Quando lemos as Escrituras, a primeira vista, começamos
acreditar, erroneamente, que Jesus foi crucificado num determinado dia da semana
que, realmente, não condiz com a verdade.
Mas surge uma primeira pergunta: Qual a importância de
sabermos o dia exato da morte de Jesus, já que foi há muito tempo atrás?
Deus trabalha de maneira a apontar-nos os caminhos e
significados da sua obra, e repete-se de tempos em tempos para que não percamos
de vista o que Ele tem nos feito através dos tempos, e como todo o "Velho
Testamento" aponta para Jesus, toda a obra de Jesus aponta para a salvação,
para a nova Jerusalém, para o Reino eterno. Deus marca o tempo: O memorial da
criação, com seis dias de trabalho e o sétimo Deus reservou ao homem para
estar com Ele, e que se faz repetir no deserto quando o Senhor envia o maná ao
povo hebreu, com porção dobrada no sexto dia. Há outros sinais, como os doze
filhos de Jacó, que formam as dozes tribos, os doze apóstolos, os três
patriarcas – a Trindade; as sete igrejas declaradas no Livro de Apocalipse, os
sete continentes, entre inúmeras repetições descritas por toda a Bíblia
Sagrada. E o dia da morte de Jesus se faz mais importante, não por ela mesma
mas pelo dia de sua ressurreição, a qual é marcada pelo sinal de Jonas, ou
seja, três dias e três noite no ventre do peixe, ou melhor, no
"ventre" da terra.
A Bíblia é clara: Jesus morreu na Sexta-feira. Onde está o
erro, então?
A Palavra de Deus não diz que Ele morreu numa Sexta-feira, e
sim numa véspera de Sábado.
E qual a diferença entre Sexta-feira e véspera de Sábado?
Devemos, então, voltarmos à história e entendermos o que
é para os judeus o Sábado, ou seja, o Shabbat.
Shabbat, conforme o dicionário da Bíblia de Estudo Almeida,
corresponde a: cessar; deixar de fazer algo, descansar. Na grande maioria dos
casos, o shabbat é o sétimo dia da semana, ou seja, é o nosso dia de Sábado.
É considerado, também, shabbat os dias de grande festividade religiosa, que
nem sempre coincidiam com o sétimo dia semanal. Como exemplo a Páscoa, que é
celebrada pelos judeus no mês primeiro, aos catorze do mês, no crepúsculo da
tarde (mês de abibe ou nisã, equivalente ao nosso calendário março/abril).
Eis aqui mais um sinal de Deus: Jesus foi morto à véspera da páscoa, no crepúsculo
da tarde sepultado.
Mas voltando ao assunto da véspera de Sábado, ou do shabbat,
podemos comprovar que não é necessariamente a nossa Sexta-feira, mas sim véspera
de um dia de descanso, podendo ser um Sábado semanal ou um Sábado, coincidente
ou não com o sétimo dia da semana, de grande festa dos judeus.
Mas como se comprova o dia semanal que Jesus morreu não foi
a Sexta-feira?
Para melhor compreensão será usado a palavra hebraica
shabbat no lugar da palavra portuguesa Sábado.
Conforme orientação de Jesus (Jo 5:39) e elogios de Paulo
(At 17:11), é o nosso dever examinar as Escrituras.
Examinando em Jo 19:31 conseguimos o primeiro indício de que
Shabbat estava sendo relatado: "... pois era grande o dia daquele Shabbat...".
Outro dado importante no início desse nosso estudo: Jesus foi sepultado no
final da tarde, quando já iniciava-se o Shabbat (Lc 23:54 / Mt 27:57). Em
tempo, os judeus marcam os seus dias iniciando-os no pôr-do-sol de um dia até
o pôr-do-sol seguinte.
Até agora vimos que Jesus foi morto na véspera de um
Shabbat e sepultado ao anoitecer. Aqui começa a contagem dos dias:
O dia seguinte à morte de Jesus era Shabbat, portando
descansaram segundo o mandamento (Lc 23:56).
Portando já temos:
Continuando a história, percebemos em Mc 16:1, que passado o shabbat algumas mulheres compraram aromas para ungirem a Jesus.
Agora já descobrimos:
Nesse momento é necessário muita atenção e raciocínio lógico,
pois esse dia seguinte não é narrado, porém é de fácil percepção quando
analisado cuidadosamente.
Nos quatro evangelhos – Mateus, Marcos, Lucas e João -, é
narrado o encontro do sepulcro vazio, com pequenas diferenças que não se fazem
importantes:
Em Mateus 28:1 relata no findar do shabbat, ao entrar o
primeiro dia da semana (Domingo); em Marcos (16:2), e no primeiro dia da semana
(Domingo), de manhã cedo, ao nascer do sol; Lucas 24:1 relata que no primeiro
dia da semana (Domingo), alta madrugada, foram levar os aromas que haviam
preparado. João 20:1 narra que no primeiro dia da semana (Domingo) Maria
Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro. Vimos aqui que logo
ao findar o shabbat ou antes de clarear o primeiro dia da semana, as mulheres
que foram comprar os aromas, foram até ao túmulo levando os aromas comprados
logo após o shabbat.
Assim temos:
Olhando para os dias relatados notamos um desacerto, pois se
descansaram o shabbat, e após ele foram fazer compras, e, as mesmas mulheres,
foram no primeiro dia da semana, antes de clarear o dia, até o sepulcro. Há
algo estranho, não é mesmo?
Voltemos um pouco na história da vida de Jesus. Em Mateus
12:39-40 temos uma antecipação de Jesus para entendermos a história: O sinal
de Jonas. Ele, Jesus, estaria três dias e três noites no coração da terra.
Então usemos de coerência e raciocínio. Se depois do
shabbat as mulheres foram comprar aromas, e se essas mesmas mulheres foram no
primeiro dia da semana ao sepulcro logo cedo, podemos concluir que, à luz de
informações anteriores sobre o shabbat, nessa semana houve dois shabbat, um
religioso e um semanal, sendo o segundo não relatado, porém subentendido.
Fechemos a conta agora dos dias, e descobriremos o dia que
Jesus morreu, e o dia que Ele ressuscitou.
Voltemos um pouco na história da vida de Jesus. Em Mateus
12:39-40 temos uma antecipação de Jesus para entendermos a história: O sinal
de Jonas. Ele, Jesus, estaria três dias e três noites no coração da terra.
Trazendo, agora, para os dias da semana usados atualmente.
Podemos afirmar, à luz dos evangelhos, que Jesus morreu numa
Quarta-feira, e ressuscitou ao findar o shabbat (pôr-do-sol) e início do
primeiro dia da semana. Trazendo para os nossos dias semanais, certamente Jesus
ressuscitou ao terceiro dia, isto é no Sábado, iniciando assim mais uma semana
profética de, a partir de sua ressurreição, os homens já não são mais
escravos do pecado e tem um novo Senhor, que nos comprou pagando com o Seu próprio
sangue, e formando uma nova nação, a nação dos salvos, daqueles que herdarão
a vida eterna, do reino que é sobre todos os reinos, sendo Jesus nosso Soberano
Rei e Senhor.
Celso L S Guerche.
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