Por Cláudia Aparecida Alves
A partir de sistemas orgânicos irredutivelmente complexos – como o olho humano,
a coagulação do sangue, o transporte celular – o autor revela que tais sistemas,
descritos detalhadamente no livro, não podem ser produtos do acaso ou de
mutações aleatórias, pois, se qualquer um dos seus componentes não existir, a
função do sistema não seria alcançada, favorecendo sua extinção, e não uma
suposta evolução, conforme os pressupostos evolucionistas.
De fato, existem inúmeros trabalhos científicos ressaltando o silêncio
constrangedor da literatura científica sobre a origem dos mecanismos celulares e
a inconsistência das tentativas de explicá-las. Indagamos: “Por que, então, a
Teoria da Evolução ainda é a mais aceita e ensinada no meio acadêmico?”. As
palavras do bioquímico podem nos nortear em busca desta resposta: “O
dilema é que, enquanto um lado do elefante é etiquetado como planejamento
inteligente, o outro poderia ser rotulado como Deus”.
Na realidade, qualquer evolucionista que aceitar o
planejamento da criação por um ser superior poderá sentir-se frustrado, pois os
mecanismos usados na produção da vida estarão para sempre fora do seu alcance.
Desde a publicação de A Origem das Espécies houve choque entre cientistas e
teólogos, o que gerou uma lealdade à disciplina científica que a coloca acima do
objetivo a que deveria servir. E corrobora para isso o fato de que muitos
cientistas não querem que seus conhecimentos, fruto de anos de dedicação, sejam
confrontados com um conhecimento além da natureza, isto é, não desejam que um
ser sobrenatural afete a natureza. Numa época em que as publicações científicas
procuram cada vez mais desacreditar as Escrituras Sagradas, vemos, com
satisfação, que o conhecimento científico chegou a um impasse sobre a origem da
vida e que algumas pessoas começam a reconhecer que as respostas podem estar no
âmbito da teologia. Nesta matéria, analisaremos, com franqueza, os fundamentos
históricos e científicos da chamada “Teoria da Evolução”. Será que resistem?
Em 1859, Charles Darwin publicou sua obra intitulada Sobre
a Origem das Espécies. Em 1872, já na sexta edição, o título foi mudado para
A Origem das Espécies. Com esta obra, a Teoria da Evolução saiu do anonimato e
entrou no cenário das idéias brilhantes. Darwin defendia que as modificações
adaptativas das espécies eram provenientes de um mecanismo de seleção natural, e
que essa seleção natural, ocorrendo por muitas vezes, era capaz de gerar novas
espécies e de extinguir outras. Para os humanistas e naturalistas da época, este
raciocínio permitia explicar a origem da imensa quantidade de espécies de
organismos vivos observados em toda a terra. Assim, em apenas trinta anos, as
idéias de Darwin foram aceitas e difundidas, mesmo sem haver provas científicas
adequadas que as comprovassem. A “antiga serpente” está sempre seduzindo a mente
humana, oferecendo-lhe “conhecimento” enganoso. As artimanhas para infiltrar na
humanidade os conceitos evolutivos vêm desde a antiga Babilônia, Egito e Grécia.
No tempo de Darwin, o palco estava montado. Os pensadores queriam mais do que
nunca uma explicação, em termos naturais, para a origem da vida e sua variedade.
Darwin formou-se em teologia, mas seu avô, Erasmo Darwin, era um evolucionista
famoso, o que certamente contribuiu para que ele rumasse para o naturalismo.
Também em 1809, um pouco antes das idéias de Darwin se tornarem conhecidas, Jean Baptiste Lamark tinha proposto que mudanças no meio ambiente eram capazes de
modificar os organismos para que se adaptassem às novas condições, e que essas
mudanças poderiam ser transmitidas às futuras gerações. Todavia, as idéias de
Lamark não resistiram ao método científico e foram abandonadas. (ver infográfico
sobre as girafas) A diferença entre Darwin e seus antecessores é que ele
argumentava em cima da chamada seleção natural, a qual somente os mais aptos
sobrevivem. A partir de 1930, conhecimentos acumulados sobre mutações reforçaram
as idéias de Darwin e assim surgiu a Teoria Sintética da Evolução
(neodarwinismo), que afirma que o processo evolutivo é regido, principalmente,
por mutações e seleção natural.
Em 1936, o russo A. I. Opárin publicou o livro A Origem da
Vida, que foi aceito pela comunidade científica por julgarem que nele havia
pensamento claro e defensável sobre como se originou a vida na terra. Opárin
sugeriu que a seleção natural, proposta por Darwin para explicar a evolução
orgânica das espécies, começou atuar já no plano molecular no chamado caldo
primordial de onde, supostamente, teria surgido a primeira vida. Os agregados
coloidais, formados por aglomeração de moléculas do caldo, competiam entre si
pelas moléculas livres do meio e os agregados mais aptos, em termos de arranjo
interno e composição química, prevaleciam sobre os demais. Eis aí as bases da
chamada evolução química. Os pensamentos de Darwin e Opárin colocaram um ponto
final no desconforto da comunidade científica por não ter uma resposta racional
sobre a origem da vida e sua imensa variedade. A resposta dos mestres da ciência
tem como base a obra do acaso. A criação sobrenatural passa a ser de domínio dos
ignorantes do povo, dos sem imaginação, dos fracos e dos religiosos.
Existem provas confiáveis
do processo evolutivo? As provas de que dispõem os evolucionistas são baseadas
em análises de fósseis e em estudos filogenéticos relacionados à anatomia e
fatores bioquímicos das espécies. As provas, se é que podemos tratá-las assim,
são frágeis e envoltas em contradições, equívocos e até fraudes. As provas bem
intencionadas usadas para demonstrar que a evolução das espécies é verdadeira
também são questionáveis em relação à sua validade.
O
documentário fóssil comprova que no passado houve formas de vida bem diferentes
dessas que são observadas no presente. Por conta deste fato, os evolucionistas
buscam nos fósseis a descoberta de formas de vida que apresentem características
transitórias entre uma espécie ancestral e outra que possa estar um passo
evolutivo adiante. Mesmo com tantos esforços para comprovar a evolução das
espécies com um achado fóssil de peso, até agora nada se tem que possa ser
considerado “prova incontestável”. Como certa vez declarou G.K. Chesterton, “os
evolucionistas parecem saber tudo acerca do elo perdido, a não ser o fato de que
ele está perdido”. De fato, os elos perdidos, fósseis de criaturas apresentando
características do ancestral e da forma evoluída, continuam perdidos. Aliás, se
esses animais transitórios tivessem existido realmente, seriam verdadeiras
fábulas vivas. É preciso muita fé para acreditar neles, uma vez que não se tem
nenhum vestígio confiável desse tipo de vida.
Nos estudos de semelhanças anatômicas entre as diferentes
espécies nada pode ser considerado conclusivo. Uma vez que para usar esses
argumentos como evidências da evolução seria necessário que a própria evolução
fosse comprovada ou, do contrário, é o mesmo que andar em círculos. A semelhança
entre um homem e uma criança não serve como prova de paternidade, o que pode
ocorrer, mediante tal observação e o depoimento da mãe, é que surja uma suspeita
de paternidade. Essa suspeita tem de ser provada por meio de exame apropriado
ou, do contrário, a semelhança não passa de semelhança. Ainda dentro do conjunto
de provas relacionadas à anatomia, os evolucionistas citam os chamados órgãos
vestigiais que, para eles, são heranças de antepassados evolutivos. Classificam
como vestigial os órgãos que aparentemente não possuem nenhuma função no
organismo. O apêndice e o cóccix humano são considerados vestigiais pelos
evolucionistas. O primeiro porque deixou de ser usado por não se comer mais
carne crua e alimentos mais duros e o segundo, alegam, que é vestígio da cauda
de antepassados que a possuíam. Entretanto, atualmente são atribuídas funções
para esses dois órgãos, mas pouco se fala a esse respeito. O fato de não se
entender muito bem o papel de um órgão não faz dele um órgão vestigial. Esse
tipo de erro já foi observado antes na história da ciência. Quando todos os
órgãos endócrinos e linfáticos foram considerados vestigiais. As provas
bioquímicas estão relacionadas à análise das proteínas presentes nos mais
variados organismos. Duas espécies são consideradas parentes próximos quanto
maior for a semelhança entre suas proteínas, isso porque uma proteína é um
polímero de aminoácidos e a seqüência desses aminoácidos é determinada pela
leitura do gene que a codifica. Um gene é um pedaço do DNA que possui a receita
para que uma proteína seja feita ou expressa. No DNA de uma espécie existem
muitos genes. Dizer que o conjunto de proteínas de dois organismos são
semelhantes é o mesmo que dizer que seus DNA são semelhantes e, na visão
evolucionista, isso é sinal de que houve um ancestral comum. O problema dessa
classe de argumentos está no fato de que espécies que não deveriam mais
apresentar semelhança protéica, devido à suposta distância evolutiva, as
apresentam. Por exemplo, a hemoglobina da lampreia, que é um peixe, é muito
parecida com a humana. O mesmo se observa em relação à clorofila de plantas e à
nossa hemoglobina.
Como se vê, não há provas capazes de proteger a Teoria da Evolução de perguntas embaraçosas e críticas plausíveis por parte de opositores.
Muitas vezes, os ataques e as críticas vêm do próprio meio evolucionista que não
consegue concatenar a teoria com provas empíricas. Um exemplo relevante foi o
que ocorreu no dia 5 de novembro de 1981 envolvendo o respeitado paleontólogo e
evolucionista Collin Patterson, do Museu de História Natural de Londres.
Patterson chocou os cientistas americanos reunidos no Museu Americano de
História Natural ao perguntar para sua platéia: “Vocês podem me dizer alguma
coisa sobre a evolução, qualquer coisa que seja verdade?”. Dizem que a platéia
ficou muda, mas não ficou parada porque Patterson moderou seu discurso em
relação à Teoria da Evolução. Para manter essa teoria viva, os evolucionistas
precisam fazer vistas grossas para os próprios erros e reprimir opiniões
divergentes até que se encontre “a prova”. O problema é que esta busca pode
durar para sempre.
Era uma vez um macaco muito sabido que de tão sabido virou “gente”, mudou
sua aparência, seu modo de agir e esqueceu de seus antigos parentes macacos.
Construiu uma família que se tornou numerosa e dominou toda a terra. Após ter
passado muito tempo, os descendentes desse “macaco” querem saber como ele era,
mas a tarefa tem sido árdua, pois tudo o que sabem dele é que era meio macaco
meio homem. A partir daí, o que vale é a imaginação dos descendentes do
“macaco”. Vejamos as mais famosas: 1. O
Homem de Nebraska: teve sua imagem reconstituída a partir de um dente com idade
estimada de um milhão de anos. Após quatro anos e meio, descobriu-se que aquele
dente na verdade pertencia a uma espécie de porco já extinta. 2. O Homem de
Java: foi imaginado a partir de um fêmur, uma caixa craniana e três dentes
molares. O mais interessante é que esses itens não foram encontrados no mesmo
local e ao mesmo tempo. O fêmur foi encontrado a quinze metros da caixa
craniana. Um dos dentes foi encontrado a três quilômetros do fêmur e do crânio.
E, para completar o quadro, o dr. Dubois, que descobriu o material, esqueceu de
mencionar em seu relatório que também encontrou restos mortais humanos na mesma
camada de escavação. Ele se lembrou deste fato após ter passado trinta anos. 3.
O Homem de Neanderthal: foi reconstituído a partir de um crânio quase completo
descoberto em 1848 e um esqueleto parcial em 1856. Muitos estudiosos dizem que o
Neanderthal era tão humano quanto qualquer um de nós. As diferenças do esqueleto
são atribuídas ao fato de pertencer a um homem velho que sofria de raquitismo.
Esse detalhe foi comprovado com novos achados fósseis, pois os Neanderthais
sepultavam seus mortos. 4. O Homem de Cro-Magnon: segundo o dr. Duane T. Gish,
professor de ciências naturais e apologética, o chamado Homem de Cro-Magnon
passaria despercebido por nossas ruas se usasse a moda corrente, ou seja, nele
não há nada de símil. 5. O Homem de Piltdown: foi uma fraude forjada por Charles
Dawson a partir de um fragmento de maxilar, dois dentes e um fragmento de
crânio. A fraude foi descoberta quarenta anos mais tarde.
Dificuldades que cercam a origem da vida na versão
evolucionista:
Stanley Miller ficou famoso ao publicar, em 1953, os resultados de
sua experiência, realizada sob as condições da suposta atmosfera primitiva. A
atmosfera primitiva, proposta no experimento de Miller, era composta por vapor
d’água, metano, amônia e
hidrogênio, na total ausência de oxigênio livre, pois ele sabia que o oxigênio
impediria a formação das grandes moléculas orgânicas. Sob estas condições,
Miller relatou que obteve formação de alguns aminoácidos. Entretanto, não
existem provas de que a atmosfera primitiva fosse isenta de oxigênio livre.
Outra dificuldade para a formação da vida ao acaso está na matemática. A
probabilidade estatística não é favorável à Teoria da Evolução. Segundo a Lei de Borel, um evento que tenha
[apenas] 1 chance entre mais que 1050 chances simplesmente não
ocorre. Por exemplo, a probabilidade de que uma proteína de cinqüenta
aminoácidos seja formada casualmente é de 1 chance entre 1065 chances, o que não
é viável matematicamente. O que dizer então do complexo código genético que
possui a probabilidade de ter sido formado ao acaso de uma chance em 101505
chances (o número 1 seguido de 1505 zeros)? A Segunda Lei da Termodinâmica diz
que tudo tende ao caos, à desordem e à deterioração. A Teoria da Evolução afirma
justamente o contrário, ou seja, que moléculas simples foram gradativamente
tornando-se estruturas cada vez mais complexas e ordenadas. O problema da
tendência à desordem pode ser contornado se houver fornecimento de energia
externa ao sistema. Em organismos vivos já estruturados, como os atuais, existem
mecanismos que compensam essa tendência à desordem transformando a energia solar
em energia química. As plantas convertem a luz solar em energia química, os
animais comem as plantas e aproveitam sua energia armazenada. Esse ciclo de
dependência energética é chamado de cadeia alimentar. Seres tão primitivos como
a primeira vida não dispunham de mecanismo de captação e conversão de energia
solar. Para contornar essa dificuldade, os evolucionistas apelam para o processo
fermentativo, que é bem mais simples do que a captação de energia externa, mas
mesmo a fermentação seria algo muito complexo para a primeira vida formada ao
acaso.
"Os evolucionistas argumentam que o processo evolutivo é um fato e que resta apenas estabelecer como se deu este fato. Mas a verdade é que não possuem fatos em si, o que possuem são interpretações usadas como fato. Para se afirmar algo usando a metodologia científica é preciso primeiro observar e registrar os fatos. Depois é preciso fazer uma generalização baseada nas observações. Em seguida, formula-se uma hipótese para predizer os fatos do mundo real. Após muitos experimentos, que confirmem os fatos preditos, surge uma teoria. Se a teoria resistir ao tempo e a novos experimentos, pode passar à lei científica".
Cláudia Aparecida,
Bacharel em Química/USP, Mestre em Ciência e Química Analítica/USP e
doutorando em Biotecnologia Molecular Estrutural/USP.
Fonte: Defesa da Fé / Nº 60
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