A Autoridade Do Texto Sagrado

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Wilbur (Dr. Gilberto) Norman Pickering
, ThM PhD





A. A importância da questão de autoridade (em si) para o ser humano: mercado de cosmovisões.

1. Cosmovisão—a mola mestra; como você interpreta o mundo; fazer VS falar.

2. Criação VS evolução—crentes acabrunhados, acovardados. A questão básica aqui é exatamente de cosmovisão; a visão bíblica é rejeitada.

a. Evolução é cientificamente impossível—250 bits VS 1500 bits; probabilidade estatística; DNA de homem VS chimpanzé.

b. A terra é jovem—campo magnético; arca de Noé; torre de Babel.



B. A importância da autoridade do Texto Sagrado para a vida da Igreja e do crente.

1. Oséias 4:6 (ver 4:1 e 6:6-7):

a. “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento”.

b. “Porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei como meu sacerdócio”!

c. “Visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos”!

2. 1 João 2:15-17:

a. “Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele”.

b. “Pois tudo o que há no mundo . . . não é do Pai”.

c. “Aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”.

3. João 8:31-32, 17:17:

a. “Se permanecerdes na minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos”.

b. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.

c. “Santifica-os na verdade; a tua Palavra é a verdade”.

4. Josué 1:8, Salmo 1:2-3, 119:105, 1 Pedro 2:2, etc.

5. Apoc. 21:5—“verdadeiras e fieis” VS a idéia que a Bíblia não tem sentido certo.

6. (Jer. 20:1-4 [Passur], Mal. 2:1-3,7, Jer. 23:14,17,22, Mat. 15:9, 23:2,13,15,33)



C. Seis disciplinas/áreas que afetam a autoridade da Bíblia:

1. Inspiração (lado divino)—2 Tim. 3:16, o “fôlego de Deus”; o efeito que produz.

2. Canonicidade (lado humano)—reconhecer a qualidade inerente; maior prova é a preservação.

3. Preservação—1 Cron. 16:15 = Sl. 105:8, Sl. 119:89, Isa. 40:8, Mt. 5:18, Lc. 4:4, 16:17, 21:33, Jo. 10:35, 16:12-13, 1 Pd. 1:23-25.

a. Deus afirma a preservação, só não diz como—temos que deduzir pelo que fez.

b. Os diversos textos gregos (e versões a partir deles) representam respostas diferentes.

c. As dúvidas levantadas (colchetes, notas maliciosas) solapam a autoridade.

d. Resultados da crítica textual moderna:

1) Uma colcha de retalhos.

2) Uma crise de credibilidade.

3) Erros e contradições importados ao texto “crítico”.

4. Interpretação: hermenêutica à exegese: “A Bíblia é a única regra de fé e prática”—será??

a. Quando igreja ordena pastor que não sabe interpretar a Bíblia, na verdade qual é a cosmovisão dela?

b. E quando a palavra do pastor vale mais do que a Bíblia?

c. “Auto-enganados” (Mt. 22:29)—não conhecem as Escrituras.

d. “Doutrina de demônios” (1 Tim. 4:1)—quem não sabe interpretar é presa fácil.

e. “Hermenêuticas” diversas.

1) Liberal/marxista (pressupostos materialistas).

2) Neo-ortodoxa (pressupostos humanistas).

3) Relativismo cultural (também humanistas).

4) Levar o Texto e o Autor a sério (respeitando as normas da linguagem).

5. Doutrina da Igreja—deveria ser teologia sistemática bíblica, mas muitas vezes não é.

a. Quando o pacote doutrinário da igreja vale mais que a Palavra: Isa. 29:11-13, “está selado” (o ‘pacote’ da denominação não permite [diz a liderança]), “não sei” (pessoa sem preparo [diz o povão]). Mt. 15:8-9 (Os. 5:11)—“Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.” Qual seria o valor verdadeiro desse tipo de culto?

b. Quando se depende de tradução e não do Texto Original—os tradutores impõe suas próprias idéias teológicas à doutrina baseada em tradução falaz: Mt. 18:18, 1 Jo. 5:18, Heb. 2:14 “tem”, Mc. 16:18 “pegarão”, Hades/Sheol por “inferno”, 1 Cor. 11:10 “sinal”, 1 Tim. 3:11 “esposa”, Mc. 10:13-14 “de tais”, “como”, Jó 40:15 ‘beemote’, 41:1 ‘leviatã’.

c. Quando uma igreja segue doutrina que não é bíblica, ela atenta contra a autoridade da Bíblia! (“aceitar” Jesus, “possesso” de demônio, crente não pode ser “possesso”)

6. Aplicação—quando crente/pastor peca conscientemente é porque o Texto falta autoridade para ele!

a. Sacerdócio de cada crente.

b. Deus não dá procuração a ninguém para dominar a consciência ou a fé de outrem (Mt. 23:8-10), exatamente porque cada um deve adorar ‘em espírito e verdade’ (Jo. 4:24).



{NB: Autoridade objetiva depende de sentido verificável.}



D. A preservação do texto do N.T.

1. As evidências históricas:

a. Os próprios autores humanos sabiam que estavam escrevendo “Bíblia”.

b. Seus colegas contemporâneos também reconheceram que estavam escrevendo “Bíblia”.

c. Os líderes cristãos desde o 1º século usaram os escritos do NT como sendo “Bíblia”.

d. Os escritos do NT eram lidos nas congregações desde o início, fatalmente havendo proliferação de cópias, e boas.

e. Desde o início os crentes eram alertas e preocupados quanto à pureza do Texto.

f. A região Egéia (Grécia e Ásia menor) detinha entre 18 e 24 dos 27 Autógrafos (Egito zero).

g. Foi exatamente na área Egéia que a Igreja mais prosperou; ela se tornou o eixo da Igreja até o 4º século (pelo menos).

h. Foi também nessa área que a língua grega foi mais usada, e durante mais tempo, graças ao império bizantino (transmissão exata, só na língua original). (Aliás, na Providência Divina o império bizantino só acabou [1453] após a invenção da imprensa [a 1ª Bíblia impressa apareceu em 1456].)

i. A Ásia menor foi caracterizada também for uma mentalidade conservadora quanto ao Texto Sagrado (‘Escola de Antioquia’).

j. O Texto verdadeiro nunca se “perdeu”; foi garantido pela Igreja da região Egéia.

k. Implicações da campanha de Diocleciano (303) e do movimento Donatista.

l. Implicações do processo de transliteração do nono século.

m. Atualmente, 95% dos manuscritos gregos refletem uma tradição básica de transmissão do Texto, exatamente a tradição oriunda da região Egéia.

2. Teorias diversas—avaliação.

a. A teoria crítica W-H.

b. A teoria “processo” (Kenyon, etc.).

c. Ecletismo (quer ‘rigoroso’ ou ‘racionado’).

d. Dois dos ‘três tipos de texto’ (von Soden, Sturz).

e. Crítica-cânon (Childs, Letis).

f. TR/KJV como tal.

g. A teoria do Texto Majoritário.

3. Implicações para a autoridade do Texto (de cada teoria).



E. Avaliação e comparação (% da redação original) de textos gregos e versões (do NT) em Português.



100% 99,8% 99% 98% 92% 90%

T.O. H-F P.C. T.R. SBU W-H

R-P IOG N-A

[WP] A.A. Corr. Atual, L.H. Bras.

Fiel Viva, P.T.

NVI, Cont, Jer.



F. Porque Deus permitiu esse estado de coisas?

1. O propósito de Deus ao criar o ser humano.

2. As regras do jogo que Deus coloca.

3. Algumas analogias (relógios, medidas, álcool).



G. Quatro tipos de problema que atingem a autoridade do Texto.

1. Veneno—erros e contradições maliciosamente enxertados no Texto por eruditos de certo tipo (Ef. 2:2). Porque o “veneno”? Teoria de W-H (pressuposições, ataque tridente, conseqüências). [lista anexa 1]

2. Dificuldades aparentes que realmente estão no Texto Original. [lista anexa 2]

3. Onde o Texto é claro mas não gostamos do que diz e fazemos ginástica para contornar. [lista anexa 3]

4. Nossa ignorância e limitação—“vasos de barro”.



H. Princípios da sã interpretação—hermenêutica.

1. A interpretação é uma; as aplicações podem ser várias (doutrina se baseia na interpretação, nunca em aplicações). Distinguir rigorosamente entre as duas coisas.

2. O princípio fundamental da comunicação é: tanto quem fala ou escreve como quem ouve ou lê, ambos têm que respeitar as normas da linguagem.



I. O uso do V.T. no Novo (citações).

A: N.T. = LXX = T.M. [Texto Massorético] — 268

B: LXX é mais perto do T.M. do que é o N.T. — 50

C: N.T. é mais perto do T.M. do que é o LXX — 33

D: N.T. = LXX ¹ T.M. — 22

E: N.T. ¹ LXX ¹ T.M. — 13

386 citações

1. A grande maioria das citações é literal, como poderíamos esperar.

2. Quando o N.T. cita o uso que alguém fez do V.T. (Estevão), então o problema é dessa pessoa.

3. Às vezes o N.T. seque a LXX e a situação não exige corrigí-la (havendo divergência do T.M.).

4. O Espírito Santo tinha o direito de dar aos Apóstolos interpretações do V.T. que não seriam óbvias a nós. Um Apóstolo debaixo da Inspiração teria prerrogativa que nós não temos.



Dr. Gilberto Pickering

Brasília, 31-12-2001

 




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