós somos civilizados. Nós temos o Ano da Criança! Nós erguemos nossas
consciências, não palmatórias! Prov. 13:24 O que
não faz uso da varetinha {* NOTA NO FINAL} (do castigo- instrutivo) odeia seu filho,
mas o que o ama, sem demora o busca com castigo- instrutivo. (Bíblia LTT)
está errado. Ignore-o. Prov. 13:24 O que
não faz uso da varetinha {* NOTA NO FINAL} (do castigo- instrutivo) odeia seu filho,
mas o que o ama, sem demora o busca com castigo- instrutivo. (Bíblia LTT),
também. E esqueça 23:13-14 Prov. 23:13 Não retires o castigo- instrutivo da criança; pois se
a fustigares com a varetinha {* NOTA NO FINAL} (do castigo- instrutivo), não por
isso morrerá. (Bíblia LTT) Prov. 23:14 Tu a
fustigarás com a varetinha {* NOTA NO FINAL} (do castigo- instrutivo), e livrarás a
sua alma do inferno. (Bíblia LTT)
Se você for tentado a discipliná-los corporalmente, tente estas
desculpas:
a) "Eu apanhei quando criança e não quero bater nos meus filhos".
Claro, que é o mesmo que dizer "Minha mãe era gorda, por isso eu não
alimento meus filhos";
b) É contra a lei;
c) Minha sogra não gosta disso.
Seja criativo e pense em outras desculpas; você achará fácil criá-las.
3) Quase tão proveitoso quanto nunca discipliná-los é
A correção bíblica é amorosa, firme e controlada. Excesso de correção
bíblica o conduziria à outra direção.
4) Esta é a favorita de muitos pais:
Nunca explique para seus filhos qual é a vontade de Deus sobre o assunto. Não tome Deuteronômio 6: 4-9 literalmente ("Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas").
Se você deseja que seus filhos cresçam descorteses e hostis, nunca os deixe vê-lo humilhado ou aceitando correção. Nunca lhes peça desculpas; nunca reprima seu orgulho.
Esta é boa para lembrar. Ensine-os através das suas ações, que suas palavras não têm valor para você.
Afinal, você não pode forçá-los a crer.
Se você precisa de uma desculpa, lembre que eles acharam graça de você da primeira vez que você tentou. Normalmente isto é suficiente para fazê-lo desistir.
Mas se por alguma razão você achar que deve, nunca lhes explique o sentido.
Este é um dos meios mais eficazes de convencê-los que o cristianismo é meramente uma tradição e não a Verdade.
Não os informe sobre heresias da história ou suas modernas iterações. Não lhes fale nada sobre teologias antagônicas e o porquê as igrejas ortodoxas as rejeitam.
As novidades sempre devem ser seguidas. Se eles desejam tatuagens ou vários piercings, relaxe e aproveite. Não interfira. Afinal a vida é deles. E nunca olhe aquilo que eles lêem. Eles têm direitos, você sabe. Você não lê os boletins da ACLU (União Americana para Liberdades Civis)?
O amor, apesar de tudo, deve ser incondicional, certo? Então, lhes dê tudo e não espere nada. (Isto é exatamente o que você obterá).
Não espere que alcancem a maturidade e eles satisfarão suas expectativas!
Evite por completo, se possível. Afinal, isto não é muito másculo.
Prove com isto que a verdade tem pouco valor em sua casa.
Prive-os daquela idéia puritana que descansamos bem para melhor trabalhar. Tente incutir neles a moderna noção que trabalho existe a fim de custear nossa diversão nos fins de semana; damos duro para podermos "badalar"!
Este é o meio mais fácil e certo de guiar seus
filhos para o inferno. Pense! Ela pode ser pode ser o terceiro (e o único
realmente presente) "pai" delas, e a sua melhor amiga. Duas horas na
igreja aos domingos não terão um papel eficiente na formação do caráter delas,
quando confrontadas com 25 horas de televisão. Todo absoluto, de qualquer
fonte, será "relativizado" para sempre. A televisão tem sido a melhor
amiga do diabo, então a deixe possuir a sala de estar e a cozinha também. Se
possível, deixe-a ligada durante o jantar, assim ela pode reivindicar, sozinha,
o título de senhora e mediadora da verdade em sua casa.
Se você seguir estes 18 passos, há pouca dúvida de que seu filho estará entre
aquela população infernal.
Mas eu, particularmente, penso que você rejeitará toda esta horrenda insensatez
acima e se curvará a mais solene responsabilidade que Deus já lhe deu:
Ser pai e mãe. Se Deus nos concede a aptidão de conduzir nossas crianças à
perdição, porque alguém duvidaria que Ele nos dá a habilidade, a
responsabilidade, na verdade, o privilégio, de conduzi-los ao céu? Se nós
fielmente seguirmos Seu método de criação de crianças da aliança, elas estarão
entre a população celeste por toda a eternidade. Que incentivo à fidelidade!
A aliança continua por gerações, mas ela continua junto ao caminho da
fidelidade, não o da presunção. Nós temos incomparavelmente grandes e preciosas
promessas da parte de Deus, bem como admoestações. Ele nos exorta que não fazer
nada é a coisa errada. Ensine a criança em seus próprios caminhos, e quando ela
for velha, não se desviará dele. Mas Ele promete que fazer a coisa certa
ocasionará a uma colheita de promessas cumpridas. Ouça Deus meditando consigo
mesmo concernente a Seu amigo Abraão: "Porque eu o escolhi para
que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o
caminho do SENHOR e pratiquem a justiça e o juízo; para que o SENHOR faça vir
sobre Abraão o que tem falado a seu respeito" (Gênesis 18:19).
Esta promessa é para você e para seus filhos, e para tantos quantos o Senhor,
nosso Deus, vier a chamar. É uma promessa com condições; que alegria é
cumpri-las, visando a recompensa a que elas conduzem! Amém.
Biblioteca Reformada ARPAV
{* NOTA "Varetinha": obviamente, neste contexto de amor dos pais e do amor de Deus, não pode ser uma varona de 2m constituída de PESADA e DURA MADEIRA e de diâmetro na ordem de 5cm (ela poderia facilmente matar, aleijar ou desfigurar), nem mesmo qualquer diâmetro menor, posto que sua dureza, peso e inflexibilidade poderiam causar cruéis ferimentos e marcas permanentes, no corpo e na alma. Entendo que "varetinha" se refira a um pequeno pedaço de uma fininha ponta de vime ou junco (ou cipozinho), portanto muito LEVE e muito TENRA e muito FLEXÍVEL, com na ordem de 2 a 4 mm de diâmetro e 20 a 25 cm de comprimento. Usada: (a) raramente e com MUITA MODERAÇÃO e BRANDA SABEDORIA; Por exemplo, suponha um menino de 4 anos que ainda não aprendeu a controlar sua ira e que, sempre que briga com outro, tenta feri-lo o mais mortalmente que puder, usando qualquer coisa cortante ou pontiaguda que descubra. Ele pode ganhar muito se a admoestação verbal (amorosa e sábia) dos pais, e outras sábias medidas (inclusive sugeridas por conselheiros especializados nesse tipo de problemas), for reforçada com 1 ou 2 golpes sem exagero de forças, usando um pedaço de varetinha de uma pequena pipa. Melhor recuperá-lo com isso do que deixá-lo alimentar sua agressividade incontrolada até ser tarde demais e ele virar um adulto e, sob explosões de ira, andar matando pessoas e arruinando sua própria vida. Valdenira N.M.Silva |
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
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