Colossenses 3:17: “E, quanto fizerdes por palavras
ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus
Pai”.
Um pai abatido pela dor, e de coração partido,
aproximou-se de mim, após o culto na igreja onde eu havia pregado. Perguntou se
podia compartilhar comigo um problema sobre o seu filho, de modo que eu pudesse
usar sua história como advertência a outros pais e pessoas jovens.
Assim como tantos outros pais, ele e a esposa
consideravam haver pouco ou nenhum perigo em ter um computador no quarto de
dormir do seu filho, com a porta do quarto fechada durante horas, enquanto ele
ficava “online”.
Somente quando [o garoto] chegou aos
dezoito anos, foi que os pais descobriram que ele havia se envolvido
drasticamente com sites de ocultismo e com pessoas de sites e blogs de
relacionamentos, os quais haviam captado o seu interesse e, por fim, a sua
lealdade. Esses desgostosos pais se achavam impossibilitados de evitar que o
filho, criado num lar cristão, se ligasse aos novos “amigos” que ele havia
feito na Internet.
Este jovem havia estudado numa escola
cristã, fora criado numa família [que era] membro fiel e assídua de uma igreja
batista independente fundamentalista. Mesmo assim, ele havia se tornado membro
de um círculo de amigos “góticos”, agora se vestindo de preto e desdenhando de
sua herança cristã. Seus ouvidos haviam ficado surdos aos apelos paternos, para
que se arrependesse e voltasse às verdades que lhe foram ensinadas, durante os
anos maleáveis de sua formação.
“O deus deste mundo” tem
disponível, hoje em dia, uma miríade de tentações sedutoras e atraentes, às
quais a juventude se torna facilmente vulnerável. Uma das tentações mais fortes
e difundidas é a Internet. Algumas décadas atrás, a juventude era alertada
contra as máquinas caça-níqueis (?), as boates, os filmes, os jogos de cartas,
etc. Mesmo sendo moralmente perigosas, estas coisas se tornam inferiores em
significação, quando comparadas aos insidiosos perigos que os adolescentes
enfrentam agora, através do computador. O que antes estava disponível somente
em lugares muito nocivos para a saúde espiritual, agora está disponível a
qualquer garoto de 12 anos, dentro do seu quarto, bastando apenas que ele dê um
click no mouse.
As famílias modernas já não formam uma
unidade coesa, conforme antigamente. O estresse e as pressões sobre um lar
moderno são multifacetadas. As mães têm posto em inferior prioridade os seus
lares, seus maridos e seus filhos em busca de uma carreira profissional. Com
tão precioso tempo desperdiçado, a vida se torna inadequada para que ela seja
uma esposa e mãe perfeita. (Marcos 3:25). Os pais se estressam ao limite, em
suas carreiras profissionais. Obter sucesso e manter sua posição faz com que um
pai fique estressado, deixando de ser um marido e pai protetor [da família].
Ficando muito tempo deixados sem supervisão, os jovens se tornam alvo de um
fator perigoso, pois sua natureza decaída os tenta a buscarem relacionamentos,
entretenimentos e atividades prejudiciais ao seu caráter e à sua alma. Os
telefones celulares, as mensagens de texto e a Internet constituem, para uma
juventude ingênua, um campo espiritual minado.
Um jovem cristão deveria querer ficar
sozinho diante do Senhor, como o fazia Daniel, no Velho Testamento, em vez de
buscar auto-afirmação e segurança nos companheiros do grupo. (Salmo 1:1). Os
relacionamentos virtuais tratam do EGO, sempre que se ministra aos “outros”.
Por causa de sua grande popularidade, o intercâmbio virtual tem-se tornado um
ímã para os corações jovens. Não envolvido com o mesmo, um jovem pode achar que
está por fora do que lhe parece que “todos estão fazendo”.
Narciso era um personagem da mitologia
grega, conhecido pela sua beleza. Ele desdenhava os outros, pensando somente em
si mesmo. Apaixonou-se pelo próprio reflexo numa lagoa e, não querendo deixar
de se extasiar com a própria beleza, ele acabou perecendo ali, transformando-se
na flor “narciso”. Seu nome tornou-se um sinônimo de auto-amor e
auto-admiração. A fascinação pelo EGO parece ter-se tornado uma força
motivadora no envolvimento de muitos jovens, nos relacionamentos virtuais -
Tudo sobre o EGO - contrastando com o que a Escritura nos ensina em Marcos
8:34: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua
cruz, e siga-me”.
O sincretismo social está fazendo com um
grupo o que ninguém desejaria para o seu filho. O relacionamento virtual tenta
um jovem a agir, gratuitamente, no sentido de uma vítima ser atacada num
e-mail, num blog ou num site de relacionamento. A vítima pode ser uma pessoa,
um grupo, uma instituição, comunidade, etc. Os jovens são notórios por serem
implacáveis com os que caem em desagrado com o seu grupo particular. Em um
trágico exemplo, uma jovem de 13 anos suicidou-se por causa de graves
comentários feitos sobre ela, num website. A autora desses comentários
disparatados fora simplesmente uma mulher casada, que se fizera passar por uma
adolescente.
O sincretismo social também pode ser
chamado “mentalidade do rebanho”, um fenômeno no qual as pessoas
abandonam a razão, e até mesmo a moral, para seguirem a multidão. Neste caso, a
opinião da multidão mudou sua percepção. Em outras palavras, o rebanho
altera a percepção da realidade de uma pessoa.
Muitos pais do tipo responsável não
precisam ver este estudo, para saber que é perigoso para os seus filhos ficarem
envolvidos com grupos [de pessoas] sem caráter, fúteis e irresponsáveis. Eles
conhecem a 1 Coríntios 15:33: “Não vos enganeis: as más
conversações corrompem os bons costumes”. Instintivamente, eles
sabem que os amigos “insalubres” vão contaminar e corromper os seus filhos.
Infelizmente, os jovens não enxergam este perigo contra o qual Paulo nos
admoestou, como sendo um sinistro e insidioso perigo deste fenômeno social. “Não vos
enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes”...
Em Provérbios 27:19, lemos: “Como
na água o rosto corresponde ao rosto, assim o coração do homem ao homem”. O
Espírito Santo nos mostra que a personalidade maligna é tão contagiosa como letal
na comunicação do mal.
“O grupo” pode alterar o escopo e a
percepção moral de uma alma ingênua ainda não embasada na Escritura. [N.T.
- Só
existe um meio dos jovens e adultos se desviarem do mal: é conhecer bem a
Palavra de Deus, a qual é a “lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso
caminho”, segundo Salmo 119:105].
Após um certo tempo de exposição e experiência com a turma,
torna-se admissível enviar fotos de si mesmo, em vários estados de nudez e
discutir assuntos íntimos, lascivos, com uma vulgaridade prazerosa, e aspirar a
uma vida de descontração, livre de restrições morais, etc. Depois que a
percepção moral é alterada, torna-se compreensível que pais amorosos e pastores
preocupados passem a ser vistos pela juventude [transviada] como não razoáveis,
obstrucionistas, incomunicáveis e desesperadamente obsoletos. Isso explica por
que os jovens, antes felizes e contentes com a sua família, tornam-se
desregrados, não cooperativos e descontentes, após terem-se envolvido com a
turma. Isto explica porque uma pessoa que perde o favor do “rebanho” vai se
tornar motivo de escárnio e até mesmo um “alvo” de vilipêndio, muito embora ela
fosse vista favoravelmente, ou, pelo menos, com neutralidade, antes da opinião
da turma se voltar contra ela.
O chamado “anonimato” que a Web provê é
ilusório. Tudo que for colocado num blog, chat ou website, ficará
permanentemente disponível “a quem interessar possa”. Estes itens podem ser
arquivados e voltar para embaraçar uma pessoa, muitos anos depois. Observações
fúteis e provocativas, fotos, vídeos, etc., têm sido pesquisados pelo pessoal
dos “Recursos Humanos” [das empresas empregadoras], anos após terem sido
colocados na Internet, podendo se tornar em motivos não mencionados, pelos
quais alguém deixou de conseguir um emprego ou promoção e por que alguns perderam
suas posições.
Os jovens, em particular, são muito
impressionáveis, vulneráveis e ingênuos. Suas mentes e emoções, ainda não
totalmente desenvolvidas, os tentam a se envolverem nas “excitações” do
relacionamento virtual. Na privacidade do seu quarto de dormir, eles não pensam
ou quase não pensam nas consequências em compartilhar informações pessoais
sobre eles, suas famílias e seus amigos, os quais podem ser apanhados por
predadores sexuais, criminosos ou ladrões de identidades. Algumas informações
compartilhadas são escandalosas, tais como: “fazer sexo”, das quais, pelo
celular ou pela Web, são enviadas imagens de jovens adolescentes, em vários
estados de nudez. Outras imagens, mesmo não revelando partes do corpo, são
altamente provocantes e sensuais, ficando disponíveis para serem vistas por
todos, durante anos.
O relacionamento virtual provê uma
saciedade para o que a chamada “vida normal” não oferece. Interessante é que
ele causa dependência. Esta sutil dependência tem afastado muitos da
responsabilidade, durante longos períodos de tempo. Em vez de
“remir o tempo” (Efésios 5:6), o indivíduo terá gasto muitas horas, deleitando-se
com imagens indecentes, chats espiritualmente prejudiciais, blogs, sensualidade
e conversações torpes, as quais “não se conformam à imagem de
Cristo” (Romanos 8:29), mas, ao contrário, embotam o espírito e a
consciência. Muitos que foram levados a gastar incontáveis horas na Web, e por
alguma razão já não podem acessar os sites favoritos, experimentam um
sentimento de perda idêntico em intensidade ao dos que anseiam pelo fumo,
quando tentam abandonar o vício. Esta dependência viola os princípios da 1
Coríntios 6:12: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm.
Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma”. A
compulsão obsessiva de quem está envolvido no relacionamento virtual deixa de
ser temporária, para se transformar num hábito pecaminoso.
No ambiente moral hodierno, o denominador
comum de maior baixeza entre a juventude é o escândalo e a ira. Desse modo, não
causa surpresa que suas conversas e interesses sejam espiritualmente nocivos.
Deus quer que sejamos sábios: “quero que sejais sábios no bem,
mas simples no mal” (Romanos 16:19). Tragicamente, após horas, dias, semanas e meses
de uso dos chats, blogs e websites favoritos, um jovem vai se tornar um “sábio
das ruas”, endurecido contra a ainda tênue voz Espírito Santo, tendo ficado
exausto e cínico sobre a própria vida. Suas prioridades, interesses e valores
morais não serão, certamente, os mesmos do seu pastor ou do seu professor na
EBD. Isto poderia explicar por que há tantos adolescentes desligados e
principalmente cansados e desdenhosos dos cultos da igreja e do altar familiar.
Os pais precisam questionar seriamente a
necessidade dos seus filhos serem supervisionados no acesso aos telefones
celulares e aos computadores. As mensagens de texto, fotos impróprias e
conversas fúteis são elementos de liberdade, para os quais os jovens não estão
preparados. Alguns jovens ficam enviando textos na escola e durante os cultos,
em vez de prestarem atenção às aulas ou permitir que o Senhor fale com eles. A
privacidade e a liberdade oferecidas através do celular, do computador e do
carro, devem ser para os adultos espiritualmente maduros e responsáveis; não
para os filhos imaturos, hedonistas e irresponsáveis. É um enorme desafio
conduzir o coração de um filho para Cristo, restringi-lo e conservá-lo na
disciplina e admoestação do Senhor. Então, por que deveria um pai complicar
tremendamente este desafio, permitindo ao filho um não supervisionado e
descontrolado acesso aos telefones celulares e aos computadores? Fazer isso,
neste mundo satanicamente controlado, será quase como ensinar o seu filho a
nadar, enquanto ele está usando calçados de concreto.
Permitam-me sugerir algumas maneiras pelas
quais os pais possam ter o controle e supervisão nestas aéreas:
1. - O computador jamais deve ficar no quarto do filho, mas, de
preferência, no lugar mais público da casa, como a cozinha ou outra área mais
frequentada pelos membros da família. O computador e o laptop devem ficar numa
posição em que os transeuntes possam ver, imediatamente, o que está sendo
mostrado no monitor.
2. - A nenhum computador para os filhos ou algum outro membro da
família deve ser permitida a falta de um software que possa ser regularmente
examinado pelos pais, responsáveis ou esposa, o qual revele tudo que tenha sido
visto nesse computador.
3. - Uma prestação de contas é crucial. Enviar textos tem se tornado a
mania de muitos jovens. Esta obsessão, por causa dos mesmos perigos morais do
computador, deveria tornar-se inacessível ou estritamente monitorada.
4. - O software é indispensável, a fim de que seja evitado que a maior
parte da pornografia e outros sites questionáveis sejam acessados. Qualquer
computador doméstico precisa ser assim equipado. Não existem “provas fúteis”,
daí porque a vigilância e a intima supervisão dos computadores continuam sendo
necessárias.
Costumo comunicar-me com minha
filha, no campo missionário, através do computador. Isto supera qualquer
correio moroso, o qual exigia semanas e às vezes nem chegava. O acesso às
notícias locais e mundiais, de uma variedade de fontes, que chegam quase
instantaneamente, é uma bênção maravilhosa e agradável. A habilidade de se encontrar
um produto desconhecido ou popular “online”, a um preço módico, economiza muito
tempo e esforço. Posso pesquisar desde a supressão teológica da ética à mais
venenosa aranha, sem me dar ao trabalho de chegar até uma biblioteca. Posso me
manter informado sobre grupos, missionários, ministros e organizações cristãs
através de suas “newsletters”. Estas são atuais, sem custo algum. Alguns estão
a milhares de milhas de distância, nos países do terceiro mundo e, mesmo assim,
posso orar por uma crise que aconteceu há 24 horas apenas. Os computadores
provêem imediata acessibilidade a informações, produtos e serviços, de um modo
sem paralelo, que a nós até hoje não havia sido disponível. Podemos nos
comunicar com amigos, estranhos, sócios e membros da família, instantaneamente,
e a milhares de milhas de distância, com um simples click no mouse. Os
computadores são uma das maravilhas da nossa era moderna. Oceanos, lagos, rios
e lagoas provêem transporte, comércio, belezas cênicas, alimentação e
recreação. Contudo eles também nos mostram tsunamis, inundações, afundamento de
navios, e almas ressequidas. Armas de fogo provêem alimento para a mesa,
caçadas, esportes e armas aos nossos militares. Mas também usamos armas para a
caça recreativa e proteção às nossas vidas e propriedade. Mesmo assim, nenhum
pai inteligente ou responsável iria permitir um acesso sem controle de suas
armas aos seus filhos. Do mesmo modo, devemos reconhecer que, embora a
tecnologia do computador nos seja de tremenda ajuda, ela pode se tornar um
desastre irremediável para os nossos filhos, e até mesmo para nós adultos.
Restrições, controle, supervisão e prestação de contas não são apenas uma boa
idéia, para os nossos computadores e telefones celulares, mas uma necessidade.
Se um homem justo deve cuidar da vida dos seus animais (Provérbios 12;10),
muito mais, zelosamente, não deveríamos cuidar de nós mesmos, de nossa esposa e
de nossos filhos?
Ron Williams (hesed@kconline.org),
reimpresso do Hephzibah Happenings, http://www.hephzibahhouse.org.
Traduzido por Mary Schultze, em 16/01/2010.
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.