Deus Nos Ensina Em Quem Devemos VOTAR
Scott Whiteman
Tendo em vista que todos os cristãos evangélicos, bem como
os homens de sabedoria secular, sabem que o modelo de governo divino é a monarquia
teocrática e que, numa monarquia, a vontade que prevalece é a do rei que a governa
(sendo irrelevante a vontade do povo), vocês já estão objetando à premissa de que
Deus nos ensina a votar [. Vocês objetam]:
1. - Deus instituiu a monarquia;
2. - O povo não vota para eleger os seus reis;
3. Portanto, Deus não regulamenta o voto.
“A proposição é clara, pois a lei de Deus não regulamenta ‘coisinhas’, nem qualquer
tipo de poder ilegal”. (1) [N.T.: Aqui no Brasil,
o voto é obrigatório e dei graças a Deus, quando, tendo chegado aos 70 anos, não
precisei mais votar, para eleger políticos duvidosos, que se candidatam a vários
cargos, neste país, muitos deles com processos correndo na justiça].
Como em todo país democrático, o voto é livre e o povo vota no candidato
preferido, ou seja, no menos ruim entre os piores; no candidato mais cotado
nas pesquisas, ou até no mais charmoso. [N.T.: Meu último voto
para presidente foi para o “De Colores” e a decepção foi tão grande, que desisti
de cumprir essa obrigação]. A verdade é que, nesta era
humanista de absoluta ignorância e até desprezo pela Palavra de Deus (a Bíblia),
a maioria não sabe o que imagina que sabe ...
Deus instituiu a monarquia? Ou será que a primeira forma de governo
do Seu povo, sob a liderança de Moisés, foi uma República Constitucional,
com vários níveis de Alianças (Federalismo), na qual, em primeiro lugar, o povo
deveria colocar Deus no coração, sendo este um governo para a Sua própria glória
e para o bem comum? (2) [N.T.: A palavra “república” vem do
vocábulo latino “res” = coisa + “pública” = para o bem comum. Hélio acrescenta:
Numa república, governar é cumprir a lei, sem sequer se cogitar de consultar a vontade
de ricos, pobres, poderosos ou servos. E a lei é imutável, implacável, e rápida.].
Considerando que república hebraica não teve um rei, até que Saul começou
a reinar, 450 anos após a entrada do povo na Terra Prometida, como foi que os israelitas
se arranjaram nesses 450 anos de república, sem um líder? “A magistratura do
juiz, regente ou conselho, foi o verdadeiro arranjo primitivo da constituição hebraica”
(3). Então, quem elegia o magistrado era o povo. “Uma magistratura eleita
pelo povo, um oficial público escolhido pela voz do povo, foi um dos grandes princípios
sobre o qual Moisés fundou a política civil”. Em primeiro lugar, nada poderia
ser mais claro do que a instituição dos juízes pelo voto do povo, conforme a sugestão
de Jetro [sogro de Moisés] e por Deus confirmado, segundo Êxodo 18:13-26 e Deuteronômio
1:12-18.
“... E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a
Deus, homens de verdade, que odeiem a avareza; e põe-nos sobre eles por
maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinqüenta, e maiorais de dez; 22
Para que julguem este povo em todo o tempo; e seja que todo o negócio grave
tragam a ti, mas todo o negócio pequeno eles o julguem; assim a ti mesmo te
aliviarás da carga, e eles a levarão contigo. ....” (Êxodo 18:13-26 ACF)
“... 13 Tomai-vos homens sábios e entendidos, experimentados entre as vossas
tribos, para que os ponha por chefes sobre vós. ... 16 E no mesmo tempo mandei
a vossos juízes, dizendo: Ouvi a causa entre vossos irmãos, e julgai justamente
entre o homem e seu irmão, e entre o estrangeiro que está com ele. 17 Não
discriminareis as pessoas em juízo; ouvireis assim o pequeno como o grande; não
temereis a face de ninguém, porque o juízo é de Deus; porém a causa que vos for
difícil fareis vir a mim, e eu a ouvirei. ...” (Deuteronômio 1:12-18 ACF)
Portanto, a questão é: por qual
modelo os israelitas elegiam os seus magistrados? Os homens escolhidos deveriam
ser, conforme (Êxodo 18:21), “homens capazes, tementes a Deus,
homens de verdade, que odiassem a avareza”.
E deveriam ser todos escolhidos
entre o povo, pois sabemos que Deus odeia a aristocracia (a qual só ama a si mesma),
e esses homens não deveriam vir de uma classe privilegiada. O rei preferido por
Deus, quando Israel resolveu constituir um rei, foi um pastorzinho de classe insignificante.
O Rei dos reis (Jesus Cristo) nasceu numa manjedoura. Sabemos que Deus não
faz acepção de pessoas (Atos 10:32) e, quando o fazemos, estamos cometendo pecado
(Tiago 2:9).
A qualidade mais importante de um governante é o temor de Deus. Moisés
exigia as seguintes qualificações num governante civil: capacidade, integridade,
fidelidade e piedade. (5). Além disso, prevendo a ansiedade de Israel por
um rei (1 Samuel 8), o qual desejava imitar os povos vizinhos, Deus já havia, desde
o tempo de Moisés, regulamentado a eleição do rei. Em Deuteronômio 17:14-20, lemos: “Quando entrares na terra que te dá o SENHOR teu
Deus, e a possuíres, e nela habitares, e disseres: Porei sobre mim um rei, assim
como têm todas as nações que estão em redor de mim; porás certamente sobre ti como
rei aquele que escolher o SENHOR teu Deus; dentre teus irmãos porás rei sobre
ti; não poderás pôr homem estranho sobre ti, que não seja de teus irmãos. Porém
ele não multiplicará para si cavalos, nem fará voltar o povo ao Egito para multiplicar
cavalos; pois o SENHOR vos tem dito: Nunca mais voltareis por este caminho. Tampouco
para si multiplicará mulheres, para que o seu coração não se desvie; nem prata nem
ouro multiplicará muito para si. Será também que, quando se assentar sobre o trono
do seu reino, então escreverá para si num livro, um traslado desta lei, do original
que está diante dos sacerdotes levitas. E o terá consigo, e nele lerá todos os dias
da sua vida, para que aprenda a temer ao SENHOR seu Deus, para guardar todas as
palavras desta lei, e estes estatutos, para cumpri-los; para que o seu coração não
se levante sobre os seus irmãos, e não se aparte do mandamento, nem para a direita
nem para a esquerda; para que prolongue os seus dias no seu reino, ele e seus filhos
no meio de Israel”. [N. T. - O povo elegia o rei, mas era Deus
quem o havia antecipadamente escolhido, ou, pelo menos, permitido sua eleição, para
o bem ou para o mal dos eleitores]: “... como
rei aquele que escolher o SENHOR teu Deus...” (verso 15). (6). Pela declaração divina “porás
certamente sobre ti como rei”, ficamos sabendo que era o povo quem escolhia o seu rei. (7).
Deus proibiu que Israel elegesse um rei que não fosse um irmão; que se tornasse
uma arma contra ele mesmo; que tivesse muitas mulheres e desejasse amealhar fortuna.
Deus queria também um rei que cumprisse o dever de escrever uma cópia da Lei
Mosaica dos Reis Governando (?); que lesse a mesma e aprendesse a temer a Deus;
que fizesse justiça e continuasse humilde diante do povo do qual descendia e sobre
o qual tinha agora a magistratura - o povo de Deus, a quem o rei era obrigado a
dar proteção. Nestes termos, sabemos que Deus tanto regulamentava a eleição, como
o rei e, até mesmo, o comportamento real.
Se Deus fez com que Moisés ordenasse que as tribos escolhessem
os seus governantes e colocassem sobre eles apenas governantes qualificados, será
que Ele nos permite fazer o mesmo? A resposta normal vai ser: “Mas isso é coisa
do Velho Testamento. Nós agora somos livres em Cristo. Claro que os estatutos que
governavam a república hebraica foram anulados, quando Deus destruiu a nação de
Israel por ter esta nação conspirado, junto com os romanos, para matar o Seu Filho.”
A verdade que é somos livres em Cristo; porém, livres para obedecer
aos Seus mandamentos, através do poder do Espírito Santo, combatendo a nossa natureza
carnal, morrendo para nós mesmos, diariamente. Somos livres, também, da dor e da
penalidade do nosso pecado, porque o preço já foi pago por Cristo na cruz. Contudo,
não somos livres para pecar, a fim de que a Sua graça abunde sobre nós. Não
somos livres para cometer o pecado da presunção, abusando de Sua graça, esperando
que a reparação feita por Cristo nos cubra os pecados. “Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de
termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados” (Hebreus 10:26 e seguintes).
Quanto às particularidades da Constituição Mosaica, fomos liberados,
entre outras coisas, de aparecer em Jerusalém, cada sete anos, para escutar a leitura
do Código da Lei. Mas, quanto à nossa obrigação aos princípios gerais, não
estamos isentos da obediência. A Confissão de Westminster é meridianamente
clara sobre... (8) [N.T.: a nossa obrigação em Cristo,
que é ler e tentar obedecer aos Seus mandamentos conforme o Novo Testamento]...
Então, nossa questão se resume ao seguinte: “Quais são as questões
gerais de eqüidade conhecidas no processo de votar e quais são aquelas a que devemos
nos conformar?”
Primeiro, devemos entender que não devemos votar em homem algum que
não tenha sido por Deus escolhido (9).Sabemos quem Deus escolheu, quando
comparamos suas qualificações com o modelo que Deus deu a Israel. Podemos votar,
legalmente, nos candidatos que amam a Deus, que são capacitados, confiáveis e não
sejam avarentos. Os princípios que governavam a eleição dos reis não alteram esse
encargo, mas o qualificam. O magistrado que odeia a avareza jamais acumularia riqueza
para ele mesmo; também não colecionaria esposas e nem organizaria um exército com
o objetivo de invadir outras nações.
Quando entramos numa cabine eleitoral, devemos fazê-lo em
oração, tendo em mente a história bíblica, a qual relata a escolha dos “ungidos
de Deus”, lembrando-nos de que nós, cristãos, não somos mais capacitados e fiéis
do que o povo de Deus, na antiguidade. O povo da Aliança Divina rejeitou Moisés,
os profetas e Cristo. Antes de Israel ter escolhido o primeiro rei, Samuel o advertiu
sobre a tirania que um rei poderia lhe trazer: “E disse:
Este será o costume do rei que houver de reinar sobre vós; ele tomará os vossos
filhos, e os empregará nos seus carros, e como seus cavaleiros, para que corram
adiante dos seus carros. E os porá por chefes de mil, e de cinqüenta; e para que
lavrem a sua lavoura, e façam a sua sega, e fabriquem as suas armas de guerra e
os petrechos de seus carros. E tomará as vossas filhas para perfumistas, cozinheiras
e padeiras. E tomará o melhor das vossas terras, e das vossas vinhas, e dos vossos
olivais, e os dará aos seus servos. E as vossas sementes, e as vossas vinhas dizimará,
para dar aos seus oficiais, e aos seus servos. Também os vossos servos, e as vossas
servas, e os vossos melhores moços, e os vossos jumentos tomará, e os empregará
no seu trabalho. Dizimará o vosso rebanho, e vós lhe servireis de servos. Então
naquele dia clamareis por causa do vosso rei, que vós houverdes escolhido; mas o
SENHOR não vos ouvirá naquele dia”. (1 Samuel 8:11-18).
A Escritura revela a resposta que Deus lhe deu: “E disse
o SENHOR a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado
a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles”. Será que somos melhores que os israelitas?
Será que os nossos governantes, nossos juízes, nossos congressistas e o nosso presidente
são realmente qualificados, confiáveis, não avarentos, incorruptíveis, tementes
a Deus, não se julgando superiores ao povo que os elegeu? Será que eles não temem
a prestação de contas que terão de apresentar diante de Deus, quanto à sua maneira
de governar? Será que o presidente do nosso país não está ampliando o exército,
pensando em atacar alguma nação vizinha? Será que ele não aumentou a carga tributária?
Será que as leis mudaram, nestes 2.000 anos de história?
Os Dez Mandamentos foram removidos dos tribunais [a imoralidade sexual campeia entre a juventude e garotas
de 11 anos de idade estão engravidando, colocando no mundo filhos sem pai e sem
perspectiva alguma de uma vida decente; e em vez de pregar a castidade, o governo
facilita o pecado, oferecendo preservativos]; os sodomitas
já podem se casar e ainda recebem outras formas de aprovação social para os seus
desvios de comportamento [Quando esta minoria estiver dando as cartas,
o que vai acontecer brevemente, como era o costume, em Sodoma e Gomorra, nós, os
cristãos bíblicos, estaremos em perigo]; os casos de aborto
acontecem, como sempre, enquanto os governantes fecham os olhos a esses crimes praticados
por homens e mulheres, que assassinam, impunemente, bebês inocentes. (10).[N.T.: Isto porque, eles mesmos, cometem vários crimes, criando leis
para acobertá-los].
Irmãos em Cristo, será que estamos sendo mais obedientes
a Deus do que o foram os israelitas? Seremos tão ingênuos ao ponto de acreditar
que somos mais capazes de obedecer ao Senhor do que os judeus o foram? Eles foram
rejeitados por Deus devido à sua desobediência; os gentios foram escolhidos para
substituí-los, tendo sido enxertados na Oliveira (que é Cristo). Mas, conforme esclarece
a Escritura, não foi pelos méritos dos judeus que eles foram escolhidos como o povo
de Deus (11) e muito menos foi pelos seus méritos que os gentios foram colocados
em seu lugar, por um hiato de tempo divino, mas somente pelos méritos de Jesus Cristo
(12). Como diz Paulo, em Romanos 11:23-25: “E também
eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é
Deus para os tornar a enxertar. Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro
e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais,
serão enxertados na sua própria oliveira! Porque não quero, irmãos, que ignoreis
este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em
parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado”.
Como vemos, Deus pode nos rejeitar,
a qualquer momento, por causa da nossa incredulidade e desobediência. Precisamos
discernir nossos deveres como cidadãos da pátria celeste, votando conscientemente.
O caso não é votar nomenos ruim dentre os piores. Se não existe um candidato
que mereça o nosso voto, votemos nulo [basta digitarmos um número
inexistente, como 999999]. “Quando favorecemos a tirania, ou, pelo menos,
deixamos de resistir à mesma, os hipócritas passam a reinar e dificilmente poderão
ser neutralizados em suas ações corruptas, a não ser que o povo volte o seu coração
para Deus. Neste caso, vamos dobrar nossos joelhos e suplicar pela Sua misericórdia”.
(13). Quando os déspotas
se assentam nos tronos da justiça, fingindo praticar a justiça, eles se tornam
totalmente hipócritas e o povo se torna a sua maior vítima. (14).
Mas, a esperança é a última que morre. Conforme lemos no
2 Crônicas 7:14: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se
humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então
eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra”.
Scott T. Whiteman is a Reformed Christian,
husband, and father. He is a practicing attorney in the State of Maryland in the
law firm of Peroutka & Peroutka.
[1] Samuel Rutherford, Lex, Rex, or The Law and the Prince; A Dispute for The Just Prerogative of King and People, Question IV. London. 1644. at 7. Reprinted by Sprinkle Publications, Harrisburg, Virginia. I have taken the quote out of context, however. Rutherford issues this statement in a conclusory fashion, having already established what this author has yet to assert.
[2] Westminster Confession of Faith, ch. XXIII.i
[3] E.C. Wines, The Hebrew Republic: Originally Published as Book II of “Commentary on the Laws of the Ancient Hebrews,” (1853). American Presbyterian Press. Massachusetts, 1980. at 156.
[4] The Hebrew Republic, at 13.
[5] The Hebrew Republic, at 14.
[6] Stephanus Junius Brutus, the Celt, Vidicae Contra Tyrannos, Third Question, “Kings are Made by the People.”
[7] Lex, Rex at 6-7.
[8] Westminster Confession of Faith, ch. XIX.iv
[9] The Hebrew Republic, at 158.
[10] Unborn Victims of Violence Act
[11] Deuteronomy vii.
[12] Romans i.
[13] Vindicae, Third Question, “How Much is Conceded by Right Against Tyrants by Practice.”
[14] Geneva Bible Note for Job xxxiv.30. Emphasis added. In the LXX, Job xxxiv:29-30 reads, And he will give quiet, and who will condemn? and he will hide his face, and who shall see him? whether it be done against a nation, or against a man also: causing a hypocrite to be king, because of the waywardness of the people.
Mary Schultze, 19/10/2008 - www.cpr.org.br/Mary.htm
Tradução livre do artigo: “Yes, God Does Tell
Us Who To Vote For”
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.