por Larry Pratt
O que parece estar subentendido no argumento para o controle de armas é que a
disponibilidade de armas causa o crime. Por extensão, a disponibilidade de
qualquer coisa que possa ser usada como arma deve ser vista como uma causa de
crime. O que a Bíblia diz sobre esse ponto de vista?
É melhor que comecemos do início, ou pelo menos muito perto dele – em Gênesis
4. Neste capítulo, lemos sobre o primeiro assassinato. Caim ofereceu um
sacrifício inaceitável e estava perturbado por Deus insistir que ele fizesse a
coisa certa. Em outras palavras, Caim estava irritado por não poder fazer a sua
própria vontade.
Caim estava mais engajado em matar seu irmão do que em andar corretamente com
Deus. Não havia armas disponíveis, embora provavelmente houvessem facas. Mas,
se foi uma faca ou uma pedra, a Bíblia não diz. O caso é que, o mal no coração
de Caim foi a causa do assassinato, não a disponibilidade de armas mortais.
A resposta de Deus não foi banir as pedras ou as facas, ou o quer que fosse,
mas, banir o assassino. Mais tarde (ver Gen. 9:5-6) Deus instituiu a pena
capital, mas não disse sequer uma palavra sobre proibir armas.
● Cristo Ensinou o Pacifismo?
Muitas pessoas, inclusive Cristãos, assumem que Cristo ensinou o pacifismo.
Eles citam em seu favor Mateus 5:38-39. Nesse verso Cristo disse:
"Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos
digo que não resistais ao mau; mas, se qualquer te bater na face direita,
oferece-lhe também a outra" (Mt 5. 38-39 ACF 2011).
O Sermão do Monte, onde essa passagem se encontra, trata da correta conduta
pessoal. Em nossa passagem, Cristo está esclarecendo uma confusão que as
pessoas faziam em pensar que a conduta apropriada para o governo civil – isto
é, fazer vingança – era também apropriada para um indivíduo.
Até mesmo as palavras que Cristo escolheu indicam que Ele estava aludindo à uma
confusão, ou a uma distorção, que era corriqueira. Diversas vezes no restante
do Sermão do Monte, Cristo usou: “vocês ouviram dizer isto”, uma figura de
discurso para expor o engano e a falsidade ensinada pelos líderes religiosos da
época.
Contraste isto ao uso que Cristo faz da frase “está escrito” quando Ele apelava
para a autoridade das Escrituras (por exemplo, ver Mateus 4 onde em três
ocasiões durante sua tentação pelo Diabo, Cristo respondeu a cada uma das
mentiras de Satanás pela Escritura com as palavras: “está escrito”).
Para perceber melhor o fato de que Cristo estava corrigindo os líderes
religiosos sobre seu ensino do “olho por olho” aplicado à vingança pessoal,
considere que no mesmo sermão, Cristo condena veementemente o falso ensino:
"Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e
assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus.....
(Mt. 5:19 ACF). Fica claro, então, que Cristo não estava ensinando nada sobre a
auto-defesa diferente daquilo que é ensinado em outras partes da Bíblia. Caso
contrário, Ele estaria se contradizendo, pois estaria agora ensinando os homens
a quebrar um dos mandamentos.
A referência “olho por olho” foi extraída de Êxodo 21:24-25, que trata de como
o magistrado deve agir em relação ao crime. A saber, a punição acompanha o
crime. Os líderes religiosos do tempo de Cristo haviam distorcido a passagem que
se aplicava ao governo e, de forma errada, a haviam aplicado como um princípio
de vingança pessoal.
A Bíblia claramente distingue entre os deveres do magistrado civil (o governo
civil) e os deveres de um indivíduo. Ou seja, Deus delegou ao magistrado civil
a administração da justiça. Os indivíduos têm a responsabilidade de proteger
suas vidas dos agressores. Cristo se referiu a esta distinção na passagem de
Mateus 5. Vamos agora examinar alguns detalhes do que as Escrituras dizem sobre
as normas para os indivíduos e o governo civil.
● Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento ensinam a auto-defesa pessoal,
mesmo que isto implique em tomar a vida do agressor, em determinadas
circunstâncias.
● A auto-defesa no Velho Testamento
Êxodo 22:2-3 nos diz: "Se o ladrão for achado roubando, e for
ferido, e morrer, o que o feriu não será culpado do sangue. Se o sol houver
saído sobre ele, o agressor será culpado do sangue; o ladrão fará restituição
total; e se não tiver com que pagar, será vendido por seu furto" (ACF).
Uma conclusão que podemos extrair daqui é que uma ameaça à nossa vida deve ser
reprimida com força letal. Depois que “o sol houver raiado” parece referir-se a
um julgamento diferente daquele permitido à noite. À noite é mais difícil
discernir se o intruso é um ladrão ou um assassino. Além disso, a noite torna
mais difícil a tarefa de defender-se e, ao mesmo tempo, evitar matar o ladrão.
Durante o dia, seria melhor livrar-se do perigo, caso contrário, a defesa
torna-se vingança, e esta é prerrogativa do magistrado.
Em Provérbios 25:26, nós lemos: "Como fonte turva, e manancial poluído,
assim é o justo que cede lugar diante do ímpio". Certamente, cederíamos ao
perverso se escolhêssemos estar desarmados e incapazes de resistir ao
assaltante que pudesse ameaçar nossa vida. Em outras palavras, não temos o
direito de abrir mão de nossa vida -- que é presente de Deus -- para o
perverso. É um erro grave igualar a sociedade civilizada àqueles que se ocupam
em assolá-la com maldade, ao invés de serem pessoas decentes.
● Confiando em Deus
Outra pergunta que os Cristãos fazem é, “Ter uma arma não significa certa
desconfiança sobre se Deus irá cuidar de nós?”
Realmente, Deus irá cuidar de nós. Ele nos disse também que se nós O amássemos,
guardaríamos os Seus mandamentos (Jo. 14:15).
Os que confiam que Deus trabalha para que eles vivam, sabem que 1 Timóteo 5:8
nos diz: "Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da
sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel"
Não trabalhar, e ainda esperar comer porque está “confiando em Deus” seria
simplesmente estar tentando a Deus.
O rei Davi escreveu no Salmo 46:1 que "Deus é o nosso refúgio e
fortaleza, socorro bem presente na angústia". Isto não conflita com a
oração ao Deus,
"Bendito seja o Senhor, minha rocha, que ensina as minhas mãos para a
peleja e os meus dedos para a guerra" (Salmos 1444.1 ACF). A doutrina da
Escritura é que nós nos preparamos e trabalhamos, mas deixamos o resultado com
Deus.
Aqueles que confiam em Deus deveriam também fazer a provisão adequada para a
sua própria defesa, assim como somos instruídos nas passagens citadas acima.
Pois um homem que recuse suprir defesa adequada para si e sua família estará
tentando a Deus.
● Há um agravante com relação a adotar a posição do “eu não
preciso me armar; Deus irá me proteger.”
Em um certo ponto, quando Satanás estava tentando a Jesus no deserto, ele
desafiou Jesus a jogar-se de cima do templo. Satanás presumiu que os anjos de
Deus poderiam protegê-Lo. Jesus respondeu:
"Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu
Deus" (Mt 4:7 ACF 2011). Pode parecer piedoso dizer que confia em Deus
para proteção – e todos nós devemos confiar – mas tentamos a Deus se não nos
submetemos ao padrão que Ele nos deixou na Bíblia.
● O Dever do Governo Civil
A Bíblia registra o primeiro assassinato em Gênesis 4 quando Caim matou seu
irmão Abel. A resposta de Deus não foi registrar as rochas ou listar aqueles
que possuíam um arado, ou o que quer que Caim tenha usado para matar seu irmão.
Ao invés disso, Deus tratou com o criminoso. Desde Noé, a pena para o
assassinato tem sido a morte.
Vemos a recusa em se aceitar os princípios que Deus nos deu lá no começinho de
tudo. Hoje vemos crescer a aceitação da idéia de que controlar o arsenal de armas
disponíveis aos criminosos irá diminuir o crime, enquanto raramente devemos
executar aqueles que são culpados de assassinato.
Em Mateus 15 (e em Marcos 7), Cristo também acusou os lideres religiosos de seu
tempo de se oporem à execução daqueles jovens rebeldes que eram merecedores de
morte. Eles haviam substituído os mandamentos de Deus com suas próprias
tradições. Deus nunca esteve interessado em controlar os meios de violência. O
que Ele sempre fez foi punir e, quando possível, restaurar (seja por restituição
e excomunhão) o transgressor. O controle de indivíduos deve ser deixado a seu
auto-governo. A punição dos indivíduos pelo governo civil deve ser feita quando
acontece algo de errado com esse auto-governo.
Em nenhuma parte da Bíblia Deus deixa brecha para tratar dos instrumentos de
crime. Ele sempre foca nas conseqüências que um indivíduo terá de arcar para
suas ações. O céu e o inferno só dizem respeito às pessoas, não às coisas. A
responsabilidade pertence somente às pessoas, não às coisas. Se esse princípio,
que está profundamente arraigado na lei comum, permanecesse ainda hoje, os
legisladores contra os fabricantes de armas deveriam banir somente os produtos
que funcionassem mal.
● Auto-Defesa Versus Vingança
Resistir a um ataque não deve ser confundido com fazer vingança, a qual é
domínio exclusivo de Deus (Rm 12:19). Ela tem sido delegada ao magistrado
civil, que, como lemos em Romanos 13:4: "Porque ela é ministro de Deus
para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz em vão a espada;
porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal". Os
meios de vingança pessoal podem tornar alguém um criminoso se agir depois que
sua vida não está mais em perigo, ao contrário de quando alguém está se
defendendo de um ataque. Esse é o ponto crucial que têm sido confundido por
cristãos pacifistas que querem tomar a passagem do Sermão do Monte sobre dar a
outra face (o que proíbe a vingança pessoal) como um mandamento para anular-se
ante o perverso.
Consideremos também o que nos diz o Sexto Mandamento: “Não matarás.” Nos
capítulos seguintes, Deus dá a Moisés algumas situações que requerem a pena
capital. Evidentemente, Deus não está dizendo que nunca se deve matar, mas que
não devemos tirar a vida de um inocente. Considere também que o magistrado
civil é um terror para aqueles que praticam o mal. Essa passagem não está de
modo algum significando que o papel da lei obrigatoriamente é prevenir crimes
ou proteger os indivíduos dos criminosos. O magistrado é um ministro que serve
como “um vingador para castigar o que pratica o mal” (Rm 13:4).
Este ponto está refletido na doutrina legal dos Estados Unidos. Repetidamente,
as cortes mantiveram que o governo civil não tem nenhuma responsabilidade de
fornecer segurança individual. Em um caso (Bowers x DeVito) se expressou desta
maneira: “Não há nenhum direito constitucional para ser protegido pelo estado
contra ser assassinado.”
● Auto-Defesa no Novo Testamento
Cristãos pacifistas podem tentar argumentar que Deus mudou Sua mentalidade do
tempo em que Ele deu os Mandamentos a Moisés no Monte Sinai. Eles podem, por
exemplo, querer que nos convencer de que Cristo cancelou os Dez Mandamentos de
Êxodo 20 ou a base para o assassinato justificável de um ladrão em Êxodo 22.
Mas o escritor aos Hebreus deixa claro que não é assim, porque “Jesus Cristo é
o mesmo ontem, hoje e eternamente” (Heb. 13:8). No Velho Testamento, o profeta
Malaquias grava da seguinte maneira as palavras de Deus: Porque eu, o Senhor,
não mudo" (Ml 3:6 ACF ).
Paulo estava se referindo à imutabilidade da Palavra de Deus quando escreveu a
Timóteo: "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para
ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o
homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa
obra" (2Timóteo 3.16-17 ACF 2011). Evidentemente, Paulo encarava toda a
Escritura, incluindo o Velho Testamento, como útil para instruir os cristãos em
cada área da vida.
● Devemos considerar também que Cristo disse a seus
discípulos em suas últimas horas com eles:
"Disse-lhes pois: Mas agora, aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o
alforje; e, o que não tem espada, venda a sua capa e compre-a" (Lucas
22.36 ACF 2011). Tenha em mente que a espada era a mais letal arma ofensiva
disponível para um soldado individual – seria o equivalente hoje a um rifle
militar.
Os pacifistas cristãos provavelmente irão objetar nesse ponto que algumas
poucas horas mais tarde, Cristo repreende Pedro por usar uma espada para cortar
a orelha de Malco, um servo do sumo sacerdote em companhia de um destacamento
de tropas. Vemos ler o que Cristo diz a Pedro em Mateus 26:52-54:
Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão
da espada, à espada morrerão. Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu
Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se
cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?" (ACF
2011).
Na passagem paralela em João 18, Jesus diz a Pedro para guardar sua espada e
diz que beberá do copo que Seu Pai lhe tem dado. Não era a primeira vez que
Cristo explicava a seus discípulos porquê ele veio à terra. Para cumprir a
Escritura, o Filho de Deus teve de morrer pelos pecados do homem, uma vez que o
homem era incapaz de pagar por seus próprios pecados, livrando-se do fogo do
inferno. Cristo poderia ter salvado sua vida, mas então os crentes perderiam
suas vidas eternamente no inferno. Essas coisas tornam-se claras para os
discípulos somente depois de Cristo ter morrido e levantado dos mortos, e
depois do Espírito ter vindo ao mundo no Pentecostes (ver Jo. 14:26).
Quando Cristo disse a Pedro “ponha sua espada no lugar,” evidentemente ele não
disse que a deixasse lá para sempre. Isto contradizeria o que ele havia dito aos
discípulos apenas algumas horas antes. A espada de Pedro era para proteger sua
própria vida mortal do perigo. Sua espada não era necessária para proteger o
Criador do Universo e o Rei dos Reis.
● Anos depois do Pentecostes, Paulo
escreve em uma carta à Timóteo:
"Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua
família, negou a fé, e é pior do que o infiel" (1Timóteo 5.8 ACF 2011).
Essa passagem se aplica a nosso assunto porque seria absurdo comprar uma casa,
abastecê-la com comida e outras necessidades de uma família, e então recusar-se
a instalar fechaduras e a prover os meios de proteger a família e a
propriedade. Do mesmo modo, seria absurdo não tirar, se necessário, a vida de
um ladrão noturno para proteger os membros da família (Ex. 22:2-3).
Um relato e um conceito até mais amplo é encontrado na parábola do Bom
Samaritano. Cristo sintetizou um sumário de todas as leis bíblicas do Velho
Testamento em dois grandes mandamentos:
"E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu
entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo" (Lc 10.27 ACF).
Quando perguntaram quem era esse próximo, Cristo contou a parábola do Bom
Samaritano (Lc. 10:30-37). Foi o Bom Samaritano que cuidou da vítima de ataque,
o samaritano era o “próximo” da vítima. Os que passaram perto e ignoraram a
situação da vítima não agiram como “próximos” dele.
À luz de tudo o que vimos a Escritura ensinar sobre este ponto, podemos perguntar:
se pudéssemos salvar a vida de alguém das mãos de um agressor por meio de um
tiro no agressor com nossa arma deveríamos “dar a outra face”? A Bíblia não
fala disto como correto. Fala somente das nossas responsabilidades em face de
uma agressão – como criaturas individuais feitas por Deus, como chefes de
família, ou diante do nosso próximo.
● Bênçãos e Maldições Nacionais
O Antigo Testamento também nos fala bastante sobre o relacionamento positivo
entre a retidão, que exalta a nação, e a auto-defesa. Deixando claro que em
tempos de rebelião nacional contra o Senhor Deus, as leis da nação irão
refletir a degradação espiritual do povo e o resultado é a rejeição da lei de
Deus, a soberba dos oficiais, o desarmamento, e opressão.
Por exemplo, o povo de Israel foi oprimido durante o tempo da lei dos juízes.
Isto ocorreu em qualquer tempo em que o povo apostatou. Juízes 5:8 nos fala
que, "E se escolhia deuses novos, logo a guerra estava às portas;
via-se por isso escudo ou lança entre quarenta mil em Israel?" (Juizes 5:8
ACF)
Considere Israel sob Saul: O primeiro livro de Samuel fala da mudança de rumo
de Israel para com Deus. O povo não queria ser governado por Deus; eles queriam
ser regidos por um rei como os pagãos, as nações odiadas por Deus em derredor.
Samuel advertiu o povo que se eles persistissem em pôr um rei sobre seus ombros
e de suas famílias, a decisão recairia sobre eles. Incluindo naquela decisão o
levantamento de um exército profissional composto por seus filhos e filhas para
as agressivas guerras (1 Sam. 8:11).
Essa decisão não é desconhecida nos Estados Unidos. Tudo aquilo que Samuel
advertiu ao povo, Saul realizou. Sua reunião de um exército armado foi repetida
nos Estados Unidos, e não só em termos de forças armadas, mas também com os 650.000
oficiais de polícia contínuos para todos os níveis do governo civil.
Saul era o rei que israelitas pediram e tiveram. Ele era bonito aos olhos do
mundo, mas um desastre aos olhos do Senhor. Saul não confiou em Deus. Ele se
rebelou contra a forma de sacrifício do Senhor. Saul pôs a si mesmo acima de
Deus. Ele era impaciente. Ele recusou esperar por Samuel porque o modo de Deus
estava sendo um tanto demorado. Saul foi adiante e executou ele mesmo o
sacrifício, violando assim os mandamentos de Deus (e, incidentalmente, violando
também a separação que Deus ordenou entre os deveres da igreja e do estado!).
Assim Saul perdeu sei reinado. E, foi sobre ele que os Filisteus puderam
derrotar os Judeus e escravizá-los. Quão grande foi a escravidão exercida pelo
Filisteus:
"E em toda a terra de Israel nem um ferreiro se achava, porque os
filisteus tinham dito: Para que os hebreus não façam espada nem lança. Por isso
todo o Israel tinha que descer aos filisteus para amolar cada um a sua relha, e
a sua enxada, e o seu machado, e o seu sacho. E sucedeu que, no dia da peleja,
não se achou nem espada nem lança na mão de todo o povo que estava com Saul e
com Jônatas; porém acharam-se com Saul e com Jônatas seu filho. E saiu a
guarnição dos filisteus ao desfiladeiro de Micmás. (I Samuel 13:19-20,22-23
ACF)
Hoje, os mesmos objetivos dos Filisteus seriam realizados por um opressor que
banisse as armas da terra. A espada de hoje é a pistola, o rifle, ou a
espingarda. O controle de espadas dos Filisteus é hoje o controle de armas
daqueles governos civis que não permitem que seus cidadãos tenham armas.
É importante entender que o que aconteceu aos judeus no tempo de Saul não foi
inesperado de acordo com as sanções proferidas por Deus em Levítico 26 e
Deuteronômio 28. Nos primeiros versos daqueles capítulos, bênçãos são
prometidas à nação que seguirem as leis de Deus. Nas últimas partes daqueles
capítulos, as maldições são pronunciadas para uma nação que venha a ser julgada
por sua rebelião para com Deus. Deuteronômio 28:47-48 nos ajuda a entender a
razão para a opressão de Israel pelos Filisteus durante o reinado de Saul:
Porque não serviste ao Senhor, teu Deus, com alegria e bondade de coração, não
obstante a abundância de tudo. Assim, com fome, com sede, com nudez e com falta
de tudo, servirás aos inimigos que o Senhor enviará contra ti; sobre o teu
pescoço porá um jugo de ferro, até que te haja destruído.
A Bíblia fornece exemplo de bênçãos de Deus sobre Israel por sua fidelidade.
Essas bênçãos incluem uma forte defesa nacional acoplada à paz. Um claro
exemplo ocorreu durante o reino de Josafá. 2 Crônicas 17 fala de como Josafá
conduziu Israel à fidelidade a Deus que incluía uma forte defesa nacional. O
resultado: "E veio o temor do Senhor sobre todos os reinos das terras, que
estavam ao redor de Judá, e não guerrearam contra Jeosafá" (II Crônicas
17:10 ACf). O exército Israelita era um exército de milícia (Num 1:3ff.) que ia
para a batalha com cada homem carregando sua própria arma – do tempo de Moisés,
passando pelos Juízes, e além. Quando ameaçados pelos Midianitas, por exemplo,
“Moisés falou ao povo dizendo, ‘Armai alguns de vós para a guerra, e que saiam
contra os midianitas, para fazerem a vingança do Senhor contra eles'” (Num
31:3). Outra vez, demonstra-se a herança bíblica de carregar e portar armas,
durante o tempo de Davi no deserto escondendo-se de Saul, "Por isso
disse Davi aos seus homens: Cada um cinja a sua espada. E cada um cingiu a sua
espada, e cingiu também Davi a sua; e subiram após Davi uns quatrocentos homens,
e duzentos ficaram com a bagagem" (I Samuel 25:13 ACF)
Finalmente, considere Neemias e aqueles que reconstruíram os portões e os muros
de Jerusalém. Eles eram tanto construtores quanto defensores, cada homem – casa
servo – armou-se com sua espada:
"Os que edificavam o muro, os que traziam as cargas e os que carregavam,
cada um com uma das mãos fazia a obra e na outra tinha as armas. E os
edificadores cada um trazia a sua espada cingida aos lombos, e edificavam; e o
que tocava a trombeta estava junto comigo" (Ne 4:17-18 ACF).
Conclusão
A sabedoria dos que fizeram a Constituição [Americana] é consistente com as
lições da Bíblia. Os instrumentos de defesa devem estar espalhados por toda a
nação, não concentrados nas mãos do governo central. Em um bom país, cada homem
age corretamente por meio do Espírito Santo que trabalha nele. Não há razão
para o governo civil querem o monopólio da força; o governo civil que deseja
tal monopólio é um perigo à vida, liberdade, e propriedade de seus cidadãos.
A simples suposição de que pode ser perigoso que as pessoas carreguem armas é
usada para justificar o monopólio da força por parte do governo. A noção de que
não se pode confiar que as pessoas mantenham suas próprias armas nos mostra
que, como o tempo de Salomão, não só para os muito ricos, é também um tempo
perigoso para as pessoas simples. Se Cristo não for nosso Rei, nós teremos um
ditador a governar sobre nós, justamente como advertiu Samuel.
Para aqueles que pensam que Deus tratou Israel de maneira diferente da que irá
nos tratar hoje, por favor considere o que Deus disse ao profeta Malaquias:
"Porque eu, o Senhor, não mudo;" (Ml 3:6 ACF
).
Fonte:
📖 Todos textos bíblicos foram traduzidos [por Israel Zaca, a
pedido de Hélio de Menezes] para Tradução Almeida Corrrigida Fiel (ACF) da
SBTB.
Larry Pratt é diretor executivo da Gun Owners of America (com
150.000 membros), foi eleito Oficial na legislatura estadual da Virgínia, e é
presbítero na Igreja Presbiteriana na América.
Traduzido por: Márcio Santana Sobrinho
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