Resposta a “Contradições na Bíblia”, Parte 8/10: Mt 27:11 a Mt28:18

 
Dave Woetzel

Acusações: http://www.genesispark.com/essays/contradictions/zathras/
Respostas:
http://www.genesispark.com/essays/contradictions/answered/ (Dave Woetzel)




Mt 27:11-14 Jesus não respondeu a nenhuma acusação, na Sua audiência ante Pilatos.
Jo 18:33-37 Jesus respondeu a todas as acusações, na Sua audiência ante Pilatos.
Mateus somente registra que Jesus não respondeu às ACUSAÇÕES [acusações formais e partes essenciais do processo visando condená-Lo e executa-Lo por violação à lei civil de Roma, não à lei religiosa de Israel] (Marcos 15:3-4 diz a mesma coisa). João não registra que tais ACUSAÇÕES foram trazidas: isto é, de subverter a nação, de refutar pagamento de taxas, etc. (Lucas 23:3) – ao contrário, João registra um breve diálogo entre Pilatos e Cristo.

Mt 27:20 Os principais dos sacerdotes e [também] os anciões são [ambos] responsáveis por persuadir o povo a pedir pela liberação de Barrabás.
Mc 15:11 Somente os principais dos sacerdotes são responsáveis.
Lc 23:23 O povo pede, aparentemente tendo decidido por si mesmo.
[A resposta é que] Lc 23:23 especificamente menciona o significante papel realizado pelos principais dos sacerdotes. Eles moveram os anciãos e juntaram a multidão. Marcos não fala que os anciãos não tiveram papel [no acontecido].

Mt 27:28 A Jesus é dado um manto escarlate (um sinal de infâmia).
Mc 15:17, Jo 19:2 Um manto de cor púrpura (um sinal de realeza).
O significado da pequena variação de cor está sendo muito exagerado. Não recordo nada na escritura associando um manto escarlate a ser um sinal de infâmia. Os soldados agarraram um manto brilhante que estava próximo, achando-o adequado para simular a púrpura real para efeito da zombaria deles. Talvez a cor real seja algo compreendido entre as duas. Talvez a sedutora veste deu o tom de ambas [cores] na iluminação noturna. Pode ser que a vestimenta fosse multicolorida.

Mt 27:32, Mc 15:21, Lc 23:26 Simão, um Cireneu, carregou a cruz de Jesus.
Jo 19:17 Jesus carregou sua própria cruz sem auxílio de ninguém.
Era uma tradição Romana que o condenado carregasse sua própria cruz, significando consenso com o julgamento. A história tradicional é que como Jesus iniciou carregando Sua cruz mas, em Sua condição de fraqueza física [advinda das terríveis agressões] Ele caiu sob o peso dela e Simão foi recrutado para carrega-la até o Gólgota. (N.T. = simplesmente acontece que em João os acontecimentos estão mais resumidos).

Mt 27:37 A inscrição lida na cruz: “Este é Jesus, o Rei dos Judeus. ”
Mc 15:26 “O Rei dos Judeus. ”
Lc 23:38 “Este é o Rei dos Judeus. ”
Jo 19:19 “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus. ”
Estava dito: “Este é Jesus de Nazaré, o Rei dos Judeus. ” [Cada relato em cada Evangelho, não tendo obrigação de citar todas as palavras, cita as partes da frase que o Espírito Santo quis citar, e não houve nenhuma contradição em citar com fidelidade partes de um todo.] Nenhuma [citação nos Evangelhos] tinha [a completa frase] palavra por palavra. (Estava escrito em três idiomas!) Marcos (o mais curto) ainda assim foi correto. Ele disse que Ele era O Rei dos Judeus! Como você pode supor ser isso uma contradição?

Mt 27:44 Ambos os [latrocidas, que matam para roubar] que foram crucificados juntamente com Jesus zombaram dEle.
Lc 23:39-42 Somente um zombou de Jesus, o outro o repreendeu por fazer isso.
Inicialmente eles conjuntamente zombavam de Jesus (Mc 15:32). Os principais sacerdotes (Mt 27:39), as multidões (vs. 39) e até mesmo os soldados (Lc 23:36), todos zombaram dEle. Por tudo isto, o ladrão não defendeu a Jesus no início da crucificação. Então, algo aconteceu. Talvez a colocação do cartaz, descrita em Lucas 22:38, o levou a repensar. Talvez a realidade da vida terminando trouxe-o à "conversão repentina” [N.T. [Cristiano]: eu diria que foi um eleito sendo chamado nos últimos momentos de sua vida, pelo Espírito Santo, um bom exemplo de Chamado Eficaz][CS1] , então ele respondeu com uma longa repreensão ao último insulto feito pelo outro ladrão. Isto é uma ocorrência comum nos anais da salvação: rebelião e animosidade mudadas para penitência quando confrontado com a realidade do Salvador! Tal como o Apóstolo Paulo em Atos, esse ladrão faz uma meia-volta de 180 graus e lhe está  assegurado um lugar no Paraíso.

Mt 27:46 Jesus pergunta a Deus, o pai, porque Ele foi esquecido (abandonado) por Ele.
Jo 10:30 Jesus diz que Ele e o Pai são um.
Aqui Zathras luta com o difícil conceito da Trindade. Muitas coisas (Trindade, onisciência, presciência, eternidade, onipresença, encarnação) sobre um Deus Onipotente e Infinito não são totalmente compreensíveis a nós. Esta não é uma contradição, uma vez que é completamente razoável que a essência de Deus esteja além de nossa capacidade de compreende-Lo completamente (Is 55:9). A Trindade (três pessoas em UM só Deus) está aqui voluntariamente ferida em um sofrimento que foi muito pior do que o tormento físico da cruz. O Pai volta suas costas ao Filho este toma sobre Si o pecado de todas as eras.

Mt 27:46-50, Mc 15:34-37 Registram que as últimas palavras de Jesus foram: “Deus meu, Deus meu, porque Me desamparaste? ”
Lc 23:46 “Pai, nas tuas mãos entrego o Meu espírito. ”
Jo 19:30 “Está consumado. ” (Nota: embora Mateus e Marcos sejam citações diretas e sejam traduzidas de forma semelhante, as palavras gregas usadas para Deus são diferentes. Mateus usa “Eli” e Marcos usa “Eloi. ”)
Como tem ocorrido repetidamente, Zathras falha em compreender que quando um escritor do Evangelho escolhe não registrar um determinado pormenor mencionado em outro evangelho não ocorre necessariamente uma contradição. Se cada evangelho abrangesse exatamente os mesmos detalhes, não haveria necessidade de termos quatro Evangelhos. Em seguida, Zathras encontra falhas em variações de ortografia para a mesma palavra! [isto é insignificante, Eli e Eloi são claramente o mesmo nome, tal como Cavalcanti e Cavalcante, Sousa e Souza, etc.]
Mt 27:50 e Mc 15:37 claramente mostram que Ele [o Cristo] [também] falou outras palavras antes de morrer. Lc 23:46 registra que Jesus clamou antes de sua oração ao Pai. Sem dúvida ele clamou, "está consumado." Jo 19:30 mostra que Ele inclinou a cabeça depois de clamar. Sem dúvida Ele tanto orou, "Pai...", quanto inclinou a cabeça e morreu.
Nenhum dos evangelhos registra todas as sete frases de Cristo na cruz. No entanto, uma contradição só existiria se
A. Um dos Evangelhos declarasse que uma dada declaração foram as últimas palavras de Cristo enquanto outro evangelho declarasse que uma declaração diferente foram as Suas últimas palavras; ou
B. Se um dos evangelhos declarasse que Cristo não disse uma declaração que foi registrada por outro evangelho.


Mt 27:48, Lc 23:36, Jo 19:29 Foi oferecido a Jesus vinagre para beber. [Vinagre, não vinho, em todas as Bíblias do Textus Receptus]
Mc 15:23 Foi vinho com mirra, e Ele não bebeu.
Jo 19:29-30 Independente do que seja, Ele bebeu.
Parecia ser uma tradição judaica oferecer uma bebida entorpecente antes da agonia da crucifixão, a fim de aliviar a dor. Cristo recusou este vinagre/vinho/porção de mirra (Mt 27:34) [John Gill explica que são situações diferentes, o vinagre foi dado pelos soldados e a mirra com vinho pelos Seus amigos, o primeiro para escarnecer o segundo para aliviar Suas dores]. No entanto, pouco antes de morrer lhe foi oferecida uma bebida novamente (Mt 27:48). Desta vez ele "recebeu o vinagre" [atenção vinagre, não vinho] (João 19:30), provavelmente limpando a sua boca para o grito de vitória "está consumado!"

Mt 27:54 O centurião disse: “
Verdadeiramente este era o Filho de Deus. ”
Mc 15:39 Ele disse: “
Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus.
Lc 23:47 Ele disse: “
Na verdade, este homem era justo. ”
Talvez ele tenha dito, “Verdadeiramente, este homem era o justo Filho de Deus. ”

Mt 27:55, Mc 15:40, Lc 23:49 As mulheres olhavam [o Cristo crucificado] à distância.
Jo 19:25-26 Elas estavam perto o suficiente para que Jesus pudesse falar com Sua mãe.
E daí? Elas não estavam diretamente sob Jesus, olhando seu corpo nu. Mas estavam suficientemente perto para ouvir a Sua declaração.

Mt 27:62-66 Um conjunto de guardas foi colocado ao lado da tumba (no dia seguinte ao enterro).
Mc 15:42 – 16:8, Lc 23:50-56, Jo 19:38-42 (Nenhum conjunto de guardas é mencionado. Isto é importante uma vez que havia rumores de que o corpo de Jesus foi roubado e a ressurreição foi uma fraude).
Mc 16:1-3, Lc 24:1 (Não poderia haver um conjunto de guardas, pois que as mulheres planejavam entrar na tumba com especiarias. Embora as mulheres estivessem conscientes da pedra, elas obviamente não sabiam de nenhum conjunto de guardas).
A presença do conjunto de guardas foi importante. Tanto que Mateus registra isso. Talvez as mulheres não soubessem do conjunto de guardas que estava ao lado da tumba. Ou talvez elas cressem que os guardas permitiriam que elas ungissem o corpo morto de o Cristo, depois saíssem.

Mt 24:9 Alguns discípulos de Jesus seriam mortos.
Jo 8:51 Se alguém guardasse as palavras de Jesus, ele nunca veria a morte.
Hb 9:27 Todos os homens morrem uma vez, depois segue-se o julgamento.
Obviamente, Cristo [em Jo 8:51] NÃO estava falando da morte física. A passagem indica que eles estavam discutindo sobre Abraão, que já estava morto. Jesus se referia à morte espiritual (Veja também Ef 2:1).

Mt 28:1 Os primeiros visitantes da tumba foram Maria Madalena e a outra Maria (duas).
Mc 16:1 Ambas (acima referidas), mais Salomé (três mulheres ao todo).
Lc 23: 55 – 24:1, 24:10 Maria Madalena, Joana, Maria mãe de Tiago e “as outras mulheres” [pelo menos duas] (no total de cinco mulheres, pelo menos).
Jo 20:1 Somente Maria Madalena.
Veja os detalhes da História da Ressureição em explicação adiante.

Mt 28:1 Era madrugada quando chegaram.
Mc 16:2 Foi após o nascer do sol.
Lc 24:1 Foi na madrugada.
Jo 20:1 Estava ainda escuro.
Veja os detalhes da História da Ressureição em explicação adiante.

Mt 28: 1-2 A pedra ainda estava no local quando elas chegaram. Ela foi rolada depois.
Mc 16:4, Lc 24:2, Jo 20:1 A pedra já havia sido rolada (ou retirada).
Os eventos de Mt 28: 2-4 ocorrem ANTES das mulheres chegarem à tumba.
Veja os detalhes da História da Ressureição em explicação mais adiante.

Mt 28:2 Um anjo chegou durante um terremoto, rolou a pedra, e sentou nela (fora da tumba).
Mc 16:5 Não houve terremoto, somente um jovem homem sentado dentro da tumba.
Lc 24: 2-4 Não houve terremoto. Dois homens aparecem de repente, em pé, dentro da tumba.
Jo 20:12: Não houve terremoto. Dois anjos estavam sentados diante da tumba.
Veja os detalhes da História da Ressureição em explicação adiante.

Mt 28:8 As mulheres, que tinham ido visitar o túmulo, correram para avisar aos discípulos.
Mc 16:8 Elas não disseram nada a ninguém.
Lc 24:9Elas contaram aos onze e a todos os restantes.
Jo 20: 10-11 Os discípulos retornaram para casa. Maria permaneceu fora chorando.
Veja os detalhes da História da Ressureição em explicação adiante.

Mt 28: 8-9 A primeira aparição de Jesus ressurreto é próximo à tumba.
Lc 24: 13-15
Foi nas proximidades de Emaús (a 7 milhas – 11,26 km – de Jerusalém).
Jo 20: 13-14 Foi à direita da tumba.
Note os detalhes da História da Ressureição, a seguir:
A passagem em Mateus nunca clama ser a primeira aparição. Similarmente, Lucas nunca clama ser a aparição em Emaús a primeira. Nem João o faz. Espantosamente, o único evangelho que Zathras não cita faz tal reinvindicação. Note que Marcos 16:9 diz que Cristo aparece primeiramente a Maria Madalena.
A ordem das Aparições do Cristo Após a Ressureição parece ser a que segue:
- Cristo apareceu primeiro a Maria Madalena fora do sepulcro (Jo 20:17).
- Em seguida, Ele se mostra às mulheres que estavam levando a mensagem dos anjos aos discípulos (Mt 28:9).
- Algum tempo depois, Ele aparece a Pedro (Lc 24:34 e I Co 15:5),
- algum tempo depois (ao finzinho da tarde) Ele apareceu aos viajantes de Emaús (Mc 16:14),
- e depois a todos os discípulos, exceto Tomé (Lc 24:36 e Jo 20:19).
- Depois de cerca de oito dias Ele aparece aos apóstolos com a presença de Tomé (Jo 20:26).
- Em seguida, o próprio Cristo se mostrou aos discípulos na Galileia no lago de Tiberíades (Jo 21:1)
- e mais tarde, em uma montanha, a cerca de quinhentos crentes (I Co 15:6).
- Finalmente, Jesus aparece na região de Jerusalém/Betânia novamente. Aparece a Tiago (I Co 15:7) e finalmente aos onze (Mt 28:16, Mc 16:14, e Lc 24:50).
- Todos estes acontecimentos tiveram lugar ao longo de cerca de quarenta dias (At 1:3).


Mt 28:9
Em sua primeira aparição Jesus permite que Maria Madalena e a outra Maria lhe segurem por Seus pés.
Jo 20:17
Em sua primeira aparição a Maria, Jesus proíbe que ela lhe toque, uma vez que Ele ainda não tinha subido ao Pai.
Jo 20:27
Uma semana mais tarde, embora Ele ainda não tenha ainda subido ao Pai, Jesus diz para Tomé O tocar.
A ocasião citada em Mateus é diferente da em João (como observado). Certamente, não há uma contradição. No entanto, isto tem sido um quebra-cabeças e fonte de alguma confusão. Por que é que Cristo proibiu Maria Madalena, que O viu primeiro, de O tocar? Como Zathras salienta, outros foram autorizados a toca-Lo posteriormente. Um par de teorias têm sido sugeridas. Talvez Cristo ainda não tivesse ido a Seu Pai para apresentar a Si mesmo no Seu corpo ressuscitado (e o fez antes da próxima aparição). Talvez no seu alívio e euforia Maria foi abraçando-o de uma forma que era inadequada e Jesus estava consciente da necessidade de observar o decoro com mulheres enquanto ainda na terra. Mas estas são apenas possibilidades, uma vez que a Escritura não é clara.


Mt 28: 7-10, Mt 28:16 Embora alguns duvidassem, a reação inicial daqueles que escutaram a história foi a de crerem, tanto assim que eles seguiram as instruções reveladas.
Mc 16:11, Lc 24:11 A reação inicial foi de descrença. Todos duvidaram.
Note a ordem das Aparições do Cristo Após a Ressurreição [já descrita]. Embora todos os eventos intervenientes não estejam listados em Mateus, muito tempo se passa entre as duas passagens [primeiro Mc 16:11, Lc 24:11, depois Mt 28:7-10].

Mt 28: 1-18 A ordem dos Aparecimentos após a Ressurreição foi: a Maria Madalena e à outra Maria, então os onze.
Mc 16: 9-14 Foi a Maria Madalena, então aos dois discípulos, depois aos onze.
Lc 24: 15-36 Aos dois, depois a Simão (Pedro?), então aos onze [discípulos].
Jo 20:14 – 21:1 Foi a Maria Madalena, depois aos discípulos sem Tomé, depois aos discípulos com Tomé, então aos onze novamente.
1Co 15: 5-8 Foi a Cefas (Pedro?), então aos “doze” (que doze, Judas estava morto?), depois por 500 irmãos (embora At 1:15 diga que eram em torno de 120), então Tiago, então todos os apóstolos, então Paulo.
Veja ordem das Aparições do Cristo Após a Ressurreição [já descrita].
Observe também que houve outros [crentes] presentes quando Cristo apareceu aos onze discípulos restantes (Lc 24:33-36). Um deles foi Matias (Atos 1:22) que mais tarde foi contado com os onze para completar o número de doze apóstolos (Atos 1:26). Portanto, foi apropriado a Paulo, algum tempo depois, dizer que Cristo apareceu aos "doze". Atos 1:15 diz que houve 120 irmãos reunidos em Jerusalém (sem dúvida um grupo largamente diferente do que os 500 irmãos na região da Galileia).

Mt 28:19 Jesus instrui seus discípulos a submergirem dentro das águas.
1Co 1:17 Embora se considere um discípulo de Jesus, Paulo disse que não foi enviado a batizar.
Note, em 1Co 1: 14-26, que Paulo batizou algumas pessoas. Seu ponto era que ele não refutava o mandamento de Cristo para batizar. O ponto que ele queria enfatizar foi que ele fora enviando primariamente para pregar o evangelho. Seu chamado específico foi para ser um missionário e evangelista. Ainda hoje, um evangelista batiza muito pouco. Na estrutura de uma igreja isso é feito pelo pastor local.

Continua …

Fonte:
http://www.genesispark.com/essays/contradictions/answered/
Texto: Dave Woetzel.
Tradução: Cristiano Quaresma da Silva.


 [CS1]Esteja à vontade para retirar irmão Hélio, sei que muitos irmãos poderiam não concordar com isso.





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