É
o Texto Recebido Embasado em Manuscritos Poucos e Tardios?
(http://www.wayoflife.org/database/is_the_received_text_based_on_few.html
)
David Cloud
Durante mais de cem anos, os defensores das versões modernas têm promovido o
engodo de que o Novo Testamento Grego de Westcott & Hort (e os sucessores do mesmo no
Século 20, tais como o texto grego da United Bible Societies) é fundamentado
nos mais antigos e melhores manuscritos "enquanto o texto grego da Bíblia
King James é um texto inferior, embasado em um mero punhado de gregos
manuscritos recentes”. Considerem
a seguinte declaração de D.A.
Carson, autor do livro influente e popular - The King James Version Debate: A Plea for Realism:
"Embora
Erasmo publicasse uma quarta e quinta edição, precisamos nada mais dizer sobre
os mesmos, aqui. O
Testamento Grego de Erasmo permanece de pé e alinhado por trás da Versão King
James; mesmo assim, ele se embasa em meia dúzia de manuscritos minúsculos,
nenhum dos quais anteriores ao século dez. ... A BASE TEXTUAL DO TR É UM
PEQUENO NÚMERO DE MANUSCRITOS MINÚSCULOS, DESORGANIZADOS E SEM DIREÇÃO, E
RELATIVAMENTE TARDIOS [recentes]"
(D.A. Carson,The King James Version Debate, Baker Book House, 1979, pp.
35-36).
Outro exemplo deste erro é encontrado no livro The
Bible Version Debate: The Perspective of Central Baptist Theological Seminary (1997). O
capítulo quarto é "Defining the Terms" (Definindo os Termos), escrito
por W. Edward Glenny, professor
de Novo Testamento na Centra l"
- … O TR está embasado em apenas sete manuscritos tardios [recentes]”. (Glenny, p. 51).
Esta declaração inacreditavelmente errônea tem
sido tão frequentemente repetida pelos defensores dos críticos textuais e da versão
moderna que é comumente aceita como verdade. Conquanto não seja surpresa ver os Novos Evangélicos como D.A.
Carson adotarem tais coisas temos visto que alguns batistas fundamentalistas
estão repetindo estes mesmo erros batidos. Se os eruditos batistas
fundamentalistas do nosso tempo
gastassem pelo menos tanto tempo estudando os escritos dos eruditos textuais
crentes na Bíblia, como o Deão João Burgon, Edward Miller, e E. F. Hills, os
quais creem na infalível inspiração e na divina preservação, como fazem,
estudando os escritos dos modernistas e Novos Evangélicos, tais como Bruce
Metzger, F.F. Bruce, e Kurt Aland, os quais negam, tanto a inspiração como a
preservação, não teriam tanta pressa em passar à frente falácias a leitores que
de nada suspeitam.
Seja como for, não é difícil dissipar o mito de
que o Texto Grego Recebido que embasa a Bíblia King James e outras Bíblias da Reforma, “está
embasado em apenas sete manuscritos tardios [recentes]". É verdade que Erasmo tinha como sua propriedade
real apenas uns poucos manuscritos gregos, quando compôs a primeira edição do
seu Novo Testamento Grego, mas ele tinha examinado uma grande quantidade de outros
manuscritos, tanto latinos como gregos, e ele os tinha comparado com muitas traduções
antigas da Bíblia e com uma grande quantidade de citações dos líderes da igreja
primitiva. Ele também estava ciente das leituras alternativas contidas em
manuscritos, tais como o o Código Vaticanus e o Código D. Desse modo, ele estava em posição de saber que aqueles
poucos manuscritos que ele tinha em mão, representavam o testemunho de vastos
números de outros manuscritos. O
fato é que o Texto Recebido que
embasa as estimadas e poderosamente usadas Bíblias da Reforma é representado na
maioria dos manuscritos gregos existentes, nas citações dos líderes da igreja primitiva, e nas antigas traduções da
Bíblia. Daí porque o Texto Recebido tem sido comumente chamado de “texto
majoritário” (embora esse termo tenha sido usurpado, nos recentes anos, pelo
Novo Testamento Grego de Hodges-Farstad-Thomas Nelson de 1982). As autoridades textuais admitem que
dos mais de 5.200 manuscritos gregos existentes, 99% contenham o texto comum tradicional eclesiástico (i.é., das igrejas),
ou Texto Recebido. Assim, diante de tal evidência, é tolice dizer que o Texto
Recebido “está embasado em
apenas sete manuscritos tardios
[recentes]”.
A seguinte citação do historiador J. H. Merle D’Aubigne
demonstra que Erasmo teve acesso a
mais evidência textual do que os críticos modernos admitem:
"Nada
foi mais importante na aurora da Reforma do que a publicação do Testamento de
Jesus Cristo na
língua original. Erasmo nunca havia trabalhado tão cuidadosamente. ‘Se eu dissesse quanto suor me custou, ninguém me
acreditaria’ ELE HAVIA COLETADO MUITOS MANUSCRITOS GREGOS do Novo Testamento, e RODEOU-SE DE TODOS OS
COMENTÁRIOS E TRADUÇÕES, dos
escritos de Orígenes, Cipriano, Ambrósio,
Basil, Crisóstomo, Cirilo, Jerônimo, e Agostinho. ... ELE
TINHA INVESTIGADO OS TEXTOS CONFORME OS PRINCÍPIOS DA CRÍTICA SAGRADA. Quando
o conhecimento do Hebraico foi necessário, ele consultou Capito, e mais particularmente Ecolampádio. 'Nada sem
Teseu', ele disse sobre o último, fazendo uso do provérbio grego” (J.H. Merle D’Aubigne, History of the Reformation of
the Sixteenth Century, New York:
Hurst & Company, 1835, Vol. 5, p. 157).
A noção popular de que Erasmo e outros editores do Novo Testamento
Grego do Século XVI trabalhavam com escassos recursos é, simplesmente, uma
tolice. As notas que Erasmo colocou em suas edições do Novo Testamento Grego
comprovam que ele estava informado das leituras variantes que têm se infiltrado
nas nas traduções modernas, desde 1881. Mesmo que Erasmo não tivesse acesso a
todos os manuscritos que os
tradutores podem usar hoje em dia, não resta dúvida de que ele teve acesso às
leituras variantes, por outros maneiras.
"Através
do seu estudo dos escritos e Jerônimo e dos Pais da Igreja, Erasmo tornou-se
muito bem informado sobre
as leituras variantes do texto do
Novo Testamento. De fato, todas as
leituras variantes mais importantes hoje conhecidas pelos eruditos já eram
conhecidas de Erasmo, há mais de 460 anos atrás, e discutidas nas notas
(previamente preparadas) que ele colocou em suas edições do Texto Grego do Novo
Testamento. Aqui, por exemplo, Erasmo
tratou com tais passagens
problemáticas, como a conclusão da Oração do Senhor (Mateus 6:13), a entrevista
do jovem rico com Jesus (Mateus
19:17-22), o final de Marcos (Marcos 16:9-20), a canção angelical (Lucas 2:14),
o anjo, a agonia e o suor de sangue omitidos (Lucas 22:43-44), a mulher
apanhada em adultério (João 7:53-8:11), e o mistério da piedade (1 Timóteo
3:16)" (Dr. Edward F. Hills,The King
James Version Defended, 1956, 1979, pp. 198-199).
Erasmo não apenas consulta muitos manuscritos
gregos e latinos, como antigas traduções da Bíblia, como, para determinar o
exato texto, ele examinou as citações dos antigos escritos cristãos.
"Erasmo
usa os Pais da Igreja como testemunhas independentes para o antigo texto da
Vulgata. Em sua carta dedicatória ao papa, ele menciona que teve o cuidado
especial devido aos escritos sagrados, o que o levou a não apenas comparar ‘os
manuscritos mais antigos e mais corretos’ mas também a ‘correr através dos
antigos teólogos e reconstituir, a partir das suas citações e exposições, o que
cada um deles havia lido e havia mudado” (W. Schwarz, Principles
and Problems of Biblical Translation,
p. 145).
Não atribuímos grau algum de perfeição a Erasmo.
Com certeza, ele cometeu sérios erros, (embora menos frequentemente do que os defensores das
versões modernas falsamente o caricaturam). Mas, o fato é que Erasmo foi diligente
em pesquisar a história da transmissão das Escrituras e que ele teve recursos
suficientes para realizar esta tarefa. A publicação do primeiro Texto Grego do
Novo Testamento impresso [na imprensa de tipos móveis, recém inventada por
Gutemberg] não foi, de modo algum, uma coisa apressada, superficial, mal feita
e descuidada, conforme os críticos textuais gostariam que acreditássemos. (Dizemos muito mais sobre Erasmo (e o seu papel
na publicação do primeiro Novo Testamento Grego impresso) no livro Myths about the King James Bible.)
Quanto ao Texto Recebido ter sido embasado em “sete manuscritos tardios [recentes]”, consideremos, em adição, o testemunho do Bispo Ellicott,
presidente do comitê que produziu a English Revised Version de 1881 (o comitê
incluía também Westcott & Hort), a
antecessora de todas as novas versões modernas: "OS MANUSCRITOS QUE ERASMO USOU DIFEREM, EM SUA MAIOR PARTE, APENAS EM
ALGUNS DETALHES INSIGNIFICANTES, DA GRANDE MAIORIA DOS MSS CURSIVOS”. O caráter geral do seu texto é o
mesmo. Com esta observação, o pedigree do Texto Recebido é levado muito além dos manuscritos individuais usados por Erasmo...
Esse pedigree recua à remota
antiguidade.
“O PRIMEIRO ANCESTRAL DO TEXTO RECEBIDO FOI, PELO MENOS,
CONTEMPORÂNEO DO MAIS ANTIGO DOS NOSSOS MANUSCRITOS AINDA EXISTENTES, SE NÃO
MAIS ANTIGOS DO QUE QUALQUER UM DELES” (Ellicott, The Revisers and the Greek Text of the N.T. by two
members of the N.T. Company, pp.
11-12).
Dr. Ellicott estava familiarizado com toda a
erudição textual do seu tempo, e, mesmo assim, não hesitou em dizer que o Texto
Recebido está embasado em autoridade textual que é, pelos menos, tão antiga como aquela em que o texto
de Westcott-Hort foi embasado. O Dr. Ellicott estava dizendo que a autoridade
textual do Texto Recebido é, pelo menos, tão antigo como as dos afamados
manuscritos Sinaiticus e Vaticanus.
A Sociedade Bíblica Trinitariana (TBS) de Londres,
Inglaterra, coloca o assunto numa perspectiva que muitos defensores das versões
modernas parecem tentar o possível para
ignorar. A TBS foi formada a partir de um conflito com a British and Foreign Bible
Society (BFBS) sobre a doutrina da Trindade e a divindade de Jesus Cristo. A
BFBS, organizada em 1804, recusou-se a assumir uma posição contra o Unitarismo,
portanto os homens que estavam preocupados com a pureza doutrinária abandonaram
aquela sociedade em 1831, para formarem a
Trinitarian Bible Society (TBS). Nos primeiros anos da TBS, o assunto sobre os
diferentes textos e versões da
Bíblia não foi um caso tão sério no sentido em que se tornou no Século 19.
Embora houvesse críticos textuais na primeira metade dos anos 1800, eles não
exerciam ampla influência nos
círculos cristãos comuns. As
batalhas encaradas pelos trinitarianos, nos anos anteriores, eram dirigidas a
outras direções. Com a publicação da English Revised Version (ERV) e do Texto
Grego de Westcott-Hort, ambas em 1881, a
TBS começou a assumir uma posição mais ativa sobre textos e versões. Vários
artigos foram publicados no TBS Quarterly
Record , na virada do século,
criticando a ERV e apoiando o Texto Recebido. Alguns destes textos se apoiaram
pesadamente no livro Revision Revised, de John Burgon, bem como da pesquisa de F.C. Cook e F.H.A. Scrivener. A partir daquele tempo até hoje, os
trinitarianos têm assumido uma posição definitiva, em favor do Texto Recebido e da King James Bible. De
observação especial em defesa da Authorized Bible, dentro da TBS, está Terence
Harvey Brown, Secretário da TBS, desde 1958 até 1990. Brown foi o autor de
muitas publicações eruditas, crentes na Bíblia, produzidas pela TBS durante
esses anos, as quais influenciaram grande número de pessoas, no mundo inteiro.
Isto é descrito na história oficial da TBS, conforme segue: "De 1958 em diante, a TBS tem movido guerra contra todas estas
frentes com vigor extraordinário. Sucessivas traduções inglesas modernas foram revistas pelo secretário no relatório
trimestral (Quarterly Record), com a
análise dos defeitos delas." (Andrew J. Brown,
The Word of God Among All Nations: A Brief History of the Trinitarian Bible
Society 1831-1981, p. 118).
O seguinte testemunho da Trinitarian Bible
Society explode o mito de
que o Texto Grego Recebido é um “texto tardio [recente]”, enquanto o texto
grego eclético é um "texto antigo:"
"Deve ser enfatizado que A
DISCUSSÃO NÃO É ENTRE O TEXTO ANTIGO E UM RECENTE, MAS ENTRE DUAS FORMAS
ANTIGAS DO TEXTO, uma das quais foi
rejeitada e a outra adotada e preservada pela igreja, como um todo,
permanecendo no uso comum durante mais de quinze séculos.
As pressuposições da moderna crítica textual
baseiam-se no testemunho
discordante de alguns poucos espécimes do texto rejeitado [durante 15 séculos]
e recentemente desenterrado do esquecimento aos quais elo havia sido
deliberadamente e sabiamente consignado,
no século IV” (The Divine
Original, TBS article No. 13, , p. 7).
John William Burgon (1813-1888) foi um dos
maiores críticos textuais da Bíblia do Século 19. (Demos uma ampla biografia de sua vida em nosso livro - For Love of the Bible: The Battle for the Received
Text and the King James Bible from 1800 to Present.)
Burgon foi Professor de Divindade em Oxford,
Gresham; Companheiro no Oriel
College, vigário da St. Mary’s (a igreja
da universidade); e, durante os últimos doze anos de sua vida, ele foi o Deão
de Chichester. Na última parte dos anos 1800s, Burgon defendeu a Bíblia como
sendo a infalível e inerrante Palavra de Deus, inspirada nos jotas e tís,
e lutou muitas batalhas contra a
incrustação do modernismo teológico. A série de mensagens sobre a inspiração
bíblica, pregadas por Burgon, na Universidade de Oxford, em 1860, são obras primas da apologia.
Burgon observou: "A raiz de toda a mentira dos últimos tempos, está na descrença na Bíblia
como a Palavra de Deus [palavra por palavra]. Este é o erro fundamental”. Burgon defendeu a autoria mosaica de Gênesis e
rejeitou qualquer teoria científica contrária à Revelação Divina. Ele declarou sabiamente:
“Destrua a minha confiança na Bíblia como sendo um registro histórico e
você destruirá minha confiança nela toda; pois, certamente, a maior parte da
Bíblia é um registro histórico." Sua posição foi:
"Ou, em companhia dos melhores e mais sábios de todas as eras,
você deve crer em toda a Escritura; ou, em
companhia do descrente de estreita mente, você deve descrer dela toda. Não existe posição intermediária aberta a você .
. . . Quem se rende e abandona a primeira página da Bíblia, rende-se e abandona
todas elas. . . . Não, senhores! (Sejam persuadidos) de que a Bíblia é a exata
declaração do Eterno; Ela é tanto a Palavra de Deus, como se os altos Céus se
abrissem e escutássemos Deus falando conosco com voz humana. . . . A Bíblia não
é nenhuma outra senão a voz
dAquele que está assentado no trono!
Cada livro dela, e cada capítulo, e cada verso, e cada palavra, e cada sílaba (onde devemos parar?) e cada letra dela- é uma, exata
declaração do Altíssimo! . . . A Bíblia não é senão a Palavra de Deus: não é
mais a Palavra de Deus em algumas partes e é menos em outras partes, mas toda Ela é igualmente, em igual grau, a declaração dAquele que está assentado no
trono; absoluta, sem falha, inerrante, suprema!"
A isto digamos Amém e Amém! É certo que defesa da
Bíblia tão sem hesitação, tão decisiva e
gloriosa, não tem sido ouvida na Universidade de Oxford, nos últimos cem anos [E eu diria, em nenhuma
universidade deste mundo, nos últimos 200 anos!]
Observando o florescimento da moderna crítica
textual, no seu tempo, BURGON VIU UMA DIRETA CONEXÃO ENTRE ELA E A ALTA CRÍTICA
MODERNA, QUE PROCEDIA DA ALEMANHA. Tanto a crítica textual como a alta crítica
estavam sendo aguerridamente defendidas, no Século 19, pelos inimigos do
Cristianismo, particularmente pelos unitarianos e teológos modernistas. (Isto é
documentado exclusivamente em meu livro de 1999 - Myths about the King James Bible). Burgon ergueu-se para enfrentar o desafio da
crítica textual. Ele foi erudito textual
do mais alto nível, sem igual entre os homens do seu tempo. Ele excursionou pelas bibliotecas da
Europa, examinando e coletando manuscritos
no Novo Testamento por onde quer que andasse. Em 1860, ele visitou a Biblioteca
do Vaticano para examinar o Código Vaticanus. Em 1862, ele viajou ao Monte
Sinai, para inspecionar os manuscritos do mosteiro de Sta. Catarina (o mesmo onde Tischendorf
encontrou o manuscrito Sinaiticus).
O Dr. Edward Hills observa o propósito das
viagens de Burgon: "Sendo impulsionado pelo desejo de conseguir o
extremo conhecimento contra as falsas declarações feitas pelos críticos
reinantes do seu tempo, Burgon
devotou os últimos 30 anos de sua vida a desacreditá-los. Crendo firmemente que Deus havia providencialmente
preservado o verdadeiro texto do Novo Testamento, ele se dispôs a descobrir
como as leituras depravadas e corrompidas haviam se desenvolvido. Isto exigiu que ele viajasse muito” (E.F. Hills, "A Biographical Sketch of the
Life of Burgon," Unholy Hands
on the Bible: Vol. 1, Jay Green, ed.,
p. xix).
Após toda esta diligente pesquisa no texto e
história da Escritura, Burgon ficou convencido de que o Texto Recebido
embasando a King James Bible é a Palavra de Deus preservada. Quando o Texto Grego do Novo
Testamento de Westcott-Hort foi publicado, junto com a English Revised Version, in 1881, Burgon expôs os seus erros, numa série de
artigos que apareceram na Quarterly
Review [RevisãoTrimestral]. Estes
foram, mais tarde, incorporados ao livro - The Revision Revised, em 1883.
(Este livro está disponível numa bela edição de capa dura, da Bible for Today, 900 Park Ave., Collingswood, NJ 08108.)
Embora John Burgon não acreditasse que a KJV é perfeita em
cada ponto, ele exaltou a King James Bible sobre todas as demais versões
inglesas, chamando-a “o tesouro
precioso, que nos foi entregue pela piedade e sabedoria de nossos pais”; e manteve
[a posição] que o Texto Recebido do Novo Testamento, à parte dos mínimos melhoramentos que ele achou que
deveriam ser feitos, é a preservada Palavra de Deus. Ele defendeu ardorosamente
o Texto Recebido contra o texto crítico
introduzido por Westcott e Hort (o qual é basicamente o mesmo texto grego
das modernas versões inglesas.)
ATRAVÉS DA HISTÓRIA DA IGREJA, DE CERTAS MANEIRAS,
A PESQUISA DE BURGON NO TEXTO DA ESCRITURA NÃO TEM JAMAIS SIDO IGUALADA. ISTO É
PARTICULARMENTE VERDADEIRO NO TOCANTE À SUA PESAQUISA NAS CITAÇÕES DAS
ESCRITURAS PELOS LÍDERES DA IGREJA DA ANTIGUIDADE. Para descobrir que texto da
Escritura os antigos líderes da igreja estavam usando, ele laboriosamente
escavou 86,489 citações dos antigos
cristãos e as compilou em dezesseis grossos volumes de
manuscritos, os quais se encontram hoje no Museu Britânico. Mais de 4,000 das citações são de escritores que viveram
antes de 400 d.C. Por esta
incomparável pesquisa, Burgon ficou convencido de que o Texto Recebido que
embasou as Bíblias da Reforma é o exato texto que esteve sendo usado pelo povo
de Deus através dos séculos e, assim, é a preservada a Palavra de Deus. Ele
concluiu "Chame este texto
como de Erasmo, ou Complutense, ou de Estienne [a tradução do francês para o
inglês é Stephens, e para o português é Estéfano], ou de Beza, ou de [os
irmãos] Elzevir; chame-o de Texto Recebido, ou Texto Tradicional [ou de Texto
Eclesiástico, o texto das igrejas], ou de qualquer outro nome que você queira
[usar] – o fato permanece que um texto tem chegado até nós e que ele é atestado
pelo consenso geral das antigas cópias [os manuscritos do Novo Testamento], dos
antigos pais, e das antigas versões”. (Burgon, The Revision Revised, 1881).
Este testemunho de Burgon não deve ser tomado
superficialmente. Ele conhecia tanto sobre a Bíblia do 2o., 3o., 4o. e 5o. séculos, como qualquer homem que tem vivido nos últimos 200
anos. Quando ele disse que o Texto Recebido é atestado pelos manuscritos gregos, pelas citações dos antigos líderes da igreja e pelas antigas versões
da Bíblia, estava em posição de falar sobre isso.
Burgon replicou diretamente ao mito de que o
texto grego de Westcott-Hort é embasado no testemunho de manuscritos mais
antigos do que o Texto Recebido:
"Se a objeção for feita, como provavelmente
será, que ‘vocês querem limitar-se apenas sobre cinco cópias manuscritas usadas
por Erasmo?’ Eu replico, que as cópias empregadas foram selecionadas porque
eram conhecidas para representar com exatidão a Palavra Sagrada; que o descendente do texto foi
evidentemente guardado com zeloso cuidado, exatamente com o a genealogia humana do Senhor foi preservada; QUE ELE SE
EMBASA PRINCIPALMENTE SOBRE O MAIS AMPLO TESTEMUNHO; e quando qualquer parte dele entra em conflito com a
mais ampla evidência atingível, então eu creio que ele exige correção." (Burgon, The Traditional Text, 1896, Dean Burgon Society Press reprint, 1998, p.
15).
Vemos, assim, que João Burgon, cuja pesquisa na
história da Bíblia foi vasta, testificou que o Texto Recebido está embasado não apenas sobre um
punhado de manuscritos reunidos por Erasmo e outros editores do Século 16, mas
sobre "O MAIS AMPLO
TESTEMUNHO." (Burgon admitiu a [remota] possibilidade de alguma correção
do Texto Recebido, e isso tem sido discutido em alguns artigos publicados pela Bible
for Today de Collingswood, New Jersey.) Precisamos ouvir
cuidadosamente o testemunho de Burgon nisto, porque não apenas ele conhecia o
seu assunto, mas, por causa da sua
filiação à Igreja da Inglaterra, ele
reverenciava a Bíblia como sendo a infalivelmente inspirada e providencialmente
preservada Palavra de Deus, algo que a maioria dos modernos críticos textuais
(incluindo Thayer, Metzger, Aland, Black, Bruce, Colwell, Goodspeed, Grant,
Gregory, Kenyon, Kittel, Lake, Von Soden, Robinson) nega.
Concernente à preservação das Escrituras, a nossa
fé não é no homem, mas em Deus. Mesmo que os editores da Reforma tivessem menos
recursos do que os dos tempo mais recentes, sabemos que o Deus que controla os
tempos e as estações estava no controle da Sua Palavra Santa. As infalíveis
Escrituras não ficaram escondidas em algum calabouço monasterial, ao pé do
Monte Sinai, ou
em um empoeirado canto da biblioteca do Papa. As infalíveis Escrituras estavam sendo publicadas, lidas e
ensinadas pelo povo de Deus.
A vasta maioria dos manuscritos gregos, das versões antigas e dos
manuscritos dos “Pais da Igreja” apoia
o Texto Recebido. Este era um fato conhecido pelos
editores da Reforma. Enquanto os críticos textuais dos nossos dias
veem isso como um mero acidente da história, os antigos editores das Bíblias da Reforma,
sendo crentes na Bíblia, viam nisso a mão de Deus. E nós fazemos o mesmo.
David Cloud, 2000 e 2004
Tradução por Mary Schultze, 2014.
Só
use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir
do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente
inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611,
Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do
Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em http://BibliaLTT.org,
com ou sem notas.
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo
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Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.