OS MANUSCRITOS
É verdade que o verso controverso tem pouco apoio das cópias
gregas e encontra-se somente em duas - o Manuscrito Montfort na
Universidade de Dublin e no Códice WIZANBURGENSIS do séc. VIII.
A principal autoridade nos manuscritos para I João 5:7 está nas
versões latinas e ele se acha, com poucas exceções em todos os códices destas
versões, tanto na Vulgata quanto no Antigo Latim.
Entre os escritores antigos que fazem referência ou alusão às
palavras disputadas acham-se Tertuliano e Cipriano e
muitos outros subseqüentes autores latinos.
A passagem é considerada verdadeira Escritura com a quase unânime
concordância da Cristandade latina desde os tempos mais remotos.
Deve se lembrar que o Antigo Latim foi traduzido do grego numa
época bem primitiva, certamente dentro dum século da morte dos Apóstolos.
As igrejas africanas não perderam os seus livros sagrados na mesma
medida das igrejas gregas durante as grandes perseguições e é nos escritores
africanos que encontramos as mais antigas citações do verso disputado.
Um outro fato relevante é que as antigas igrejas latinas não
ficaram tão atingidas pela heresia ariana, a fonte principal suspeita de tantas
corrupções. No conteste contra os arianos, o Concílio de Cartago, e outros
“Pais” primitivos apelaram com confiança inabalável para este verso como
testemunho contundente contra eles.
Orígenes exerceu poderosa
influência sobre a transmissão do texto grego no período antes de serem escritas
algumas das cópias mais antigas ora existentes. Mosheim o descreve como “um composto de contradições, sábio e imprudente, inteligente e
burro, entendido e sem entendimento, o inimigo da superstição e seu
patrocinador; um enérgico defensor do cristianismo e seu corruptor; ativo e
vacilante; um a quem a Bíblia deve muito e um do qual ela tem sofrido muito”.
Ele foi o grande corruptor, e a fonte ou pelo menos o canal, de
quase todos os erros especulativos que perturbaram a Igreja nas épocas
sucessivas. Nolan afirma que as discrepâncias mais características entre o
texto grego comum e os textos correntes na Palestina e Egito no tempo de
Orígenes são identificáveis com uma fonte marcionita ou valentiniana, e
que a mão de Orígenes mediou a introdução dessas corrupções nos textos
subseqüentes.
É altamente relevante que textos importantes sobre a doutrina
trinitariana, que aparecem no grego e latim estão faltando nos antigos
manuscritos da Palestina e do Egito. Os textos disputados tinham o propósito de
condenar e combater os erros dos Ebionitas e Gnósticos, Cerintianos e
Nicolaitanos. Não é surpresa que a influência de Orígenes teria resultado na
exclusão de algumas dessas testemunhas autênticas das cópias gregas, enquanto
as cópias no Antigo Latim deveriam conservar as palavras de I João 5:7 , porque
circulavam em áreas não atingidas pela influência de Orígenes.
( Sumarised from Dabney’s Discussions,
published by Banner of Truth Trust.) This article no. 17 published by the
Trinitarian Bible Society, Tyndale House, Dorset Road, London, SW193NN,
England.
Ocorre que essas traduções adotam o mesmo texto usado pelas
Testemunhas de Jeová; ou seja, o texto dos críticos textuais Westcott e
Hort. Digamos de passagem que, além da Comma Johanneum, muitos outros
versículos da Palavra de Deus são omitidos no texto da crítica. É bom que o
leitor verifique na sua Bíblia se estão omissas passagens que tratam de
importantes doutrinas tais como:
Mt6.13 - Mt17.2 - Mt18.11
Mt23.14 - Mc7.16 - Mc9.44
Mc 11.26 - Mc 15.28 - Mc 16.9-20
Lc 23.17 - 3o 5.3b-4 - AT 8.37
At 28.29 - At 15.34 - Rm 1.16
Rm 8.lb - Rm 14.10 - Rm 16.24
Pode parecer enfadonho, mas julguei necessário listar aqui os
versículos inteiros que são omissos no Novo Testamento das Testemunhas de Jeová
e no texto grego por elas adotadas, que é o mesmo de algumas outras Bíblias.
Mas voltemos à Comma Johanneum e perguntemos:
Quais as razões alegadas para sua omissão?
Os críticos do texto alegam as seguintes razões para omitir a
Comma:
1. Não se conhecem Mss gregos autênticos que a contenham;
2. Não aparecem nas versões antigas;
3. Não foi conhecida pelos pais da Igreja.
Antes de refutarmos tais alegações, devemos, porém, lembrar que é
muito mais fácil provar a existência da Comma do que negá-la. Para negar
qualquer fato seria necessário que, quem a isto se propõe, tenha estado
presente em todos os lugares, em todos os tempos e com toda a capacidade de
observação. Para provar algum fato, pode-se fazer com duas ou três testemunhas
verdadeiras.
É verdade que poucos são os Mss gregos até agora encontrados que
contêm a Cláusula Joanina. Mas isto não provaria a sua inexistência. O fato de
já terem sido encontrados alguns Mss gregos que citam o texto em estudo prova
sua existência e nos dá a esperança certa de que outros também existiram, e,
quem sabe, poderão até ser encontrados. Antes de 1945, quem negasse a
existência dos Mss 1000 anos mais velhos do que os até então conhecidos ficaria
desacreditado depois da descoberta do material das Cavernas de Qunram.
Para fortalecer seu argumento, os que omitem a Comma Jolzanneum
costumam citar o fato de que Erasmo não a incluiu na Ia edição
de seu Novo Testamento Grego, porque não conhecia nenhum manuscrito grego que a
contivesse. Mas, quando isto aconteceu, foi grande a reação dos que já
conheciam a existência da Comma, mesmo em outras línguas. Para acalmar os
ânimos, Erasmo prometeu que a incluiria nas próximas edições do Novo Testamento
Grego, se viesse a conhecer algum manuscrito que a contivesse.
Essa promessa foi cumprida na 3ª edição do Novo Testamento de
Erasmo, por lhe haver sido apresentado o Ms 61. A relutância de Erasmo para
incluir a Comma na 1ª edição do seu Novo Testamento será um argumento a favor
da sua inexistência? Ou, ao contrário, é mais uma razão ou prova de sua
existência?
Porém, o Ms 61 (os críticos rejeitam sua autenticidade) não é o
único Manuscrito Grego, até agora conhecido, que contém a Comma.
Os críticos do texto reconhecem e nomeiam outros Mss gregos nas
mesmas condições:
a) Ms 61 — do século 15 ou 16;
b) Codex Ravianus, na margem do Ms 88- do século 12;
c) Tisch. W1 10 — do século 16;
d) Greg. 629 — do século 14v.
Se um copista notava a omissão da Comma no Ms que lhe servia de
modelo, ao
fazer a nova cópia escrevia, na margem, as palavras da Comma, como
uma correção. E o que deve ter acontecido com o Ms 88.
Dizer que não aparece a Comma nas versões antigas confiáveis
também é alegação que nos parece fraca. Conforme Hill, há uma abundância de
outros antigos manuscritos que evidenciam e provam esta cláusula:
1. Nos escritos dos bispos espanhóis do 4º século — Prisciliano e
Idrascius Clarus;
2. Vários escritores africanos, ortodoxos, para defender a
doutrina da Trindade contra os vândalos — no 5º século;
3. Nos escritos dos pais da igreja latina, como:
a. Cypriano — C-250;
b. Cassidoro — 480-570;
c. Ms da Velha Latina — 5º ou 6º século;
d. Speculum;
e. A Velha Latina do Ms do 5º ou 6º século;
f. A Vulgata Latina do ano 800;
g. A Vulgata Latina de Clemente, que é a Bíblia oficial da Igreja
Católica Romana.Por que foi realmente omitida a Comma Johanneum dos Mss gregos?
Se a Comma foi conhecida por todos esses pais da Igreja de fala
latina é porque ela existia também na língua grega mesmo antes de ser
encontrado o primeiro Ms grego que a continha. E por que, já que existia em
grego, essa cláusula aparentemente desa pareceu dos futuros Mss gregos? Há três
explicações razoáveis:
1. Omissão involuntária
Por um erro comum entre os copistas, que é chamado de
Homoioteleuton (final igual). Ao copiar o verso 7, depois de copiar as palavras
“são três os que testiticam”, o copista levantou os olhos do original enquanto
molhava a pena e, ao voltar os olhos ao Ms, viu agora duas linhas abaixo, as
mesmas palavras, mas continuou escrevendo “são três que testificam na terra”.
Desse modo, omitiu parte final do verso 7 e do início do verso 8 (a Comma
Johanneum).
2. Omissão proposital com Boas Intenções
(Se pudermos chamar de boa intenção a uma omissão do trecho
bíblico). Foi durante o 2º e 3º séculos, de acordo com Harnack, que os cristãos
tiveram de se defender contra a heresia chamada Sabelianismo. Seu fundador,
Sabéllio, ensinava a identidade das três pessoas da divindade, negando a
distinção entre elas. A divindade é uma só. Ela tem três manifestações
idênticas. Essas manifestações não são pessoas distintas. Mas o Pai é o Filho,
o Pai é o Espírito Santo. O Pai, sendo Filho, sofreu e morreu. Daí a heresia
resultante: Patripassionismo. Por julgar que a expressão “e os três são um” os
favorecia, os seguidores da heresia do sabelianismo cristão de Alexandria, já
acostumados a adulterar o texto Sagrado, não tiveram dúvida: omitiram de suas
cópias a Comma Joanina.
3. Omissão voluntária de má fé
As modernas versões e traduções da Bíblia são feitas a partir de
um punhado de Mss gregos chamados Alexandrinos, por terem sua origem naquela
cidade que foi o berço das heresias. Esses Mss, chamados pelos críticos de
superiores e melhores, são os seguintes: o Ms Sinaitico, também chamado de
Aleph (1ª letra do alfabeto hebraico) e o Ms Vaticano, também chamado Ms B. Na
realidade, são os mais corrompidos, como vamos mostrar”:
a. O descobridor do Códice Sinaitico – Tischendorf contou em torno
de 14.800 alterações feitas por nove pessoas diferentes dos copistas originais;
b. Ebernard Nestle — admitiu que teve de modificar o estilo do
Texto Grego do Códice Sinaitico, que apre sentava um estilo do grego de
Aristóteles e Platão, para o estilo Koinê;
c. O texto do Ms Vaticano omite 2877 palavras só nos evangelhos;
d. O Ms Sinaitico omite 3453 só nos evangelhos;
e. Em relação ao Textus receptus, o Texto Crítico difere 5337
vezes;
f. O Códice Sinaitico e o Códice Vaticano diver gem entre si cerca
de 3000 vezes, só nos evangelhos.
Por aqui se vê que as várias omissões, inclusive da Comma, foram
feitas intencionalmente e com má fé.
Erro Gramatical
A omissão da cláusula Joanina envolve também um erro gramatical.
As palavras gregas espírito, água e sangue são neutras em gênero, na gramática
grega. Mas em 1 João 5.8, se a Comma for rejeitada, tais palavras são tratadas
como se fossem masculinas. Essa irregularidade é difícil de se explicar.
Dizer aqui que essas palavras foram personificadas, e por isso o
tratamento masculino, não resolve o problema da exegese, pois no versículo 6 o
termo grego para Espírito também é personificado e se refere ao Espírito Santo,
mas não é tratado como se fosse masculino, mas, sim, neutro.
Fonte:
Parte1:
http://www.cacp.org.br/jeovismo/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=246&menu=3&submenu=4
Parte 2:
http://www.cacp.org.br/jeovismo/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=247&menu=3&submenu=4
Todas as citações bíblicas
são da ACF (Almeida Corrigida Fiel, da SBTB). As ACF e ARC (ARC idealmente até
1894, no máximo até a edição IBB-1948, não a SBB-1995) são as únicas Bíblias
impressas que o crente deve usar, pois são boas herdeiras da Bíblia da Reforma
(Almeida 1681/1753), fielmente traduzida somente da Palavra de Deus
infalivelmente preservada (e finalmente impressa, na Reforma, como o Textus
Receptus).
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo
link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
(retorne a http://solascriptura-tt.org/ Bibliologia-PreservacaoTT/
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.